ESCATOLOGIA IV

ESCATOLOGIA - Grande Tribulação - O Milênio - A JERUSALÉM CELESTIAL

Dentro   da   Teologia   Sistemática    existem divisões    de pensamento sobre o que acontecerá entre  o  arrebatamento (ida da Igreja par ao céu)  e  a  volta  definitiva  de Jesus   à Terra. É o período da chamada "Grande Tribulação". Existem três visões principais: Pré, Meso e Pós tribulacionismo.

É importante lembrar também que as Escrituras ressaltam a distinção entre o plano de Deus para Israel e para a Igreja.

AS ALIANÇAS DE DEUS COM ISRAEL

As alianças de Deus com Israel são eternas.

a) Aliança Abraâmica - Promessa da TERRA a Abraão (Gn 12.1-3; 15.18-21).

b) Aliança Davídica - Promessa de um TRONO perpétuo a um descendente do Davi (2 Sm 7.11-16).

c) Nova Aliança - Promessa de um novo TRATO com Deus por meio da conversão nacional (Jr 31.31-34; Ez 36.24-36; Jl 2.28-32).

A Grande Tribulação                               

O período escatológico chamado de "Tribulação" é uma época sem precedentes na história humana (Mt 24.21), sendo o período de 7 anos. Ele é chamado de 70ª semana de Daniel. O sofrimento infligido nesse período terá abrangência mundial (Ap 3.10).

O INÍCIO DA TRIBULAÇÃO

O início desse período se dará quando "um príncipe que há de vir" (Dn 9.26) fizer "firme aliança com muitos" (Dn 9.27). Esse homem é identificado, em outras partes, como o "chifre pequeno" (Dn 7.8,24,25) e como "homem da iniquidade" (2 Ts 2.3); Ele será o líder de uma aliança de nações. Fará também uma aliança com Israel trazendo paz aos judeus. Devido a essa paz, o Templo será reconstruído na primeira parte da Tribulação (Dn 9.27 prevê que na primeira metade da Tribulação haverá "sacrifícios" em Israel, atividade feita exclusivamente no Templo); Os primeiros 3½ anos terminarão com o "homem da iniquidade" declarando ao mundo sua divindade e se "assentando no santuário de Deus" (2 Ts 2.4), possivelmente uma referência ao Templo de Israel.

2 - OS JUÍZOS

Apocalipse 6:19, texto que trata do período da Tribulação, descreve três sequências de juízos: selos, trombetas e taças, cada apresentada como sete eventos.

Existe muito debate se as três sequências se sucedem cronologicamente, se elas se sobrepõem, ou, ainda, se as trombetas e as taças são descrições dos selos. Vamos nos ater a relacionar como eles são apresentados pela Bíblia.

OS SELOS

1) Primeiro selo (Ap 6.1,2): cavaleiro no cavalo branco que sai para conquistar. Pode indicar, no início da Tribulação, o domínio crescente do poder do "homem da iniquidade". Esse domínio acontece quando as pessoas falam em "paz e segurança" (1 Ts 5.3);

2) Segundo selo (Ap 6.3,4): cavaleiro no cavalo vermelho portando uma grande espada, trazendo o fim da paz e guerra entre os homens;

3) Terceiro selo (Ap 6.5,6): cavaleiro no cavalo preto com uma balança na mão, a qual representa um forte racionamento de comida devido a uma fome rigorosa.

4) Quarto selo (Ap 6.7,8): cavaleiro, chamado Morte, no cavalo preto. Ele traz morte, por meio da guerra, fome e pestes, a 1/4 da população mundial;

5) Quinto selo (Ap 6.9-11): iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra.

6) Sexto selo (Ap 6.12-17): haverá eventos catastróficos como um grande terremoto, o escurecimento do Sol e da Lua, chuva de meteoros, montes e ilhas removidos do lugar e algo nos céus que dará aos homens a ideia nítida do juízo enviado por Deus;

7) Sétimo selo (Ap 8.1-6): Um grande silêncio, por meia hora, seguido de trovões e terremotos que introduzem os sete juízos denominados "trombetas".

AS TROMBETAS

1) Primeira trombeta (Ap 8.7): fogo misturado a sangue cai do céu e queima 1/3 da terra, das árvores e das plantas;

2) Segunda trombeta (Ap 8.8,9): algo inexplicável causa a destruição de 1/3 do mar, da vida marinha e das embarcações.

Alguns textos apontam que esse período, chamado por Daniel de "semana" é, na verdade, um período de 7 anos e não de 7 dias são Dn 7.25; 12.7,11-12 e Ap 11.2,3; 12.6,14; e 13.5, referindo-se a uma parte da Tribulação como um período de 3 anos e meio.

Olhando-se para Dn 12.11, sabendo que 1.260 dias são iguais a 3 1/2 anos, os 30 dias para completarem os 1.290 dias provavelmente correspondem ao tempo necessário para todos os julgamentos que acontecerão depois da Segunda Vinda (Ez 20.33-44; Jl 3.2,3; Mt 25.32) e os 45 dias que completarão os 1.335 dias provavelmente correspondem ao tempo que precederá o início do reino milenar.

3) Terceira trombeta (Ap 8.10,11): 1/3 da água potável é afetado trazendo grande sede e morte aos homens;

4) Quarta trombeta (Ap 8.12,13): danos causados ao Sol, à Lua e às estrelas provocando perda de luz para a Terra tanto de dia como de noite;

5) Quinta trombeta (Ap 9.1-12): primeiro "ai". Menciona um abismo e gafanhotos, mas pode ser alegórico pois Ap 9 é o capítulo que mais contém a palavra "como", introduzindo símiles no lugar de uma descrição literal dos fatos. Estabelece que haverá, por 5 meses, um tormento indescritível sobre os incrédulos;

6) Sexta trombeta (Ap 9.13-21): segundo "ai". Haverá a morte de 1/3 da população mundial.

7) Sétima trombeta (Ap 11.15-19): Terceiro "ai". Há um anúncio de que o fim está próximo e que é chegado o momento do Senhor reinar na Terra. Mesmo assim, ainda resta 7 taças da ira de Deus a serem derramadas, talvez, nas últimas semanas da Tribulação (Ap 16.1-21), sendo que todas as taças são derramadas ao mesmo tempo sobre a Terra (Ap 16.1).

AS TAÇAS

1) Primeira taça (Ap 16.2): feridas terríveis acometem os incrédulos;

2) Segunda taça (Ap 16.3): destruição do mar e morte completa dos seres marinhos;

3) Terceira taça (Ap 16.4-7): toda a água potável será afetada trazendo um juízo tremendo pelo sangue dos justos que foi derramado;

4) Quarta taça (Ap 16.8,9): a intensidade dos raios solares é tão grande que passa a queimar os homens;

5) Quinta taça (Ap 16.10,11): algo descrito como "o trono da besta será afetado e seu reino ficará em trevas" causará ódio ainda maior dos incrédulos por Deus;

6) Sexta taça (Ap 16.12-16): o rio Eufrates secará. Isso facilitará a travessia dos exércitos dos reis do Oriente (cf. Dn 11.44);

7) Sétima taça (Ap 16.17-21): completam-se todas as coisas e ocorre o maior terremoto de todos os tempos causando inúmeras destruições. Pedras com cerca de 35 quilos caem dos céus, provocando terrível destruição e isso resulta blasfêmias contra Deus por parte dos incrédulos.

OUTROS EVENTOS DA TRIBULAÇÃO

A) Os remidos -

Quando o quinto selo é aberto (Ap 6.9-11) iniciam-se a perseguição e o martírio daqueles que testemunharam o nome de Cristo na Terra. Sabendo que todos os crentes foram arrebatados antes da Tribulação, podemos notar esses que serão perseguidos crerão em Cristo durante aquele período.

O evangelho será pregado nessa época possivelmente pelos servos de Deus que foram selados. Tratam-se de 144 mil judeus solteiros do sexo masculino (Ap 7.3-8; 14.1-4) e são chamados de "servos do nosso Deus". Eles não serão os únicos a pregar naqueles dias. Outros pregarão e serão perseguidos e mortos (Mt 24.9). O fato é que o evangelho será pregado em todo mundo e haverá conversões (Mt 24.14).

B) Ataque frustrado a Israel -

Durante o período de aparente paz (provavelmente no final dele), uma confederação do norte atacará Israel (Ez 38;39). Os possíveis participantes, segundo Ez 38.1-6, são Rússia (Gogue e Magogue), Irã (Pérsia), Sudão (Etiópia), Líbia (Pute), Ucrânia (Gômer), Turquia e Síria (Togarma). Esse ataque ocorrerá depois do tratado de paz, quando os israelitas habitarem sua terra tendo retornado do exílio mundial. Haverá protestos da parte do Ocidente (Ez 38.13). Essa coligação será derrotada por intervenção divina (Ez 38.21,22) e levará 7 meses para enterrar os mortos (Ez 39.12).

Tal destruição dos inimigos causará um grande testemunho para o mundo e para os israelitas incrédulos (Ez 38.23; 39.7,13,21-24). É possível que esse evento faça o "homem da iniquidade" atuar dentro da Palestina e produza conversões entre os israelitas e a consequente perseguição do "homem da iniquidade" por desejar uma adoração que não pode mais ter devido à fé dos que creram.

C) As duas testemunhas -

Durante a primeira metade da Tribulação, duas testemunhas desenvolverão uma atividade de proclamação como de profetas (Ap 11.3-13). Farão isso por 1.260 dias (primeiros 3½ anos da Tribulação) e parecem exercer poder sobre a natureza (vv.3-6). Cumprida sua tarefa e seu tempo, a besta (o homem da iniquidade) vai vencê-las e deixar seus corpos expostos em uma praça de Jerusalém (vv.7-9). Durante 3 dias e meio, haverá festa pela morte das testemunhas, mas, ao final disso, elas serão ressuscitadas e levadas ao céu. Um décimo da cidade será destruído causando a morte de 7 mil pessoas (vv.10-13).

D) Atuação do homem da iniquidade (a besta) -

A primeira parte da Tribulação tem o "homem da iniquidade" como um líder capaz de resolver problemas entre nações trazendo-lhes paz. Entretanto, o evento descrito em Dn 9.27 demonstra seu real caráter e dá início à segunda metade da Tribulação.

A besta se assentará no santuário de Deus e se apresentará como Deus, exigindo ser adorado (2 Ts 2.3,4). Essa besta se apresentará como Deus, pois Satanás lhe dará poder e autoridade (Ap 13.2), além de poderes sobrenaturais (2 Ts 2.9). Durante essa época, a besta será "ferida de morte", mas sua recuperação inacreditável fará com que seja seguida por muita gente, que também adorará a Satanás (Ap 13.3,4). Um dos pontos que comprova a divindade de Jesus é a sua ressurreição. É possível que a segunda besta utilize esse evento do mesmo modo para tentar mostrar sua "divindade" enganadora.

Nos 42 meses seguintes (3½ anos), a besta agirá com poder e engano, perseguindo e vencendo os crentes e sendo adorada pelo mundo todo (Ap 13.5-8). Haverá também, por parte do homem da iniquidade e das nações que o servem, a perseguição e destruição da igreja apóstata/ecumênica (Ap 17.16).

E) A segunda besta (falso profeta) -

Para promover seus intentos e a adoração a si, a primeira besta (o homem da iniquidade) faz surgir uma segunda besta (falso profeta). A segunda besta em momento algum promove a si mesma, mas ao homem da iniquidade (Ap 13.11-18). Tem a autoridade da primeira besta e realiza sinais (vv.12,13). Vai exaltar o fato de a primeira besta não ter sucumbido diante da ferida mortal (v.14). Fará uma imagem da besta e lhe dará vida (ou a aparência de uma imagem viva) a fim de atrair adoração (v.15). Finalmente, cria uma marca que somente os adoradores da besta receberão e com a qual poderão realizar operações comerciais (vv.16-18).

F) A igreja apóstata/ecumênica -

No período da Tribulação, atuará uma igreja apóstata (possivelmente a apostasia mencionada em 2 Ts 2.3) chamada de grande meretriz.

Apocalipse 17 fala sobre essa igreja sendo uma instituição rica (v.4), modelo de outras instituições ligadas a ela (v.5), que se alegra com a perseguição e morte das testemunhas de Jesus (v.6). Essa instituição tem uma abrangência mundial (v.15) e sucumbirá diante do homem da iniquidade e das nações a ele associadas (v.16).

4 - O ARMAGEDOM -

No final da Tribulação, reinos do Norte e do Leste virão sobre Israel, facilitados pela seca do Eufrates, à planície de Esdraelon, defronte ao monte Megido (em grego Armagedom).

Trata-se de um vale que mede cerca de 30 x 20 km. Outros locais de conflito serão Jerusalém (Zc 12.9; 14.12; 14.4) e Bozra (atual Petra) (Is 63.1-6). Essas três regiões compreendem o Norte, o Centro e o Sul de Israel, respectivamente.

No meio da batalha, o Senhor Jesus voltará com seus exércitos celestiais e derrotará os exércitos terrenos (Ap 19.11-21). O morticínio será indescritível (Ap 14.20; 19.17,18).

ENTENDENDO O MILÊNIO

É necessário oferecer algumas explicações sobre a questão dos julgamentos, que permeiam o ensino bíblico. Dependendo da linha teológica, eles são colocados em diferentes momentos no estudo da escatologia.

Digno de nota é a menção do crescimento em alguns círculos teológicos do Extincionismo ou Aniquiliacismo. Essa linha defende que todas as pessoas são criadas imortais, mas aqueles que persistirem no pecado e rejeitarem a Jesus serão aniquilados e deixarão de existir, minimizando a necessidade de sofrimento eterno.

Embora reconheçam o Inferno como um local literal, afirmam que ele é só para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41). A punição eterna mencionada no capítulo 25 de Mateus não é infindável. Como somente Deus possui imortalidade (1 Tm 1.17, 6.16), ela seria um dom "especial" relacionado com redenção em Jesus Cristo (Rm 2.7, 1 Co 15.52-54, 2 Tm 1.10).

OS JULGAMENTOS FUTUROS

A Bíblia fala sobre vários julgamentos, sendo que alguns de seus aspectos envolvem os acontecimentos na Tribulação e no Milênio. Não estão relacionados com a salvação, já que aqueles que aceitam a Jesus vão pro céu e os que não aceitam já estão julgados (Jo 3:17-18) e serão condenados.

Vamos conhecer melhor essa questão

a) Obras dos cristãos -

Embora não seja especificado, é provável que esse julgamento ocorra logo depois o Arrebatamento. As passagens principais que falam desse julgamento são 1 Co 3.10-15 e 2 Co 5.10.23. O chamado tribunal (bema) de Cristo julgará somente crentes, não para condená-los (Rm 8.1), mas para avaliar e premiar suas obras.

Outras passagens que evidenciam que as obras dos crentes passam por avaliação e serão recompensadas no futuro pelo Senhor são Rm 14.10; 1 Co 4.1-5; 9.24-27; 1 Ts 2.19; 2 Tm 4.8; Tg 1.12; 1 Pe 5.4.

b) Santos do Antigo Testamento -

Daniel 12.3 fala da premiação dos "sábios" (salvos) de modo geral associando tal acontecimento à ressurreição e condenação dos ímpios, o que, segundo Ap 20.11-15, acontecerá no final do milênio.

Portanto, se a ressurreição dos cristãos (Igreja) se dá no Arrebatamento (1 Ts 4.13-17), parece que os santos do AT ressuscitarão e serão premiados somente no fim do milênio.

É importante notar que é comum profetas do AT falarem de um evento como se fosse único e o NT desmembrar seu cumprimento em mais de uma ocasião (revelação progressiva).

c) Santos da Tribulação -

Apocalipse 20.4-6 fala da ressurreição dos que foram martirizados na Tribulação antes do início do milênio, visto que reinarão por "mil anos". Não são mencionados julgamento ou recompensas, mas sendo humanos estão sujeitos a isso.

d) Judeus vivos? Ou seja, os que sobreviverem à Tribulação.

Judeus e gentios serão julgados depois da volta de Cristo e somente os crentes entrarão no milênio.

O julgamento dos judeus se dará no deserto. É descrito em Ez 20.34-38 e ilustrado nas parábolas de Mt 25.1-30. Os aprovados desfrutarão das bênçãos da Nova Aliança (Ez 20.37) enquanto os reprovados não poderão entrar em Israel (Ez 20.38), mas serão lançados nas "trevas exteriores" (Mt 25.30).

e) Gentios Vivosou seja, que sobreviverem à Tribulação -

Os gentios também serão julgados na vinda de Cristo (Mt 25.31-46). Joel profetizou que o local de tal julgamento é o "vale de Josafá" (Jl 3.2). Isso pode ser uma referência não a um lugar, mas ao acontecimento, já que Josafá significa "Jeová julga".

f) Satanás e os anjos caídos -

Satanás e os anjos caídos serão julgados no final do milênio e condenados ao fogo eterno (Mt 25.41; Jd 6,7; Ap 20.10). Os santos participarão desse julgamento (1 Co 6.3).

g) Pessoas não salvas -

No final do reino milenar de Cristo, todos os incrédulos mortos serão ressuscitados e julgados para condenação (Dn 12.2). Esse julgamento, também chamado de "ressurreição do juízo" (Jo 5.28,29), acontecerá diante do grande trono branco (Ap 20.11-15), onde Jesus será o juiz (Jo 5.22,27). Serão abertos livros das obras pecaminosas dos incrédulos, além do Livro da Vida, o qual não conterá o nome de nenhum deles. Serão condenados e lançados no fogo eterno (Mt 25.41). Esse é o fim da história. Ela dá, então, início à eternidade.

POSIÇÕES SOBRE O MILÊNIO

Assim como outras questões escatológicas existem debates sobre a ordem dos acontecimentos relacionados ao final dos tempos. Para algumas linhas da teologia uma argumentação muito elaborada a respeito do milênio é exagerada, pois o assunto é mencionado em apenas 3 versículos de Apocalipse 20 (vv 4-7). Além disso, ressaltam que a linguagem alegórica de textos escatológicos não pode resultar em uma interpretação literal.

Os que não acreditam que esse período será literal, defendem o amilenismo (ausência de milênio). Eles afirmam que o termo "milênio" é simbólico e meramente representativo.

Os pós-milenistas dizem que o reino de Cristo está estabelecido nos céus e que se manifesta na terra através das obras da Igreja.

Vamos abordar com maior ênfase o pré-milenismo por ser a visão mais comum na Igreja do Brasil. Sem com isso deixar se apresentar as outras posições.

ENTENDENDO O MILÊNIO

O reino de Cristo não cumpriu plenamente as profecias na sua primeira vinda de Cristo (2 Sm 7.11-16). Isso é usado por ramos do judaísmo, por exemplo, para não reconhecer Jesus como o Messias prometido.

Afirmar que a soberania espiritual de Cristo, que reina sobre tudo desconsidera o seu lugar no trono de Davi (Lc 1.31-33).

O reino de Cristo ainda não aconteceu e a falta dessa compreensão é antiga (Lc 19.11). Entende-se que o cumprimento pleno se dará em um reino que ainda há de ser instituído, período chamado de "milênio", ou "reino milenar de Cristo".

SUA DURAÇÃO

Apocalipse 20.2-7 diz seis vezes que o tempo do milênio é de "mil anos". A repetição insistente da expressão "mil anos" demonstra sua literalidade e importância.

SEU GOVERNO

a) Tipo de governo -

Será uma teocracia, assim como havia em Israel entre a saída do Egito (1446 a.C.) e a instituição da monarquia (1051 a.C.). Jesus reinará de maneira visível sobre a humanidade (Dn 7.14) com poder absoluto (Ap 19.15). Haverá justiça completa (Is 11.4);

b) O centro do governo -

Jerusalém será a sede desse governo (Is 2.3). A cidade será exaltada (Zc 14.10) e gloriosa (Is 24.23), para sempre segura (Is 26.1-4) e no seu centro estará o templo (Is 33.20).

c) Seus governantes -

Um descendente de Davi (o Messias) será o (Jr 30.9; Ez 37.24,25 cf. Lc 1.31-33). A autoridade das doze tribos de Israel será entregue aos doze apóstolos (Mt 19.28). Haverá autoridade para outros príncipes (Is 32.1). A Igreja também terá participação no governo da Terra (Ap 5.9,10).

d) Os súditos do governo -

Inicialmente são judeus e gentios redimidos que sobreviveram à Tribulação. Contudo, todos os recém-nascidos serão exatamente como os de hoje, necessitando de uma decisão pessoal, por meio da fé em Jesus, para serem também redimidos. A obediência política ao Rei não implicará transformação interior que vem da justificação. Assim, ser súdito e ser salvo, naquele tempo, serão duas coisas independentes. Esses, com corpos mortais, dividirão espaço com a Igreja ressurreta, em corpos glorificados e imortais (1 Co 15.42-54).

AS CARACTERÍSTICAS DO MILÊNIO

a) Justiça - Jesus exercerá um governo justo (Is 16.5; 32.1) e as punições serão imediatas (Is 11.4).

b) Paz - Haverá paz e unidade entre as nações (Is 19.23-25). Jerusalém desfrutará uma paz que desconhece há muito tempo (Zc 8.4,5), paz que se estenderá a toda a Terra (Is 2.4).

c) Prosperidade - A Terra será próspera e farta de alimentos (Am 9.13,14) e até os desertos serão produtivos (Is 35.1-7).

d) Religião - O conhecimento do Senhor será amplo sobre toda a Terra (Is 2.2,3). O templo de Jerusalém (Ez 40:48) estará em funcionamento e sacrifícios serão oferecidos. Alguns dispensacionalistas acreditam que esses sacrifícios terão valor memorial, enquanto outros acreditam que farão purificação cerimonial. Haverá a observância de dias e festas (Ez 46.1-15; Zc 14.16).

O PÓS-MILENISMO

Defendida desde os tempos da Idade Média por influência do teólogo católico Agostinho, os pós-milenistas creem que o Reino de Deus está sendo estabelecido agora por meio do ensino, da pregação, da evangelização e das atividades missionárias. Seu foco é na realidade espiritual do governo de Cristo, representado na Terra pela Igreja.

O mundo será um dia cristianizado e a consequência será um longo período de paz e prosperidade que se chamaria Milênio.

Seus principais argumentos são:

O governo do Espírito de Deus no coração do crente mostra que Cristo Reina (Jo 14-16).

A difusão universal do Evangelho é prometida por Cristo e isso ainda não ocorreu (Mt 28.18-20). Nos lugares onde chega a Igreja as condições melhoram.

O trono de Cristo no céu, de onde ele reina e governa (Sl 47.2, 97.5).

A salvação virá a todas as nações, tribos, povos e línguas (Ap 7.9-10).

Essa visão, porém, não aborda a apostasia características do final dos tempos (Mt 24.3-14, 1 Tm 4.1-5, 2 Tm 3.1-7).

O AMILENISMO

Assim como o pré-milenismo, acredita que o reino de Deus está presente agora no mundo por meio de sua Palavra, o Espírito Santo e a Igreja.

Também é chamado de Milênio realizado, defende um contínuo crescimento paralelo entre o bem e o mal no intervalo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.

Seu principal argumento é que o Reino de Deus é central na história bíblica. Por isso não há necessidade de se esperar um reino em uma época futura.

A história está se movendo para o alvo da redenção total do universo (Ef 1.10, Cl 1,18). Apocalipse 24.4-6 refere-se ao reino das almas que estão com Cristo no céu, de onde ele Reina com sua Palavra e seu Espírito.

O NOVO CÉU E A NOVA TERRA

Os últimos capítulos da Bíblia falam sobre a vinda de um novo céu e uma nova Terra, onde o mar deixará de existir (Ap 21.1). Desce do céu uma Nova Jerusalém, descrita em detalhes ao longo do capítulo 21. Nela não haverá separação entre judeus e cristãos.

Essa é a esperada cidade dos justos do Antigo Testamento (Hb. 11.10, e também daqueles que seguem a Jesus Cristo (Hb. 13.14). A cidade de Jerusalém tantas vezes chamada de prostituta e adúltera no Antigo Testamento, agora é substituída pela "Nova Jerusalém", chamada de Noiva do Cordeiro. É o tabernáculo de Deus com os homens (Ap. 21.4).

Se for analisada literalmente, mede 2500 Km de cumprimento, de altura e de largura. O suficiente por exemplo para se construir 8 milhões de ruas nas dimensões das que conhecemos.

Poderemos destacar alguns aspectos dessa Cidade Santa.

Não haverá mais maldições (Ap 22:3; Ap 21:27);

Viveremos em uma santidade perfeita, pois não existe mais pecado (Gn 3:17).

Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro (Ap 22:3)

Nela o Senhor exercerá um governo perfeito. A partir de lá sairão todas as decisões, pois é onde se encontra o trono de Deus.

O Senhor fará da cidade a sua própria morada (Ap 21:3; Ap 22:3)

A Cidade é composta com elementos que simbolizam tudo que é de mais precioso na terra (Ap 21:11-21)

Nela estará a glória de Deus (Ap 21.11,23; Ap 22.5).

Nela não haverá noite (Ap 21:25; Ap 22:5) A luz do Senhor a iluminará (Ap 21:23; Ap 22:5)

Ela será o centro do reino eterno (Ap 21:26; Ap 22:5)

Ela iluminará todos os povos que irão trazer a sua glória (Ap 21:24,26)

A Bíblia encerra-se assim com uma promessa que traz esperança ao cristão que a Terra e sua forma atual passará (1 Co 7.31). Mas não aponta para o vazio, o nada do além-túmulo. Pelo contrário, oferece a "graça do Senhor Jesus" para todos.

A JERUSALÉM CELESTIAL - O CÉU PARA ONDE A IGREJA SERÁ ARREBATADA

A Igreja será arrebatada ao céu que é a mesma coisa que Jerusalém celestial, leia: "Mas tendes chegado ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a miríades de anjos; à universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados" (Hb 12:22-23).

Nesta cidade celestial viveremos com Jesus por toda a eternidade. O patriarca Abraão tinha essa mesma esperança; "Pela fé, Abraão sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus" (Hb 11:8-10). Abraão sabia que a terra que lhe fora prometida, aqui no mundo, não era o fim da sua jornada, Pelo contrário, o fim era bem além, na cidade celestial, que Deus Havia preparado para seus servos fiéis. Abraão serve de exemplo a todo povo de Deus(Gl 3:14); devemos reconhecer que estamos apenas de passagem neste mundo, caminhando para o nosso verdadeiro lar no céu. Não devemos pensar em segurança plena neste mundo, nem ficar fascinado por ele como fazem os mundanos (Hb 11:13). Devemos nos considerar estrangeiros e exilados na terra. Esta não é a nossa pátria, mas território estrangeiro; o fim da nossa peregrinação será uma pátria melhor (Hb 11:16, Fil 3:20), a Jerusalém Celestial (Hb 12:22) e a cidade permanente (Hb 13:14) .

A DOUTRINA DA VIDA APÓS A MORTE

O Céu

Há muito tempo atrás, em meio ao sofrimento e à morte, Jó perguntou: "Morrendo o homem, porventura tornará a viver?" Séculos se passaram antes de haver a resposta certa e final dada por Jesus Cristo: "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crêem mim não morrerá, eternamente. Crês isto?" (Jo 11:25,26). Na véspera da Sua crucificação, Jesus disse aos Seus discípulos: "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (Jo 14:2,3). O lugar de que Jesus falou é o céu. Ele é a esperança de todo aquele que nEle crê.

O céu é real. Na era da fantasia, dos efeitos especiais, do misticismo e da apatia espiritual, é fácil interpretar o céu de maneira errada. Mas a Bíblia é bem clara quanto à existência e ao propósito do céu. E já que o céu e o Estado Eterno são partes do plano de Deus, o céu e a profecia estão relacionados integralmente.

Deus não julga apenas, mas também é amor. Por isso, Ele providenciou um caminho para escaparmos do inferno. Para aqueles que aceitam Seu caminho de salvação, Ele preparou um lindo lugar chamado céu. Ali reinam a alegria e o descanso supremo. Ali estão totalmente ausente o pecado, o sofrimento, o desapontamento e a solidão. Trata-se de um lugar de glória eterna, na presença do próprio Deus e de Jesus Cristo, ao invés da perdição eterna (veja Ap 4:5; 21:4-27; 22:1-5). Você pode chegar a esse lugar confiando em Jesus Cristo como seu Salvador.

O homem tem tanto um corpo material como um espírito imortal. Ao morrer, o espírito do homem retorna para Deus, no Céu (Ec 12:7). Paulo disse que, quando ele morresse, estaria presente com o Senhor (II Co 5:6-8; Fp 1:21-23). Mesmo a alma dos homens ímpios permanecem sofrendo tormento. (Lc 16:19-31).

Muitas pessoas ficam confusas com a palavra "morte". Elas crêem que ela significa aniquilação ou o fim da existência. Contudo, a idéia básica na palavra "morte" é separação. A morte material significa separação do corpo e do espírito. A morte espiritual significa a separação do homem e de Deus. Quando eu morro, eu não deixo de existir, mas de fato minha alma e meu corpo são separados.

A bíblia diz sobre a situação dos mortos que seus corpos retornaram ao pó, aguardando a ressurreição:

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. (Daniel 12:02)

A alma do ímpio vai para o Hades (Sheol em Hebraico) que significa lugar de tormento, a alma do justo volta para Deus. (Lucas 16:19 ao 31)

Não se enganem, o céu é um lugar real. Não é um estado de consciência. Nem uma invenção da imaginação humana. Nem um conceito filosófico. Nem abstração religiosa. Nem um sonho emocionante. Nem as fábulas medievais de um cientista do passado. Nem a superstição desgastada de um teólogo liberal. É um lugar real. Um local muito mais real do que onde você está agora... É um lugar real onde Deus vive. É o lugar real de onde Jesus veio para este mundo. E é um lugar real para onde Cristo voltou na Sua ascensão – com toda a certeza!

O QUE A BÍBLIA DIZ A RESPEITO DA DOUTRINA DO SONO DA ALMA

Muitos grupos religiosos acreditam que quando o homem morre, ele fica inconsciente, não percebendo o que se passe ao seu redor. Porém, a Bíblia não ensina a doutrina do “Sono da Alma”. O fato de que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus também significa que a doutrina do sono da alma está errada. Essa doutrina ensina que quando os cristãos morrem, eles entram em um estado de existência inconsciente e que voltarão à consciência somente quando Cristo voltar e ressuscitá-los para a vida eterna.

Precisamos entender que as Escrituras quando falam da morte como “dormir”, trata-se apenas de uma metáfora usada para indicar que a morte é apenas temporária para os cristãos, como é temporário o sono. Isso é visto claramente, por exemplo, quando Jesus fala a seus discípulos sobre a morte de Lázaro. Jesus diz: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo” (Jo 11.11). Devemos notar que Jesus não diz aqui que alma de Lázaro adormeceu, nem qualquer texto bíblico de fato afirma que a alma de alguém está dormindo ou inconsciente (declaração necessária para provar a doutrina do sono da alma). Em vez disso Jesus diz apenas que Lázaro adormeceu. João prossegue, explicando: “Jesus, porém, falar; com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu” (Jo 11.13, 14). Os outros versículos que falam sobre dormir após a morte são igualmente metáforas que ensinam que a morte é temporária

Já os textos que indicam que os mortos não louvam a Deus, ou que a atividade consciente cessa depois da morte, devem ser entendidos da perspectiva da vida nesse mundo. De nossa perspectiva, uma vez que pessoa esteja morta, ele não se envolve mais com atividades como essas. Mas o Salmo 115 apresenta a perspectiva bíblica plena sobre essa posição. O texto diz: “Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região do silêncio”. Prossegue, porém, no próximo versículo com um contraste indicando que aqueles que crêem em Deus bendirão o Senhor para sempre: “Nós, porém, bendiremos o Senhor, desde agora e para sempre. Aleluia!” (Sl 115.17-18).

Finalmente, os versículos citados acima que mostram que a alma dos cristãos vai imediatamente a presença de Deus e desfruta da comunhão com Ele ali (II Co 5.8; Fp 1.23 e Hb 12.23) indicam todos que o cristão tem consciência e comunhão com Deus imediatamente após a morte. Jesus não disse: “Hoje já não terás mais consciência de nada que esta acontecendo”, mas sim “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). Certamente o conceito de paraíso naquela época não era de existência inconsciente mas sim de existência de grande bênção e de regozijo na presença de Deus. Paulo não disse: “Tenho o desejo de partir e ficar inconsciente por muito tempo”, mas sim “tenho o desejo de partis e estar com Cristo” (Fp 1.2 3) — e sem dúvida ele sabia que Cristo não era um Salvador inconsciente, adormecido, mas sim alguém que está vivo, ativo e reinando no céu. Estar com Cristo era desfrutar a bênção da comunhão da sua presença, e é essa a razão por que partir e estar com ele era incomparavelmente melhor (Fp 1.23). Foi por isso que ele disse: “Preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (II Co 5.8).

Apocalipse 6:9-11 e 7:9-10 também mostram claramente as almas dos mortos que foram para o céu orando e adorando a Deus: “Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”. E eles foram vistos “em pé, diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7:9-10). Todos esses versículos negam a doutrina do “aniquilacionismo” ou “sono da alma”, pois deixam claro que a alma do cristão experimenta comunhão consciente com Deus no céu imediatamente após a morte.

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