A ETERNIDADE DO CRISTO - A ENCARNAÇÃO DE CRISTO - A DIVINDADE ABSOLUTA DO CRISTO ENCARNADO - A PERFEITA HUMANIDADE DO CRISTO - A IMPECABILIDADE DE CRISTO
A
doutrina da Cristologia é o ponto central da fé cristã. Se Ele não era quem
afirmava ser, então seu sacrifício não foi suficiente para pagar pelos pecados
da humanidade.
Existem
abordagens teológicas que indicam a sua preexistência, ou seja uma revelação
parcial do Cristo pré-encarnado. Significa que Jesus existia antes de nascer
como homem, antes mesmo até da criação do tempo, afinal ele existe desde a
"eternidade".
A
importância da doutrina da preexistência de Cristo:
a) No
nascimento - Se Cristo começou a existir em seu nascimento, então, não
existe uma Trindade eterna;
b) Na
divindade - Se Cristo não era preexistente, então não poderia ser
Deus;
c) Nas
declarações - Se Cristo não era preexistente, mentiu a respeito de
quem ele era e, consequentemente. Se fez isso, possivelmente teria mentido
também sobre outros assuntos.
Evidências
da preexistência de Cristo
Sua
origem celestial - Versículos se referem à
existência de Cristo antes do nascimento (Jo 3.13,31);
Sua
obra na criação - Cristo estava envolvido na obra
da criação, sendo anterior a ela (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2);
Seu
relacionamento com Deus -
A Bíblia afirma que Jesus tem mesma natureza de Deus (Jo 10.30; Fp 2.6) e que
possuiu a mesma glória do Pai antes de o mundo existir (Jo 17.5);
Seu
relacionamento com João Batista -
João Batista reconhece a existência de Jesus antes de ele mesmo ter nascido (Jo
1.15,30).
A
ETERNIDADE DO CRISTO PRÉ-ENCARNADO
É
importante ressaltar que Jesus sempre existiu, eternamente. A eternidade e a
preexistência andam sempre unidas. O reconhecimento da preexistência de Cristo,
mas que nega sua eternidade é defendido atualmente pelas Testemunhas de Jeová.
As
evidências da eternidade de Cristo:
A
essência de Cristo - Cristo é da mesma essência de
Deus (Hb 1.3);
Profecias - Os profetas anunciaram a eternidade de
Cristo(Is 9.6; Mq 5.2; veja Hc 1.12);
A
declaração de Cristo - Cristo afirmou sua existência
eterna (Jo 8.58);
A
testemunho de João - O apóstolo João afirmou a
eternidade do verbo (Jo 1.1), também explicou em Apocalipse que "O
Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo" (Ap 13:8).
O
testemunho de Pedro - O apóstolo Pedro afirmou que o
sangue de Cristo foi conhecido "antes da fundação do mundo" (1 Pe
1:19-20)
A
ENCARNAÇÃO DE CRISTO
O
SIGNIFICADO
Significa
que a segunda pessoa da Trindade, que não possuía a natureza humana, se fez
homem (Jo 1.14; 1 Jo 4.2; 2 Jo 7).
AS
PROFECIAS SOBRE A ENCARNAÇÃO
Sobre
o Deus-homem - Isaías anunciou a união da Deidade e da humanidade no Senhor (Is
9.6). Ele fez o mesmo ao anunciar, pelo nome Emanuel (Deus conosco), a presença
de Deus entre seu povo na pessoa do menino que nasceria (Is 7.14).
Sobre
o nascimento virginal - Em Is 7.14 está predita a encarnação por meio de uma
virgem.
OS
PROPÓSITOS DA ENCARNAÇÃO:
Revelar
Deus a nós (Jo 1.18; 14.7-11; Hb 1.3);
Prover
um sacrifício efetivo pelo pecado (Hb 10.1-10);
Cumprir
a aliança davídica (Lc 1.31-33 cf. 2 Sm 7.11,16);
Dar
exemplo de vida (1 Pe 2.21; 1 Jo 2.6);
Destruir
as obras do diabo (1 Jo 3.8);
Ser
um sumo sacerdote misericordioso (Hb 4.14-16).
A
DIVINDADE ABSOLUTA DO CRISTO ENCARNADO
Ele
possui atributos divinos como eternidade (Jo 8.58; 17.5), onisciência (Lc 6.8),
onipotência (Mt 28.18; Jo 11.38-44) e imutabilidade (Hb 13.8);
Ele
faz o que somente Deus poderia fazer, como perdoar pecados (Mc 2.1-12), dar
vida (Jo 5.21), ressuscitar os mortos (Jo 11.43) e julgar todas as pessoas (Jo
5.22,27);
Ele
recebeu nomes e títulos divinos, como "Filho de Deus" (Jo 10.36),
"Senhor" (Mt 22.43-45; Rm 10.9,13), "Deus" (Jo 1.1; 20.28;
Hb 1.8) e "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19.16);
Ele
afirmou ser Deus (Jo 10.30).
A
PERFEITA HUMANIDADE DO CRISTO ENCARNADO
Ele
possuía um corpo humano que cresceu e se desenvolveu (Lc 2.52) e chamava a si
mesmo de homem (Jo 8.40);
Ele
estava sujeito às limitações e sentimentos de um ser humano, como fome (Mt
4.2), sede (Jo 19.28), cansaço (Jo 4.6), compaixão (Mt 9.36) e tristeza (Jo
11.35).
A
UNIÃO DA DIVINDADE E DA HUMANIDADE NO CRISTO ENCARNADO
A
união das duas naturezas de Cristo é chamada de "união hipostática".
É um dos conceitos complexo dentro da teologia cristã.
O
significado de "natureza"- É um conjunto de atributos. Jesus mantinha
todos os atributos divinos e todos os atributos de um perfeito ser humano;
O
caráter da união - As duas naturezas de Cristo estavam unidas, sendo
inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis e inseparáveis e formando uma única
pessoa.
A
comunhão dos atributos - Os atributos das duas naturezas estavam presentes em
uma só pessoa, sem misturar as naturezas ou dividir a pessoa. Isso exemplifica
como Jesus tinha limitações, mesmo sendo onipotente e infinito. Se isso não
fosse real ele não poderia morrer.
O
Auto-esvaziamento de Cristo
O
conceito que explica como Cristo podia ser Deus e homem está ligada à palavra
derivada de kenosis contida em Fp 2.7.
"Antes,
a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança
de homens; e, reconhecido em figura humana" (ARA).
A
teologia reformada discute como Cristo teria se esvaziado de seus atributos
como onipotência, onipresença e onisciência sem, contudo, afetar sua divindade.
Entendendo
este conceito
A
passagem central está em Filipenses 2.5-11. O verso 6 apresenta Cristo antes da
encarnação existindo em "forma de Deus". A palavra grega morphê
significa "natureza", "forma visível", em outras palavras,
é a "substância de um ser ou de algo". A mesma palavra aparece em Mc
16.12. Nesse caso, a morphê aponta para uma forma diferente da qual Jesus era
comumente reconhecido.
Entretanto,
no caso de Deus que não tem uma forma corpórea, o termo revela que Jesus é da
mesma substância ou natureza de Deus. Jesus não existia na pré-encarnação como
um ser que não fosse "exatamente Deus".
Esse
auto-esvaziamento foi algo que Cristo impôs a si mesmo. Envolve tudo que ele
fez para morrer na cruz, incluindo assumir a forma de servo. Ao fazer isso,
Jesus foi encontrado em figura (skema) humana.
Isso
indica que ele tinha a aparência de um homem e uma vida como a de um homem.
Assim, sendo completamente Deus, Jesus passou a ser em tudo como um homem, com
exceção apenas do pecado. O contraste é entre os termos morphe e skema.
O
auto-esvaziamento de Cristo é o caminho que ele fez saindo da glória celestial
até chegar na vergonha da cruz do Calvário. Nesse processo está inclusa a
encarnação. Somente assim sua morte pode ser considerada substitutiva.
O
processo em nada afeta a divindade de Jesus, nem seus atributos divinos. O
auto-esvaziamento mostra que o verdadeiro Deus morreu na condição de um homem,
para salvar homens perdidos.
A
Impecabilidade de Cristo
As
duas naturezas de Cristo também levantam questionamentos quando à sua impecabilidade.
O termo significa que Jesus jamais fez qualquer coisa que desagradasse a Deus,
que violasse a lei ou que tenha deixado de demonstrar a glória de Deus em sua
vida (Jo 8.29).
As
Escrituras dão testemunho da vida sem pecado de Jesus:
Ele
foi chamado santo desde seu nascimento (Lc 1.35). Jesus desafiou seus inimigos
a provarem que ele tinha pecado (Jo 8.46).Nada que Jesus falou pode acusar-lhe
justamente (Mt 22.15). Ele guardava os mandamentos (Jo 15.10). Nos momentos em
que precederam a crucificação foi declarado inocente onze vezes (Mt
27.4,19,24,54; Lc 23.14,15,22,41; Jo 18.38; 19.4,6). Paulo atestou a
impecabilidade de Cristo (2 Co 5.21), assim como Pedro (1 Pe 1.19; 2.22); João
(1 Jo 3.5), o autor de Hebreus (Hb 4.15; 7.26,27).
O
DEBATE SOBRE A IMPECABILIDADE
A
questão debatida na teologia é se Cristo não era capaz de pecar ou se era e
decidiu não pecar. O principal argumento é que se Cristo foi tentado é porque
poderia pecar, caso contrário a tentação não seria real. Isso leva a
necessidade de entendimento da natureza das tentações de Cristo.
A
Bíblia afirma que Cristo foi tentado como um ser humano (Hb 4.15), já que como
Deus isso não poderia acontecer (Tg 1.13). As tentações de fato ocorreram e
foram apropriadas ao Deus-homem, visto que um homem qualquer não é tentado a
transformar uma pedra em pão. Mesmo assim, Jesus foi tentado à semelhança dos
homens.
Uma melhor compreensão da natureza das tentações de Cristo ocorre na análise do texto de Mt 4.1-11, onde é possível perceber que ele foi tentado em todas as áreas comuns ao ser humano.
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