Estudaremos, agora, a ação missionária desenvolvida pela Igreja primitiva e pelos apóstolos, no início do cristianismo.
Atos 01 - Antes da ascensão, Jesus traça o perfil geográfico da obra missionária, começando por Jerusalém, Samaria, Judeia e até os confins da terra (At 1. 8).
Atos 02 - No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desce sobre os primeiros 120 membros da Igreja local, fundada por Cristo. Neste dia, houve a conversão de quase três mil almas. As 14 nações que estavam reunidas, em Jerusalém, ouviram o discurso de Pedro, que estava "inflamado" pelo Espírito Santo de Deus.
Atos 03 - A Igreja primitiva já se encontrava com mais de 3.000 membros. Era um exército de gente, cheio do Espírito Santo, disseminando a semente por todas as regiões.
Atos 04 - O resultado dessa disseminação, referida no capítulo três já é notado neste capítulo, pois a Igreja de Cristo já ultrapassa a marca de 5.000 membros. Este crescimento começa assustar as autoridades, a ponto de Pedro e João comparecerem no Sinédrio e serem proibidos de falar o Nome de Jesus.
Atos 05 - A Igreja primitiva cumpre a primeira parte missionária que Jesus havia determinado, pois toda a Judéia já havia sido evangelizada.
Atos 06 - São consagrados sete diáconos para servir a Igreja, o relato do versículo 7 desse capítulo, mostra o avanço extraordinário da Igreja de Cristo. Até mesmo, muitos dos sacerdotes que perseguiram o Senhor Jesus, se convertiam a Deus. A Igreja crescia de forma tal, que as autoridades, mesmo com as astúcias do inimigo, não podiam mais controlar nem frear seu desenvolvimento. A obra missionária tinha força de gigante, e o povo cumpria com alegria os ensinamentos do Mestre Jesus Cristo.
Atos 07 - Após uma exposição poderosa das Escrituras e debaixo de muita unção, o diácono Estevão foi expulso da cidade e apedrejado, mas, mesmo diante de tanta intempérie do adversário, seguiu o exemplo de Cristo e perdoou os seus executores (At 7. 60). Tornou-se o 1° mártir do cristianismo. Parece ter sido a sementeira que o evangelho precisava para crescer ainda mais.
Atos 08 - A Igreja primitiva cumpre a segunda parte do perfil missionário geográfico ensinado por Jesus, e toda a Samaria é evangelizada pelo poder da pregação do diácono Felipe (At 8. 6).
Atos 09 - Acontece a conversão do homem considerado como o maior missionário da História, o apóstolo Paulo. Esse Missionário traria muitos benefícios ao cristianismo.
Atos 10 - O apóstolo Pedro recebe uma visão divina de missões transculturais, e em obediência àquela visão, leva o evangelho de Cristo aos gentios, na casa de Cornélio.
Atos 11 - O evangelho cresce entre os gentios, toma os rumos de Antioquia, a terceira cidade mais importante do Império Romano, com cerca de 500.000 habitantes. Os discípulos são chamados, pela primeira vez de cristãos, pois se pareciam com Cristo.
Atos 12 - O crescimento evangélico incomoda as autoridades. Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, manda matar Tiago, o primeiro dos Apóstolos a ser morto, e lança na prisão a Pedro, mas esse é liberto milagrosamente da prisão. Herodes Agripa I morre comido de bicho, por não dar glória a Deus.
Atos 13 -
A Igreja de Antioquia torna-se a primeira Igreja Gentílica, com a visão de
missões transculturais, e envia os seus dois primeiros missionários: Paulo e
Barnabé.
Atos 14 - É grande o resultado obtido por Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária, fundando Igrejas fortes na província da Galácía. Em qualquer lugar que passassem, deixavam igrejas formadas.
Atos 15 - Primeiro Concílio realizado em Jerusalém pelos apóstolos, dando incentivo ao impulso da obra missionária aos gentios.
Atos 16 - A Igreja atinge a terceira meta do perfil missionário geográfico ensinado por Jesus, e toda a Judéia e Ásia já haviam sido evangelizadas. A visão transcultural de Paulo é ampliada em Trôade, e o evangelho chega à Europa. Lídia é a primeira convertida, na viagem de Paulo à Europa.
Atos 17 - Paulo e Silas fundam duas Igrejas fortes: uma em Tessalônica e a outra em Bereia. Depois partem para Atenas, capital mundial da filosofia, e evangelizam os filósofos Epicureus e Estóicos no Areópago de Atenas, capital da Grécia.
Atos 18 - O Apóstolo Paulo funda uma Igreja forte em Corinto, cidade comercial da Grécia, e conclui a segunda viagem missionária, iniciando logo após essa, sua terceira viagem missionária.
Atos 19 - Paulo chega a Éfeso, cidade comercial da Ásia Menor e ali permanece dois anos, dando aula na escola de Tirano. Funda, nesta cidade, uma Igreja bem sólida e teologicamente bem preparada.
Atos 20 - Paulo passa novamente a Macedônia e Grécia, fortalecendo as Igrejas fundadas por ele nas suas primeiras viagens missionárias.
Atos 21 - Paulo é avisado pelo profeta Ágabo, que se fosse a Jerusalém seria preso, mas decidido, foi à Jerusalém. Lá chegando reuniu-se com seus anciãos e fez um relato do que Deus havia feito através da sua vida aos gentios. No dia seguinte, entra no templo e cumprindo-se a profecia, é preso.
Atos 22 - Após sua prisão no templo, faz um grande discurso em sua defesa e dá testemunho de sua conversão no caminho de Damasco, e afirma seu chamado por Deus para pregar aos gentios (v. 21).
Atos 23 - O perseguidor é perseguido, Paulo que, quando membro do Sinédrio, consentiu na morte de Estevão, agora é julgado perante o Sinédrio por causa do evangelho.
Atos 24 -
O apóstolo prega com autoridade e poder perante o Governador Félix, e este fica
atemorizado.
Atos 25 - Deus cumpre na vida de Paulo o que disse através da vida de Ananias, no ato de sua conversão: "Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar meu nome perante aos gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel" (At 9. 15).
Atos 26 - Perante as autoridades, Paulo evangeliza o Governador Festo, sucessor de Félix. Por pouco sua mensagem não converte o rei Agripa e sua mulher Berenice.
Atos 27 - O Apóstolo Paulo faz uma viagem forçada e, após o naufrágio, ganha 276 vidas que estavam com ele, no navio. Ao chegar à ilha de Malta, ganha muitos indígenas para Cristo, e o evangelho chega até os confins da terra.
Atos 28 - Este é o capítulo final do livro de Atos dos Apóstolos. Paulo chega a Roma, capital do Império, e testifica do evangelho perante a autoridade Suprema do Império Romano. Dali por diante, o cristianismo alcança todo Império e até os confins da terra, cumprindo a quarta meta do plano missionário traçado por Jesus Cristo, em At 1. 8.
PAULO E SUAS VIAGENS MISSIONÁRIAS
Paulo - o maior missionário do Cristianismo.
O Apóstolo Paulo é, indiscutivelmente, o maior missionário que o cristianismo já teve. Quando ele se converteu no caminho de Damasco, Deus disse para Ananias: "Este é para mim um vaso escolhido, para levar meu nome perante os gentios e os reis, bem como, perante os filhos de Israel" (At 9.15). O chamado de Paulo foi completo. Ele seria missionário perante autoridades religiosas, civis e militares, perante ricos e pobres,perante ignorantes e intelectuais, gentios e israelitas. No livro de Atos dos Apóstolos, encontramos Paulo evangelizando todos esses tipos de pessoas; desde o ignorante Demétrio até os sábios e filósofos epicureus e estóicos; de pessoas pobres da Judéia até as de alta posição em Beréia, desde o falso profeta Elimas até o proconsul Sérgio Paulo; da plebe do Império até o comandante de tropas Cláudio Lísia, desde o fariseu até o presidente do Sinédrio.
Deus percebeu que os doze apóstolos não estavam cumprindo corretamente a grande comissão, pois só queriam ficar em Jerusalém. Foi neste momento que Jesus apareceu a Paulo, no caminho de Damasco, e o chamou para ser o grande apóstolo missionário entre os judeus dispersos e gentios do vasto Império Romano, naquela época.
As Viagens Missionárias de Paulo.
O apóstolo Paulo foi o grande trunfo do cristianismo na sua expansão mundial. Segundo o que ele mesmo afirma, em sua carta escrita aos Gálatas (Gl 1. 15-18), após sua conversão partiu para Arábia, provavelmente para um preparo com Deus, depois de 3 anos, subiu para Jerusalém, onde esteve com os apóstolos. Essa visita de Paulo à Jerusalém, parece ter sido suficiente para se perceber a falta de interesse daquela Igreja por missões e, pela conversa que teve com o pastor daquela Igreja que era Tiago, Paulo observou o desinteresse em cumprir a ordem de Jesus, quando disse aos seus discípulos: "Ficai em Jerusalém até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24. 49).
Ouve uma interpretação errônea por parte dos discípulos, por que Jesus disse: "...até que...", isto é, até o derramamento do Espírito Santo, e depois deveriam partir para os confins da terra. Porém os apóstolos queriam permanecer somente em Jerusalém. Em Mc 16.15, o Imperativo dado por Jesus Cristo: "Ide...", é traduzido para palavra grega "Poreuthentes", que quer dizer: partir, deixar, atravessar fronteiras. Paulo, sabendo disso, foi congregar na Igreja de Antioquia.
A Primeira Viagem Missionária de Paulo.
A Igreja de Antioquia se tornou a primeira a fazer missões transculturais. Durante uma consagração de jejum e oração, disse o Espírito Santo: "Separai-me agora, a Barnabé e a Paulo para a obra que eu os tenho chamado" (At 13. 2). Em sua primeira viagem, Paulo passou por várias províncias da Ásia Menor, tais como: Salamina e Pafos, na ilha de Chipre, Antioquia e Icônio, em Listra e Derbe, na Licônia. Sendo essa a primeira viagem missionária, feita antes do Concílio de Jerusalém, no ano 50 d.C..
A Segunda Viagem Missionária de Paulo.
Após o Concílio de Jerusalém, Paulo empreendeu sua segunda viagem missionária, visitando as Igrejas dos Continentes, as quais foram estabelecidas na primeira viagem. Foi até as costas do Mar Egeu, Trôade, antiga cidade de Tróia, viajou para Europa, estabelecendo Igrejas em Felipos, Tessalônica e Beréia, na província da Macedônia. Foi a Atenas, a cidade culta da Grécia, e estabeleceu uma viagem bastante forte em Corinto. Por fim encerrou essa segunda viagem com uma breve visita a Éfeso, na Ásia Menor.
Terceira Viagem Missionária de Paulo.
Esta terceira viagem do apóstolo foi muito longa, partindo de Antioquia, Galácia e Frígia, permaneceu dois anos em Éfeso, passando novamente pela Macedônia. Na Grécia prega um sermão em Trôade, onde na unção de Deus, ressuscita um jovem que havia caído do terceiro andar. Despede-se dos Anciãos em Éfeso, passa por Tiro, Cesaréia e chega à Jerusalém. Após ser salvo de um complô armado pelos judeus, é resgatado para Cesárea, onde apresenta sua defesa perante os governadores Félix, Festo e o rei Agripa, quando então, apela para César, e é enviado para Roma.
Na viagem para Roma, seguiu em um navio com 276 pessoas, e sofre um naufrágio, porém todos chegam salvos, numa ilha chamada Malta, por ali permanece três meses, evangelizando aquele povo e os ganhando para Cristo, inclusive o chefe da ilha. Após sua partida, chega à Roma, onde dali escreve seis Epístolas, que são: Efésios, Filipenses, Colossenses, Gálatas, Romanos e Filemom.
Quarta Viagem Missionária de Paulo.
Em Roma, Paulo esteve preso por cerca de dois anos, e durante três ou quatro anos em que esteve em liberdade, empreendeu sua quarta e última viagem missionária. Esteve em Nicápoles, no mar Adriático, onde a tradição afirma que Paulo foi preso e levado de volta para Roma, sendo ali martirizado no ano de 68 d.C.. Entretanto, o apóstolo teve 33 anos de ministério. A obra missionária era tão forte na vida de Paulo, que ele considerava como uma obrigação (I Co 9. 16). Paulo apesar de morto, deixou-nos sua teologia imortal, o maior legado que a Igreja pode ter. Foi o autor de um dos maiores tratados de missões transculturais: "Como ouvirão, senão há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?" (Rm 10. 14-15). "Pois sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes, por isto, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós, em Roma" (Rm 1. 14-15).
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resumo das quatro viagens missionárias do apóstolo Paulo, e descreva qual a
lição que você extrai delas.
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COMO IMPLANTAR UMA IGREJA
História das Missões na Igreja Brasileira do Século XX
Por muito tempo, o Brasil foi apenas um campo missionário de organizações estrangeiras. As igrejas brasileiras demoraram a despertar para a sua responsabilidade missionária junto a outras culturas e povos. Algumas razões para isso são as seguintes:
A maioria dos missionários estrangeiros não ensinou aos membros das igrejas brasileiras o imperativo da Grande Comissão. As missões transculturais eram vistas – a continuam sendo para muitos – como um trabalho para estrangeiros, pessoas com mais dinheiro ou líderes de missões em outros países. A ideia de “destino” ou de que Deus vai dar uma solução para os povos que não conhecem o evangelho, tem levado as igrejas brasileiras a se acomodarem quanto ao trabalho missionário no próprio Brasil e no restante do mundo. Muitos acham que não se deve “sacrificar” os obreiros brasileiros, enviando-o a outras terras. O Brasil precisa deles, pois ainda não está evangelizado. Finalmente, muitos argumentam que não temos condições nem preparo.
Para este estudo, é importante traçar as distinções entre alguns tipos de missões. Primeiramente, existem as missões nacionais e estrangeiras. Em segundo lugar, existem missões monoculturais e transculturais. Estas últimas são as que visam transpor barreiras culturais para evangelizar e plantar igrejas. É o caso dos que trabalham com grupos étnicos no Brasil, como os indígenas, ou com os povos de outros países. Há também aqueles que se especializam no trabalho com subgrupos ou subculturas, como viciados em drogas, presidiários, homossexuais, prostitutas (exemplo de jovens que evangelizam “garotas de programa” em São Paulo). Por outro lado, é possível fazer missão monocultural em outros países, como junto aos brasileiros que residem nos Estados Unidos.
As igrejas evangélicas do Brasil são fruto do trabalho de igrejas e organizações missionárias norte-americanas e europeias. Na primeira metade do século XIX, surgiram as igrejas protestantes compostas de imigrantes (anglicanos e luteranos). Em seguida, na segunda metade do século, as principais denominações históricas iniciaram suas atividades entre os brasileiros (congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas e episcopais). No início do século XX, o pentecostalismo também começou a implantar-se firmemente em solo brasileiro. Alguns missionários de destaque foram: Daniel P. Kidder, Robert e Sarah Kalley, Ashbel G. Simonton, Anna e William Bagby, e Gunnar Vingren e Daniel Berg.
Foi somente no início do século XX que as igrejas evangélicas brasileiras começaram a envolver-se em missões transculturais, no Brasil e em outras terras.
O objetivo do Ministério entre culturas depois de pregar e evangelizar é o de estabelecer Igrejas. Deste princípio se utilizou o Apóstolo Paulo.
As Igrejas locais constituem nas principais pedras de construção do Reino de Deus, sobre a terra. Nas Igrejas locais a dinâmica do poder espiritual se move eficazmente. São nelas onde o Espírito Santo reparte os dons aos crentes, de modo que a unidade completa pode funcionar como representante do amor e do poder de Deus no lugar que foi fundada.
Tratando-se de Igrejas fundadas por um ministério intercultural, necessitamos usar princípios autóctones, desde o começo da fundação. É muito mais fácil iniciar uma Igreja em forma apropriada, que transformá-la em uma Igreja autóctone depois que já está estabelecida.
AUTÓCTONAS: Quer dizer original de um país, ou um lugar em particular, “nativo, aborígene, indígenas”.
Quando se comunica bem a mensagem do evangelho, em qualquer cultura há a possibilidade de arraigá-la no coração das pessoas, muda- se a forma de ver a Deus, as outras pessoas, e o mundo de forma geral.
Semelhantes transformações exercem um profundo efeito na sociedade, e o evangelho chega a ser altamente apreciado pelas pessoas. Quando isso acontece, ele pode estender-se com muita rapidez, e muitos podem desejar ouvi-lo e aceitar a Cristo
Para fazer com que o evangelho seja autóctone de qualquer cultura, é necessário que haja Igrejas autóctones.
Igrejas autóctones são aquelas cujos membros praticam as verdades espirituais, sociais e morais do Cristianismo Bíblico segundo as pautas culturais da sua própria sociedade, e percebem como o evangelho vai transformando suas vidas como resposta às suas necessidades, atendidas por Deus mediante a direção do Espírito Santo e da palavra ensinada.
Observemos Os Elementos Básicos Desta Definição
1. Os
membros das Igrejas autóctones não somente creem na verdade do evangelho mas, a
praticam na vida diária.
2. O evangelho afeta a forma em que adoram, a maneira com que trata o seu próximo e inclusive seus próprios valores e ética pessoal.
3. Não estão marginalizados da sua sociedade por haver adotado normas culturais estrangeiras. Compreendem, como também praticam a verdade do evangelho, sem sair das pautas culturais do seu povo.
4. Apreciam de verdade sua vida cristã, porque vêem no evangelho, a resposta às suas frustrações espirituais e às suas necessidades mais íntegras.
5. Reconhecem que a autoridade das escrituras é o fundamento da sua fé e que podem confiar que o Espírito Santo ensinará.
As Igrejas autóctones exercem certa atração sobre a totalidade da população da sua sociedade. O comportamento dos seus membros, não parece estranho ao povo da sua comunidade, a conduta social e moral dos crentes se ajustam às normas gerais da sociedade, porém exibem normas mais elevadas conforme as da Santa Palavra de Deus.
O Missionário deve estar preparado para permitir que a nova Igreja, seja parte da Organização Nacional, evitando que seja chamada ou identificada como uma Igreja Estrangeira!!
COMO FAZER MISSÕES?
A implantação de igrejas deve obedecer no mínimo, quatro aspectos fundamentais:
ASPECTO JURÍDICO:
Ainda hoje, a maioria das igrejas continua a fazer missões mais na base da emoção e improvisação, do sendo com razão e organização. Muitos missionários passam por problemas que poderiam ser evitados se pequenas e simples providências preliminares, quanto ao aspecto jurídico do estabelecimento primeiro de uma pessoa ao família em outro país, assim como do trabalho em si, fossem adotadas (antes) do obreiro sair do país. A maioria das igrejas (missionárias), preocupa-se mais com o culto de despedida, do que com a fixação do obreiro no lugar onde vai. O aspecto jurídico envolve todas as providências de natureza legal e organizacional que devem ser adotadas para que o enviado possa estabelecer-se em outro lugar, com reais possibilidades de sucesso.
Exemplo 1- Quais as exigências que o pais "A" faz para admitir um estrangeiro, quanto a vistos etç.? É possível entrar no pais "A" como missionário cristão?
Exemplo 2 - Qual a moeda em vigor no pais "A"? De quanto precisa para manter uma família e um trabalho em si? É possível fazer remessas de dinheiro?
Exemplo 3 - Escolas nacionais aceitam alunos estrangeiros? Sob que condições? Qual é a equivalência escolar seguida?
Exemplo 4 - É possível estabelecer-se um trabalho evangelístico ou é necessário usar outra estratégia? Filantropia, etç?
Exemplo 5 - Quais as exigências legais para registrar-se uma igreja, um ministério ou outro tipo de organização naquele pais?
Estas perguntas se respondidas adequadamente antes do missionário e sua família saírem para o campo, evitarão problemas e muitas decepções.
ASPECTO CULTURAL
O aspecto cultural diz respeito a cultura de cada povo ou grupo social, com o qual se pretende trabalhar. O respeito a cultura pode conduzir a um sucesso mas rápido e um alcance mais abrangente. Não respeitar os valores culturais de um povo ou grupo social, reduzem as possibilidades de sucesso, o alcance do trabalho e quase sempre conduzem o obreiro ao fracasso.
IMPORTANTE: Não confundir cultura com tradição, nem aceitar como valor cultural aquilo que a Bíblia Sagrada, declara ser pecado contra Deus.
MISSÃO TRANSCULTURAL
Em rápida análise, nada mais é do que evitar aculturar-se, isto é : assimilar a cultura do povo para onde vai, assim como evitar impingir, forçar há culturas avançadas ou atrasadas, todas elas são iguais. O grande objetivo do missionário no estrangeiro, depois de ganhar as pessoas para Cristo, é transferir para elas uma cultura bíblica, cristã, substituindo os valores culturais que contrariam a Palavra de Deus, pelo seguir a Cristo como um valor e objetivo melhor.
Ex. As tradições da África quanto ao casamento, esposas, trajes etç.
As tradições culturais de outros povos quanto aos usos e costumes, assim como ao uso moderado de bebidas, charutos etç.
IMPORTANTE: Cada país tem uma cultura eclesiástica diferente, relativa a ordem do culto, uso de véu, jóias, e adereços, roupas etç. Muitos por não respeitarem isso entram em choque com as lideranças locais, em valores que poderiam ser perfeitamente compreendidos, devido as diferenças culturais.
O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE ISSO?
Gn 24 (a história de Isaque e Rebeca, especialmente no princípio e no fim) Gn 46: 33,34; 1 Cor. 11: 13-16; 1 Tim. 3: 3-8, etç. etç.
ASPECTO ÉTICO
O aspecto ético diz respeito a ética bíblica e ministerial que deve ser obedecida quando alguém decide abrir um trabalho, implantar uma igreja etç.
Uma vez li a seguinte frase; A ÉTICA ESTÁ MORRENDO! Pode aparecer exagerada, no entanto não é. Esta frase infelizmente a dada dia que passa torna-se mais próxima da realidade. O desrespeito a ética ministerial e consequentemente a ética bíblica é maior e mais frequente a cada dia. Seja por parte de obreiros que invejam, desejam e querem tornar mesmo usando de métodos anti-bíblicos o lugar de outros. Seja aqueles que se aproximam de uma igreja já estabelecida (e quase sempre caminhando bem) com ar de coitadinho, pedindo ajuda, para logo em seguida, por em dúvida a autoridade do pastor local, drenar finanças e muitas vezes dividir o trabalho.
COMO FAZER PARA EVITAR ISSO?
Primeiro, ter convicção do seu chamado para o ministério em estrita obediência a vontade de Deus. Ter em mente que sucesso não se mede por uma grande igreja, mas sim por viver e trabalhar no centro da vontade de Deus. Finalmente, obedecendo princípios bíblicos fundamentais para a ordenação de obreiros, prova de chamada, preparação e envio para local determinado por Deus. Exemplo Lc 24: 47-49; At 1:8; 6:3; 8:26, 13:1-3; Fp 2:25-27; 1 Tm 3:1-12; Tt 1:5.
ASPECTO ESPIRITUAL
Diz respeito à chamada do obreiro, sua motivação, preparação, envio, necessidades da obra, qualificações seculares e eclesiásticas etç., etç. Não se ordena um obreiro por se gostar dele, ou por grau de parentesco, ou pelo mesmo ter um curso superior ou grau teológico etç, mas sim por indicação e chamada divina. A razão de muitos fracassos está nas origens da inclusão da pessoa na condição de obreiro. É isso que muitos líderes deveriam obedecer antes de indicarem e / ou porem as mãos sobre alguém, consagrando-o para a obra de Deus. Dt 31:7,8,23; 34:9; Js 1:1-3; Exemplo 1 Reis 19:16-21; 2 Reis 2:2,4,6,9,13,14; At 6:3; 13:1-3.
O aspecto espiritual foi colocado propositalmente no final desta dissertação, para mostrar que todos são interdependentes, seguir um e abandonar o outro, pode significar fracasso. Rejeitar qualquer um deles é erro que pode custar o preço de muitas vidas, famílias, obreiros, recursos etç. Seguí-los é simples, objetivo, bíblico e divino, pois o nosso Deus é Deus de ordem, métodos, razão, disciplina, organização etç.
MISSÕES LOCAIS
Não gostaria de ser julgado como quem enfatiza o óbvio, mas julgo necessário reafirmar da mesma maneira que Paulo repetia suas exortações aos Filipenses (Fp 3.1) - o que há muito venho sendo exortado: que a evangelização agressiva ao estilo apostólico é necessária.
Paulo previa que em determinado período na história da Igreja, haveriam de surgir grupos contrários à doutrina bíblica como única regra de fé, e tentariam adulterá-la, adaptando-a conforme as suas próprias concupiscências (Tm 4-3.4). Por esse motivo devia-se pregar, instar, redargüir, repreender e exortar com grande amor a tempo e fora de tempo, (2 Tm 4.2), ou seja, cada oportunidade de anunciar o evangelho deve ser aproveitada com a máxima diligência.
Esse princípio foi praticado na íntegra por Daniel Berg desde as suas viagens pelo interior da Ilha de Marajó, no Pará: mesmo sem saber expressar com clareza língua portuguesa, em cada pessoa que encontrava via uma alma perdida que precisava urgentemente do Salvador. Era como se fosse a última oportunidade daquela alma; e se ele, como pregador, não anunciasse as boas novas de salvação, o Senhor haveria de requerer responsabilidade (Ez 33-7,9).
Outro princípio paulino que bem assegura o desenvolvimento deste tema é encontrado em 1 Co 9.22, onde o apóstolo busca todos os métodos disponíveis ao seu alcance, e, até as alternativas que estavam além das suas possibilidades para salvar os seus ouvintes. Por isso sugere no texto: “Fiz-me tudo, para todos, para que por todos os meios chegar a salvar alguns”.
A aplicação da estratégia de Paulo para os nossos dias, pode-se resumir da seguinte maneira: utilizar todos os métodos pedagógicos; todos os meios de comunicação; todos os equipamentos tecnológicos disponíveis e investir todo o dinheiro, em todos os lugares, a qualquer hora, como todo pessoal, com todas as forças, com todo ânimo, com todos os instrumentos e grupos musicais recomendáveis, etc. para pregar o evangelho”. (Pr. José Wellington B. da Costa - Revista Obreiro – Abril / Maio 1996)
Para Expansão Do Reino:
“A Igreja que representa o Reino de Deus na terra, é comparada a:
a. Rede - Mt 13-47
b. Grão de mostarda - Mt 13-31.32
c. Fermento - Mt 13.33
d. Semente - Mt 13-4.8
Obs: A expansão da Igreja primitiva: através da perseguição.
Para Que O Mundo Saiba Das Boas Novas – Mt 24-14
a. Os despenseiros das boas novas estão na Igreja; 1 Co 4-1.2.
Para Testemunho A Todas As Gentes – Mc 16.15 1 At 1.8 4. Preparação Da Chegada Do “Fim”
a. Um mau exemplo: Igreja de Éfeso - Ap 2-1 (a perda do entusiasmo do primeiro amor).
b. Um bom exemplo: Igreja de Filadélfia - Ap 3.7 (Igreja dedicada à obra missionária).
“Quem realiza a obra do ministério não são os ministros, mas os membros da Igreja, segundo escreveu Paulo em Ef 4.11.13. Eles são treinados e aperfeiçoados para a obra do ministério. É a Igreja que evangeliza, prega e ora pelos doentes... Podemos ser uma Igreja evangelística se realizarmos nossas estratégias. Infelizmente estamos discutindo o ontem, enquanto o amanhã se apresenta para nós hoje. Os métodos mudam, mas a mensagem permanece. Precisamos dispor de métodos adequados à realidade atual. Diria até que todos métodos adequados às realidades regionais... As estratégias têm de ser aplicadas de acordo com a situação que estamos vivendo”. “Geremias do Couto - Revista Obreiro - Abril/Maio 1996”.
A missão da Igreja é Missões
Quando pensamos porque a igreja existe, logo nos vem ao pensamento a palavra de Pedro: "a fim de proclamardes as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe. 2.9). A primeira frase diz o propósito de Deus para nós. “Afim de” significa finalidade, objetivo, razão de existir.
Alguém perguntaria “porque Deus nos salva e logo nos envia a testemunhar aos outros?” A Bíblia diz que Ele nos salvou para sermos uma nação santa, povo de propriedade exclusiva Dele, ou seja, ministros, embaixadores (representantes) do Reino de Deus e nos envia para alcançar os outros. Ele os ama e quer chamá-los também para o seu Reino. E nós — e não os anjos — temos o privilégio de sermos "mensageiros de Deus", representantes do Reino (nação) celestial.
EXPRESSÃO DO AMOR DE DEUS
– Missões é expressão do amor de Deus. A essência de Deus é amor. O maior ato de amor é dar a sua vida pelo outro. O amor move os nossos corações pelos outros para ajudá-los, através de atos concretos e interesses genuínos, a compreender o amor de Deus.
AMOR
- A fé opera pelo amor (Gal 5.6). Essa afirmação das Escrituras explica o principio ativo (eficaz) de missões. Quando amamos de verdade algo misterioso é comunicado ao coração do outro e aí então acontece a conversão, vontade de servir, de imitar a fé do outro, de viver para Cristo. A fé meramente intelectual é fria, não gera vidas transformadas, apenas convence a mente. Não muda radicalmente o coração. A tendência é tornar-se morta. Ser reformado é bom, mas ser transformado é melhor. Amar o próximo agrada mais a Deus.
RELACIONAMENTO AMOROSO
- Missões não é estratégia. É relacionamento amoroso. Muitos lêem livros sobre evangelismo, métodos e técnicas mas são pouco eficazes na evangelização. Outros nunca leram um só livro sobre o assunto mas são frutíferos porque os seus corações estão cheios de amor fraternal e prontos a suprir certas necessidades. O que está no coração transborda para o outro. Amor é o melhor método evangelístico. O amor é mais forte que o poder das trevas.
ESTILO DE VIDA
- Missões não é programa. E estilo de vida. Não estamos falando de missões porque recentemente tivemos um mês (agosto) dedicado a isso. Queremos viver missões. Para isso, precisamos pedir a Deus um coração e uma mente missionária para imitar o que Paulo viveu: “Porque sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos a fim de ganhar o maior número possível...fiz-me tudo para todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele". (1 Co. 9.19,22-23) É isso que Jesus espera de nós, viver para Ele.
GLÓRIA DE DEUS
- Missões é para manifestar a Glória de Deus. Não estamos buscando adeptos para a nossa religião. Não estamos querendo ser a maior e a mais importante igreja da cidade, nem estamos a procura de poder ou prestígio. Queremos obedecer a Palavra de Deus: "Portanto quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus, não vos torneis causa de tropeço nem para os judeus nem para os gentios, nem tampouco para a igreja de Deus” (1 Co 10.31-32). Missões é a razão de existirmos, de vivermos em Cristo.
CONCLUSÃO.
Quando amamos uns aos outros, isso transborda para o mundo perdido. Se amarmos os perdidos, eles "sentirão" o amor de Deus e virão a Cristo.
Precisamos ter a doutrina correta e o coração sensível ao mundo perdido. Quem não está se esforçando para ganhar outros, está desobedecendo ao Senhor. Faça de seu trabalho, estudo, lazer, uma ponte evangelística.
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