LIDERANÇA CRISTÃ II

O SUSTENTO PASTORAL - AS REUNIÕES NA IGREJA - A ESCOLA DOMINICAL - O PASTOR COMO LÍDER – COMUNICAÇÃO

REQUISITOS PARA O APOSTOLADO

D- CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS

A definição linguística, as nomenclaturas, das funções ministeriais parece ter começado com o Apóstolo Paulo em sua primeira viagem missionária, (AT 14.23).

Os anciãos e bispos tinham funções em relação à Igreja, (AT 20.17,28; 1ªTM5. 17) tais como :

- Apascentar a Igreja, o mesmo que pastorear, (AT 20.28).
- Governar, guiar e administrar a Igreja, (1ª TM 5.17).
- Trabalhar na pregação; atividade evangelística.
- Trabalhar no ensino, atividade pastoral.
- Ser mantidos honradamente, (1ª TM 5.17,18).

Paulo fazia parte do presbitério, (1ª TM 4.14; 2ª TM 1.6).

No conceito de Paulo, presbítero, ancião, bispo e pastor era a mesma função com nomes diferentes, (TT 1.5,7; AT 14.23).

Pedro era Apóstolo, pastor e bispo ou presbítero com os demais, (1ª PD 5.1-4).

O Apóstolo João era também ancião, ou presbítero (2ª JO 1; 3ª JO 1). Estes textos demonstram que naquele tempo, a função pastoral, ainda que abordada de formas diferentes, com títulos diferentes, em si era uma única atividade. O que importava era o homem consagrado nas mãos do Senhor.

O SUSTENTO PASTORAL

Não há nenhuma duvida de que o sustento pastoral é de legitimidade bíblica, pois a palavra de Deus diz: que quem prega o evangelho viva do evangelho; e que devem ser considerados de duplicada honra aqueles que presidem sobre vós, principalmente os que afadigam no ensino, e ainda diz mais que o obreiro é digno de seu salário, 1 Co 9.14; 1 Tm 5. 17,18.

Na antiga aliança Deus determinou que os sacerdotes e os levitas fossem sustentados para o exercício do ministério, Nm 18.1-7; Dt 18.5. Na nova aliança segue-se a mesma idéia de quem serve no altar como do altar. O pastor é sustentado financeiramente para ter tempo integral para a obra de Deus, são muitas as atividades e se ele se embaraça com negócios desta vida não conseguira cumprir sua missão.

O PASTOR E AS REUNIÕES NA IGREJA

São varias as reuniões que se efetuam na igreja, em todas elas o pastor deve ser o principal responsável, é claro que não significa que ele tenha que estar em todas elas, mas a sua autoridade delegada estará naquele que ele designar. Para cada culto é necessário haver planejamento, o culto tem horário para começar e terminar, exceto se o Espírito Santo quiser fazer algo diferente. Num culto público, que normalmente é o de domingo a noite, a organização dos cânticos, que em tudo deve obedecer ao critério do louvor. Não é a apresentação de um conjunto ou de um cantor simplesmente, é louvor ao Senhor, pelo menos deve ser. A seleção da qualidade das músicas, hinos; a leitura da palavra, o comportamento dos obreiros no púlpito durante a reunião, tudo isso tem que fazer parte da solenidade do culto. A igreja é um ambiente de reverencia e o exemplo tem que vir do púlpito. A oferta no culto, os obreiros devem ter o cuidado de participar desse serviço, contribuindo é lógico. Os cultos de oração e ensino, quando a igreja chegar tem que ver seu pastor ali orando, e ter o cuidado para não permitir que coisa alguma desvie sua atenção. Esse culto é o culto que o pastor imprime sua identidade ministerial sobre a igreja.

O PASTOR E A ESCOLA DOMINICAL

A Escola Dominical é uma das mais importantes reuniões da igreja cristã. O pastor definitivamente é indispensável para o êxito dessa escola. A palavra do pastor mobiliza o povo para aprender a palavra de Deus. A designação de um superintendente equipado com conhecimento na área da educação ajudara muito o pastor nesse trabalho. A preparação de cursos de aperfeiçoamento para professores e a promoção de espaço físico adequado para o funcionamento da Escola Dominical, é função que o pastor tem que exercer.

O PASTOR COMO LÍDER

Na atividade de liderança há seis pontos que são fundamentais, que quando observados com inteligência facilita a vida do pastor como líder. O primeiro deles tem a ver com exemplo pessoal do líder, que é uma virtude indispensável para que as pessoas confiem no líder.

A- EXEMPLO: as pessoas precisam ser capazes de depender de sua liderança.

Exemplos No Antigo Testamento:

Moisés: A primeira coisa que Moisés teve que definir com clareza foi sua própria tarefa. De acordo com Êx 18.19-21, Moisés tinha três responsabilidades maiores:

- Apresentar Deus ao povo.

- Ensinar ao povo como eles deveriam andar e treiná-los para o trabalho que lhes competia fazer;

- Selecionar líderes escolhidos que o ajudassem a suportar a carga da liderança.

Moisés precisava descobrir as qualidades necessárias nos líderes para que pudessem ajudá-lo, (Êx 18.21). Ele precisava encontrar:

- Homens que temessem a Deus;

- Homens amantes da verdade;

- Homens que odiassem o ganho desonesto.

O que se destaca nessas qualificações é que são homens dignos de confiança, que possam ser seguidos. O líder que queira fazer tudo sozinho ou que se ocupe com coisas supérfluas estará incorrendo no erro de não delegar tarefas tornando deficiente sua liderança.

EXEMPLOS DE LIDERANÇA NO NOVO TESTAMENTO

Os sete varões escolhidos para servirem na igreja primitiva, (At 6.3):

- Boa reputação: “Boa reputação” refere-se a homens sobre quem se podia testificar favoravelmente, cujas vidas eram observadas pelos demais.

- Cheios do Espírito Santo: “Cheios do Espírito Santo, de sabedoria e de fé”. Isso não significa que eram perfeitos, mas sim que eles manifestavam essas qualidades como hábitos de vida.

CONSELHO DE PAULO SOBRE LIDERANÇA

Paulo reconhecia a importância do exemplo dado por um líder. “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco” (Fp 4.9).

- Paulo, quando falou aos bispos da igreja de Éfeso (At 20.17) lembrou-lhes o seu contínuo exemplo de liderança. Ele queria que eles seguissem seus passos, e que agissem e vivessem conforme ele sempre fizera entre eles. Esse é o segredo de uma boa liderança – inspirar os outros a seguirem o nosso exemplo.

- Paulo a Timóteo: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem a outros” (2 Tm 2.2). Paulo usou o mesmo método de Jesus (Mc 3.14), “E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar”. Cristo deu a seus discípulos um exemplo para seguirem.

COMUNICAÇÃO: A segunda questão é a Comunicação.

AS PESSOAS PRECISAM ENTENDER O QUE VOCÊ ESTÁ DIZENDO

Deus é o Primeiro Grande Comunicador:

- Deus sempre disse a verdade, Ele nunca mentiu.

- Deus falava com autoridade por causa de quem Ele é.

- Deus lançou mão de vários métodos para comunicar-se com os homens.

- Deus disse aos homens, de forma detalhada o seu desejo.

- Deus revelou aos homens quais resultados devem ser esperados.

- Deus falou com amor e compaixão.

- Deus disse aos homens porque Ele quer que façam o que Ele ordenou. Isso tem por alvo o bem humano e a glória dele. Sendo Deus o maior comunicador, seria sábio então da parte dos líderes espirituais se analisassem a maneira como Deus se comunica com o homem.

OS PRINCÍPIOS DE COMUNICAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E O GRUPO, SÃO:

- Estabelecer a importância de cada membro, no grupo com o qual você deseja comunicar-se.

- Não refletir atitude de superioridade sobre o grupo. Identificar-se com o grupo, no assentar-se, no falar, no vestir e na maneira que o saúda.

- Manter contato ocular com cada membro do grupo sempre que possível.

- Usar pronomes plurais “nós” e “nosso” em lugar de “eu” e “meu”

- Fazer perguntas aos membros do grupo, indicando que você precisa de sua ajuda

- Dar aos membros do grupo a liberdade de exprimirem idéias e opiniões diferentes.

- Aprender a admitir seus erros na presença dos seus liderados pedindo desculpas sinceras.

- Nunca culpar as pessoas pelo fracasso dos teus projetos. Aceite a própria culpa, pois afinal, você é líder

Habilidade: A terceira questão é a habilidade.


DONS DE LIDERANÇA OU MINISTERIAIS

DOM DE PRESIDIR

DOM DE ADMINISTRAÇÃO

MOTIVAÇÃO E AUTORIDADE

Jesus ao retornar ao céu, deu dons aos homens (Ef 4.7), capacitando-os para a liderança cristã. Os princípios de re-gerenciamento e as técnicas de liderança não são suficientes para desempenhar a atividade cristã, espiritual no ministério. É necessário que haja capacitação espiritual, dons de Cristo, dons ministeriais

DONS DE LIDERANÇA OU MINISTERIAIS (EF 4.12)

- O texto em apreço diz: “que esses visam o “aperfeiçoamento dos santos”, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.

- Aperfeiçoamento, “katartiso”, quer dizer, completar o caráter de alguém, sarar, tornar a juntar, equipar. Esse termo envolve preparar, treinar, equipar. A palavra é um termo técnico para “consertar um osso quebrado”; também se refere ao ato dinâmico pelo qual pessoas ou coisas são condicionadas adequadamente.

- Como resultado do exercício dos dons ministeriais, os crentes são “equipados” ou preparados para administrar os seus dons conforme a palavra de Deus, (1 Pd 4.10,11).

O DOM DE PRESIDIR OU DA PRESIDÊNCIA

- O dom de presidir ou da presidência, que lemos em Rm 12.8 também é um Dom de liderança. “O que preside, com diligência”. O termo “preside” no original deriva de duas palavras: “ficar de pé” e “perante”. Estar no primeiro lugar, presidir. Ficar de pé diante das pessoas é a ideia chave desse Dom da presidência. Refere-se a uma pessoa que motiva outras e vê a liderança cristã primariamente no que diz respeito a pessoas e não a tarefas. (No grego: proistamenos e proistemi).

NOVO TESTAMENTO

- No Novo Testamento “presidir” refere-se ao pai de família (1 Tm 3.4,5, 12). Uma ideia inerente à palavra é a de protetor. Daí veio os sentidos de assistir, ajudar e socorrer outras pessoas.

- Esse texto refere-se à maneira como um homem cria seus filhos. Ele os guia mantendo-os sob controle com toda a dignidade;

- O pai leva em conta a necessidade de disciplina, ensino e motivação apropriadas para seus filhos.

UM SENSO DE URGÊNCIA

- Paulo vinculou o aspecto da liderança cristã com a qualidade da diligência ou cuidado (Rm 12.8). As palavras com “diligência” ou “cuidado” mostram a necessidade de “pressa” ou “urgência”. A pessoa que é dotada com esse Dom é conhecida pela prontidão com que responde às necessidades existentes.

- Cuidando das pessoas (1 Tm 3.5): O texto liga a palavra que dá a ideia de liderança ao verbo cuidar. Os líderes cristãos cuidam das pessoas.

OBS : O EXEMPLO DA PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

- Desejando ajudar as pessoas: Na carta de Paulo a Tito, o apóstolo utiliza a expressão “Boas obras” (2.7,14; 3.1,8 14) começando por Tito, que devia aplicar-se às boas obras, envolvendo-se nessa atividade para ser o exemplo. Tal como Jesus ensinou, aquele que é o primeiro entre vós seja esse que vos sirva.

- Tem a capacidade de motivar outras pessoas: Com normalidade esse líder é motivador de outras pessoas. Ele atua partindo do desejo de ajudar outras pessoas a crescerem e desenvolverem-se. Sua liderança tem por alvo satisfazer as necessidades. Quando esta surge, ele reage prontamente; aprecia estabelecer metas para outras pessoas para que elas comecem a trabalhar no evangelho. Organiza primariamente por meio de pessoas; seu tempo como líder é utilizado na maior parte para instruir as pessoas, ajudando-as a ver os seus problemas e como poderiam ser mais eficientes.

- Obs : Proistemi Gr. = Presido sobre, governo; sou cuidadoso ou atencioso a, aplico-me a; (etimologicamente: tomo posição em frente, assumo a direção, liderança, governo).

DOM DE ADMINISTRAÇÃO (1 CO 12.28)

- O termo grego traduzido para governo é “kubernesis”, literalmente significa administração. Kubernesis = governo, direção, por um piloto, administração pastoral.

- O sentido dessa palavra é pilotar. Refere-se àquele que dirige um navio por meio do molinete. A palavra “guiar” era usada com freqüência nos tempos antigos para descrever o trabalho de um piloto de navio.

- A figura de um piloto responsável pela nave com tudo o que transporta (coisas ou pessoas), ilustra a atividade de um líder cristão na obra de Deus.

- Ele estabelece o curso a ser seguido. Embora o piloto do navio não fosse o seu proprietário, ele era o responsável para dar o curso da embarcação. O piloto não só tinha que dar o curso da nave, mas também mantê-la no curso. Ele impede que a nau desvie da rota, evitando vários perigos ao longo do caminho. A pessoa dotada desse Dom toma decisões que afetam a direção em que seguirá o “navio” (igreja).

- Todas as decisões em relação à igreja deverão ser tomadas com base na palavra de Deus. Somente através da palavra de Deus será possível manter a igreja no curso que a levará ao porto seguro, o céu.

- A ele cabe tomar as decisões. A capacidade de tomar decisões é uma função importante na vida de quem administra. Algumas vezes isso envolve ajustar métodos, práticas, equipe e questões econômicas a fim de que se possa prosseguir. Acima de tudo, está sob a responsabilidade daqueles que são dotados com esse Dom, manter o curso do alvo máximo da vida do cristão (igreja) que é a maturidade cristã. (Cl 1.28; Ef 4.12).

Motivação

A motivação é um tópico altamente importante na liderança cristã. A visão que as pessoas têm do sucesso e do fracasso geralmente está ligada à questão da motivação. As pessoas, com normalidade, questionam as decisões dos seus líderes por haverem sido mal impressionadas pelos motivos errados de outros líderes. Há algumas áreas nas quais um líder deve ser cauteloso quanto aos seus motivos :

CUIDADO COM O ORGULHO (PV 6.17) “OLHOS ALTIVOS” 

Uma pessoa motivada pelo orgulho inclina-se mais a enfatizar a sua autoridade do que o serviço que pode prestar a seus semelhantes. O melhor líder é aquele que é dotado do coração de um servo. Ele não exibe parcialidade, mas aprende a ser “escravo de todos”.

- Jesus ilustrou esse problema em Mt 23.6-12 quando falou dos escribas e fariseus. Eles viviam em busca de “honrarias” e dos “primeiros lugares”; desconheciam o que significava ser um servo.

- Há alguns motivos básicos que explicam porque um líder se deixa levar pelo desejo de ter posição.


O DESEJO DE SER UMA AUTORIDADE MÁXIMA

- É difícil para as pessoas motivadas pelo desejo de posição, assumir a posição de servo dos demais (Mc 10.42-45);

O DESEJO DE DOMINAR

- Esse sentimento é oriundo do orgulho e não da humildade. Deseja dominar as pessoas não levando em conta a importância de cada indivíduo. Recusa-se a aceitar diferenças de opinião.

O DESEJO DE SER ADMIRADO

Um líder motivado pelo desejo de posição sente que os “melhores assentos” e o “melhor serviço” cabem àqueles investidos em altas posições. O desejo que um homem tem de que outros o respeitem é um reflexo de sua autoestima. Uma pessoa necessita ter auto-estima, mas não se deixar levar pelo sentimento de grandeza. O respeito do qual um homem (líder) é digno deve resultar de um estilo de vida piedoso e de um caráter que corresponda a isso, e não das elevadas posições na vida.

Autoridade

As pessoas precisam corresponder à sua liderança.

Forma de superioridade constituída por uma investidura, direito de se fazer obedecer, domínio, influência, prestígio.

A resistência à autoridade é um fator que provoca dificuldade ao bom andamento do trabalho de Deus. Os líderes que sofrem resistência por parte dos seus liderados, com normalidade dizem que as pessoas são rebeldes, ou que não são de Deus, etc., mas é sempre assim? Será que não há outros motivos?

Por que as pessoas resistem à autoridade? Algumas vezes a razão pela qual as pessoas mostram resistência à autoridade acha-se na vida do próprio líder. Em outras ocasiões não importa quem seja o líder, pois as pessoas trazem embutidas, em si mesmos, o problema da resistência à autoridade.

PROBLEMAS SOCIAIS QUE CAUSAM RESISTÊNCIA À AUTORIDADE

Em nossos dias, mais do que nunca, as pessoas estão questionando a autoridade (e as autoridades). Já se diz que estamos enfrentando uma “crise de autoridade”. Na mentalidade moderna há pouco respeito pela autoridade, e os direitos do indivíduo são exaltados com exclusão daquela autoridade que torna possíveis esses direitos.

CRIANÇAS INDISCIPLINADAS

Quando não há um padrão coerente de disciplina por parte dos pais acerca de seus filhos, desenvolve-se nestes um espírito de rebeldia. Pv 13.24; 19.18; 22.15; 29.15,17.

A SOCIEDADE NÃO TEM ENSINADO PRINCÍPIOS MORAIS ABSOLUTOS

Um padrão relativo de moralidade empurra o indivíduo na direção de uma filosofia humanista, na qual o “eu” é a autoridade bem como aquele que determina o que é moralmente certo ou errado (tudo é relativo). Se você se sente bem, siga adiante; Se todos concordam com uma idéia, ela deve ser boa.

AS PESSOAS NÃO QUEREM QUE NINGUÉM LHES DIGA O QUE FAZER; AS PESSOAS REAGEM

“Quem disse isso”? “Quem ele pensa que é”? “O que o faz pensar que é a autoridade aqui”?

Estas expressões são manifestações de oposição à autoridade, proveniente da natureza caída do ser humano, tal como diz a Bíblia. (Sl 51.5; Ef 2.1-3; 2 Tm 3.1-5; 2 Pd 2.9,10).

OS LÍDERES QUE NÃO DÃO BOM EXEMPLO

Os escândalos, na vida das pessoas que ocupam posições de autoridade, têm tendência de debilitar a disposição das pessoas quanto a obedecerem à autoridade. Se a vida de um líder não estiver confirmando o que ele diz, dificilmente as pessoas confiarão ou respeitarão sua autoridade (Pr 29.2).

- Quando Pedro falou dos falsos mestres (2 Pd 2.9,10) ele disse que estes: “Desprezam as dominações, blasfemam das dignidades”; o mesmo disse Judas no verso 8;

- A igreja tem dificuldades para crescer quando se manifestam em posição de autoridade, pessoas que não são cheias do Espírito Santo.

EXISTEM OUTROS PROBLEMAS PRÁTICOS QUE PODEM PRODUZIR RESISTÊNCIA À AUTORIDADE

- Não descrever as atividades: quando as linhas de responsabilidades não são claramente traçadas, as pessoas não sabem o que fazer, sentem-se frustradas e tornam-se combativas. A distribuição de trabalho começa no topo; o líder tem que saber o que fazer e aí se segue para os demais;

- Falta de acompanhamento por parte da liderança: os líderes precisam acompanhar de perto as questões que afetam a sua gente;

- Falta de comunicação: os líderes precisam compartilhar com seus liderados as razões pelas quais está agindo de tal maneira. Quando as pessoas que trabalham conosco são as últimas a tomar conhecimento das nossas decisões, elas sentem-se desvalorizadas por parte da liderança;

- Parcialidade no relacionamento: basta mostrar-se mais simpático com alguns, mais do que com outros e surgirá alguma resistência à autoridade;

- Exigir trabalho sob ordens: não esqueça que a melhor maneira de mandar é fazendo solicitações. Um líder que trabalhe, sem autoritarismo, está edificando para o futuro.

A BASE DA AUTORIDADE

O alicerce de toda autoridade é Deus. Sem Deus não há fundamento moral para a autoridade. Sem Deus é impossível estabelecer o que é moralmente certo. Sem Deus tudo é relativo. Sem Deus não existem valores absolutos.

DEUS, FONTE DE TODA AUTORIDADE

Antes que qualquer coisa viesse à existência, Deus já estava lá. Aquele que nos criou tem o direito de nos dizer o que devemos fazer. Toda autoridade que há no mundo haverá de prestar contas de sua atuação ao próprio Deus.

A Bíblia diz que Deus é Rei sobre todas as coisas e o seu reino inclui tudo e todos. (Dn 4.3,34; 6.26; 7.14).

Davi disse que Deus é o que governa sobre todos (1 Cr 29.11,12).

DEUS DETERMINOU NÍVEIS DE AUTORIDADE

Deus, o Pai, deu autoridade especial a seu Filho Jesus (Jo 17.2). A autoridade de Jesus afeta muitas áreas de nossa vida.

- No casamento, Cristo é o cabeça do marido, e o marido o cabeça da mulher;

- Na igreja, Cristo é o cabeça da igreja;

- Aos senhores (patrões) é relembrado que o Senhor dele e o vosso está no céu (Ef 6.9).

A AUTORIDADE DE DEUS ESTÁ REVELADA NAS ESCRITURAS NAS SEGUINTES DECLARAÇÕES :

- “Assim diz o Senhor”;

- “E veio a mim a palavra do Senhor”.

Assim sendo, a Bíblia é o supremo manual em termos de autoridade.

SUBMETENDO-SE À AUTORIDADE

Deus estabeleceu a autoridade no casamento, na família, no governo, no mundo dos negócios e na sua igreja. O cristão é exortado a submeter-se às autoridades que Deus estabeleceu. É inquestionável que o grau de autoridade na vida de uma pessoa é diretamente proporcional à sua submissão às autoridades que Deus determinou sobre sua vida. Se você não é capaz de submeter-se pessoalmente, não espere que outros se submetam à sua autoridade. Deus prometeu exaltar aqueles que aprendem a submissão às autoridades (Tg 4.10).


VOCÊ PRECISA SER CAPAZ DE LIDERAR OUTRAS PESSOAS

IDÉIAS EQUIVOCADAS SOBRE A AUTORIDADE

Grande parte do problema de reação contraria a autoridade está nas idéias equivocadas que as pessoas têm a respeito da autoridade.

- Autoridade baseada em sentimentos interiores. Essas figuras “autoritárias” parecem ter nascido com uma autoridade inata. Manifestam-se na maneira de vestir, falar e relacionar-se com as pessoas. Isso não é autoridade, é orgulho e soberba;

- Autoridade por direito de posse: pode-se ter a autoridade que o dinheiro oferece, mas isso nunca fará alguém capaz de liderar, muito menos espiritualmente;

- Autoridade baseada na vontade da maioria: essa crença bastante comum representa a maneira democrática de fazer as coisas. Esse método alicerça-se na popularidade do indivíduo que é mais conhecido e que oferece menos problemas. O fato de a maioria elegê-lo, não lhe confere autoridade espiritual;

- Autoridade baseada sobre ofício ou título: um título ou ofício propicia ao indivíduo um sentimento de importância e autoridade. Mas todos os títulos exaltados que há no mundo não são capazes de dar-lhe a autoridade que Deus descreve em sua palavra.

A VERDADEIRA BASE DA AUTORIDADE ESPIRITUAL

A autoridade espiritual fundamenta-se em fatores que o próprio Deus estabelece em sua palavra. A sua capacidade de influenciar outras pessoas depende desses fatores. Depende daquilo que você realmente é. Sua reputação consiste naquilo que as pessoas pensam que você é; e seu caráter consiste naquilo que Deus sabe que você é.

- Submissão ao próprio Deus (Tg 4.7). O verso 10 diz: “Humilhai-vos...”. A autoridade espiritual em nossa vida é diretamente proporcional à nossa humildade e submissão a Deus.

- Um piedoso estilo de vida (Hb 13.7). “...imitai a fé, atentando para sua maneira de viver”. A reação favorável dos seguidores está alicerçada na conduta dos líderes. O exemplo de Paulo: 1 Ts 1.5; 2.3-6

- Amor para com as pessoas (1 Ts 2.3-12). Paulo aludiu à sua autoridade e influência entre aqueles crentes. E, ao mesmo tempo contrastou o seu estilo de vida, com os motivos errôneos de alguns de Tessalônica.

- v. 3, não usamos de engano;

- v. 4, não falamos para agradar aos homens;

- v. 5, não usamos de bajulação e nem buscamos benefício pessoal (material);

- v. 6, não atraímos os homens para nós nem buscamos o louvor;

- v. 7, fomos brandos como a ama que cria seus filhos;

- v. 8, queríamos vos comunicar o evangelho e as nossas vidas;

- v. 9, trabalhamos e não fomos pesados a vós;

- v. 10, vocês e Deus sabem como nos houvemos entre vós. Santa, justa e irrepreensivelmente;

- v. 11, como pai ao filho. Exortávamos e consolávamos a cada um;

- v. 12, para que vocês andem dignamente para com Deus.

UM CORAÇÃO DE SERVO (Mc 10.42-45)

Nosso desejo de servir ao próximo é um ponto chave para nossa autoridade. A interpretação errada da autoridade ou a falta de autoridade na vida dos líderes espirituais provoca o atrofiamento ao crescimento da igreja, pela reação negativa por parte dos membros à autoridade.

ESTRATÉGIAS

VOCÊ PRECISA SABER PARA ONDE ESTÁ INDO

O dicionário define estratégia como: a arte de dirigir um conjunto de disposições. Os líderes precisam ter uma estratégia. Precisam saber como realizar as coisas. Uma boa estratégia compõe-se de:

- Objetivos: São os propósitos básicos da organização;

- Alvos: São as maneiras específicas através das quais os propósitos poderão ser avaliados e cumpridos;

- Prioridades: São os fatores que determinam quando e por que as coisas se realizam.

- Planejamento: É processo usado para atingir os alvos;

- Diretrizes: É a moral e o conteúdo ético dentro dos quais se buscará atingir os alvos.

POR QUE PRECISAMOS DE UMA ESTRATÉGIA?

Muitos líderes estão trabalhando sem uma estratégia. A única coisa que estão fazendo é manter a igreja, dia após dia, tratando das necessidades que surgem. É necessário saber para onde está indo e por que razão está indo. Ao líder cabe estabelecer objetivos e alvos, e manter o rumo dos mesmos.

- A fim de sabermos por que fazemos as coisas: Os que trabalham sob a nossa liderança necessitam saber que a parte que lhes toca, faz parte do todo.

- Para manter o interesse: Quando não há metas, as pessoas perdem o estímulo.

- Para saber o que fazer: Quando não há uma estratégia, as pessoas não sabem o que fazer.

- A fim de saber como fazer: Toda a estratégia inclui planejamento. O planejamento envolve o “como” de uma organização. Como poderemos chegar aos alvos desejados.

- A fim de avaliar o nosso trabalho: O grande problema é que não queremos ser avaliados por nenhuma medida. É óbvio que em uma avaliação, vão aparecer nossas falhas e fraquezas na administração. Um grande mal na avaliação é quando comparamos o nosso trabalho com o de outrem. Não temos que nos avaliar por outrem. Estabelecemos nossa meta e não nos afastar dela, isto é o que interessa.

- Uma estratégia de trabalho levada a efeito, confirma e estabelece nossa liderança, que será reconhecida e acatada pelo trabalho realizado.

- Uma estratégia ajudá-lo-á a atravessar períodos de crise. Quando existe um alvo, você tem estímulo para superar os percalços que surgem no caminho. Quando não há uma estratégia, há uma tendência natural de ir ziguezagueando, quando não, andando em círculo, por não se saber para onde ir.

QUAIS OBJETIVOS DEVERÁ TER UM LÍDER ESPIRITUAL?

Cada líder tem uma forma diferente de traçar a sua estratégia. Seja como for, objetivos não podem falhar. Objetivos são os propósitos básicos que se devem fixar em uma organização. Exemplo: Evangelismo, edificação e expansão. (Cada objetivo deve ser definido - o que é evangelismo?).

COMO FIXAR ALVOS ESPECÍFICOS PARA O SEU MINISTÉRIO

Os alvos são as maneiras específicas pelas quais os propósitos de sua organização serão medidos (avaliados) e realizados.

- Fixe alvos a longo e a curto prazo. Os alvos a curto prazo te ajudarão a manter o rumo em direção a longo prazo.

- Fixe alvos realistas. É melhor cumprir os nossos alvos, do que ficarmos impressionados com a sua magnitude, sem nunca podermos cumpri-los.

- Ligue os alvos aos objetivos. Todo alvo deve estar ligado diretamente a um dos objetivos básicos daquilo que se organiza. Uma organização poderá não suportar alvos extras. Quando um objetivo não for o propósito do alvo, então esse alvo acabará prejudicando a organização.

- Comunique os alvos com antecedência, dando tempo suficiente para que as pessoas envolvidas possam se preparar para aquilo que se espera delas.

COMO DETERMINAR PRIORIDADES?

Em qualquer estratégia os líderes precisam determinar prioridades. As prioridades são os fatores que determinam quando e por qual razão as coisas serão feitas. Às vezes um líder determina muitos alvos ao mesmo tempo. Essa é outra razão que mostra que devemos determinar prioridades.

Há alguns líderes que têm o trabalho como um vício. Eles estabelecem tantos alvos para si e para os seus auxiliares, que alguns sucumbem, não aguentando o ritmo de atividade.

PRIORIDADE E O TEMPO

É necessário marcar o tempo de concretizar uma prioridade. As prioridades determinam quando se deve fazer alguma coisa, ou por quanto tempo poderíamos adiar a realização de alguma coisa, por não ser ela prioridade máxima.

PRIORIDADE E DEDICAÇÃO

O que você acredita ser importante origina-se daquilo a que você resolveu dedicar-se. Um líder espiritual dedica-se prioritariamente ao Senhor, mas também à sua família e a outros membros do corpo de Cristo. Nisso devemos planejar o tempo da nossa dedicação para cada uma dessas prioridades.

PLANEJAMENTO - PONTOS ESSENCIAIS

O planejamento é o processo por meio do qual buscamos maneiras (meios) de atingir os nossos alvos.

O planejamento precisa tanto de tempo quanto de previsão. Devemos nos antecipar, pensar à frente dos acontecimentos. O planejamento envolve: pessoal, recursos, obstáculos e avaliação

PESSOAL

Descrever quem estará envolvido quem será responsável e quem fará o trabalho real e vital no planejamento. O elemento chave aqui é a comunicação. O líder começa tudo isto em sua mente, considerando quais pessoas formará a cadeia de comando no seu plano.

RECURSOS

O mais importante recurso de que dispomos é o Espírito Santo ministrando através da vida das pessoas. Materiais podem ser substituídos, mas não podemos fazer isso com as pessoas. Deus trabalha através das pessoas. Além das pessoas, devem-se observar os custos que envolvem o planejamento.

OBSTÁCULOS

Não considerar os obstáculos em um planejamento é candidatar-se a ser surpreendido pelos empecilhos. Um bom planejamento se antecipa aos problemas. Você não pode desistir diante de um obstáculo, mas deve considerar outras alternativas:

- A porta está fechada;

- Esquecemos de algo que está sendo trazido à nossa memória;

- Nossa fé está sendo provada;

- Devemos aumentar nossa dedicação;

- Há outra maneira de fazer a mesma coisa;

- Estamos sendo relembrados das nossas limitações.

AVALIAÇÃO

Nenhum planejamento pode ser eficaz se não for levada a sério, a questão da avaliação.

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