ANGEOLOGIA - ANJOS MAUS
PRINCIPADOS, POTESTADES, TRONOS E
DOMÍNIOS
A
Bíblia menciona certas classes de anjos que ocupam lugares de autoridades no
mundo angélico, como principados e potestades (Efésios 3:10;Colossenses 2:10),
tronos (Colossenses 1:16), domínios (Efésios 1:21;Colossenses 1:16 ) e poderes
(Efésios 1:21, I Pedro 3:22).
Estes
nomes não indicam espécies de anjos, mas diferenças de classe ou de dignidade
entre eles. Embora em Efésios 1:21 a referência parece incluir tanto anjos bons
quanto os maus, nas outras passagens essa terminologia se refere
definitivamente apenas aos anjos maus Romanos 8:38;Efésios 6:12;Colossenses
2:15). Veja mais abaixo.
ANJOS
MAUS
1.
ANJOS DECAÍDOS
Os
anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre
escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu
(II Pedro 2:4;Judas 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o
orgulho.
O
pecado, no qual eles e seu chefe caíram, foi o orgulho.
Alguns
têm pensado que a ocasião da rebelião dos anjos foi a revelação da futura
encarnação do Filho de Deus e da obrigação de eles o adorarem.
Segundo
as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno (II Pedro 2:4) e no
mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam. (João 12:31; 14:30; II Coríntios
4:4; Apocalipse 12:4,7-9).
Enganando
os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre eles (II Coríntios
4:3,4;Efésios 2:2; 6:11,12); este poder está aniquilado para aqueles que são
fieis a Cristo, pela redenção que ele consumou (Apocalipse 5:9; 7:13,14).
Os
anjos não são contemplados no plano da redenção (1 Ped. 1:12), mas o inferno
foi preparado para o eterno castigo dos anjos maus (Mat. 25:41).
Os
anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são
opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos
contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.
O
texto de Efésios 6:12 traz uma noção de como são organizados os anjos caídos
ANJOS
MAUS PRINCIPADOS
No
grego “archás” essa palavra é usada para descrever uma série de “líderes, reis,
majestades ou governadores”. Isso mostra que o reino satânico está bem
organizado. Satanás é o chefe e sob seu domínio está uma fila de espíritos de
altas posições.
Algumas
passagens do antigo testamento nos dão base para supormos que esses príncipes
são colocados sobre regiões específicas, com o único objetivo de fazer o mal
(Daniel 10:13; Ezequiel 28:2).
Isso
talvez explique por que determinadas regiões apresentem sistematicamente o
mesmo tipo de problema no decorrer de sua história: corrupção, violência,
divórcio, prostituição, homossexualismo, suicídio, desemprego, seca, etc. esse
pode ter sido o motivo por que os demônios que saíram do gadareno pediram para
não serem mandados para fora do país (Marcos 5:9, 10).
ANJOS
MAUS POTESTADES
No
grego “exousías” é a palavra traduzida por “autoridades”. Os espíritos imundos
estão investidos de autoridade para realizar seu propósito maligno. Essa
autoridade vem do seu chefe (o diabo), obviamente por permissão de Deus, e foi
dada por causa do pecado.
Dentro
do propósito eterno de Deus, está previsto que até que a criação seja redimida
completamente, o que se dará após o arrebatamento da Igreja, satanás tem
autoridade para agir (I João 5:19; Apocalipse 12:12). No entanto o crente tem
autoridade maior, inclusive sobre os espíritos imundos (Lucas 10:17-19), porque
na vida do crente tem o Espírito Santo e ao redor os anjos de Deus.
ANJOS
MAUS DOMINADORES DESTE MUNDO
No
grego “kosmokrátoras” que também é traduzido por “príncipes deste século” ou
“deuses deste século” (II Coríntios 4:4). Quando Adão caiu por seu próprio
pecado, satanás ganhou domínio sobre o mundo. Em Mateus 4:9 ele oferece a Jesus
a glória deste mundo se recebesse adoração.
Não
vemos Jesus respondendo que ele não poderia oferecer isso, que não era dele,
mas resistindo à sua proposta pela palavra de Deus dizendo que preferia
oferecer culto a Deus.
ANJOS
MAUS FORÇAS ESPIRITUAIS DO MAL
No
grego “dunamys” que pode ser traduzido como “poderes”. Esse texto mostra que os
poderes das trevas estão unidos num só propósito: o mal.
Jesus
já havia alertado em João 10:10 que “o ladrão vem somente para roubar, matar e
destruir”. Ainda que satanás se disfarce em anjo de luz e atraia muitas
pessoas, seu propósito é sempre maligno.
A
QUEDA DOS ANJOS MAUS
O
FATO DA SUA QUEDA
Os
anjos foram criados em estado de perfeição. No capitulo 1º de Gênesis, lemos
sete vezes que o que Deus havia feito era bom. No último versículo deste
capitulo lemos "Viu Deus tudo o quanto fizera, e eis que era muito
bom".
Isso
certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando originalmente
criados.
Algumas
pessoas acham que Ezequiel 28:15 se refere a Satanás.
Uma
prova que ele é definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito. Mas
diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Salmos 78:49; Mateus
25:41; Apocalipse 9:11; Apocalipse 12:7-9). Isto se deve ao fato de terem
deixado seu próprio principado e habitação apropriada (Judas 6) e pecado (II
Pedro 2:4).
Não
há dúvida que Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is 14:12 e Ez 28:15-17
parece lamentar a sua queda.
A
ÉPOCA DE SUA QUEDA
Nas
Escrituras não há referência de quando ocorreu a queda dos anjos, mas deixa
claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na
forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gênesis 3).
A
CAUSA DE SUA QUEDA
De
acordo com as Escrituras o universo e a criatura eram originalmente perfeitos.
A criatura tinha originalmente a capacidade de pecar ou não. Ela foi colocada
na posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser obrigada a optar
por uma delas. Em outras palavras, sua vontade era autônoma.
Portanto,
conclui-se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada e auto
determinada contra Deus.
Grande
prosperidade e beleza parecem ser apontadas como possíveis causas. Em Ezequiel
28:11- 19, o rei de Tiro parece simbolizar Satanás e diz-se que ele caiu devido
a essas coisas.
Ambição
desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa.
O
rei da Babilônia é acusada de ter essa ambição, ele também parece simbolizar
Satanás (Isaías 14.13-14).
Em
qualquer um dos casos o egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e o
desejo de ter tudo o que os outros tinham, foi a causa da queda de Satanás e de
outros anjos que o seguirmos.
O
RESULTADO DE SUA QUEDA
Todos
eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e
conduta (Mateus 10:1; Efésios 6:11-12; Apocalipse 12:9); Alguns deles foram
lançados no inferno e estão acorrentados até o dia do julgamento (II Pedro
2:4).
Alguns
deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição à obra dos anjos
bons (Apocalipse 12:7-9; Daniel 10:12,13,20,21; Judas 9); Pode também ter
havido um efeitos sobre a criação original. A terra foi amaldiçoada ao pecado
de Adão (Gênesis 3:17-19) e a criação está gemendo por causa da queda Romanos
8:19-22).
Não
é improvável, portanto, que o pecado dos anjos tenha tido algo a ver com a
ruína da criação original no capítulo 1º de Gênesis.
Eles
serão, no futuro, atirados para a terra (Apocalipse 12:8-9), e após seu
julgamento (I Coríntios 6:3), no lago de fogo e enxofre (Mateus 25:41; II Pedro
2:4; Judas 6).
ATIVIDADES
DOS ANJOS MAUS
A
NATUREZA DAS ATIVIDADES
PERTURBAR
A OBRA DE DEUS (I Tessalonicenses 2:18)
OPOR-SE
AO EVANGELHO (Mateus 13:19; II Coríntios 4:4)
DOMINAR,
CEGAR, ENGANAR E LAÇAR OS ÍMPIOS (Lucas
22:3; II Coríntios 4:4; Apocalipse 20:7,8; I Timóteo 3:7)
AFLIGIR
E TENTAR OS SANTOS DE DEUS (I
Tessalonicenses 3:5)
O
MOTIVO DE SUAS ATIVIDADES
Ele
odeia até a natureza humana com a qual se revestiu o Filho de Deus. Intenta
destruir a igreja porque ele sabe que uma vez perdendo o sal da terra o seu
sabor, o homem torna-se vítima em suas mãos inescrupulosas.
SUAS
ATIVIDADES SÃO RESTRITAS
Ao
mesmo tempo em que reconhecemos que Satanás é forte, devemos ter cuidado de não
exagerar o seu poder. Para aqueles que creem em Cristo, ele já é um inimigo
derrotado (João 12:31), e é forte somente para aqueles que cedem à tentação.
Apesar
de rugir furiosamente ele é covarde (Tiago 4:7). Não pode tentar (Mateus 4:1),
afligir (I Tessalonicenses 3:5), matar (Jó 2:6), nem tocar no crente sem a
permissão de Deus.
ANGEOLOGIA - (ANJOS MAUS – CONTINUAÇÃO)
OS
DEMÔNIOS
As
Escrituras não descrevem a origem dos demônios; essa questão parece ser parte
do mistério que rodeia a origem do mal. Porém as Escrituras dão claro
testemunho da sua existência real e de sua operação. (Mat. 12:26, 27)
Nos
Evangelhos aparecem como os espíritos maus desprovidos de corpos, que entram
nas pessoas, das quais se diz que têm demônio. Em alguns casos, mais de um
demônio faz sua morada na mesma vitima. (Mar. 16:9. Luc. 8:2) Os efeitos desta
possessão se evidenciam por loucura, epilepsia e outras enfermidades,
associadas principalmente com o sistema mental e nervoso. (Mat. 9:33; 12:22;
Mat. 5:4, 5)
O
indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o espírito
mau fala por seus lábios ou o emudece à sua vontade; leva-o aonde quer e
geralmente o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma força
sobrenatural.
Qual
o motivo que influi nos demônios a fim de apoderarem-se do corpo dos homens? O
Dr. Nevius responde: A Bíblia ensina claramente que todas as relações de
Satanás com a raça humana têm por objetivo enganar e arruinar, afastando a
nossa mente de Deus e induzindo-nos a infringir suas leis, e trazer sobre nos o
seu desagrado.
Esses
objetivos são conseguidos por meio da possessão de demônios. Produzem-se
efeitos sobre-humanos que ao ignorante e desconhecedor parecem divinos. Ele
exige e consegue a adoração e a obediência implícitas pela imposição de
sofrimentos físicos e por falsas promessas e temíveis ameaças. Desse modo, os
ritos e as superstições idólatras, entrelaçadas com os costumes sociais e
políticos, têm usurpado em quase todas as nações da história o lugar da
adoração única a Deus. (Vide 1 Cor. 10:20,21; Apoc. 9:20; Deut. 32:16; Isa.
65:3)
Quanto
aos próprios demônios, parece que eles têm motivos pessoais e próprios.
A
possessão dos corpos humanos parece proporcionar-lhes um lugar muito desejado
de descanso e prazer físico.
Nosso
Salvador fala dos espíritos maus andando por lugares áridos buscando
especialmente descanso nos corpos das vitimas. Quando privados de um lugar de
descanso nos corpos humanos, são representados como buscando-o no corpo dos
animais inferiores. (Mat. 12: 3-5)
Martinho
Lutero disse: "O diabo é o contrafator de Deus." Em outras palavras,
o inimigo sempre está contrafazendo as obras de Deus. E certamente a possessão
de demônios é uma grotesca e diabólica contratação da mais sublime das
experiências — a habitação do Espírito Santo no homem. Note alguns paralelos:
1)
A possessão de demônios significa a introdução de uma nova personalidade no ser
da vitima, tomando-a, em certo sentido, uma nova criatura. Note como o gadareno
endemoninhado (Mat. 8:29) falava e se portava como que controlado por outra
personalidade. Aquele que é controlado por Deus tem uma personalidade divina
habitando nele. (João 14:23)
2)
As elocuções inspiradas pelo demônio são imitações satânicas daquelas
inspiradas pelo Espírito Santo.
3)
Já se observaram casos em que a pessoa que se rende conscientemente ao poder do
demônio, muitas vezes recebe um dom estranho, de forma que pode ler a sorte,
ser médium, etc.
O
Dr. Nevius escreve: "Nesse estado, o endemoninhado desenvolve certas
habilidades psíquicas e se dispõe a ser usado. Ele é o escravo voluntário,
treinado e acostumado com o demônio." é uma imitação satânica dos dons do
Espírito Santo!
4)
Freqüentemente os endemoninhados manifestam uma força extraordinária e
sobre-humana — uma imitação satânica do poder do Espírito Santo.
O
Senhor Jesus veio ao mundo para resgatar o povo do poder dos espíritos maus e
pô-lo sob o controle do Espírito de Deus.
Ainda
que alguns falem em "diabos", como se houvesse muitos de sua espécie,
tal expressão é incorreta. Há muitos "demônios", mas existe um único
"diabo".
Diabo
é a transliteração do vocábulo grego "diabolos", nome que significa
"acusador" e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás.
"Demônio"
é a transliteração de "daimon" ou "daimonion". O Lúcifer.
A
NATUREZA DOS DEMÔNIOS
São
seres inteligentes (Mateus 8:29,31; I Timóteo 4:1-3; I João 4:1 e Tiago 2:19)
Possuem
características de ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade
(Marcos 1:24; Marcos 5:6,7; Marcos 8:16; Lucas 8:18-31)
São
seres espirituais (Lucas 9:38,39,42; Hebreus 1:13,14; Hebreus 2:16; Mateus
8:16; Lucas 10:17,20)
São
reputados idênticos aos espíritos imundos, no Novo Testamento
São
seres numerosos (Marcos 5:9) de tal modo que tornam Satanás praticamente ubíquo
por meio desses seus representantes
São
seres vis e perversos - baixos em conduta (Lucas 9:39; Marcos 1:27; I Timóteo
4:1; Mateus 4:3)
São
servis e obsequiosos (Mateus 12:24-27).
São
seres de baixa ordem moral, degenerados em sua condição, ignóbeis em suas
ações, e sujeitos a Satanás.
AS
ATIVIDADES DOS DEMÔNIOS
Apossam-se
dos corpos dos seres humanos e dos irracionais (Marcos 5:8, 11-13)
Afligem
aos homens mental e fisicamente (Mateus 12:22; Marcos 5:4,5)
Produzem
impureza moral (Marcos 5:2;Efésios 2:2)
SATANÁS
Alguns
afirmam que não existe tal ser, o diabo; mas depois de observar-se o mal que
existe no mundo, é lógico que se pergunte: "Quem continua a fazer a obra
de Satanás durante a sua ausência, se é que ele não existe?”
Satanás
aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos.
Ele
era originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o
líder dos que se revoltou contra Deus e cairmos.
De
acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lúcifer ("o que leva a
luz"), o mais glorioso dos anjos.
Mas
ele orgulhosamente aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu "na
condenação (Ezequiel 28:12,19; Isaías 14:12-15).
O
nome "Satanás" revela-o como "o adversário", não do homem
em primeiro lugar, mas de Deus.
Ele
investe contra Adão como a coroa da criação de Deus, forja a destruição, razão
pela qual é chamado Apolion (destruidor), Apocalipse 9:11, e ataca Jesus,
quando Este empreende a obra de restauração.
Depois
da entrada do pecado no mundo ele se tornou "diabolos" (acusador),
acusando continuamente o povo de Deus, Apocalipse 12:10.
Ele
é apresentado nas Escrituras como o originador do pecado (Gênesis 3:1,4; João
8:44; II Coríntios 11:3; I João 3:8; Apocalipse 12:9; 20:2,10) e aparece como
reconhecido chefe dos que caíram (Mateus 25:41; 9:34; Efésios 2:2).
Ele
continua sendo o líder das hostes angelicais que, arrastou consigo, em sua
queda, e as emprega numa desesperada resistência a Cristo ao seu reino.
É
também chamado "príncipe deste mundo" (João 12:31; 14:30; 16:11) e
até mesmo "deus deste século" (II Coríntios 4:4). Não significa que
ele detém o controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda
autoridade a Cristo, mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo
mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus (Efésios 2:2).
Ele
é mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente; exerce
influência em grande escala, mas restrita (Mateus 12:29; Apocalipse 20:2), e
está destinado a ser lançado no abismo (Apocalipse 20:10).
1.
Sua origem.
Leia
Isa. 14:12-15; Ezeq. 28:12-19.
A
concepção popular de um diabo com chifres, pés de cabra, e de aparência
horrível teve sua origem na mitologia pagã e não na Bíblia.
De
acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lúcifer (literalmente,
"o que leva luz"), o mais glorioso dos anjos.
Mas
ele, orgulhosamente, aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu na
"condenação do diabo" (1 Tim. 3:6).
Notemos
os antecedentes históricos nos capítulos 14 de Isaías e 28 de Ezequiel.
Muitos
têm perguntado: "Por que os reis da Babilônia e de Tiro são mencionados
primeiramente, antes de relatar-se a queda de Satanás?"
A
resposta é: O profeta descreveu a queda de Satanás tendo em vista um propósito
prático.
Alguns
dos reis de Babilônia e Tiro reivindicaram adoração como seres divinos, o que é
uma blasfêmia (Vide Dan. 3:1-12; Apoc. 13:15; Ezeq. 28:2; Atos 12:20-23), e
faziam de seus súditos o jogo de sua ambição cruel.
Para
poder admoestar os tais, os inspirados profetas de Deus afastaram o véu do
obscuro passado e descreveram a queda do anjo rebelde, que disse: "Eu serei
igual a Deus."
Esta
é a lição prática: Se Deus castigou o blasfemo orgulho desse anjo de tão alta
categoria, como deixar de julgar a qualquer rei que se atreva a usurpar o seu
lugar?
Notemos
como Satanás procurou contagiar nossos primeiros pais com o seu orgulho. (Vide
Gên 3:5; Isa. 14:14).
Notemos
como o frustrado orgulho e ambição ainda o consomem, a ponto de desejar ser
adorado (Mat. 4:9) como "deus deste mundo" (2 Cor. 4:4), uma ambição
que temporariamente será satisfeita quando ele encarnar o anticristo. (Apo.
13:4)
Como
castigo por sua maldade, Satanás foi lançado fora do céu, juntamente com um
grupo de anjos que ele havia alistado em sua rebelião. (Mat. 25:41; Apoc. 12:7;
Efés. 2:2; Mat. 12:24)
Ele
procurou ganhar Eva como sua aliada; porém, Deus frustrou o plano e disse:
"Porei inimizade entre ti e a mulher" (Gên. 3:15).
2.
Seu caráter
As
qualificações do caráter de Satanás são indicadas pelos seguintes títulos e
nomes pelos quais é conhecido:
(a) Satanás literalmente significa "adversário"
e descreve seus intentos maliciosos e persistentes de obstruir os propósitos de
Deus.
Essa
oposição manifestou-se especialmente nas suas tentativas de impedir o plano de
Deus ao procurar destruir a linhagem escolhida, da qual viria o Messias —
atividade predita em Gên. 3:15.
E
desde o princípio ele tem persistido nesta luta.
Caim,
o primeiro filho de Eva, "era do maligno e matou a seu irmão" (1 João
3:12).
Deus
deu a Eva outro filho, Sete, que veio a ser a semente escolhida da qual
procederia o Libertador do mundo.
Mas
o veneno da serpente ainda estava surtindo efeito na raça humana, e, no
transcurso do tempo a linhagem de Sete cedeu às más influências e se
deteriorou. O resultado foi a impiedade universal da qual resultou o Dilúvio.
O
plano de Deus, não obstante, não foi frustrado porque havia pelo menos uma
pessoa justa, Noé, cuja família se tornou origem de uma nova raça.
Dessa
maneira fracassou o propósito de Satanás de destruir a raça humana e impedir o
plano de Deus.
De
Sem, filho de Noé, descendeu Abraão, o progenitor de um povo escolhido, por
meio do qual Deus salvaria o mundo.
Naturalmente
os esforços do inimigo se dirigiam contra esta família em particular.
Certo
escritor traça a astuta oposição de Satanás nos seguintes incidentes:
A
oposição de Ismael a Isaque, a intenção de Esaú de matar Jacó; e a opressão de
Faraó aos israelitas.
Satanás
é descrito como procurando destruir a igreja, de duas maneiras: interiormente,
pela introdução de falsos ensinos (1 Tim. 4:1; vide Mat. 13:38,39), e
exteriormente pela perseguição (Apoc. 2:10).
Foi
o que se verificou com Israel, a igreja de Deus do Antigo Testamento.
A
adoração do bezerro de ouro no princípio de sua vida nacional é um caso típico
que constantemente ocorreu através de toda a sua história; e no livro de Ester
temos o exemplo de um esforço feito para destruir o povo escolhido.
Mas
o povo escolhido de Deus tem sobrevivido tanto à corrupção da idolatria, quanto
à fúria do perseguidor, e isso por causa da graça divina que sempre tem
preservado um restante fiel.
Quando
se cumpriu o tempo, o Redentor veio ao mundo, e o malvado Herodes planejou
matá-lo; porém, mais uma vez Deus prevaleceu e o plano de Satanás fracassou.
No
deserto, Satanás procurou opor-se ao Ungido de Deus e desviá-lo de sua missão
salvadora, porém foi derrotado; e seu Conquistador "andou fazendo o bem, e
curando a todos os oprimidos do diabo".
Este
conflito secular chegará ao seu clímax quando Satanás se encarnar no anticristo
e for destruído na ocasião da vinda de Cristo.
(b) DIABO - Significa literalmente
"caluniador". Satanás é chamado assim porque calunia tanto a Deus
(Gên. 3:2,4,5) como ao homem (Apoc. 12:10; Jo 1:9; Zac. 3:1, 2; Luc. 22:31).
(c) DESTRUIDOR - É o sentido da palavra "Apollyon"
(grego), "Abaddon" (hebraico) (Apoc. 9:11).
Cheio
de ódio contra o Criador e suas obras, o diabo desejava estabelecer-se a si
mesmo como o deus da destruição.
(d) SERPENTE - "Essa antiga serpente, chamada o
diabo" (Apoc. 12:9) nos faz lembrar aquele que, na antiguidade, usou uma
serpente como seu agente para ocasionar a queda do homem.
(e) TENTADOR - (Mat. 4:3.) "Tentar" significa
literalmente provar ou testar, e o termo é usado também com relação aos tratos
de Deus (Gên. 22:1).
Mas,
enquanto Deus põe à prova os homens para seu próprio bem — para purificar e desenvolver
o seu caráter — Satanás tenta-os com o propósito malicioso de destruí-los.
(f) PRÍNCIPE
E "DEUS" DESTE MUNDO -
(João 12:31; 2 Cor. 4:4.) Esses títulos sugerem sua influência sobre a
sociedade organizada fora ou à parte da influência da vontade de Deus.
"Todo
o mundo está no maligno" (no poder do maligno) (1 João 5:19) e está
influenciado por ele. (1 João 2:16)
As
Escrituras descrevem o mundo como sendo qual vasto conjunto de atividades
humanas, cuja trilogia se resume nestas palavras: Fama, prazer e bens.
A
esses três objetivos tudo está subordinado.
Hábeis
argumentos em defesa dos mesmos criam a ilusão de serem realmente dignos.
Esses
objetivos gozam ainda da vantagem de vastíssimo aparato literário, comercial e
governamental, o qual constantemente reclama dos cidadãos do mundo o culto a
esses objetivos, que, na mente, se associam aos mais elevados valores.
Os
aplausos do povo se dedicam àqueles que os conseguem.
O
juízo das coisas é pelo aspecto e o êxito aparentes, fundamentado sobre falsos
postulados de honra e mediante falsas idéias de prazer, de valores e da
dignidade da riqueza.
Ademais,
faz-se veemente apelo aos instintos inferiores da nossa natureza, apelo que se
reveste da linguagem pretensamente (?)
3.
Suas atividades.
(a) A
natureza das atividades
Satanás
perturba a obra de Deus (1 Tess. 2:18);
Opõe-se
ao Evangelho (Mat. 13:19; 2 Cor. 4:4);
Domina,
cega, engana e laça os ímpios (Luc. 22:3; 2 Cor. 4:4; Apoc. 20:7, 8; 1 Tim.
3:7).
Ele
aflige (Jo 1:12) e tenta (1 Tess. 3:5) os santos de Deus.
Ele
é descrito como presunçoso (Mat. 4:4, 5); orgulhoso (1 Tim. 3:6); poderoso
(Efés. 2:2); maligno (Jo 2:4); astuto (Gên. 3:1 e 2 Cor. 11:3); enganador
(Efés. 6:11); feroz e cruel (1 Ped. 5:8).
(b) A
esfera das atividades
O
diabo não limita as suas operações aos ímpios e depravados. Muitas vezes age
nos círculos mais elevados como "um anjo de luz" (2 Cor. 11:14).
Deveras, até assiste às reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença
no ajuntamento dos anjos (Jo capítulo 1), e pelo uso dos termos:
"doutrinas de demônios" (1 Tim. 4:1) e "a sinagoga de
Satanás" (Apoc. 2:9).
Freqüentemente
seus agentes se fazem passar como "ministros de justiça" (2 Cor.
11:15).
A
razão que o leva a frequentar as reuniões religiosas é o seu malicioso intento
de destruir a igreja, porque ele sabe que uma vez perdendo o sal da terra o seu
sabor, o homem torna-se vitima nas suas mãos inescrupulosas.
(c) O
motivo das atividades.
Por
que está Satanás tão interessado em nossa ruína ? Responde José Hussiein :
"Ele aborrece a imagem de Deus em nós. Odeia até mesmo a natureza humana
que possuímos, com a qual se revestiu o Filho de Deus. Odeia a glória externa
de Deus, para a promoção da qual temos sido criados e pela qual alcançaremos a
nossa própria felicidade eterna. Ele odeia a própria felicidade, para a qual
estamos destinados, porque ele mesmo a perdeu para sempre.
“Ele
tem ódio de nós por mil razões e de nós tem inveja." Assim disse um antigo
escriba judeu: "Pela inveja do diabo veio a morte ao mundo: e os que o
seguem estão a seu lado."
(d) As
restrições das atividades
Ao
mesmo tempo que reconhecemos que Satanás é forte, devemos ter cuidado de não
exagerar o seu poder. Para aqueles que creem em Cristo, ele já é um inimigo
derrotado (João 12:31), e é forte somente para aqueles que cedem à tentação.
Apesar
de sua fúria rugidora ele é um covarde, pois Tiago disse: "Resisti ao
diabo e ele fugirá de vós" (Tia. 4:7). Ele tem poder, porém limitado. não
pode tentar (Mat. 4:1), afligir (Jo 1:16), matar (Jo 2:6; Heb. 2:14), nem tocar
no crente sem a permissão de Deus.
4. Seu
destino.
Desde
o princípio Deus predisse e decretou a derrota daquele poder que havia causado
a queda do homem (Gên. 3:15), e o castigo da serpente até o pó da terra foi um
vislumbre profético da degradação e derrota final dessa "velha serpente, o
diabo".
A
carreira de Satanás está em descensão sempre. No princípio foi expulso do céu;
durante a Tribulação será lançado da esfera celeste à terra (Apoc. 12:9);
durante o Milênio será aprisionado no abismo, e depois de mil anos, será
lançado ao lago de fogo (Apoc. 20:10).
Dessa maneira a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal.
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