A ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
"Ponha as primeiras coisas em
primeiro lugar e teremos as segundas a seguir; ponha as segundas coisas em
primeiro lugar e perderemos ambas" C.S. Lewis
"Que insensatez temer o pensamento
de desperdiçar a vida de uma só vez, mas por outro lado, não ter nenhuma
preocupação em joga-lá fora aos poucos" John Howe
Nada caracteriza melhor a vida moderna
do que o lamento, "Se eu tivesse tempo ..."
Esta é uma frase muito comum em nosso
dia a dia. Aqueles que estão sempre reclamando de falta de tempo geralmente não
têm métodos para utilizá-lo e, somente, comprovam que a problemática do tempo é
não saber o que fazer com ele.
Uma análise das tarefas realizadas pelo
pastor nos leva a fazermos a seguinte lista: as inúmeras e cobradas visitas
pastorais nos lares, reuniões com os presbíteros, reuniões para discussões
sobre os planos de trabalho, 4 ou cinco sermões semanais, estudos bíblicos,
cada um com uma média de duas a três horas de preparação, o boletim semanal,
compromissos para falar em outras igrejas, casamentos, funerais, colocar em dia
a leitura, visitas aos hospitais, algumas prioritárias (especialmente os
idosos) etc.
Normalmente, o resultado desta correria
para atender a tantos compromissos da agenda é a constante tirania do urgente.
Uma coisa é planejar nosso trabalho; outra é trabalhar nosso plano.
Perguntas para reflexão:
1) Quais tarefas inacabadas são motivo
de grande preocupação para você neste instante?
2) Faça uma lista de dois ou três
objetivos mais importantes em sua vida para as duas próximas semanas.
3) Quando foi a última vez que você
separou ao menos uma hora para analisar a direção em que você está indo?
Há uma grande diferença entre estar
muito ocupado e ser produtivo. Claramente, podemos observar que existem pessoas
que se esgotam trabalhando e não conseguem progresso algum, enquanto outras,
com menor esforço, atingem objetivos e são bem sucedidas. Não podemos esquecer
também aqueles que vencem na vida trabalhando tanto que chegam a sacrificar
alguns valores extremamente importantes como o lazer, a família e, às vezes,
até a saúde. Há também aqueles que estão sempre girando em tomo de tudo, como
verdadeiros furacões, em grande movimento. Contudo, quando analisados com
profundidade, pouca coisa apresentam de produtivo.
É provável que você já tenha ouvido o
termo "workaholic". É uma expressão americana que teve origem na
palavra alcoholic (alcoólatra). Serve para denotar uma pessoa viciada, não em
álcool mas em trabalho. As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no
entanto, esta última década acentuou sua existência motivada pela alta
competição, necessidade (talvez mais adequado seria dizer obsessão) por
dinheiro, vaidade, sobrevivência ou ainda alguma necessidade pessoal de provar
algo a alguém ou a si mesmo. Podemos encontrar esta figura também no Ministério
pastoral.
Veja como podemos caracterizar o
"workaholic":
1. Trabalha mais que onze horas
2. Almoça trabalhando
3. Não tira férias de vinte dias há
três anos
4. Eternamente insatisfeito
5. Acha que trabalha mais que os outros
6. Fala ao telefone mais de uma hora
por dia (13% do dia)
7. Avalia as pessoas pelo seu aspecto
profissional e, depois, pelo pessoal
Em corolário das características acima,
podemos antever alguns sintomas geralmente diagnosticados:
1. Ambiente tenso no lar;
2. Sensação de fracasso pessoal;
3. Dificuldades financeiras;
4. Exigência de um padrão de vida
sempre superior, ou melhor.
Para não recebermos o rótulo de
"workaholic", primeiramente, necessitamos nos organizar melhor em
relação ao tempo e, dessa forma, conhecer os tipos de "ladrões ou
desperdiçadores de tempo", e como podemos resolvê-los. Mas antes,
precisamos entender que o tempo é:
Tempo: uma estrutura teológica
O Sl 118:24 não deveria ser apenas um
fato mas nosso alvo em nosso uso do tempo: este é o dia que o Senhor fez. Nosso
alvo é que nosso uso do tempo deste dia reflita uma genuína autoria de Deus. O
puritano Jeremiah Burroughs estabeleceu um excelente princípio:
Esteja certo de seu chamado para todo
empreendimento que você tiver à frente. Mesmo que seja o menor empreendimento,
esteja certo de seu chamado para o mesmo. Então, com o que for que se
encontrar, você pode aquietar seu coração com isto: eu sei que estou onde Deus
gostaria que eu estivesse. Nada no mundo aquietará o coração tanto quanto isto:
quando me encontro com alguma cruz, eu sei que estou onde Deus gostaria que eu
estivesse, em meu lugar e em meu chamado: estou no trabalho que Deus
estabeleceu para mim, claramente isto envolve considerar antecipadamente o que
Deus nos tem chamado a fazer, confiante de que este será o mais feliz e
satisfatório uso de nosso tempo.
Um princípio semelhante chega até nós
através de Efésios 5:16, traduzido como 'remindo o tempo' e 'fazendo o melhor
de cada oportunidade'. O verbo é exagorazo. O ágora era o mercado onde se
comprava mercadorias e escravos. Exagorazo é fazer sua seleção a partir das
opções disponíveis. Em Ef 5:16 o que está disponível é ton kairon: o tempo, mas
tempo de um certo tipo (pois existem duas palavras para tempo em grego): o
tempo de hoje visto como oportunidade, cheio de possibilidades de realizações
ou perdas ressentidas.
Se combinarmos as palavras chegamos a
este pensamento. Procuramos assegurar, como visto tão extraordinariamente na
vida de nosso Senhor, a autoria de Deus de nosso tempo de tal forma que
possamos dizer com confiança, 'Este dia, o modo como está rendendo, é o dia que
o Senhor fez; alegro-me e regozijo-me nele.' É para esta tarefa que nos
voltamos.
O gerenciamento do tempo é tanto uma
arte quanto uma ciência, e tem uma literatura profusa. Uma grande quantidade de
cursos sobre isto está disponível tanto nas organizações seculares como nas
cristãs.
Nas páginas a seguir daremos algumas
dicas que serão úteis para que possamos gerenciar melhor o nosso tempo:
1. Mitos sobre a administração do
tempo.
2. Razões para administrar o tempo:
3. Desperdiçadores e economizadores de
tempo;
4. Dicas para se economizar tempo;
5. Soluções práticas para economizar
tempo;
6. Como fazer reuniões criativas.
I. Mitos sobre Administração do Tempo
Comecemos por analisar alguns mitos
acerca da administração do tempo.
1) O primeiro é que quem administra o
tempo torna-se escravo do relógio. A verdade é bem o contrário. Quem administra
o tempo coloca-o sob controle, toma-se senhor dele. Quem não o administra é por
ele dominado, pois acaba fazendo as coisas ao sabor das pressões do momento,
não na ordem e no momento em que desejaria.
A verdade é que administrar o tempo não
é programar a vida nos mínimos detalhes: é adquirir controle sobre ela. É
necessário planejar, sem dúvida. Mas é preciso ser flexível, saber fazer correções
de curso. Se você está fazendo algum trabalho e está inspirado, produzindo bem,
não há razão para parar, simplesmente porque o tempo alocado àquela tarefa
expirou. Se a tarefa que viria a seguir, em seu planejamento, puder ser
re-agendada, sem maiores problemas, não interrompa o que você vem fazendo bem.
Administrar o tempo é fazer o que você considera importante e prioritário, é
ser senhor do próprio tempo, não é programá-lo nos mínimos detalhes e depois
tomar-se escravo dele.
2) O segundo mito é que a gente só
produz mesmo, ou então só trabalha melhor, sob pressão.
Esse é um mito criado para racionalizar
a preguiça, a indecisão, a tendência à procrastinação. Não há evidência que o
justifique, até porque os que assim agem poucas vezes tentam trabalhar sem
pressão para comparar os resultados - sobre si mesmos e sobre os que os
circundam. A evidência, na verdade, justifica o contrário daquilo que expressa
o mito. Em contextos escolares, por exemplo, quem estuda ao longo do ano, com
calma e sem pressões, sai-se, geralmente, muito melhor do que quem deixa para
estudar nas vésperas das provas e, por isso, vê-se obrigado a passar noites em
claro para fazer aquilo que deveria vir fazendo durante o tempo todo. Nada nos
permite concluir que o que vale no contexto escolar, a esse respeito, não valha
em outros contextos.
3) O terceiro mito é que administrar o
tempo é algo que se aplica apenas à vida profissional.
Falso. Certamente há muitas coisas em
sua vida pessoal e familiar que você reconhece que deve e deseja fazer mas não
faz - "por falta de tempo". Você pode estar querendo, há anos,
reformar algumas coisas em sua casa, escrever um livro ou um artigo, aprender
uma outra língua, desenvolver algum hobby, tirar duas semanas sem perturbações
para descansar, curtir os filhos que estão crescendo, tudo isso sem conseguir.
A culpa vai sempre na falta de tempo. A administração do tempo poderá permitir
que você faça essas coisas em sua vida pessoal e familiar.
4) O quarto mito é que ter tempo é
questão de querer ter tempo.
Você certamente já ouviu muita gente
dizer isso. De certo modo essa afirmação é verdadeira - até onde ela vai.
Normalmente damos um jeito de arrumar tempo para fazer aquilo que realmente
queremos fazer. Mas a afirmação não diz tudo. Não basta simplesmente querer ter
tempo para ter tempo. É preciso também querer o meio indispensável de obter
mais tempo - e esse meio é a administração do tempo.
Contrária a esses mitos, a verdade é
que administrar o tempo é saber usá-lo para fazer aquelas coisas que você considera
importantes e prioritárias, tanto no ministério pastoral, quanto na vida
pessoal. Administrar o tempo é organizar a sua vida de tal maneira que você
obtenha tempo para fazer as coisas que realmente gostaria de estar fazendo, e
que possivelmente não vem fazendo porque anda tão ocupado com tarefas urgentes
e de rotina (muitas delas não tão urgentes nem tão prioritárias) que não sobra
tempo.
Quem tem tempo não é quem não faz nada:
é quem consegue administrar o tempo que tem. Todos nós conhecemos pessoas (um
tio idoso, uma prima) que (pelos nossos padrões) não fazem nada o dia inteiro
e, no entanto, constantemente se dizem sem tempo.
Por outro lado, quem administra o tempo
não é quem está todo o tempo ocupadíssimo. Pelo contrário. Se você vir algum
que trabalha o tempo todo, fica até mais tarde no serviço, traz trabalho para
casa à noite e no fim de semana, pode concluir, com certeza, que essa pessoa
não sabe administrar o tempo. Quem administra o tempo geralmente não vive numa
corrida perpétua contra o tempo, não precisa trabalhar horas extras - e,
geralmente, produz muito mais!
Mas não se engane: o processo de
administrar o tempo não é fácil. É preciso realmente querer tomar-se senhor de
seu tempo para conseguir administrá-lo.
11. Razões para administrar o tempo:
1) Tempo é Vida:
O tempo é o recurso fundamental da
nossa vida, a matéria prima básica de nossa atividade.
Quando o nosso tempo termina, acaba a
nossa vida. Não há maneiras de obter mais. Por isso, tempo é vida. Quem
administra o tempo ganha vida, mesmo vivendo o mesmo tempo. Prolongar a duração
de nossa vida não é algo sobre o qual tenhamos muito controle. Aumentar a nossa
vida ganhando tempo dentro da duração que ela tem é algo, porém, que está ao
alcance de todos.
O tempo é um recurso não renovável e
perecível. Quando o tempo acaba, ele acaba mesmo. E o tempo não usado não pode
ser estocado para ser usado no futuro. O tempo não é como riquezas, que podem
ser acumuladas para uso posterior. Quem não administra o seu tempo joga sua
vida fora, porque um dia só pode ser vivido uma vez. Se o tempo de um dia não
for usado sabiamente, não há como aproveitá-lo no dia seguinte. Amanhã será
sempre um novo dia e o hoje perdido terá sido perdido para sempre.
Mas o tempo, embora não renovável e
perecível, é um recurso democraticamente distribuído. A capacidade mental, a
habilidade, a inteligência, as características fisicas são muito desigualmente
distribuídas entre as pessoas. O tempo, porém, enquanto estamos vivos, é
distribuído igualmente para todos. O dia tem 24 horas tanto para o mais alto
executivo como para o mais pobre desempregado.
Todos recebemos 24 horas de tempo por
dia. Na verdade, temos todo o tempo que existe: não existe tempo que alguém
possa guardar para si, em detrimento dos outros. Alguém pode roubar meu
dinheiro, os objetos que possuo. Mas ninguém consegue roubar meu tempo: outra
pessoa só conseguir determinar como eu vou usar meu tempo se eu o consentir.
Se é assim, devemos nos perguntar por
que alguns produzem tanto com o tempo de que dispõem e outros não conseguem
produzir nada - no mesmo tempo. Não é que os últimos não façam nada (não são
daqueles que se levantam mais cedo apenas para ter mais tempo para não fazer
nada): às vezes são ocupadíssimos, e, no entanto, pouco ou mesmo nada produzem.
A explicação está no seguinte: o importante é o que fazemos com nosso tempo.
2) Tempo é Dinheiro
É importante se compenetrar do fato de
que nosso tempo é valioso. Há pessoas e instituições que estão dispostas a
pagar dinheiro pelo nosso tempo. Por isso é que se diz que tempo é dinheiro.
Quem administra o tempo, na verdade, ganha não apenas vida: pode também
transformar esse ganho de vida em ganho de dinheiro.
Para alcançar um determinado resultado
ou produzir alguma coisa, com determinado nível de qualidade, precisamos
investir fundamentalmente tempo e/ou dinheiro.
Imaginemos exemplos corriqueiros. Seu
carro está precisando de uma limpeza. Ou é preciso consertar a instalação
elétrica de sua casa. Suponhamos que você saiba lavar um carro e fazer um
conserto elétrico com um nível de qualidade aceitável, e que em ambos os casos
o serviço vai levar cerca de uma hora de seu tempo.
Independentemente de quanto valha a
hora de seu tempo, se você não tem mais nada que realmente queira fazer (como
dormir, assistir a um jogo de futebol na TV, etc.), provavelmente vai concluir
que vale mais a pena você mesmo lavar o carro, ou consertar a instalação
elétrica, do que pagar um lava-carro ou um eletricista para fazer o serviço. O
uso de seu tempo economiza dinheiro, nesse caso. Se, porém, você pode empregar
seu tempo ganhando mais dinheiro do que você vai economizar, ou, então, se há
coisas que você queira fazer que são mais importantes, para você, do que o
dinheiro que irá gastar, provavelmente vai concluir que vale mais a pena pagar
um lava-carro ou um eletricista para fazer o serviço.
Por outro lado, mesmo que você tenha
tempo, se você deseja um trabalho de melhor nível de qualidade do que aquele
que é capaz de produzir, pode valer mais a pena pagar um bom profissional para
fazer o serviço.
A questão a manter em mente é que o
tempo tem um valor monetário para quem tem objetivos: a decisão de empregá-lo
ou não em determinada tarefa deve levar em consideração esse valor. Se lavar o
carro leva uma hora e você economiza dez reais fazendo, você mesmo, a tarefa,
então seu tempo, naquela situação, vale dez reais por hora. Por outro lado, se
você não tem nada mais a fazer, além da tarefa que está contemplando realizar,
então o fator tempo deixa de ser uma variável relevante.
Um outro exemplo pode ajudar.
Suponhamos que você não possua nem bicicleta, nem carro, nem helicóptero e
queira ir a uma certa cidade. Você pode ir a pé (e levar três dias), alugar uma
bicicleta (e levar várias horas), ir de ônibus (e levar cerca de três horas,
ponto aponto), tomar um taxi (e levar um hora), ou fretar um helicóptero (e
levar quinze minutos). Cada uma dessas opções envolve um certo uso de tempo e
um determinado dispêndio de dinheiro. Se você tem pouco tempo e bastante
dinheiro, pode decidir gastar mais dinheiro e fretar o helicóptero. Se você tem
pouco dinheiro e bastante tempo, pode decidir ir a pé. Dependendo da
"mistura", você pode escolher uma das opções intermediárias.
A qualidade do resultado, porém, também
precisa ser levada em consideração. Indo a pé, você vai chegar à cidade
cansado, sujo, estropiado. Indo de helicóptero, você vai chegar como saiu. Isso
pode eventualmente pesar na decisão.
Digamos, portanto, que um investimento
de tempo T e de dinheiro $ produz um resultado com um determinado nível de
qualidade Q.
Se continuarmos a investir a mesma
quantidade de tempo e de dinheiro, é de esperar que a qualidade vai se manter a
mesma.
Se aumentarmos o investimento de tempo,
podemos manter a qualidade diminuindo o investimento de dinheiro, ou vice
versa. Se aumentarmos o investimento de tempo, mantendo o investimento de
dinheiro estacionário, ou vice-versa, podemos melhorar a qualidade, que pode
ser mais melhorada ainda se aumentarmos ambos os investimentos. Se diminuirmos
o investimento de tempo, mantendo o investimento de dinheiro estacionário, ou
vice-- versa, iremos piorar a qualidade, que pode ser pior ainda se reduzirmos
ambos os investimentos.
Por aí você vê que pode trocar seu
tempo por dinheiro. Na verdade, o trabalho é uma permuta de tempo por dinheiro:
alguém me paga pelo meu tempo (isto é, pelo meu tempo produtivo). E isso nos
traz à questão da produtividade.
3) Administração do Tempo e Produtividade
Quem administra o tempo, aumenta sua
produtividade. Produtividade é o produto da eficácia pela eficiência.
Ser eficaz é fazer as coisas certas,
isto é, fazer aquilo que consideramos importante e prioritário. Ser eficiente é
fazer as coisas certo, isto é, com a menor quantidade de recursos possível.
Ser produtivo é fazer certo as coisas
certas, isto é, fazer aquilo que consideramos importante e prioritário com a
menor quantidade de recursos possível. E tempo é um recurso fundamental: nada
pode ser feito sem tempo. Por isso ele é freqüentemente escasso e caro.
É possível ser eficaz, isto é, fazer o
que precisa ser feito, sem ser eficiente. Todos conhecemos pessoas que fazem o
que devem fazer, mas levam tempo demasiado, ou gastam muito dinheiro, para
fazê-lo. Essas pessoas são eficazes mas ineficientes.
Por outro lado, todos conhecemos
pessoas que fazem, de maneira extremamente eficiente, coisas que não são
essenciais, que não têm a menor importância. Quem consegue colocar cem mil
pedras de dominó em pé, sem derrubar nenhuma, possivelmente seja muito
eficiente nessa tarefa - mas extremamente ineficaz.
Vemos, talvez até mais freqüentemente,
pessoas que são ineficazes e ineficientes. Todos já vimos o balconista de loja
ou o caixa de banco que tenta atender a mais de um freguês ou cliente ao mesmo
tempo, que simultaneamente tenta responder às perguntas de outro, conversar com
colegas que vêm pedir informações ou jogar conversa fora, etc. Esse indivíduo
parece ocupado - na verdade está ocupado - mas é improdutivo: no mais das vezes
não consegue fazer as coisas que devem ser feitas nem fazer o que faz de
maneira correta.
Tomar mais eficiente quem é ineficaz
(por exemplo, dando-lhe um computador) às vezes até piora a situação. Um
exemplo exagerado pode ajudar. Um bêbado a pé é ineficaz e (felizmente)
ineficiente. Se o colocarmos ao volante de um automóvel, poderá tomar-se muito
mais eficiente em sua ineficácia (isto é, fazer muito mais rapidamente o que
não deveria fazer, causando um dano muito maior).
Ser produtivo, portanto, não é a mesma
coisa que ser ocupado. Está errado o ditado americano que diz: "Se você
quer algo feito, dê isso para uma pessoa ocupada". A pessoa pode ser
ocupada e não produtiva, em cujo caso não fará a tarefa adicional que lhe está
sendo pedida.
4) Administração do Tempo e Redução de
Stress
Quem administra o tempo reduz o stress
causado pelo mau uso do tempo. Aqui também a idéia de mau uso ou desperdício do
tempo pressupõe a noção de objetivos.
Se não tenho nenhum objetivo, seja
profissional, seja pessoal, então provavelmente vou deixar o tempo fluir,
despreocupadamente, como um rio que passa por debaixo de uma ponte. Não há como
avaliar meu uso do tempo nesse caso. A única coisa que posso querer fazer é
"matar o tempo". Numa situação como essa, provavelmente não vou ter
stress.
O tempo aparece como bem ou mal usado
apenas para a pessoa que tem objetivos, que quer realizar alguma coisa. O bom
ou mau uso do tempo depende do que se pretende alcançar . O mau uso do tempo
causa stress porque tempo mal usado é tempo usado para fazer aquilo que não
consideramos importante e prioritário.
Usar o tempo de forma não planejada não
equivale, necessariamente, a fazer mau uso do tempo (como já se indicou).
Freqüentemente temos que alterar nosso planejamento, fazer coisas que não
estavam na nossa agenda. Nosso tempo só terá sido desperdiçado se essas
alterações nos levarem a fazer coisas que não consideramos importantes.
Mau uso do tempo não é ficar sem fazer
nada, gastar tempo no lazer, dedicar tempo a hobbies ou à família, se é isso
que julgamos importante e queremos - e todos nós desejamos isso em determinados
momentos. Se, entretanto, num dado momento, você realmente quer estar lendo um
livro, ou trabalhando num relatório, e se vê obrigado a fazer um passeio com as
crianças, ou a entreter familiares, você se sente tenso, porque o tempo não
estará sendo utilizado para aquilo que você considera importante e prioritário
naquele momento - e, portanto, não estará sendo bem usado.
É sempre bom lembrar que, da mesma
forma que o mau uso do tempo causa stress, o bom uso do tempo normalmente traz
satisfação, sentido de realização e felicidade.
III. LADRÕES ECONOMIZADORES DE TEMPO
Entendemos por "desperdiçadores de
tempo" disfunções que provocam o uso inadequado ou insatisfatório do tempo
na perspectiva do pastor e líder ou da igreja.
Uma pesquisa feita em vinte e um
países, com aproximadamente dois mil executivos de várias organizações,
apresentou como desperdiçadores de tempo mais comuns, trinta e sete itens.
Vamos detalhar abaixo os principais
desperdiçadores de tempo que tenho visto no meu pastorado:
1. Falta de Planejamento;
2. Telefonemas
3. Distrações
4. Visitas inesperadas;
5. Tarefas inacabadas ou falta de
disciplina no cumprimento da agenda;
6. Definição clara de objetivos na
execução das tarefas;
7. Falta de delegação ou Centralização
de poder. Excesso de compromissos: Incapacidade de dizer "não": O
excesso de tarefas freqüentemente paralisa: a pessoa não sabe por onde começar
e acaba ficando imobilizada.
8. Menosprezo ou ênfase inadequada em
certas atividades;
9. Indefinição de prioridades e
cobrança incompleta e descontínua;
10. Fragmentação e superficialidade;
11.Excesso de reuniões (algumas
desnecessárias) e burocracia interna;
12. Indefinição de prioridades;
13. Má utilização dos recursos (telefone,
fax, computador, Internet,);
14. Mesa entulhada ou desorganização
pessoal;
15. Arquivamente ineficiente
16. Proscrastinação: É preciso
distinguir a tendência à procrastinação do bom senso que recomenda não tomar
uma decisão no calor de uma discussão, ou quando não há informações
suficientes, ou coisa equivalente.
Por outro lado, você poderá utilizar-se
dos "economizadores de tempo" através da:
IV. DICAS PARA SE ECONOMIZAR TEMPO
A seguir, apresentamos sete técnicas
eficazes, atitudes e comportamentos que podem economizar seu tempo:
Planejamento: toda hora aplicada em
planejamento eficiente poupa três ou quatro na execução e produz melhores
resultados.
Organização: a organização é um outro
fator facilitador na execução das tarefas; uma aliada do tempo. Ela deve
existir principalmente nas informações.
Delegação: atribuição de tarefas para
outras pessoas a fim de liberar o tempo para tarefas mais importantes. É a
chave da administração eficaz.
Beneficios da delegação:
1) A delegação facilita o trabalho do
pastor;
2) A delegação aumenta a produtividade,
3) A delegação dá oportunidade a outros
de desenvolver a capacidade de liderança,
4) A delegação dá ao líder mais tempo
de desenvolver sua vida espiritual.
Telefone: use-o para evitar
deslocamento desnecessário para obter informações.
Comunicação: a linguagem
simples, concisa e isenta de ambigüidades assegura a compreensão e poupa o
tempo com mal-entendidos.
Tomada de decisões: a análise de
decisão tem que ser precisa e baseada em informações seguras para que o
problema possa ser atacado de forma imediata.
Concentração: tempo mínimo
(anterior a ação) que se julgar necessário para conseguir progresso em menos tempo.
Enumeramos abaixo soluções práticas que
o ajudarão a economizar tempo:
1. Estabeleça metas: anuais, mensais,
semanais e diárias;
2. Programe suas tarefas e atividades
da semana e do dia, em função dessas metas;
3. Faça as coisas em ordem de
prioridade;
4. Saiba onde seu tempo é realmente
empregado;
5. Estabeleça data e hora para início e
fim de cada atividade;
6. Elimine desperdiçadores de tempo;
7. Utilize uma agenda ou um calendário
de reuniões;
8. Crie uma lista de afazeres;
9. Organize as tarefas;
10. Organize seu acesso com rapidez de
informações usadas com freqüência.
COMO FAZER REUNIÕES CRIATIVAS
Vamos a algumas dicas que tomarão suas
reuniões mais criativas e geradora de resultados:
1. Só convoque uma reunião quando
totalmente indispensável;
2. Estabeleça os objetivos;
3. Elabore uma pauta, fixando tempo
para cada assunto;
4. Coloque só as pessoas às quais o
assunto interessa;
5. Mantenha o rumo da discussão;
6. Sintetize as conclusões;
7. Faça o acompanhamento de todas as
decisões tomadas.
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS TAREFAS
E COMPROMISSOS
Os critérios de classificação das
tarefas e compromissos são pontos fundamentais para corrigirmos nossos
desperdiçadores de tempo. Quantas vezes não nos deparamos com situações em que
determinado compromisso era considerado como urgente? Geralmente os critérios
são distorcidos. Algumas tarefas são importantes e não urgentes; outras, são
importantes e urgentes; algumas, não são nem importantes nem urgentes.
Tendo em vista a otimização do tempo, a idéia principal não é conseguir corrigir todos os itens que nos levam ao desperdício de tempo. Até porque isso é impossível, visto que muitos destes itens decorrem de fatores que não correspondem apenas ao lado pessoal, como o ambiente de trabalho, por exemplo. Se focarmos em tentar resolver quatro ou cinco pontos que consideramos críticos na nossa rotina cotidiana, teremos uma considerável melhoria nos resultados, aumentando, assim, a produtividade. Ratificando as citações acima relatadas, denota-se que o tempo é distribuído democraticamente para todos, sem distinção alguma. Percebemos vinte e quatro horas, igualitárias, a fim de utilizarmos da maneira mais apropriada e conveniente. Infelizmente, não temos muito controle para prolongarmos a nossa vida. O que podemos fazer, é aumentarmos a vida, ganhando tempo dentro dela. E isso está ao alcance de todos, basta um pouco de esforço e determinação.
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