BIBLIOLOGIA: A BÍBLIA - A PALAVRA DE DEUS
A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS
"Que é a verdade?" perguntou Pilatos, e o tom de sua voz inferiu que em vão se buscaria essa qualidade.
Se não houvesse um meio de chegar ao conhecimento de Deus, do homem e do mundo, Pilatos então teria razão.
Mas não há razão de andar às apalpadelas nas dúvidas e no ceticismo, porque existe um livro — as Sagradas Escrituras — que "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" (2 Tim. 3:15).
"O mundo pela sabedoria (filosofia) não conheceu a Deus." As verdades que informam o homem como passar da terra para o céu devem ser enviadas do céu à terra. Em outras palavras, o homem precisa de uma revelação.
"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba ? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo ? Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens". I Coríntios 1:18-25
A natureza é a revelação de Deus que se alcança pela razão. Mas quando o homem está algemado pelos seus pecados e sobrecarregada a alma, a natureza e a razão são impotentes para esclarecer e aliviar a situação.
"Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz". Salmos 19:1-3
Se existe um bom Deus, como cremos, é razoável crer que ele conceda às suas criaturas uma revelação pessoal de si mesmo. Assim escreveu David S. Clarke:" não podemos crer que um pai se oculte para sempre de seu filho, sem nunca se comunicar com ele.
Deus fez o homem capaz e desejoso de conhecer a realidade das coisas. Será que ele ocultaria uma revelação que satisfizesse esse anelo ?
ESSA REVELAÇÃO DEVERIA ESTAR EM FORMA ESCRITA
É razoável que sua mensagem tomasse forma de livro. Como disse o Dr. Keyser :
"Os livros representam o melhor meio de preservar a verdade em sua integridade e transmiti-la de geração a geração. A memória e a tradição não merecem confiança. Portanto, Deus agiu com a máxima sabedoria e também dum modo normal dando ao homem a sua revelação em forma de livro. De nenhuma outra maneira, pelo que podemos ver, podia ter ele entregue aos homens um ideal infalível que estivesse acessível a todos os homens e que continuasse intacto através dos séculos e do qual todos os povos pudessem obter a mesma norma de fé e prática.
CURIOSIDADES BÍBLICAS
A palavra Bíblia vem do grego, através do latim, e significa: livros; coleção de livros ou biblioteca.
Os primeiros materiais utilizados para as escrituras foram:
A pedra, usada por Moisés para receber os dez mandamentos (Êxodo 24:12 e 34:1);
O papiro, material extraído de uma planta aquática desse mesmo nome (Jó 8:11; Isaías 18:2); de papiro deriva o termo papel (II João 12).
O pergaminho, pele de animais, curtida e preparada para escrita, usado a partir do início do século I, na Ásia menor (II Timóteo 4:13).
A Bíblia inteira foi escrita num período que abrange mais de 1600 anos.
A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo, em 1452 em Mainz, Alemanha
A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748, a tradução foi feita a partir da vulgata latina e iniciou-se com d. Diniz (1279-1325).
A divisão em capítulos foi introduzida pelo professor universitário parisiense Stephen langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de Cantuária pouco tempo depois.
A divisão em versículos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense Robert Stephanus.
Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus.
O versículo central da Bíblia é o Salmos 118:8, o qual divide a mesma ao meio.
Os livros de Ester e cantares de Salomão não possuem a palavra “Deus”.
A frase “não temas”, ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano !
Há mais de 8 mil promessas na Bíblia.
O antigo testamento encerra citando a palavra “MALDIÇÃO”e o novo testamento encerra citando “A GRAÇA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”.
A Bíblia completa pode ser lida em 70 horas e 40 minutos, na cadência de leitura de púlpito. O antigo testamento leva 52 horas e 20 minutos. O novo testamento, 18 horas e 20 minutos.
Para ler a Bíblia toda em um ano basta ler 5 capítulos aos domingos e 3 nos demais dias da semana.
A Bíblia afirma em várias passagens acerca de si mesma que ela é a palavra de Deus e não contem erros (II Timóteo 3:16-17; II Pedro 1:20- 21; Mateus 24:35)
A expressão "assim diz o Senhor" e equivalentes encontram-se cerca de 3.800 vezes na Bíblia.
Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa aplicação quanto aos sentidos do texto, etc. saibamos refletir como Agostinho, que disse: “num caso desse, deve haver erro do copista, que não consigo entender...”
A BÍBLIA FAZ REFERÊNCIA A FATOS ATUAIS
A primeira citação da redondeza da terra é feita na Bíblia, e não por Galileu Galileu (Isaías 40: 22).
O trânsito pesado e veloz, os cruzamentos e os faróis acesos aparecem descritos exatamente como são hoje (Naum 2:4).
A mensagem através de "out-doors" é uma citação bíblica detalhada (Habacuque 2: 2).
A primeira referência a impressões digitais aparece no livro mais antigo da Bíblia (Jó 37:7).
A UNIDADE DA BÍBLIA É UM MILAGRE
A unidade da Bíblia só pode ser explicada como um milagre.
Há nela 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos.
Esses homens tinham diferentes atividades e escreveram sob diferentes situações. Na maior parte dos casos não se conheceram e nada sabiam sobre o que já havia sido escrito pelos outros. Viveram em tempos, épocas, lugares e culturas diferentes e até falaram em idiomas diferentes. No entanto a Bíblia conserva sua unidade como a da mente de um único autor ! Deus !
A BÍBLIA TEM UM ÚNICO TEMA CENTRAL
O tema central da Bíblia é o Senhor Jesus Cristo.
Ele mesmo declara em Lucas 24: 27, 44 e João 5:39.
Considerando Cristo como o tema central da Bíblia, os 66 livros apontam para Ele :
Gênesis: Jesus é o descendente da mulher (3:15)
Êxodo: é o Cordeiro Pascal (12:5-13)
Levíticos: é o sacrifício expiatório (4:14,21)
Números: é a rocha ferida (20:7-13)
Deuteronômio: é o profeta (18:15)
Josué: é o príncipe dos exércitos do Senhor (5:14)
Juízes: é o libertador (3:9)
Rute: é o parente divino (3:12)
Reis e Crônicas: é o rei prometido (I Reis 4:34)
Ester: é a providência divina (4:14)
Jó: é o nosso redentor (19:25)
Salmos: é o nosso socorro e alegria (46:1)
Provérbios: é a sabedoria de Deus (8:22-36)
Cantares: é o nosso amado (2:8)
Eclesiastes: é o pregador perfeito (12:10)
Profetas: é o messias prometido (Mateus 2:6)
Evangelhos: é o salvador do mundo (João 3)
Atos: é o Cristo ressurgido (2:24)
Epístolas: é a cabeça da Igreja (Efésios 4:14)
Apocalipse: é o alfa e o ômega (22:13)
Podemos afirmar que a Bíblia é a palavra de Deus, nossa única regra de fé e prática infalível, nenhuma de suas promessas jamais falhou e seguir suas orientações é garantia de sucesso em todas as áreas da vida.
DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA COM ORAÇÃO.
A Palavra de Deus é discernida espiritualmente. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que abra os nossos olhos para podermos ver as maravilhas de sua lei (I Coríntios 2.14; Salmos 119.18).
Entender a Bíblia é uma virtude espiritual que somente Deus pode nos dar (Efésios 1.17-19)
A qualidade de nossa leitura bíblica passa pela qualidade de nossa espiritualidade, que se manifesta numa vida de dependência de Deus pela oração.
DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA COM HUMILDADE.
A Bíblia diz que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (I Pedro 5.5).
À medida que aprendemos das Escrituras, devemos ter o cuidado de não nos orgulharmos, assumindo assim uma atitude de superioridade em relação àqueles que não conhecem o que temos estudado. Para evitar o orgulho, devemos associar o conhecimento ao amor (I Coríntios 8.1).
DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA COM A RAZÃO.
Podemos e devemos usar nossa razão para estudar e tirar conclusões do estudo das Escrituras Sagradas, mas nunca fazer deduções que contradiga o que a própria Bíblia diz.
Nossas conclusões lógicas podem muitas vezes ser errôneas, pois os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos pensamentos (Isaías 55.8-9).
A Bíblia é a essência da verdade, e todo o seu conteúdo é justo e permanente (Salmos 119.160).
Toda conclusão lógica que tivermos ao estudar a Bíblia, deve estar em harmonia com toda a Bíblia. Caso contrário, nossa lógica está enganada, pois a Bíblia não se contradiz jamais.
DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA COM A AJUDA DE OUTROS.
Deus estabeleceu mestres na igreja (I Coríntios 12.28). Conversar com outros cristãos sobre a Bíblia é também uma excelente maneira de conhecer mais sobre Deus.
DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA COM ALEGRIA.
Não podemos estudar A Bíblia de forma fria, pois ela trata do Deus vivo e de suas maravilhas.
O estudo da Bíblia é uma maneira de amar a Deus de todo o coração (Deuteronômio 6.5), pois seus ensinamentos “dão alegria ao coração”, são grandes riquezas (Salmos 19.8; 119.14).
No estudo da Bíblia somos levados a dizer :
“Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor ? Ou quem foi seu conselheiro ? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense ? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre ! Amém” (Romanos 11.33-36).
QUESTIONÁRIO
1 ) Por que o homem precisa de uma revelação Divina ?
2 ) Cite outra forma pela qual Deus si revela além de sua Palavra.
3 ) Qual a vantagem ou importância de a revelação de Deus está de forma escrita e em livros ?
4 ) De onde vem a palavra Bíblia e o que ela significa ?
5 ) Cite os primeiros materiais utilizados para escrever as Sagradas
Escrituras
6 ) A Bíblia completa foi escrita mais ou menos em um período de quanto tempo ?
7 ) Qual o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo e onde e quando isso aconteceu ?
8 ) Por que, quando e por quem a bíblia foi dividida em capítulos e versículos ?
9 ) Cite um versículo bíblico que afirme que as Escrituras Sagradas é a Palavra de Deus e que ela não contém erros.
10 ) Em cerca de quantas vezes se encontra na Bíblia a expressão : "Assim diz o Senhor"?
11 ) Quantos livros tem a Bíblia Cristã Evangélica e quantos homens de Deus a escreveram ?
12 ) Por que a unidade da Bíblia é um milagre ?
13 ) Qual o tema central da Bíblia ?
14 ) Que relação há na qualidade de nossa leitura bíblica com a qualidade de nossa vida espiritual ?
15 ) Qual a importância da humildade no estudo e conhecimento da Palavra de Deus ?
16 ) Qual o cuidado que devemos ter com nossos pensamentos e raciocínios a cerca das Sagradas Escrituras ?
17 ) Por que devemos estudar a Bíblia com alegria ?
BIBLIOLOGIA: AS DIVINAMENTE INSPIRADAS
ESCRITURAS
“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” II Timóteo 3.16,17
"Porque a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram, inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21).
O termo “Escritura”, conforme se encontra em 2 Timóteo 3.16, refere-se principalmente aos escritos do Antigo Testamento (3.15).
Há evidências, porém, de que escritos do Novo Testamento já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2 Timóteo (I Timóteo 5.18, Lucas 10.7; II Pedro 3.15,16).
Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento.
São (os escritos) a mensagem original de Deus para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de Deus para todas as pessoas.
Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus.
A palavra “inspirada” (gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa “Deus”, e pneuo, que significa “respirar”.
Sendo assim, “inspirado” significa “respirado por Deus”.
Toda a Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra de Deus.
A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível.
Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e da moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos. Confira: (II Pedro 1.20,21; veja também a atitude do salmista para com as Escrituras no Salmos 119).
Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Deuteronômio 18.18; II Samuel 23.2).
Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: “Assim diz o Senhor”.
Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mateus 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (João 5.19, 30,31; 7.16; 8.26).
Ele falou da revelação divina ainda futura (a verdade revelada do restante do Novo Testamento), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (João 16.13; 14.16,17; 15.26,27).
Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto, é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mateus 5.18; 15.3-6; Lucas 16.17; 24 25-27, 44,45; João 10.35), do Espírito Santo (João 15.26; 16.13; I Coríntios 2.12-13; I Timóteo 4.1) e dos apóstolos (3.16; II Pedro 1.20,21).
Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.
Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; II Pedro 1.20,21; I Coríntios 2.12,13).
A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria e do caráter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em Cristo (Mateus 4.4; João 6.63; 2 Timóteo 3.15; I Pedro 2.2).
As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de Deus, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias.
Nenhuma palavra de homens ou declarações de instituições religiosas igualam-se à autoridade delas.
Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (Deuteronômio 13.3).
As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes à vida e à piedade (Mateus 5.17-19; João 14.21; 15.10; II Timóteo 3.15,16; Êxodo 20.3).
Na Igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (II Timóteo 3.16,17).
Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso a Deus e à sua Palavra como a autoridade máxima (João 8.31,32, 37).
Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o Espírito Santo. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (I Coríntios 2.12).
A Bíblia contém todos os fatos e todas as verdades reveladas pelo Espírito de Deus ao homem.
As Escrituras admitem o poder controlador sobre as crenças exercido pelo ensino intimo do Espírito Santo, ou seja a experiência religiosa. Esta verdade ao bem se ilustra na palavra do apóstolo Paulo que disse:
"A minha palavra, e a minha pregação não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder" (1 Cor. 2:4).
Esse ensino ou "demonstração" íntima do Espírito Santo limita-se às verdades objetivamente reveladas nas Escrituras, não como revelação de novas verdades, mas como iluminação da mente que a torna apta para perceber a verdade, a excelência e a glória das coisas anteriormente reveladas.
Assim disse o apóstolo Paulo em continuação da passagem:
"Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está ? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo ? Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Cor. 2:10-16).
Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mateus 4.4;Ef 6.12,17; Tiago 1.21).
Todos devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de Deus para um mundo perdido e moribundo.
Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Filipenses 1.16; 2 Timóteo 1.13,14 notas; 2.2; Judas 3).
Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (Deuteronômio 4.2; Apocalipse 22.19).
Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema:
(a) As cópias existentes do manuscrito bíblico original podem conter
inexatidão;
(b) As traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou
hebraico podem conter falhas
(c) A nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta.
A doutrina da inspiração, como é apresentada na Palavra, é relativamente simples, mas o surgimento de idéias errôneas criou a necessidade de proteger a doutrina certa com definições completas e detalhadas. Contra certas teorias, é necessário afirmar que a inspiração das Escrituras é a seguinte:
1. Divina e não apenas humana.
O modernista identifica a inspiração das Escrituras Sagradas com o mesmo esclarecimento espiritual e sabedoria de que foram dotados tais homens como: Platão, Sócrates, Browning, Shakespeare e outros gênios do mundo literário, filosófico e religioso. A inspiração, dessa forma, seria considerada apenas uma coisa puramente natural. Essa teoria rouba à palavra inspiração todo o seu significado e não combina, em absoluto, com o caráter sobrenatural e único da Bíblia.
2. Única e não comum.
Alguns confundem a inspiração com o esclarecimento. Refere-se à influência do Espírito Santo, comum a todos os cristãos, influência que os ajuda a compreender as coisas de Deus. (1 Cor. 2:4; Mat. 16:17.) Tal esclarecimento é prometido aos crentes e tem sido experimentado por eles. Mas este esclarecimento não é o mesmo que inspiração.
Sabemos, segundo está escrito em 1 Ped. 1:10-12, que às vezes os profetas recebiam verdades por inspiração e lhes era negado esclarecimento necessário à sua compreensão dessas mesmas verdades. O Espírito Santo inspirou-lhes as palavras mas não achou por bem conceder-lhes a compreensão do seu significado. Descreve-se Caifás como sendo o veículo duma mensagem inspirada (se bem que o foi inconscientemente), apesar de não estar ele pensando em Deus. Nesse momento ele foi inspirado mas não esclarecido. (João 11:49-52.
3. Viva e não mecânica.
A inspiração não significa ditado, no sentido de que os escritores fossem passivos, sem que tomassem parte as suas faculdades no registro da mensagem, embora sejam algumas porções das Escrituras ditadas, como por exemplo os Dez Mandamentos e a Oração Dominical. A própria palavra inspiração exclui o sentido de ação meramente mecânica, e a ação mecânica exclui qualquer sentido de inspiração.
Por exemplo, um homem de negócios não inspira sua secretária ao ditar-lhe as cartas. Deus não falou pelos homens como quem fala por um alto falante. Antes seu Divino Espírito usou as suas faculdades mentais, produzindo desta maneira uma mensagem perfeitamente divina, e que, ao mesmo tempo, conservasse os traços da personalidade do autor. Embora seja a Palavra do Senhor, é ao mesmo tempo, em certo sentido, a palavra de Moisés, ou de Paulo.
"Deus nada fez a não ser pelo homem; o homem nada fez, a não ser por Deus. é Deus quem fala no homem, é Deus quem fala pelo homem, é Deus quem fala como homem, é Deus quem fala a favor do homem."
4. Completa e não somente parcial.
Segundo a teoria da inspiração parcial, os escritores seriam preservados do erro em questões necessárias à salvação dos homens, mas não em outras matérias como sejam: história, ciência, cronologia e outras semelhantes. Portanto, segundo essa opinião, seria mais correto dizer que "A Bíblia contém a Palavra, em lugar de dizer que é a Palavra de Deus".
Essa teoria nos submergiria num pântano de incertezas, pois quem pode, sem equívoco, julgar o que é e o que não é essencial à salvação? Onde está a autoridade infalível que decida qual parte é a Palavra de Deus e qual não o é? E se a história da Bíblia é falha, então a doutrina também o é, porque a doutrina bíblica se baseia na história bíblica. Finalmente, as Escrituras mesmas reivindicam para si a inspiração plenária. Cristo e seus apóstolos aplicaram o termo "Palavra de Deus" a todo o Antigo Testamento.
5. Verbal e não apenas de conceitos.
Segundo outra teoria, Deus inspirou os pensamentos mas não as palavras dos escritores. Isto é, Deus inspirou os homens, e deixou ao critério deles a seleção das palavras e das expressões.
Mas a ênfase bíblica não está nos homens inspirados, mas sim nas palavras inspiradas.
"Havendo antigamente falado aos pais pelos profetas" (Heb. 1:1).
"Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21).
Ainda mais, é difícil separar a palavra do pensamento; um pensamento é uma palavra antes de ser ela proferida. ("não comeceis a dizer em vossos corações"; "o tolo disse em seu coração"); uma palavra é um pensamento ao qual se deu expressão.
Pensamentos divinamente inspirados naturalmente teriam sua expressão em palavras divinamente inspiradas.
Paulo nos fala de "palavras ensinadas pelo Espírito" (1 Cor. 2:13).
Finalmente, uma simples palavra é citada como sendo o fundamento de doutrinas básicas. (João 10:35; Mat. 22:42-45; Gál. 3:16; Heb. 12:26, 27.)
REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
Por revelação queremos dizer aquele ato de Deus pelo qual ele dá a conhecer o que o homem por si mesmo não podia saber; por inspiração queremos dizer que o escritor é preservado de qualquer erro ao escrever essa revelação. Por exemplo, os Dez Mandamentos foram revelados, e Moisés foi inspirado ao registrá-los no Pentateuco.
A inspiração nem sempre implica revelação; por exemplo, Moisés foi inspirado a registrar eventos que ele mesmo havia presenciado e que dessa maneira estavam dentro do âmbito do seu próprio conhecimento.Distingamos também entre as palavras inspiradas e os registros inspirados. Por exemplo, muitos dizeres de Satanás são registrados nas Escrituras e sabemos que o diabo certamente não foi inspirado por Deus ao proferi-los; mas o registro dessas expressões satânicas foi inspirado.
QUESTIONÁRIO
1) SEGUNDO PAULO ESCREVEU A TIMÓTEO; PARA O QUE AS ESCRITURAS SÃO PROVEITOSAS ?
2) SEGUNDO OS APÓSTOLOS PAULO E PEDRO; POR QUEM AS ESCRITURAS FORAM INSPIRADAS?
3) AO QUE SE REFERE O TERMO "ESCRITURAS" EM 2 TIMÓTEO 3:16
4) DESDE QUANDO A ESCRITURAS DO NOVO TESTAMENTO JÁ ERAM CONSIDERADAS DIVINAMENTE INSPIRADAS ?
5) QUANDO PAULO DIZ QUE TODA ESCRITURA É INSPIRADA POR DEUS; A QUAIS ESCRITURAS ELE SE REFERE ?
6) O QUE SÃO, PARA NÓS CRISTÃOS, OS ESCRITOS SAGRADOS ?
7) DE ONDE VEM E O QUE SIGNIFICA A PALAVRA "INSPIRADA" ?
8) CITE DUAS PASSAGENS BÍBLICAS QUE INDICAM QUE AS ESCRITURAS SÃO INFALÍVEIS ?
9) CITE DUAS PASSAGENS BÍBLICAS QUE REVELAM QUE OS AUTORES BÍBLICOS ESTAVAM CONSCIENTES DE QUE SUAS PALAVRAS ERAM DE DEUS.
10) CITE DOIS TESTEMUNHOS DADOS PELO PRÓPRIO JESUS DE QUE SUAS PALAVRAS OU ENSINAMENTOS ERAM DE DEUS.
11) PORQUE NEGAR A INSPIRAÇÃO PLENÁRIA DAS ESCRITURAS SERIA NEGAR O TESTEMUNHO DE JESUS, DO ESPÍRITO SANTO E DOS APÓSTOLOS A CERCA DAS ESCRITURAS ?
12) PORQUE LIMITAR OU DESCARTAR A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS SERIA DEPRECIAR A AUTORIDADE DIVINA DAS ESCRITURAS ?
13) EXPLIQUE COMO DEUS INSPIROU OS ESCRITORES BÍBLICOS SEM VIOLAR A PERSONALIDADE DELES.
BIBLIOLOGIA - AUTORIDADE - INERRÂNCIA E
REVELAÇÃO
Autoridade
- A Bíblia é chamada de Livro (Is.34:16);
- Palavra (Mc.7:13; Hb.4:12);
- Luz (Sl 119),
- Escritura (Mt.21:42),
- Sagrada(Rm.1:2);
- Oráculo (Rm.3:2), entre outros títulos.
O nome Bíblia varia do termo grego biblios e poderia significar "Biblioteca", já que é uma coleção de 66 livros. A divisão em capítulos foi feita apenas no ano 1250 por Hugo Saint Cher. A divisão em versículos se consolidou em 1445 pelo Rabi Nathan e o NT em 1551, pelo pastor Robert Stevens.
Para os católicos existe uma diferença na numeração de alguns capítulos. Mas a maior diferença é o fato que a Bíblia "protestante" não aceita como inspirados os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1 e 2 Macabeus. Os capítulos 10 a 16 de Ester e os capítulos 3,13 e 14 do livro de Daniel também não estão presentes, pois acredita-se que não foram inspiradas por Deus, tendo sido acrescentadas posteriormente.
Quando as primeiras traduções para a língua do povo foram publicadas, durante a Reforma Protestante, rompeu-se a tradição que havia de se ler uma versão da Bíblia traduzida para o latim (chamada "Vulgata"), a qual somente os padres e bispos tinham acesso.
Desde então vem sendo estudada e entendida por todos os interessados. Isso enfraqueceu a predominância da chamada "tradição oral" e os comentários doutrinários que eram repassados em pé de igualdade com o texto escrito
Existe um original?
O Antigo Testamento foi escrito em hebraico com alguns poucos textos foram escritos em aramaico. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego chamado koinê, a língua popular da época.
É fundamental entender que os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Sabe-se que não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia. Os chamados autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos pelos seus autores, se perderam. O que temos disponível são centenas de cópias de cópias de cópias.
As cópias mais antigas foram encontradas graças às descobertas arqueológicas. Os manuscritos mais antigos conhecidos são de 850 d.C. Durante muito tempo esse argumento foi usado para se questionar a autoridade da Bíblia.
Em 1947, um pastor beduíno que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou nas montanhas de Qumram, Israel centenas de potes de barro com cópias de textos, os chamados Manuscritos do Mar Morto. Bem conservadas, serviram para provar que as alegadas alterações nos textos foram mínimas se comparadas ao que já se conhecia.
Testemunho da própria Bíblia
No Antigo Testamento, ocorre centenas de vezes o termo "assim diz o Senhor". Isso deixava claro para os judeus que aquelas eram palavras vindas do próprio Deus.
Jesus reforçou que ela é "inspirada por Deus" e que o Espírito Santo ensinar as pessoas sobre ela (Lc. 24:45; 2 Tm.3:16; Jo.15:26).
Paulo diz que o Senhor nos dará entendimento de tudo (2 Tm.2:7). O próprio Deus é quem coloca sua lei em nossos corações (Hb. 8:10). Deus dará entendimento para conhecermos a verdade (1 Jo.5:20) e dá sabedoria a quem lhe pedir (Tg. 1:5).
Para o estudo da Teologia sistemática bíblica, presume-se que a forma final das Escrituras são autoridade. Embora vários tentem explicar o que "Jesus queria dizer" ou o que "Paulo realmente pensava", isso são especulações que muitas vezes pretendem minar os ensinamentos claros das Escrituras.
A Inerrância da Bíblia
A doutrina da inerrância significa acreditar que a Bíblia não tem erros. Esse conceito é constantemente atacado. O combate a ele tem dividido até denominações evangélicas. Uma vez estabelecida sua autoridade é igualmente importante entender o que significa sua inerrância.
A IMPORTÂNCIA DA INERRÂNCIA
1) Inerrância declarada:
Não é possível crer na Bíblia sem crer na inerrância total. Crer que ela pode ter erros é torná-la totalmente indigna de confiança, já que não é possível estabelecer até aonde os erros chegariam.
Matérias como Cristologia e Soteriologia perderiam a credibilidade por falta de certeza de que a Bíblia as expõe corretamente. Não importa que tamanho sejam os "erros" da Bíblia. O menor deles faz com que as doutrinas bíblicas entrem em colapso.
Algumas consequências disso seriam:
- Visão liberal da seriedade do adultério;
- Visão liberal da seriedade do homossexualismo;
- Visão liberal do divórcio e do novo casamento;
- Reinterpretação "cultural" de alguns ensinos da Bíblia (ex.: submissão da mulher, obediência civil e sexo antes do casamento);
- Tendência a encarar a Bíblia pela óptica da psicologia moderna.
Inerrância diluída - Para muitos, brigar pela inerrância da Bíblia é fazer uma tempestade em um copo de água. Esses dizem que a Bíblia não fala claramente sobre sua inerrância. Contudo, para fazerem tal afirmação, eles teriam de mostrar que ela também não ensina isso de modo claro.
O fato de a Bíblia não falar sobre a inerrância usando esse termo, não quer dizer que essa verdade não seja exposta pela Bíblia. É como a doutrina da Trindade, a qual não é apoiada por um texto sequer que contenha a palavra "Trindade" e, nem por isso, é menos verdadeira e bíblica. Do mesmo modo, Jesus nunca disse : "eu sou Deus", contudo a evidência bíblica atesta sua divindade.
Esse tipo de exigência de só se crer se houver um versículo que, com todas as letras, exponha e encerre a questão, não é o meio correto de interpretação das Escrituras. Usando esse critério, seria válido dizer que o time vencedor de um torneio não é campeão porque perdeu uma partida no decorrer do campeonato para a equipe que ficou em último lugar.
Outro ataque contra a inerrância é dizer que ela é uma doutrina nova e que a igreja nunca se preocupou com isso no passado. A inerrância, na verdade, foi defendida por pessoas como Jesus (Jo 10.35) e Paulo (2Tm 3.16). Sem falar de homens de Deus que a defenderam de modo veemente:
- Agostinho (354-430) afirmou: - As consequências mais desastrosas devem seguir-se à crença de que existe algo falso no livro sagrado. Isso equivale a dizer que os homens por meio dos quais as Escrituras chegaram até nós, encarregados de colocá-las por escrito, registraram algo falso nesses livros. Se nesse sagrado santuário de autoridade se admitir a possibilidade de haver uma só declaração falsa, não restará uma única sentença desses livros que, parecendo a alguém difícil de praticar ou de nela crer, não possa ser explicada pela mesma regra fatal como uma afirmação na qual o autor, intencionalmente, declarou o que não era verdade (Epístola).
- Tomás de Aquino (1224-1274): "Nenhuma falsidade pode fundamentar o sentido literal das Escrituras"(Suma Teológica).
- Lutero: "As Escrituras jamais erraram".
John Wesley : "Se existe qualquer erro na Bíblia, bem poderiam existir mil deles. Se existe uma só falsidade naquele Livro, não proveio do Deus da verdade".
O SIGNIFICADO DA INERRÂNCIA
A inerrância significa que tudo que a Bíblia ensina e apresenta é verdadeiro, podendo incluir aproximações, citações livres, linguagem figurada e narrativas diferentes do mesmo evento desde que não se contradigam.
É claro que essa forma complexa de se transmitir a verdade cria diversas "aparentes" dificuldades, sem contudo, apresentar erros.
Alguns exemplos:
a) 1 Co 10.8 diz que 23 mil morreram em um só dia e Nm 25.9 afirma que foram 24 mil, sem incluir a restrição "em um só dia";
b) Linguagem figurada como "nascer" e "pôr do Sol". Apesar de não condizer com o que a ciência já descobriu, são expressões corretas da observação humana e linguagem corriqueira ainda hoje;
c) Mc 10.46-52 e Lc 18.35-43 contam que Jesus curou um cego em Jericó, enquanto Mt 20.29-34 diz que eram dois cegos. Na verdade havia dois cegos, mas Marcos e Lucas contaram a história de um deles, Bartimeu.
O entendimento do tipo de linguagem usada e o propósito do autor devem ser levados em conta.
A INERRÂNCIA NOS ENSINOS DE CRISTO
1) As evidências de "Mt 4.1-11"
a) Jesus disse, referindo-se às Escrituras, que o homem deveria viver de "toda palavra" que sai da boca de Deus (v.4 cf. Dt 8.3);
b) Quando Satanás citou o Sl 91.11-12, ele omitiu uma parte do v.11 que muda completamente o sentido do texto, mostrando que a ideia não era a de que Deus protege de riscos desnecessários e descabidos. Jesus respondeu que fazer uso do texto desse modo era tentar a Deus, já que o homem deve viver de "toda palavra" que procede de Deus; e
c) A resposta de Jesus a Satanás foi: "Está escrito" (vv.4,7,10).
2) As evidências do "Antigo Testamento" usadas por Cristo
a) Jesus reconheceu que Adão e Eva eram pessoas reais, criadas por Deus, e agiram de maneiras específicas (Mt 19.3-5; Mc 10.6-8);
b) Creu serem verdadeiros os eventos envolvendo os dias de Noé (Mt 24.38-39; e Lc 17.26-27);
c) Confirmou a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra e a historicidade de Ló e da sua esposa (Mt 10.15; Lc 17.28-29); e
d) Aceitou como verdadeira a história de Jonas e o peixe (Mt 12.40) e a historicidade de Isaías (Mt 12.17), Elias (Mt 17.11-12), Daniel (Mt 24.15), Abel (Mt 23.35), Zacarias (Mt 23.35), Abiatar (Mc 2.26), Davi (Mt 22.45), Moisés e seus escritos (Mt 8.4; Jo 5.46), Abraão, Isaque e Jacó (Mt 8.11; Jo 8.39).
3) A evidência de "Mt 5.17-18" -
O termo "a Lei e os profetas"envolvia todo o Antigo Testamento. Jesus disse que ele jamais passaria, sem que se cumprisse nem mesmo um "i" ou um "til" (ARA) ou a "menor letra" ou "traço" (NVI). Ao dizer isso, Jesus se referiu ao yod, a menor letra do alfabeto hebraico. Também se referiu ao que é chamado de "til" ou "traço", que é um pequeno sinal gráfico que diferencia letras hebraicas muito parecidas como o beit e o kaf ou o dalet e o resh. Isso demonstra a confiança que Jesus tinha em cada palavra das Escrituras.
Revelação
Além da revelação geral de Deus, existe a chamada revelação especial que não é necessariamente dada a todas as pessoas.
Ao longo da história, Deus se revelou aos homens de diversas formas. A maior parte dessas maneiras cessou depois do fechamento do cânon. Mesmo assim podem ser estudadas para se entender os meios que Deus usou para revelar ao homem a sua divindade e a sua vontade.
MANEIRAS DA REVELAÇÃO ESPECIAL
A) SORTES - Embora não usemos mais o sistema de lançar sortes, em determinadas ocasiões isso serviu para revelar a vontade de Deus ao homem (Pv 16.33; At 1.21-26).
B) O URIM E O TUMIM - O peitoral usado pelo sumo sacerdote era como um grande bolso adornado com 12 pedras preciosas. Dentro havia 2 pedras, o Urim e o Tumim, que eram retiradas, como as sortes, a fim de determinar a vontade de Deus (Ex 28.30; Nm 27.21; Dt 33.8; 1Sm 28.6; Ed 2.63).
C) SONHOS - O sonho, mesmo sendo uma experiência comum, muitas vezes foi usado por Deus para se comunicar com homens no período do AT, o que ocorrerá novamente por ocasião da segunda vinda de Cristo (Gn 20.3,6; 31.11-13, 24,40-41; Jl 2.28).
D) VISÕES - Muitos homens de Deus tiveram visões como revelação de Deus. Através delas eles principalmente "ouviram" as palavras do Senhor (Is 1.1; 6.1; Ez 1.3).
E) TEOFANIAS - Antes da encarnação de Jesus, as teofanias estavam associadas com a aparição do "Anjo do Senhor", que comunicou a mensagem divinas às pessoas (Gn 16.7-14; Ex 3.2; 2Sm 24.16; Zc 1.12).
F) ANJOS - Deus, muitas vezes, usou seus anjos para entregar mensagens divinas aos homens (Dn 9.20-21; Lc 2.10-11; Ap 1.1).
G) OS PROFETAS - Os profetas do AT trouxeram a mensagem de Deus para a humanidade (2 Sm 23.2; Zc 1.1), assim como fizeram os do NT (Ef 3.5). Eles falavam diretamente da parte de Deus, diferente dos mestres de hoje em dia, que ensinam com base no que foi previamente revelado pelas Escrituras.
H) EVENTOS - A atuação de Deus na história também o revela. A libertação de Israel revelou os atos de justiça do Senhor (Mq 6.5). Os atos de juízo revelam quem Deus é (Ez 25.7), assim como a encarnação de Cristo (Jo 1.14; Hb 1.3). Deve-se ressaltar que esse tipo de revelação se dá por meio de fatos históricos reais, sem que tenhamos de procurar um sentido espiritual escondido por detrás do texto. Quando a Bíblia fala de guerras e povos do passado, refere-se a guerras e povos do passado e não a outras entidades representadas por metáforas. Além disso, a própria Palavra de Deus revela a atuação de Deus em diversos fatos históricos.
I) JESUS CRISTO - Indiscutivelmente, a encarnação de Jesus Cristo foi um dos principais meios dessa revelação especial. Ele revelou o Pai (Jo 1.14; Hb 1.2-3), mostrou a natureza de Deus (Jo 14.9), o poder de Deus (Jo 3.2), a sabedoria de Deus (Jo 7.46), a glória de Deus (Jo 1.14), a vida de Deus (1Jo 1.1-3) e o amor de Deus (Rm 5.8). Nosso Senhor fez tudo isso tanto por intermédio de seus atos (Jo 2.11) como por meio de suas palavras (Mt 16.17).
J) A BÍBLIA - A Bíblia é o meio mais abrangente da revelação, pois engloba o registro de muitos aspectos dessa revelação. É claro que nem tudo que Deus revelou a homens e que Jesus fez está registrado na Bíblia (Jo 21.25). Por outro lado, a Bíblia não contém apenas relatos de visões e os feitos de Jesus. Há também diversas verdades adicionais reveladas por meio dos escritores bíblicos. Assim, a Bíblia é, ao mesmo tempo, registro de aspectos da revelação de Deus e a própria revelação.
Três aspectos importantes da revelação na Bíblia. Ela é:
- Verdadeira (Jo 17.17);
- Progressiva (Hb 1.1);
- Possui um propósito (Jo 20.31; 2Tm 3.15-17).
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