Introdução
O estudo da liderança é de suma importância,
principalmente, na época em que estamos vivendo, a fim de ajudar o homem
escolhido por Deus a ter sucesso em sua missão. O desconhecimento deste magno
assunto leva o líder cristão a incorrer em erros e problemas que poderiam ser
evitados, caso fossem tratados de acordo com as técnicas de liderança
conhecidas nos livros que versam sobre o assunto.
Neste artigo, abriremos uma janela por onde
poderemos descortinar a possibilidade de melhorarmos o exercício da liderança
no meio do povo de Deus.
Diante disto, na janela aberta, descortinaremos as fases macros da liderança cristã:
- A Chamada para a Liderança
- A Capacitação para a Liderança
- A Definição do Espaço da Liderança
- O Exercício da Liderança
- Recompensa da Liderança.
O aprofundamento do assunto, caso se deseje, deverá
ser buscado nos livros que tratam do assunto, existentes no mercado e aos pés
do Senhor em oração.
Antes de desenvolvermos sucintamente as fases da liderança cristã, é conveniente fazermos conhecidas dois conceitos sobre Liderança:
a) Liderança Natural: “Pode ser definida como sendo aquela qualidade num homem, que inspira suficiente confiança a seus comandados de modo a aceitarem suas idéias e obedecerem ao seu comando”.
b) Liderança Cristã: “É uma vocação em que há uma perfeita mistura de qualidades humanas e divinas, ou um trabalho harmonioso entre o homem e Deus destinado ao ministério e bênção das demais pessoas”.
Nas definições de Liderança constantes dos Manuais de Administração é comum encontrarmos as expressões: “ser aceito e respeitado pelo grupo”, “Capacidade de unir e manter coeso o grupo”; “Manter um bom relacionamento com o grupo”; “Identificação com o grupo”; “Levar o grupo a consecução dos objetivos”; “Influenciar”; “Inspirar confiança”, etc.
1) A Chamada para a Liderança
“Paulo chamado pela vontade de Deus, para ser apóstolo de Jesus Cristo…” 1 Co 1.1
A Chamada da genuína liderança cristã vem
exclusivamente de Deus. Na obra de Deus ninguém deve querer levantar-se a si
mesmo como líder, isto é o que entendemos estudando a Bíblia Sagrada. O Senhor,
segundo o beneplácito de Sua Soberana Vontade, tem escolhido e chamado pessoas,
de ambos os sexos, para exercerem atividade de Liderança no meio da Igreja.
Para consolidar o assunto, mostraremos alguns versículos bíblicos:
“Veio a mim a Palavra do Senhor dizendo: antes que eu te formasse no ventre, te conheci e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta”, Jr 1.4, 5.
“Mas quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe separou, e me chamou pela Sua graça” Gl 1.15.
“Jesus subiu a um monte, e chamou os que ele quis…” Mc 3.13.
“Paulo, servo Jesus Cristo, chamado para apostolo, separado para o Evangelho de Deus” Rm 1.1.
A Chamada eficaz para a liderança alcança o salvo onde e quando Deus achar conveniente.
Com Paulo, foi na estrada de Damasco quando ia
perseguindo a Igreja do Senhor. Com Moisés, foi no monte Horebe na visão da
sarça ardente. Com Samuel, foi na Casa do Senhor. Com Pedro, André, Tiago e
João foram às margens do Mar da Galiléia. Com Mateus, foi no local onde ele
trabalhava, e assim por diante.
Entendendo que a Chamada é divina, nós devemos orar como Jesus ensinou em Lc 10.2, para que Deus envie obreiros para a Sua Seara, ou seja, levante lideranças firmes, vocacionadas e eficazes para o Seu trabalho.
2) A Capacitação para a Liderança
“… Mas a nossa capacidade vem de Deus” 2 Co 3.5
As pessoas chamadas por Deus para exercerem a atividade de liderança são por Ele capacitadas para a executarem a contento. Deus, quando chama, se responsabiliza para capacitar a pessoa. A capacitação, segundo o propósito divino, é de acordo com a atividade de liderança que o Senhor tem designado para o seu servo. A Bíblia diz que quando o Senhor distribuiu os talentos deu a cada um segundo a sua capacidade (Mt 25.15). Referindo-se aos dons carismáticos, Paulo diz que o Espírito Santo os distribui particularmente a cada um como quer (1 Co 12.11). Entendemos por estes e outros textos bíblicos que a capacitação de Deus pode diferir de uma pessoa para outra. Deus, quando chamou a Moisés, o capacitou poderosamente para a grande tarefa que queria que ele realizasse: Tirar Israel do Egito e conduzi-lo até a terra da promessa. A capacitação de Moisés, como a de Paulo, começou muito antes da experiência de conversão. Moisés, no Egito, foi instruído em toda a ciência e sabedoria daquele grande povo (At 7.22). Paulo, nascido em Tarso, foi instruído aos pés de Gamaliel em Jerusalém, uns dos maiores mestres do seu tempo, (At 22.3). A capacitação de Moisés continuou no deserto de Midiã, pastoreando o rebanho de Jetro, seu sogro, e culminou com a concessão do poder de Deus, na experiência da sarça ardente, no Monte Horebe. A de Paulo continuou na estrada de Damasco, quando daquela experiência em que ouviu a voz do Senhor e viu a Sua luz e culminou naquela cidade quando foi cheio do Espírito Santo, após receber a imposição de mãos de Ananias. Tanto Paulo como Moisés, foram capacitados por Deus para o exercício dos seus respectivos ministérios. Foram capacitados com profundo conhecimento humano, capacitados com um profundo conhecimento das Sagradas Escrituras e com concessão do poder de Deus.
Como em toda a Bíblia se percebe, as áreas da soberania divina e da responsabilidade humana andam juntas. Devemos entender que nessa área de capacitação a mesma coisa deve ser considerada. Deus tem feito Sua parte e nós também devemos fazer a nossa, no que se refere à capacitação. Para isso temos que dedicar mais tempo a oração, ao estudo da Palavra de Deus, a termos humildade de aprendermos como os nossos erros e com os dos outros e dedicarmos mais tempo a leitura em geral, especialmente, desse precioso assunto.
3) A Definição do Espaço da Liderança
“Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis” 1 Co 12.18
Diante do que já vimos desenvolvendo, começamos a perceber que o Deus que chama e capacita, define também o espaço para que o seu servo exercite a atividade de liderança. É o que chamamos do homem certo no lugar certo. Se um homem foi chamado e capacitado para ser um Evangelista jamais será eficaz como Pastor. A mesma coisa acontece com um Pastor. Ele pode fazer a obra de um Evangelista como orientou Paulo a Timóteo (2 Tm 4.5), mas não será tão eficaz quanto um homem chamado para ser Evangelista. Um Evangelista só vê diante de si uma necessidade que é a de salvar almas, e, na propagação do Evangelho, ele é altamente eficaz. Já o Pastor tem a grande responsabilidade de pastorear as pessoas que já encontraram a salvação em Cristo Jesus.
A questão de definição de espaço é muito importante. Somente dentro do espaço reservado por Deus é que seremos líderes eficazes. A dificuldade que João marcos, sobrinho de Barnabé, sentiu foi a de justamente não ter sido chamado por Deus para ocupar o espaço na Obra Missionária da Igreja de Antioquia. O Espírito Santo tinha separado Barnabé e Paulo e não João Marcos. O resultado todos nós conhecemos, inclusive sendo ele a causa da separação daqueles dois grandes servos de Deus (At 13.1-5,13 e 15.36-39). Coré, Datã e Abirão sofreram duras conseqüências quando tentaram ocupar o espaço da liderança não designado por Deus. (Nm 16.1-3). O Caso de Saul, primeiro rei de Israel, mostra um líder querendo ocupar o espaço designado por Deus para outro líder (1 Sm 13.8-13). Também para ele a conseqüência não foi boa.
Assim como Paulo que tinha consciência do espaço reservado por Deus para o seu ministério (Gl 2.7,8), assim também devemos ter certeza do lugar onde Deus quer que desenvolvamos a nossa capacidade de liderança. Isto é possível se buscarmos a vontade de Deus para nossas vidas (Rm 12.1, 2; Ef 5.17).
4) O Exercício da Liderança
“Contanto que cumpra, com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus”. At 20.24
Chamado, capacitado e ocupando o espaço definido por Deus, começa o líder a exercer a sua atividade de liderança sob a bênção do Todo-Poderoso. Os frutos serão abundantes na medida em que ele for sendo fiel ao Senhor. Foi assim com Paulo, com Moisés, com Davi, com Salomão e com inúmeros servos de Deus ao longo da história bíblica e também da Igreja. Vejamos apenas um exemplo que foi o de Paulo.
“Servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: apartai-me a Barnabé e a Paulo para a obra que os tenho chamado. Então depois de jejuarem e orarem, impuseram sobre eles as mãos e os despediram. Assim, enviados pelo Espírito Santo…” At 13.2-4.
Chamado, capacitado, ocupando o espaço de Deus reservado para ele, vai agora Paulo confiante exercer o seu ministério, no caso, a sua primeira viagem missionária. Depois de executar aquela obra voltou para Antioquia, onde tinha sido recomendado à graça de Deus, juntamente com o seu companheiro Barnabé para a obra que acabara de realizar.
“… Quando chegaram reuniram a Igreja, relataram quão grandes coisas o Senhor fizera por eles, e como abrira as portas aos gentios”. At 14.26, 27.
Escrevendo a Timóteo, o Apóstolo Paulo lembra ao jovem líder a necessidade de, no espaço definido por Deus, cumprir o ministério para o qual fora chamado.
“… Cumpre o teu ministério”. 2 Tm 4.5.
É bom lembrar que no exercício da liderança surgem muitas lutas e problemas. Em nossa opinião, uma das maiores dificuldades que o líder cristão vai enfrentar é consigo mesmo, principalmente se ele tiver características autocráticas. Certamente, sentirá grandes dificuldades em delegar autoridade para que outros executem alguma tarefa. Terá dificuldade de trabalhar em equipe, de envolver a Igreja ou o grupo com uma metodologia de trabalho democrática. Sentirá também dificuldade de conviver harmoniosamente com outras lideranças, e assim por diante.
Acreditamos que, pensando nessa tendência do líder autocrático querer dominar e controlar tudo é que o Espírito Santo usando a instrumentalidade de Pedro diz:
“Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu… Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, não por torpe ganância, mas de boa vontade; não como dominadores dos que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho”. 1 Pe 5.1-3.
5) A Recompensa da Liderança
“… E, se alguém me servir, meu Pai o honrará”. Jo 12.26
Sabemos pelas Sagradas Escrituras que o trabalho cristão tem sua recompensa determinada por Deus. Escrevendo aos Coríntios. Paulo diz :
“Portanto, amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na Obra do Senhor, sabendo que, no Senhor Jesus Cristo o vosso trabalho não é vão” 1 Co 15.58.
O nosso Senhor Jesus Cristo falou também sobre uma recompensa designada por Deus para aqueles que o servem fielmente:
“E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terra, por causa do meu nome, receberá cem vezes, herdará a vida eterna” Mt 19.29.
O apóstolo Paulo tinha uma convicção profunda sobre a recompensa que iria receber do Senhor;
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” 2 Tm 4.7, 8.
O apóstolo Pedro também feriu o assunto quando disse:
“… e quando se manifestar o sumo Pastor recebereis a imarcescível coroa de glória” 1 Pe 5.1-4.
No livro do profeta Daniel, encontramos uma palavra dita pelo Senhor sobre o assunto àquele servo Seu:
“Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte no fim dos dias” Dn 12.13.
Para àqueles líderes que desempenharam bem o seu papel, certamente receberão do Senhor a recompensa devida, conforme as promessas registradas em Sua Santa Palavra. Acreditamos que o líder deve trabalhar para Deus não visando uma recompensa e sim por gratidão. A recompensa é uma conseqüência natural de um bom trabalho. Deus é fiel e dará a cada um segundo a sua obra.
Conclusão
Temos visto que para se ter sucesso na vida cristã, como líder, a pessoa tem que ter sido chamada e capacitada por Deus, tem que ter de maneira bem clara, em seu coração, a noção do espaço de liderança definido por Deus, tem que estar trabalhando sob a direção divina e ter confiança nas promessas recompensadoras do Senhor.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
Ministro Congregacional da ALIANÇA
Princípios de Liderança
1.0 INTRODUÇÃO
1. 1 O caráter nobre do pastoreio.
Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus ao homem. Representa, também, enormes e pesadas responsabilidades, pois quem administra uma igreja está lidando não só com as questões administrativas do dia-a-dia, mas sobretudo com o preparo de almas para a vida eterna.
Daí há quem pense que basta atender as necessidades espirituais do rebanho para cumprir o propósito divino, deixando as questões administrativas em plano secundário. Embora as necessidades espirituais sejam mais importantes, há o lado humano, a organização, o modo de fazer as coisas, que também não podem ser desprezados.
1.2 Administração e pastoreio são interdependentes
Esses dois aspectos da igreja aparecem em linhas paralelas e têm necessidade mútua. Um rebanho bem assistido depende de uma boa administração. Ou, ao contrário, uma igreja bem administrada permite uma boa assistência ao rebanho.
1.3 Boa liderança, boa administração
Nossa matéria será dividida em duas partes: na primeira, trataremos de forma bastante específica sobre liderança. A boa administração só será possível se houver uma boa liderança. Na segunda, nossa abordagem será então sobre administração eclesiástica em si mesma.
2.0 DEFINIÇÃO DE LIDERANÇA
Diz-se com muita propriedade que a verdade está nas coisas óbvias. Conceitos expressos de forma complicada, ou passam uma falsa idéia de profundo conhecimento, ou são elaborados com a finalidade de reter a informação a alguns poucos “iluminados” e manter alienados os demais do verdadeiro significado do que está sendo definido.
Liderança, em suma, nada mais é do que exercer influência sobre outras pessoas e fazer com que elas sigam o caminho traçado por aquele que lidera. Ou seja, toda liderança tem propósitos. Exerce-se a liderança em duas vertentes: liderança informal e liderança formal.
2.1 Liderança informal
Liderança informal compreende aquelas situações em que o prestígio pessoal e a influência de determinados indivíduos agregam seguidores não pelo estabelecimento formal de uma liderança, mas pelo destaque que essas pessoas ocupam nos mais variados segmentos sociais. Incluem-se aqui, principalmente, os profissionais de comunicação, em especial os artistas, cujas práticas são copiadas e seguidas até sem questionamentos, ainda que não haja uma liderança clara, formal e condutora do processo.
Nesse sentido, todos temos a nossa parcela de liderança, em maior ou menor escala, porque de algum modo, sem o buscarmos, exercemos influência informal e involuntária sobre outras pessoas. Até o simples faxineiro tem gente à sua volta que lhe copia hábitos de seu padrão de comportamento.
Para ajudar o nosso raciocínio, usemos o esquema adotado pelo livro Como Influenciar Pessoas e vejamos a seguir uma lista de alguns nomes, uns conhecidos, outros desconhecidos, e alguns deles até no exercício da liderança formal nos segmentos afins, os quais exercem liderança informal e involuntária em outros segmentos pelo que representam no âmbito em que atuam :
EDSON ARANTES DO NASCIMENTO
NILSON DO AMARAL FANINI
DEOSDETH DA SILVA RODRIGUES
DIEGO MARADONA
ZEQUINHA MARINHO
RONALDO RODRIGUES DE SOUZA
ANTONIO GILBERTO
THOMAS TRASK
SEVERINO CAVALCANTI
MAX LUCADO
JOSÉ PIMENTEL DE CARVALHO
GILBERTO GIL
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
MARINA DA SILVA
Outros nomes poderiam ser acrescentados, mas para o nosso propósito esses bastam. O que há em comum entre eles, já que nem todos são conhecidos? Pelo destaque que têm e pelo prestígio que desfrutam, alguns em âmbito bastante restrito, encontram seguidores capazes, inclusive, de defender suas ações com unhas e dentes, mesmo que elas estejam equivocadas. Isso é o que se define como liderança informal.
Mesmo aqueles que têm alguma responsabilidade formal de liderar, à medida que a sua influência ultrapassa os limites do grupo liderado, tornam-se também referenciais para os que estão fora do seu âmbito de liderança formal.
2.2 Liderança formal
Liderança formal tem a ver com o exercício de um processo específico em que alguém é elevado à condição de líder para conduzir um grupo social em busca dos objetivos para os quais foi estabelecido. É algo plena e formalmente consentido tanto para quem lidera quanto para os que estão sendo liderados.
A liderança passa a ser então um instrumento de comando para montar uma estrutura, ou assumir uma já pronta, em que a matéria-prima é o próprio ser humano. Em outras palavras, a estrutura em si mesma não é o principal e, sim, aqueles que vão operacionalizá-la para alcançar o fim a que se destina.
O papel do líder, portanto, é fazer com que sua equipe use essa estrutura de modo eficiente e eficaz para concretizar a realização dos propósitos. Isto significa que toda liderança formal trabalha com objetivos, que precisam ser claros, mensuráveis e possíveis de ser alcançados.
2.2.1 O que significa eficiência
Falamos acima de ser eficiente e eficaz. A eficiência envolve o modo como se administra para alcançar os fins desejados. Tem a ver com a estrutura, as estratégias, a ação e tudo mais que se estabeleça em busca das metas. Nem sempre, porém, a eficiência chega aos resultados em razão de falhas operacionais durante o processo. Ninguém discute, por exemplo, a eficiência de uma Ferrari, mas se faltar gasolina ela não se move do lugar. Portanto, não basta ao líder ser eficiente. Ele precisa ser eficaz.
2.2.2 O que significa eficácia
Já a eficácia é o resultado da eficiência. É alcançar os objetivos propostos. Liderança eficaz, portanto, é aquela que conjuga eficiência com eficácia, e sabe, por isso mesmo, conduzir o processo com o fim de alcançar os propósitos para os quais a sua liderança foi estabelecida.
2. 3 Liderança negativa & Liderança positiva
A liderança tem dois lados, mesmo aquela que se exerce de maneira informal. Ela tanto pode ser negativa como positiva. Os propósitos podem ser negativos ou positivos. A sociedade é farta de exemplos de líderes que usam a sua capacidade de liderar com meios e fins escusos. Eles não têm o menor escrúpulo em tentar manipular as pessoas a seu bel-prazer. e com finalidades inconfessáveis.
Por outro lado, há também aqueles que se movem por objetivos legítimos e usam a sua capacidade não para impor uma vontade pessoal, mas para conscientizar e conduzir o grupo em busca de objetivos lúcidos e sadios, seja na esfera secular, seja na esfera eclesiástica, onde o exercício da liderança é legítimo, os meios são legítimos e os fins também são legítimos.
3.0 LIDERANÇA ECLESIÁSTICA
O nosso escopo nesta primeira parte abrange a liderança eclesiástica, ou seja, a condução de grupos específicos, no âmbito da Igreja, que reúne pessoas com as mesmas convergências de idéias e ação em busca dos mesmos propósitos. No meu entendimento, a melhor passagem bíblica (ainda que trate dos dons ministeriais) para definir conceitualmente como atua essa liderança e qual o seu objetivo encontra-se em Ef 4.11-16:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em toda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.”
Este é não só o padrão universal de liderança que Deus estabeleceu para sua Igreja. É também a descrição dos propósitos, definidos e mensuráveis, que Ele propôs para serem alcançados. É, por assim dizer, o plano de vôo que o piloto da aeronave tem em mãos para chegar ao destino. Os dons ministeriais são, portanto, a constituição do legítimo exercício da liderança eclesiástica para conduzir o corpo de Cristo aos verdadeiros propósitos para os quais ele veio à existência. Qualquer outra liderança em outros departamentos da igreja deve seguir o mesmo padrão. Quais são, todavia, esses propósitos?
1) Treinamento, v. 12
2) Realização, v. 12
3) Edificação, 12
4) Unidade, v. 13
5) Conhecimento, v. 13
5) Similitude, v. 13
6) Firmeza, v. 14
7) Crescimento, vv. 15, 16
Seguindo o esboço de Rick Warren, autor do livro Uma Igreja com Propósitos, os objetivos acima podem ser operacionalizados da seguinte forma:
1) Celebrar a Deus
2) Ministrar ao próximo
3) Ensinar a obediência
4) Batizar
5) Fazer discípulos
4.0 OS MÉTODOS DA LIDERANÇA ECLESIÁSTICA
Vale repetir que a forma e os propósitos da liderança eclesiástica são universais. São válidos para todas as épocas e em todos os lugares. Não mudam. Qualquer coisa que esteja além do exposto em Ef 4.11-16 é acréscimo humano. Agora, temos de convir que os métodos para que esses objetivos sejam alcançados diferem no tempo e de um lugar para outro em razão do desenvolvimento humano. Ao lidar com métodos, temos de ter em mente alguns princípios:
1) Métodos são humanos e não se constituem em modelos universais
2) “Os fins não justificam os meios”
3) Métodos não podem constituir-se em paradigmas permanentes
4) Métodos não podem sobrepor-se aos princípios
5) Métodos não podem ser alçados à condição de verdade absoluta
6) Métodos não podem vestir-se de “a única visão” de Deus para a Igreja
À luz desses princípios, cabe à liderança local encontrar os métodos que melhor se adequem à sua realidade e quebrar paradigmas quando estes não mais oferecem condições para que os propósitos de Ef 4.11-16 sejam alcançados. Entenda-se por quebra de paradigmas a capacidade de pôr de lado métodos que não mais funcionam, arcaicos, desatualizados, em busca de outros que são próprios para o momento e aquela circunstância. NÃO SE TRATA AQUI DE MUDAR OS FUNDAMENTOS!
5.0 QUALIDADES DO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA ECLESIÁSTICA
Todos temos, como já afirmamos acima, alguma capacidade de liderança e exercemos algum tipo de influência. Mas nem todos têm perfil para o exercício da liderança formal. Em se tratando da liderança eclesiástica, aí o funil se torna mais estreito. Em primeiro lugar, descobre-se em Ef 4.11-16 que Deus é quem estabelece a liderança eclesiástica – não o homem. Em segundo lugar, as qualificações de 1 Tm 3.1-7 para os líderes exigem um elevado padrão de excelência. A sua forma de conduta tem de estar acima da média. Tudo o que os bons livros de liderança propõem para os bons líderes encontra-se na Bíblia. Eles apenas traduzem em linguagem contemporânea aquilo que já está descrito na Palavra de Deus. Vejamos algumas qualificações da liderança eclesiástica:
1) Convicção – É preciso acreditar naquilo que prega
2) Caráter – (Diferença entre temperamento, caráter e reputação)
3) Poder de agregação – Em sentido figurado, o líder é um “vendedor” de idéias
4) Poder de articulação – Uma idéia só terá funcionalidade se o grupo estiver articulado para esse fim
5) Clareza de propósitos – “De onde eu vim, o que eu estou fazendo aqui e para onde eu vou”
6) Visão da coletividade – Em outras palavras, conhecer os seus liderados
7) Capacidade de ser igual – O líder não está acima, ele é um com os demais. A única coisa que o distingue é o fato de ser um ponto de aglutinação. Ele não faz todas as tarefas sozinho
8) Capacidade de ser imitado – Ele é um exemplo para os que o cercam
9) Capacidade estratégica – As estratégias são vitais para o exercício da liderança
9) Capacidade de ouvir – Quem pouco ouve, muito erra
10) Capacidade de dialogar – O diálogo esclarece e unifica a linguagem
11) Capacidade de decidir – Há tempo para todas as coisas, inclusive para decidir.
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