ANTROPOLOGIA - A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM
A
IMAGEM DE DEUS NO HOMEM
"Façamos
o homem … nossa imagem, conforme a nossa semelhança." (Vide Gên. 5:1; 9:6;
Ecl. 7:29; Atos 17:26,28,29; 1 Cor. 11:7; 2 Cor. 3:18; 4:4; Efés. 4:24; Col.
1:15; 3:10; Tia. 3:9; Isa. 43:7; Efés. 2:10)
O
homem foi criado à semelhança de Deus, foi feito como Deus em caráter e
personalidade. E em todas as Escrituras o ideal e alvo exposto diante do homem
é o de ser semelhante a Deus. (Lev. 19:2; Mat. 5:45-48; Efés. 5:1) E ser como
Deus significa ser como Cristo, que é a imagem do Deus invisível.
Consideremos
alguns dos elementos que constituem a imagem divina no homem:
1.
Parentesco com Deus.
A
relação de Deus com as primeiras criaturas viventes consistia em essas, de
maneira inflexível, obedecerem aos instintos implantados pelo Criador; mas a
vida que inspirou ao homem foi resultado verdadeiro da personalidade de Deus.
O
homem, na verdade, tem um corpo feito do pó da terra, mas Deus soprou nas
narinas o sopro da vida (Gên. 2:7); dessa maneira dotou-o de uma natureza capaz
de conhecer, amar e servir a Deus.
Por
causa dessa imagem divina todos os homens são, por criação, filhos de Deus.
Mas,
desde que essa imagem foi manchada pelo pecado, os homens devem ser recriados
ou nascidos de novo (Efés. 4:24) para que sejam em realidade filhos de Deus.
Um
erudito da língua grega aponta o fato de uma das palavras gregas traduzidas por
"homem" (anthropos) ser uma combinação de palavras significando
literalmente "aquele que olha para cima".
O
homem é criatura de oração, e há ocasião na vida dos mais perversos quando eles
invocam a algum Poder Supremo para socorrê-los.
O
homem pode não entender a grandeza da sua dignidade, e assim se tornar
semelhante aos irracionais que perecem (Sal. 49:20), mas ele não é irracional.
Mesmo
na sua degradação, o homem é testemunha da sua origem nobre, pois o animal não
pode degradar-se.
Por
exemplo, ninguém pensaria em ordenar a um tigre dizendo: "Sê tigre !"
Ele sempre foi e sempre será tigre ! Mas a ordem, "Sê homem", leva um
verdadeiro significado àquele que se degradou.
Por
mais que se tenha o homem degradado, ainda ele reconhece que deveria estar em
plano mais elevado.
2.
Caráter moral.
O
reconhecimento do bem e do mal pertence somente ao homem.
A
um animal pode-se ensinar a não fazer certas coisas, mas é porque essas coisas
são contrárias à vontade do dono e não porque o animal saiba que estas coisas
são sempre corretas e outras sempre erradas. Em outras palavras, os animais não
possuem natureza religiosa ou moral; não são capazes de ser instruídos nas
verdades concernentes a Deus e à moralidade.
Assim
escreve um grande naturalista: Concordo plenamente com a opinião dos escritores
que asseguram ser o sentido moral, ou seja, a consciência, a mais importante de
todas as diferenças entre o homem e os animais inferiores. Esse sentido está
resumido naquele curto mas imperioso "deve", tão cheio de
significação. É o mais nobre de todos os atributos do homem.
3.
Razão.
O
animal é meramente uma criatura da natureza; o homem é senhor da natureza. Ele
é capaz de refletir sobre si próprio e arrazoar a respeito das causas das
coisas.
Pensem
nas invenções maravilhosas que surgiram da mente do homem — o relógio, o
microscópio, o vapor, o telégrafo, o rádio, a máquina de somar, e outras
numerosas demais para se mencionar.
Olhem
a civilização construída pelas diversas artes.
Considerem
os livros que foram escritos, a poesia e a música que foram compostas. E então
adorem ao Criador por esse dom maravilhoso da razão!
A
tragédia da história é esta: Que o homem tem usado esse dom para propósitos
destrutivos, até mesmo para negar o Criador que o fez uma criatura pensante.
4.
Capacidade para a imortalidade.
A
existência da árvore da vida no Jardim do Éden indica que o homem nunca teria
morrido se não tivesse desobedecido a Deus.
Cristo
veio ao mundo para colocar a Alimento da Vida ao nosso alcance, para que não
pereçamos, mas vivamos para sempre.
5.
Domínio sobre a terra.
O
homem foi designado para ser a imagem de Deus com respeito à soberania; e como
ninguém pode ser monarca sem súditos e sem reino, Deus deu-lhe tanto um
"império" como um "povo".
Deus
os abençoou, e lhes disse: "Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos
os animais que se arrastam sobre a terra" (Gên. 2:28.Vide Sal. 8:5-8)
Em
virtude dos poderes implícitos em ser o homem formado à imagem de Deus, todos
os seres viventes sobre a terra estavam entregues na sua mão. Ele devia ser o
representante visível de Deus em relação às criaturas que o rodeavam.
O
homem tem enchido a terra com as suas produções.
É
um privilégio especial do homem subjugar o poder da natureza à sua
própria vontade.
Ele,
o homem, obrigou o relâmpago a ser o seu mensageiro, tem circundado o globo,
subido até às nuvens e penetrado as profundezas do mar. Ele tem jogado as
forças da natureza umas contra as outras, mandando os ventos ajudá-lo em
enfrentar o mar.
Se
é tão maravilhoso o domínio do homem sobre a natureza externa e inanimada, mais
maravilhoso ainda é o seu domínio sobre a natureza animada.
Vejam
o falcão treinado derribar a presa aos pés do seu dono e voltar quando os
grandes espaços o convidam à liberdade; vejam o cão usar a sua velocidade a
serviço do dono, tomar a presa que não será sua; vejam o camelo transportar o
homem através do deserto, sua própria habitação. Todos eles mostram a
capacidade criadora do homem e a sua semelhança com Deus o Criador.
A
queda do homem resultou na perda e no desfiguramento da imagem divina. Isto não
quer dizer que os poderes mentais e psíquicos (a alma) foram perdidos; mas que
a inocência original e a integridade moral, nas quais foi criado, foram
perdidas por sua desobediência.
Portanto,
o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e está sem esperança, a
não ser por um ato de graça que lhe restaure a imagem divina.
ALIANÇAS
ENTRE DEUS E O HOMEM
Como
Deus se relaciona com o homem?
Desde
a criação do mundo o relacionamento entre Deus e o homem tem sido definido por
promessas e requisitos específicos.
Deus
revela às pessoas como ele deseja que ajam e também faz promessas de como agirá
com eles em várias circunstâncias.
A
Bíblia contém vários tratados a respeito das provisões que definem as
diferentes formas de relacionamento entre Deus e o homem que ocorrem nas
Escrituras, e frequentemente chama esses tratados de alianças.
Podemos
apresentar a seguinte definição das alianças entre Deus e o homem nas
Escrituras :
“Uma
aliança é um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que
estipula as condições no relacionamento entre as partes.”
OUTRAS
DEFINIÇÕES:
AURÉLIO:
“Do francês alliance”. Ato ou efeitos de aliar(-se). Ajuste, acordo, pacto.
União por casamento. Cada um dos pactos que, segundo as Escrituras, Deus fez
com os homens.
ENCICLOPÉDIA
HISTÓRICO-TEOLÓGICA: “Um pacto ou contrato entre duas partes, que as obriga
mutuamente a assumir compromissos de cada uma em prol da outra. Teologicamente
(usado a respeito dos relacionamentos entre Deus e o homem) denota um
compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de beneficiar e abençoar o
homem, e especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e
se obrigam a cumprir os deveres envolvidos neste compromisso”.
DICIONÁRIO
INTERNACIONAL DE TEOLOGIA: No grego é “ditheke” (dia + tithemi, “por, colocar,
expor, dispor” = “Expor mediante um testamento”). Significa, portanto, uma
decisão irrevogável, que não pode ser cancelada por pessoa alguma. Uma condição
prévia da sua Eficácia diante da lei é a morte do testador (“Porque onde há testamento
é necessário que intervenha a morte do testador” – Hebreus 9:16).
AS ALIANÇAS DE DEUS
POR QUE DEUS FAZ ALIANÇA COM O HOMEM?
Porque
através das alianças Deus expressa seu pensamento, seus propósitos.
Porque
mediante alianças com o homem Deus lhe aumenta a fé.
Para
dar-lhe garantia. “Ao fazer uma aliança, Ele informa claramente ao homem qual o
intento do coração divino.” (WatchmanNee).
AS
PRINCIPAIS ALIANÇAS ENTRE DEUS E O HOMEM
Adão:
Gênesis 2:15 – 17.
Noé:
Gênesis 6:18.
Abraão:
Gênesis 17:1 – 8.
Moisés:
Êxodo 19:5 – 6.
Davi:
Salmos 89:20 – 37 (2 Samuel 7:12 – 17).
OUTRA
FORMA DE DIVIDIR AS ALIANÇAS
Aliança
das Obras
Aliança
da Redenção
Aliança
da Graça
Um
elemento muito importante nas alianças que Deus tinha em Israel achava-se no
duplo aspecto da condicionalidade e da incondicionalidade.
As
Suas promessas solenes, que tinham a natureza de um juramento obrigatório,
deviam ser consideradas passíveis do não cumprimento, caso os homens deixassem
de viver à altura das suas obrigações para com Deus? Ou havia um sentido em que
os compromissos que Deus assumiu segundo a aliança tinham absoluta certeza de
cumprimento, sem levar em conta a infidelidade do homem? A resposta a esta
pergunta tão debatida parece ser:
(1)
Que as promessas feitas por Jeová na aliança da graça representam decretos que
Ele certamente realizará, quando as condições forem propícias ao seu
cumprimento.
(2)
Que o benefício pessoal – e especialmente o benefício espiritual e eterno – da
promessa de Deus será creditado somente àqueles indivíduos do povo, da aliança
divina que manifestarem uma fé verdadeira e viva (demonstrada por uma vida
piedosa).
Sendo
assim, o primeiro aspecto é ressaltado pela forma inicial da aliança com
Abraão, em Gênesis 12:1 – 3.
Não
há sombra de dúvida de que Deus não deixará de fazer Abraão uma grande nação,
de tornar grande o seu nome e de abençoar todas as nações da terra através dele
e da sua posteridade. É assim que o plano de Deus é exposto desde o início;
nada o frustrará. Por outro lado, os filhos de Abraão devem receber os
benefícios pessoais somente na medida em que manifestarem a fé e a obediência
de Abraão; Assim diz Êxodo 19:5. Ou seja, Deus cuidará para que o Seu plano de
redenção seja levado a efeitos na história, mas também fará com que nenhum
transgressor das exigências de santidade participe dos benefícios eternos da
aliança.
Nenhum
filho da aliança que Lhe apresente um coração infiel será incluído nas bênçãos
da Aliança. (Enciclopédia Histórico-Teológica)
NOVA
ALIANÇA
É
digno de nota que, embora “aliança” ocorra quase 300 vezes no AT, ocorre
somente 33 vezes no NT.
Quase
metade destas ocorrências se acham em citações do AT, e outras 5 claramente se
aludem a declarações no ATOS
A NOVA ALIANÇA É SUPERIOR PORQUE O
MEDIADOR É SUPERIOR
Hebreus
8:6. “Posto que uma aliança envolve duas partes contratantes, o mediador é
intermediário cuja tarefa é manter as partes em comunhão uma com a outra.
Num
caso em que Deus é uma das partes e o homem é a outra, a ideia da aliança é
inevitavelmente unilateral.
A
apostasia é sempre do lado do homem, e, portanto, a tarefa do mediador é
principalmente agir em prol do homem diante de Deus, embora também deva agir em
prol de Deus diante dos homens” (Donald Guthrie).
A
NOVA ALIANÇA É SUPERIOR PORQUE É INSTITUÍDA COM BASE EM SUPERIORES PROMESSAS:
Regeneração
Purificação
Justificação
Vida
e Poder
O
que significa “receber” a Jesus?
Podemos
afirmar que “receber” a Jesus é fazer uma aliança com Ele, o que implica em
fidelidade até o fim.
“Ora,
como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados e
edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações
de graça” (Colossenses 2:6-7).
ANTROPOLOGIA
O USO DA PALAVRA HOMEM COMO REFERÊNCIA
À RAÇA HUMANA
Antes
de discutir o assunto mesmo deste capítulo, é preciso ponderar brevemente se é
correto usar a palavra homem para referir-se a toda a raça humana (como no
título deste capítulo). Algumas pessoas hoje contestam veementemente o uso da
palavra "homem" para representar a raça humana em geral (incluindo
homens e mulheres), pois alegam que tal costume desrespeita as mulheres. Os que
fazem essa objeção preferem que, para nos referir à raça humana, usemos
exclusivamente termos "neutros" como "humanidade", "seres
humanos" ou "pessoas".
POR
QUE O HOMEM FOI CRIADO?
Deus
não precisava criar o homem, mas nos criou para a sua própria glória.
Deus
nos criou para a sua própria glória. Na análise da independência divina,
observamos que Deus se refere aos seus filhos e filhas das extremidades da
terra como aqueles "que criei para minha glória" (Is 43.7; cf. Ef
1.11-12). Portanto, devemos fazer "tudo para a glória de Deus" (1 Co
10.31).
Esse
fato garante a relevância da nossa vida. Percebendo que Deus não precisava nos
criar, e que não precisa de nós para nada, poderíamos concluir que nossa vida
não tem a menor importância. Mas as Escrituras nos dizem que fomos criados para
glorificar a Deus, indicando que somos importantes para o próprio Deus.
Qual
o nosso propósito na vida?
O
fato de Deus nos ter criado para a sua própria glória determina a resposta
correta à pergunta: "Qual o nosso propósito na vida?" Nosso propósito
deve ser cumprir a meta para que Deus nos criou : glorificá-lo. Quando falamos
com respeito ao próprio Deus, eis aí um bom resumo do nosso propósito. Mas
quando pensamos nos nossos próprios interesses, fazemos a feliz descoberta de
que devemos nos alegrar em Deus e encontrar prazer no nosso relacionamento com
ele. Diz Jesus: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância" (Jo 10.10). Davi diz a Deus: "Na tua presença há
plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente" (Sl 16.11).
Ao
se abordar a questão da criação, inevitavelmente surge a questão da
"teoria da evolução". Dentro da teologia existam diferentes maneiras
de se ver as origens
A)
Evolução ateísta
Envolve
a origem com base em um processo natural, tanto no surgimento da primeira
substância viva como no de novas espécies. Essa teoria afirma que, bilhões de
anos atrás, substâncias químicas existentes no mar, influenciadas pelo Sol e
pela energia cósmica, acabaram unindo-se por obra do acaso dando origem a organismos
unicelulares. Desde então, vêm se desenvolvendo por intermédio de mutações
benéficas e de seleção natural, formando todas as plantas, animais e pessoas.
B)
Evolução teísta
A
evolução teísta afirma que Deus direcionou, usou e controlou o processo da evolução
natural para "criar" o mundo e tudo que nele existe.
Normalmente,
essa visão inclui as seguintes ideias:
Os
dias da criação de Gênesis 1, na verdade, foram eras; O processo evolutivo
estava envolvido na criação de Adão; A Terra e as formas pré-humanas são
extremamente antigas.
C)
Criação
Tem
a Bíblia como sua única base e entende que a ciência pode contribuir para nosso
entendimento, mas nunca pode mudar nossa interpretação das Escrituras para
acomodar suas descobertas.
A
Criação ensina que o homem foi criado por Deus, à sua imagem, a partir do pó da
terra, soprando-lhe nas narinas fôlego de vida (Gn 1.27; 2.7). Nunca existiu
uma criação subumana ou um processo de evolução.
Os
criacionistas, apesar de discordarem em detalhes secundários, se unem na crença
de que Gênesis 1 é um relato literal e que Adão foi o primeiro homem.
2
- A TEORIA DA EVOLUÇÃO
A)
Os princípios da evolução
As
estrelas e os planetas são resultado do "Big Bang", uma explosão de
prótons e de nêutrons comprimidos e em alta rotação;
A
vida começou completamente ao acaso, quando uma célula única surgiu da matéria
inanimada;
Todos
os organismos vivos evoluíram dessas formas elementares, ganhando complexidade
durante o processo, o qual também produziu o ser humano.
B)
O processo da evolução
As
mutações constituem o fator principal da evolução e são pequenas e repentinas
mudanças no DNA dos genes, os quais são transmitidos aos descendentes.
A
seleção natural entra em seguida, fazendo a filtragem dos resultados mais
fracos das mutações e gerando assim um estágio mais forte e evoluído que o
anterior.
Em
terceiro lugar está o tempo, visto que alterações e perpetuações desse porte
nunca poderiam ocorrer em poucos milhões de anos. Desse modo, a evolução segue
a seguinte fórmula matemática: MUTAÇÕES X SELEÇÃO NATURAL X TEMPO =
EVOLUÇÃO.
3
- OS PROBLEMAS DA EVOLUÇÃO
A)
Problemas nas mutações
a)
Mutações são raras e quase sempre são prejudiciais;
b)
Nunca foi observada uma mutação que produzisse uma nova espécie mais avançada.
B)
Problemas na seleção natural
a)
A seleção natural acontece na natureza como acontece nos laboratórios em que
são impostas circunstâncias próprias para a seleção natural
b)
Mutações únicas aguardariam outras mutações necessárias para sua perpetuação
(Exemplo: olho e ducto lacrimal).
c)
A seleção natural perpetua o ser mutante
C)
Problemas com a quantidade de tempo necessária
Toda
a teoria da evolução depende do acaso. O acaso está contido em inúmeras
possibilidades. O tempo exigido para que todos os "acasos" ocorressem
de forma a produzir a primeira célula é incrivelmente grande, porque as chances
de ocorrerem os tais acasos são muito pequenas.
Do
ponto de vista da teologia bíblica, a criação do homem baseia-se no testemunho
bíblico (Gn 1-2; Ex 20.9-11; Mt 19.4-6) e na necessidade de fé (Hb 11.3);
2)
AS CARACTERÍSTICAS DA CRIAÇÃO DO HOMEM
Foi
planejada (Gn 1.26);
Ocorreu
de forma direta, especial e imediata (Gn 1.27; 2.7);
O
homem foi formado do pó da terra (Gn 2.7) de um modo maravilhoso (Sl 139.14);
Foi
dada ao homem uma alma (Gn 2.7). Essa alma é imortal, o que dá ao homem um
valor incomparável (Mt 16.26; Fp 1.22-23);
O
homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27; 5.1; 9.6; 1 Co
11.7).
3)
SIGNIFICADO DO CONCEITO DA IMAGEM DE DEUS
Quando
a Bíblia diz que o homem foi criado à imagem de Deus significa que Deus
comunicou ao homem algumas qualidades que não compartilhou com os outros seres
terrestres:
a)
Inteligência (Sl 139.14);
b)
Emoções (Mt 26.38);
c)
Vontade (Pv 21.10).
Aspectos
específicos da nossa semelhança a Deus.
Embora
tenhamos argumentado acima que seria difícil definir todos os aspectos em que
somos semelhantes a Deus, podemos assim mesmo mencionar vários aspectos que nos
revelam mais parecidos com Deus do que todo o restante da criação.
ASPECTOS
MORAIS
(1)
Somos criaturas moralmente responsáveis pelos nossos atos perante Deus.
Correspondente a essa responsabilidade, temos
(2)
um senso íntimo de certo e errado que nos separa dos animais (que têm pouco ou
nenhum senso inato de moralidade ou justiça, mas simplesmente reagem ao medo do
castigo ou à esperança da recompensa). Quando agimos segundo os parâmetros
morais divinos, nossa semelhança a Deus se espelha numa
(3)
conduta santa e justa perante ele, mas, por outro lado, nossa dessemelhança a
Deus se revela sempre que pecamos.
ASPECTOS
ESPIRITUAIS
(4)
Não temos somente corpos físicos, mas também espíritos imateriais, e podemos
portanto agir de modos significativos no plano de existência imaterial,
espiritual. Isso significa que temos
(5)
uma vida espiritual que possibilita que nos relacionemos pessoalmente com Deus,
que oremos a ele e o louvemos, e ouçamos as palavras que ele nos diz. Animal
nenhum jamais passou uma hora absorto em oração intercessória pela salvação de
um parente ou de um amigo! Vinculado a essa vida espiritual está o fato de
possuirmos
(6)
imortalidade; não cessaremos de existir, mas viveremos para sempre.
ASPECTOS
MENTAIS.
(7)
Temos a capacidade de raciocinar e pensar logicamente e de conhecer o que nos
distingue do mundo animal. Os animais às vezes exibem conduta admirável na
solução de complicações e problemas no mundo físico, mas certamente não se
ocupam do raciocínio abstrato? não há algo como a "história da filosofia
canina", por exemplo, nem nenhum animal desde a criação evoluiu na
compreensão de problemas éticos ou no uso de conceitos filosóficos, etc.
(8)
O uso que fazemos da linguagem complexa, abstrata, nos distingue dos animais.
Pude pedir ao meu filho de quatro anos de idade que fosse pegar a chave de
fenda grande e vermelha lá na caixa de ferramentas no porão. Mesmo que jamais a
tivesse visto antes, poderia facilmente executar a tarefa, pois já conhecia os
significados de "ir", "pegar", "grande",
"vermelha", "chave de fenda", "caixa de
ferramentas" e "porão".
(9)
Outra diferença intelectual entre seres humanos e animais é que temos uma noção
de futuro distante, até um senso íntimo de que sobreviveremos à nossa morte
física, senso que a muitos proporciona o desejo de tentar mostrar-se retos
diante de Deus antes de morrer (Deus "pôs a eternidade no coração do
homem", Ec 3.11).
(10)
Nossa semelhança a Deus também se percebe na criatividade humana em áreas como
a arte, a música e a literatura, e na engenhosidade científica e tecnológica.
Não devemos pensar que essa criatividade se restringe aos músicos ou artistas
mundialmente famosos; também se reflete de maneira muito bela nas peças ou
brincadeiras inventadas pelas crianças, na destreza que há no preparo de uma
refeição, na decoração de um lar ou no cultivo de um jardim, e na criatividade
exibida por todo ser humano que conserta algo que simplesmente não funcionava
bem.
(11)
No aspecto das emoções, nossa semelhança a Deus se percebe numa grande
diferença de grau e complexidade. É claro que os animais também exibem algumas
emoções (qualquer pessoa que já tenha tido um cachorro certamente se lembra de
evidentes expressões de alegria, tristeza, medo de castigo diante do erro,
raiva se outro animal invade seu "território", contentamento e afeto,
por exemplo). Mas na complexidade das emoções que vivenciamos, novamente somos
bem diferentes do resto da criação.
ASPECTOS
RELACIONAIS
Além
da capacidade única de nos relacionarmos com Deus, há outros aspectos
relacionais ligados à imagem de Deus.
(12)
Embora os animais sem sombra de dúvida tenham alguma noção de comunidade, a
profundeza de harmonia interpessoal que se vivencia no casamento humano, numa
família humana que funcione segundo os princípios divinos, e numa igreja em que
a comunidade de crentes ande em comunhão com o Senhor e uns com os outros, é
muito maior do que a harmonia interpessoal vivenciada pelos animais. Nas nossas
relações familiares e na igreja também somos superiores aos anjos, que não se
casam nem geram filhos nem vivem na companhia dos filhos e filhas remidos de
Deus.
(13)
No próprio casamento, espelhamos a natureza de Deus no fato de os homens e as
mulheres gozarem de igualdade de importância mas diversidade de papéis, desde
que Deus nos criou.
(14)
O homem é como Deus no seu relacionamento com o restante da criação.
Especificamente, o homem recebeu o direito de reger a criação, e quando Cristo
voltar receberá até autoridade para julgar os anjos (1Co 6.3; Gn 1.26, 28; Sl
8.6-8).
4)
A NATUREZA DO HOMEM
O
homem é formado por uma parte física e uma parte espiritual (Gn 2.7). Esse
conceito é chamado de "dicotomia". O conceito que crê que o homem é
formado por corpo, alma e espírito, sendo que o espírito é algo distinto e
superior à alma, é conhecido como "tricotomia". Para muitos teólogos,
alma e espírito são duas palavras que se referem à mesma coisa no homem. São
termos intercambiáveis.
Há
certa dificuldade nessa posição devido ao texto que se refere ao "corpo,
alma e espírito" (1Ts 5.23). Entretanto, a grande ocorrência dos termos
"alma" e "espírito" no mesmo texto está em textos poéticos
ou em textos que lançam mão de um recurso retórico a fim de enfatizar uma ideia
(Jó 7.11; Jó 12.10; Is 26.9; 1Co 15.45; Hb 4.12).
A
"alma" pode pecar, ou o "espírito" pode pecar.
Aqueles
que defendem a tricotomia geralmente concordam que a "alma" pode
pecar, pois crêem que a alma inclui o intelecto, as emoções e a vontade. (Vemos
que nossa alma pode pecar em versículos como 1Pe 1.22; Ap 18.14)
O
tricotomista, porém, geralmente considera que o "espírito" é mais
puro do que a alma e, quando renovado, livre do pecado e sensível ao chamado do
Espírito Santo. Essa concepção (que às vezes se insinua na pregação e nos
escritos cristãos populares) não encontra realmente apoio no texto bíblico.
Quando Paulo encoraja os coríntios a se purificar "de toda impureza, tanto
da carne como do espírito" (2Co 7.1), ele sugere nitidamente que pode
haver impureza (ou pecado) no espírito. Do mesmo modo, fala da mulher solteira
que se preocupa em ser santa "assim no corpo como no espírito" (1Co
7.34).
5)
CONDIÇÃO ORIGINAL DO HOMEM
Além
dos aspectos da criação do homem que já vimos, ele foi criado com uma natureza
moral santa (Ec 7.29)
A
Queda do Homem
Alguns
dizem que o relato da queda é apenas uma lenda. Outros aceitam a
"verdade" da história sem aceitar sua credibilidade histórica. O
relato da queda é visto como um mito verdadeiro; Muitos veem o relato da queda
como verdade factual e história. Assim como se crê que o relato da criação é
literal, também o da queda do homem. Outros textos bíblicos apoiam a
historicidade da queda (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21-22; 1 Tm 2.14).
2)
OS QUE FORAM TENTADOS
a)
Adão tinha capacidade de pensamento e razão, pois era capaz de dar nomes aos
animais e pensar sobre seu relacionamento com Eva (Gn 2.19-23). Também possuía
uma linguagem com a qual podia se comunicar (Gn 2.16,20,23).
b)
Não tinha pecado e sua santidade o capacitava a se relacionar com Deus. Era,
entretanto, uma santidade não confirmada por não ter sido posta à prova. O
homem tinha liberdade para escolher e avaliar suas escolhas.
c)
Tinha a responsabilidade de exercer domínio sobre a terra (Gn 1.26-28; 2.15) e
de desfrutar dos resultados do seu trabalho (Gn 2.16-17).
3)
O TESTE
O
teste supremo era se Adão e Eva obedeceriam a Deus ou não. Para isso, não
podiam comer o fruto de uma árvore do jardim: a árvore do conhecimento do bem e
do mal. Ao estabelecer o teste, Deus demonstrou querer que o homem o servisse e
obedecesse voluntariamente.
4)
O TENTADOR
Satanás
usou um ser que Eva conhecia a fim de tentá-la. Ele se dirigiu a Eva
provavelmente porque ela não recebeu a proibição diretamente de Deus como
aconteceu com Adão.
5)
A TENTAÇÃO
a)
Satanás, que já havia desejado ser como Deus (Is 14.14), sugeriu a Eva que
seria bom para ela ser "como Deus". Ele transmitiu a ideia de que a
ordem de Deus era baseada em um egoísmo pessoal e que as restrições impostas
por Deus não são boas.
b)
Eva racionalizou o que estava prestes a fazer. Em primeiro lugar, o fruto era
bom para se comer.
Em
segundo, restrições seriam, sob a óptica de Satanás, ruins. Assim, o fruto era
gostoso, daria sustento e traria conhecimento. Diante disso, a mulher tomou,
comeu o fruto e o deu ao seu marido para que também comesse.
A
Penalidade da Queda
O
pecado de Adão e Eva teve consequências enormes sobre as mais diversas áreas da
criação de Deus.
Vejamos
quais são:
1. Sobre
a raça humana (Gn 3.7-13)
a)
Sentimento de culpa que ficou evidente na tentativa de encobrir o seu ato de
pecado (v.7);
b)
Perda de comunhão que ficou evidente na tentativa de se esconder de Deus (v.8).
2. Sobre
Satanás (Gn 3.15)
a)
Inimizade entre os descendentes de Satanás (Jo 8.44; Ef 2.2) e a descendência
da mulher;
b)
Morte para Satanás e ferimento para Cristo, o que aconteceu na cruz do Calvário
(Hb 2.14; 1Jo 3.8).
3. Sobre
Eva e as mulheres (Gn 3.16)
a)
Dor na concepção;
b)
O desejo da mulher seria para o marido;
c)
Submissão ao marido.
4. Sobre
Adão e os homens (Gn 3.17-24)
a)
Maldição sobre a terra, o que tornou a obtenção do sustento um ato penoso;
b)
A humanidade voltaria ao pó quando morresse;
c)
Expulsão do Éden.
Sobre
as consequências do pecado temos ainda que atentar para alguns aspectos :
a)
O pecado de Eva afetou Adão e o pecado de Adão afetou toda a raça humana (Rm
5.12);
b)
O pecado nunca foi desfeito. É possível experimentar o perdão de Deus, mas não
é possível desfazer o pecado e o fato de os homens serem pecadores. Apenas no
céu o efeito do pecado não atingirá mais os salvos.
AS
ALIANÇAS ENTRE DEUS E O HOMEM
Como
Deus se relaciona com o homem ? Desde a criação do mundo, o relacionamento
entre Deus e o homem tem sido definido por promessas e requisitos específicos.
Deus revela às pessoas como ele deseja que ajam e também faz promessas de como
agirá com eles em várias circunstâncias. A Bíblia contém vários tratados a
respeito das provisões que definem as diferentes formas de relacionamento entre
Deus e o homem que ocorrem nas Escrituras, e freqüentemente chama esses
tratados de "alianças". Podemos apresentar a seguinte definição das
alianças entre Deus e o homem nas Escrituras: "Uma aliança é um acordo
imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições
do relacionamento entre as partes".
Apesar
de esta definição incluir a palavra acordo para indicar que há duas partes,
Deus e o homem, que precisam ingressar nas provisões do relacionamento, a frase
"divinamente imposto" também é incluída para mostrar que o homem
jamais pode negociar com Deus ou alterar os termos desse acordo: ele apenas pode
aceitar as obrigações da aliança ou rejeitá-las.
A. A
ALIANÇA DAS OBRAS
Alguns
têm questionado se é apropriado falar de uma aliança de obras entre Deus e Adão
e Eva no jardim do Éden. A própria palavra aliança não é utilizada no relato de
Gênesis. Todavia, as partes essenciais da aliança estão todas lá ? uma
definição clara das partes envolvidas, um conjunto de provisões que compromete
legalmente e estabelece as condições do relacionamento, a promessa de bênçãos
pela obediência e a condição para obter aquelas bênçãos.
B. A
ALIANÇA DA REDENÇÃO
Teólogos
falam de outro tipo de aliança, uma aliança que não é entre Deus e o homem, mas
entre os membros da Trindade. A essa aliança chamam "a aliança da
redenção". É um acordo entre Pai, Filho e Espírito Santo, no qual o Filho
concordou em tornar-se homem, ser nosso representante, obedecer às exigências
da aliança das obras em nosso favor e pagar o preço do pecado, que merecemos.
As Escrituras ensinam de fato sua existência? Sim, pois falam de um plano
específico e do propósito de Deus como um acordo entre Pai, Filho e Espírito
Santo para obter nossa redenção.
C. A
ALIANÇA DA GRAÇA
1. Elementos
essenciais.
Quando
o homem falhou e não conseguiu obter as bênçãos oferecidas pela aliança das
obras, foi necessário que Deus criasse um novo caminho, caminho este pelo qual
o homem pudesse ser salvo. O restante das Escrituras após o relato da queda em
Gênesis 3 narra como Deus operou na história um surpreendente plano de redenção
por meio do qual pessoas pecaminosas poderiam chegar a ter um relacionamento
consigo.
2. Várias
formas de aliança.
Apesar de os elementos essenciais da aliança da graça permanecerem os mesmos por toda a história do povo de Deus, os termos específicos da aliança variam conforme a ocasião. Na época de Adão e Eva havia apenas uma singela sugestão da possibilidade de um relacionamento com Deus na promessa da semente da mulher em Gênesis 3.15 e na provisão graciosa, da parte de Deus, de vestir Adão e Eva (Gn 3.21).
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