Introdução Ao Novo Testamento
O Novo Testamento têm 27 livros. Foi escrito em grego, não no grego clássico dos eruditos, mas no do povo comum, chamado Koiné. Seus 27 livros também estão classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem:
BIOGRAFIA. São os 4 Evangelhos;
HISTORIA. É o livro de Atos dos Apóstolos.
EPÍSTOLAS. São 21 as epístolas ou cartas. Vão de Romanos a Judas. 9 são dirigidas a igrejas (Romanos a 2 Tessalonicenses); 4 são dirigidas a indivíduos (1 Timóteo a Filemom); 1 é dirigida aos hebreus cristãos; 7 são dirigidas a todos os cristãos, indistintamente (Tiago a Judas);
PROFECIA. É o livro de Apocalipse ou Revelação. Trata da volta pessoal do Senhor Jesus a Terra e das coisas que precederão esse glorioso evento.
Os Evangelhos (Biografia)
Os quatro Evangelhos compreendem cerca de 46 por cento no Novo Testamento. A igreja primitiva colocou os Evangelhos no início do Cânon do Novo Testamento, não por serem eles os primeiros livros escritos, mas por serem o fundamento sobre o qual Atos e as Epístolas são edificados. Os Evangelhos ao mesmo tempo se originam do Antigo Testamento e o cumprem, bem como fornecem um cenário histórico e teológico para o restante do Novo Testamento.
A palavra grega euaggelion se refere às “boas novas” ou “alegres novas” acerca de Jesus Cristo, que foi oralmente proclamado. Mais tarde veio a ser também sido escritos depois, a igreja primitiva considerou somente os quatro Evangelhos, da forma que os conhecemos, como dotados de autoridade e divinamente inspirados. Foram distinguidos uns dos outros pela preposição grega kata (“segundo”), acompanhada pelo nome do escritor. A presente ordem dos quatro Evangelhos remonta pelo menos ao final do segundo século, e cria-se ser esta a ordem em que eles foram escritos. Embora haja quem teorize que os Evangelhos foram originalmente escritos em Aramaico, não há evidência real para tal posição. Os habitantes da Palestina eram primariamente bilíngües (aramaico e grego), e muitos eram trilíngües (hebraico ou latim). O grego, porém, era o idioma comum de todo o império, e por isso o mais adequado veículo para as narrativas evangélicas.
Os quatro relatos complementares fornecem um retrato composto da pessoa do Salvador, operando juntos para fornecer profundidade clareza à nossa compreensão da mais singular figura da história humana. Neles Jesus é visto como divino e humano, o Servo soberano, O Deus-homem.
O Livro Do Evangelho De Mateus
O Evangelho de Mateus foi redigido principalmente para os judeus e anuncia a boa nova de que Jesus é o salvador prometido, o Messias ou Cristo tão longamente esperado pelos judeus. Com Jesus cumpriram-se todas as promessas feitas por Deus ao seu povo no Antigo Testamento. O evangelho não traz o nome do autor, mas desde os primeiros tempos se considerou que foi escrito por Mateus, o cobrador de impostos que se tornou um dos doze amigos íntimos de Jesus. Se não escreveu todo o evangelho, é pelo menos quase certamente o autor da coleção de discursos de Jesus incluída na obra. O evangelho de Mateus foi escrito entre 50 e 100 d.C. Grande parte do seu conteúdo é muito semelhante ao evangelho de Marcos. Mas apresenta com exclusividade dez parábolas, e certo número de episódios, bem como cinco grandes discursos.
Começa com a genealogia e o nascimento de Jesus (caps. 1-2).
A seguir descreve a obra de João Batista, o batismo de Jesus e o tempo de tentação passado por Jesus no deserto (caps. 3-4).
Grande parte do evangelho é dedicada à pregação, aos ensinamentos e às curas operadas por Jesus na Galiléia. Mateus o apresenta como grande mestre, que tem muitas coisas a dizer sobre o “reino” de Deus, sobre seu reino no mundo (caps. 4; 14-18).
O ensinamento de Jesus divide-se em cinco grandes seções :
Caps. 5-7: o sermão da montanha, que responde a muitas perguntas sobre o reino e constitui a base do ensinamento moral de Jesus.
Cap. 10: instruções dadas por Jesus aos doze antes de enviá-los em missão.
Cap. 13: parábolas sobre o reino.
Cap. 18: Jesus explica o que significa segui-lo.
Caps. 24-25: palavras de Jesus sobre a queda de Jerusalém, o fim desta era e o advento de nova era.
Depois Mateus descreve a viagem de Jesus da Galiléia a Jerusalém (caps. 19-20), e os acontecimentos da última semana naquela cidade. (caps. 21-27).
A narrativa da morte de Jesus na cruz é seguida pela da ressurreição, ou seja, como ele voltou à vida (cap. 28).
O Livro Do Evangelho De Marcos
O Evangelho de Marcos, o segundo dos quatro evangelhos que contam a vida de Jesus, mas provavelmente o primeiro em ordem cronológica, é evangelho de ação, cheio de vida, que se concentra sobre o que Jesus fez e os lugares onde andou, e não tanto sobre o que ele disse e pensou. É o evangelho mais breve, composto de apenas dezesseis capítulos, e talvez também o mais antigo, provavelmente escrito entre 65-70 d.C. Os escritores dos primeiros séculos do cristianismo afirmam que é obra de João Marcos, com base no que ele ouvira do apóstolo Pedro. O nome de João Marcos ocorre freqüentemente nos Atos e nas cartas do Novo Testamento. Tomou parte da primeira viagem missionária de Paulo e mais tarde esteve com Pedro.
Após curta introdução dedicada a João Batista, ao batismo e às tentações de Jesus, os primeiros nove caps. ocupam-se das curas e do ensinamento de Jesus na Galiléia. Marcos mostra como os discípulos começaram gradativamente a compreender melhor o Mestre, enquanto os seus inimigos se tornavam cada vez mais hostis.
Os caps. 11-15 descrevem a última semana de Jesus em Jerusalém e são seguidos pela narrativa da sua ressurreição (cap. 16).
O Livro Do Evangelho De Lucas
O evangelho de Lucas, a terceira das quatro narrativas da vida de Jesus, é o mais minucioso de todos. A história do crescimento e da difusão do cristianismo após o retorno de Jesus ao céu o mesmo autor a continua no livro dos Atos. Os dois livros foram dedicados a um funcionário romano de nome Teófilo. O autor do evangelho procurou informar-se bem sobre a história e os fatos, e expõe o que aconteceu na Palestina durante a vida de Jesus. A tradição afirma que toda a obra foi escrita por Lucas, o médico que acompanhou Paulo em algumas de suas viagens.
Começa com a história do nascimento e da infância de João Batista e de Jesus (caps. 1-2), dando muitas informações que se encontram só neste evangelho.
Os caps. 3 - 9 referem-se ao batismo e às tentações de Jesus, bem como à sua pregação e seus ensinamentos na Galiléia.
A viagem de Jesus da Galiléia a Jerusalém ocupa 9.51–19.46. Algumas parábolas de Jesus incluídas nesta parte são exclusivas de Lucas, como a do bom samaritano, a do filho pródigo e a do rico insensato.
A última semana de Jesus em Jerusalém é narrada de 19.47 a 23.56.
Finalmente, o cap. 24 conta como Jesus ressuscitou e voltou ao céu.
O Livro Do Evangelho De João
O evangelho de João, a quarta história neotestamentária da vida de Jesus, difere bastante dos três anteriores. Provavelmente foi escrito por último, talvez em torno de 90 d.C. Preocupa-se mais com o sentido dos fatos que com os fatos em si, os quais presumivelmente já eram bem conhecidos na época. Começa apresentando Jesus como a “Palavra” de Deus, existente antes do tempo e, contudo nascida no tempo sob forma humana. O evangelho foi escrito “para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20.31). O evangelho provavelmente contém as recordações de João, o irmão de Tiago e um dos doze amigos mais íntimos de Jesus. No texto João não é mencionado pelo nome e aparece só como “o discípulo que Jesus amava”. Não está excluído que tenha sido redigido por um secretário.
Depois da introdução, que apresenta Jesus como a “Palavra” de Deus (Jo 1.1-18), o evangelho prossegue descrevendo certo número de milagres chamados “sinais” ou “obras” de Jesus, que mostram que ele é realmente o Salvador prometido (caps. 2-12).
A história da sua pregação e dos seus ensinamentos é redigida de tal modo que cada milagre é seguido de explicação e discussão. João também descreve como alguns creram em Jesus e outros o rejeitaram. Não menciona nenhuma de suas parábolas.
Os caps. 13-19 tratam dos últimos dias de Jesus com os discípulos em Jerusalém, transmitindo-nos as suas palavras de encorajamento e os seus ensinamentos dados às vésperas de sua morte na cruz.
Os caps. 20-21 narram algumas aparições de Jesus aos discípulos depois da ressurreição. João vê nos milagres “sinais” que mostram quem era Jesus. Além disso, utiliza uma série de realidades comuns para indicar verdades ocultas sobre Jesus : água, pão, luz, pastor e videira.
Neste evangelho aparecem as famosas afirmações “Eu sou...”, recordando a definição de Deus dada no livro do Êxodo (cap. 3): “Eu sou aquele que é”. João apresenta Jesus como o caminho, a verdade e a vida.
O Livro Dos Atos Dos
Apóstolos (Histórico)
O livro dos Atos continua a história iniciada no evangelho de Lucas, sendo obra do mesmo autor. Fala principalmente dos “atos” dos apóstolos Pedro e Paulo. Por causa da ênfase dada ao poder de Deus, às vezes é com razão chamado de “Atos do Espírito Santo ”. Conta como os discípulos de Jesus difundiram a boa nova primeiramente em Jerusalém e depois nas regiões circunjacentes da Judéia e de Samaria, até “aos confins do mundo”. Cobre um período de cerca de trinta anos, desde o início da Igreja, no dia de Pentecostes, até a prisão de Paulo em Roma. Os Atos foram escritos entre 60 e 85 d.C.
Os primeiros sete capítulos descrevem como o movimento cristão teve inicio na própria Jerusalém com a vinda, em poder, do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O grupo cristão começou a cumprir a ordem de Jesus de ensinar e pregar. A Igreja crescia e se difundia. Esta parte também descreve como Estêvão, um dos primeiros cristãos, morreu pela sua fé.
Os caps. 8-12 narram como o cristianismo, inicialmente devido à perseguição, propagou-se na Judéia (região em torno de Jerusalém) e na Samaria (onde pessoas pertencentes a uma nação inimiga e desprezada pelos judeus foram acolhidas com alegria na Igreja). A dramática conversão de Saulo (ou Paulo) na estrada de Damasco 'é seguida da narrativa de como Pedro entendeu que a mensagem cristã era destinada a todas as nações e não só aos judeus.
A parte restante do livro trata das atividades missionárias de Paulo e
das suas viagens pelo mundo mediterrâneo, dos seus processos e da sua prisão em
Roma (caps. 13-28).
BIBLIOLOGIA - EPÍSTOLAS PAULINAS
Introdução
As Epístolas Paulinas foram os primeiros escritos do Novo Testamento. São 13 Epístolas na sua totalidade, de Romanos a Filemom. As mesmas foram escritas entre 52 e 67 d.C. Pela ordem cronológica, é consenso entre teólogos, que o primeiro livro do Novo Testamento é o de 1 Tessalonicenses, escrito por volta de 52 d.C.; 2 Timóteo foi escrita em torno de 67 d.C., pouco antes do martírio do apóstolo Paulo em Roma. Essas Epístolas foram também as primeiras aceitas como canônicas. Pedro chama os escritos de Paulo de "Escrituras" - título aplicado somente à Palavra inspirada de Deus! (2 Pe 3.15,16). Paulo é um personagem tão importante no Novo Testamento e na história da igreja que tem sido chamado de o segundo fundador do cristianismo. É claro que isso não é a verdade, pois desconsidera a continuidade entre Jesus e Paulo e menospreza injustamente as contribuições de homens tais como Pedro, João e Lucas. Mas não há dúvida de que Paulo desempenhou um papel vital no crescimento e estabelecimento da igreja e na interpretação e aplicação da graça de Deus em Cristo.
Essas Epístolas constituem quase um quarto do Novo Testamento, colocando Paulo logo atrás de Lucas em porcentagem do Novo Testamento escrito por um único indivíduo. E, caso se acrescentem os 16 capítulos de Atos (13-28) que são quase inteiramente dedicados a Paulo, este aparece em quase um terço do Novo Testamento.
Quem foi esse homem chamado Paulo ? O próprio Paulo apresenta um esboço rudimentar de sua origem e formação, mas em suas Epístolas, esses dados acham-se dispersos. Os detalhes históricos básicos estão convenientemente agrupados nos discursos que Paulo proferiu (relatados por Lucas) diante de uma multidão hostil de judeus nos degraus do templo (At 22.1-21), do rei Agripa II e do procurador Romano Festo (At 26.2-23).
A Epístola Aos Romanos
Paulo escreveu esta carta aos cristãos de Roma em torno do ano 57 d.C., depois das chamadas três viagens missionárias principais. Ainda não tinha viajado a Roma, mas pretendia fazê-lo. Enviou assim a famosa epístola a fim de preparar a comunidade cristã da capital do mundo, comunidade da qual conhecia alguns membros (cf. cap. 16), para a sua visita. A carta expõe amplamente a concepção paulina da mensagem cristã, e foi redigida depois das cartas aos Tessalonicenses, aos Gálatas e aos Coríntios. Poderíamos defini-la como o manifesto de Paulo, pois nos dá a conhecer de maneira mais completa, clara e raciocinada, o seu modo de entender as verdades cristãs fundamentais.
Começa saudando os cristãos de Roma e lhes anuncia aquilo que será a base da sua carta: “... porque nele a justiça de Deus se revela da fé para a fé, conforme está escrito: 'O justo viverá da fé'“ (Rm 1.17).
A seguir demonstra que todos, judeus e não-judeus, precisam de Deus por causa de seus pecados. Podemos ser justificados perante Deus pela fé em Jesus Cristo (caps. 3- 4).
O perdão gratuito e a nova vida dada por Deus mediante Cristo, a importância das leis divinas e da ação do Espírito divino na vida de todo cristão constituem o objeto dos caps. 5-8, enquanto os caps. 9-11 tratam da posição atual de Israel no plano de Deus. Paulo acha que os judeus não rejeitarão Jesus para sempre.
Depois continua (caps. 12- 15) com algumas francas exortações a propósito do comportamento dos cristãos: relações com as autoridades, deveres recíprocos e modo de viver num mundo não cristão.
Por fim esclarece algumas complicadas questões de consciência. A carta termina de maneira característica, com saudações pessoais a amigos e palavras de louvor a Deus (cap. 16).
A Primeira Epístola Aos Coríntios
Foi escrita por Paulo aos cristãos de Corinto, cidade grega fervilhante de gente das mais variadas nacionalidades e notória pelo seu comércio, sua cultura, suas muitas religiões e pela sua imoralidade. A Igreja de Corinto fora fundada pelo Apóstolo durante a sua permanência de dezoito meses na cidade, no decurso da segunda viagem missionária. Agora Paulo recebia más notícias e, quando alguns membros chegaram de Corinto para pedir-lhe conselhos, entregou-lhes esta carta importante, que trata das principais questões daquela comunidade eclesial :
Divisões (caps. 1-4),
Problemas morais e de vida familiar (caps. 5-7), inclusive um caso de incesto e de cristãos que intimavam a juízo outros cristãos perante tribunais pagãos.
Paulo também resolveu um problema de consciência que preocupava os cristãos a respeito do alimento (caps. 8-10). A maior parte da carne vendida no comércio tinha sido oferecida antes aos ídolos. Era permitido comê-la?
Os caps. 11-14 propõem princípios para culto ordenado na igreja, especialmente durante a ceia do Senhor. Tratam também dos dons especiais concedidos por Deus ao seu povo. A carta delineia um quadro claro, nem sempre edificante, do modo como os primeiros cristãos se reuniam e se comportavam.
Explica também o sentido da ressurreição de Jesus e de todos aqueles que morrem confiando nele (cap. 15).
No último capítulo o Apóstolo fala à igreja de Corinto sobre uma coleta que faz para os cristãos pobres da Judéia e termina com saudações pessoais.
O capítulo 13 em louvor da caridade, o dom mais precioso concedido por Deus ao seu povo, é um dos textos paulinos mais famosos.
A Segunda Epístola Aos Coríntios
Paulo ditou-a cerca de um ano depois da primeira (em torno de 56 d.C.), num momento em que as relações entre ele e a Igreja de Corinto tinham chegado a ponto crítico. Durante aquele ano alguns cristãos daquela comunidade tinham-no atacado duramente e, ao que parece, Paulo lhes fizera curta visita. A carta mostra o seu grande desejo de estar bem com esta igreja.
Nos caps. 1-7 recorda a história das suas relações com a comunidade de Corinto, explica o sentido das palavras severas usadas anteriormente, manifesta sua gratidão pelas mudanças verificadas e se propõe fazer a terceira visita, mais tranqüila.
A seguir pede aos destinatários que demonstrem generosidade para com as necessidades dos cristãos da Judéia (caps. 8-9).
Nos caps. finais (10-13) Paulo defende com ardor seu título de apóstolo. Numerosos cristãos da cidade tinham questionado o seu direito a este título.
Esta carta, com suas palavras, às vezes tempestuosas, outras vezes suaves, é das mais pessoais de Paulo. Nela deixa transparecer todo seu amor e preocupação pela Igreja e revela seus sofrimentos e sua fé inabalável.
A Epístola Aos Gálatas
Esta carta representa um dos primeiros esboços do pensamento paulino, mais tarde desenvolvido na carta aos Romanos. Talvez seja de aproximadamente 57 d.C. (outros pensam que foi escrita cerca de dez anos antes). Foi enviada a um grupo de igrejas da província romana da Galácia (atual Turquia central), algumas das quais foram visitadas por Paulo. Ele havia-lhes ensinado que o dom divino da nova vida era destinado a todos que cressem e muitos ouvintes haviam correspondido. Mas depois vieram doutores judeus afirmando que os cristãos deviam observar as leis do Antigo Testamento. Por isto a carta responde a uma pergunta de vital importância : Os não judeus devem obedecer à lei judaica de Moisés para serem verdadeiros cristãos ? Paulo começa defendendo o seu direito de apóstolo, que fala com autoridade divina, investido de missão especial junto aos não-judeus (caps. 1-2).
A seguir argumenta (caps. 3-4) : Somos justificados unicamente pela fé em Cristo. A vida nova é dom de Deus para todos aqueles que crêem. Nada podemos fazer para ganhá-la por nós mesmos.
Conclui mostrando que a conduta dos cristãos deriva do amor, que é fruto da fé em Cristo (caps. 5-6).
A carta aos Gálatas é uma peroração sobre a liberdade cristã : “É para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5.1).
A Epístola Aos Efésios
Trata-se provavelmente de carta “circular” dirigida a um grupo de igrejas da região da atual Turquia ocidental. A igreja de Éfeso era a mais importante do grupo. À semelhança das cartas aos Filipenses, aos Colossenses e a Filemom, Paulo escreveu-a da prisão, provavelmente em Roma, no início da década de 60 d.C.
O grande tema é o plano de Deus de “reconciliar em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra” (Ef 1.10). Começa com esta idéia da unidade (caps. 1-3). Deus Pai escolheu o seu povo. Jesus, o Filho, libertou-o dos pecados e destruiu as barreiras raciais, religiosas e culturais. O Espírito de Deus age na vida de todo cristão para levá-lo de vitória em vitória.
A segunda parte da carta convida os fiéis a viver de modo tal que sua união em Cristo possa transparecer do seu amor recíproco. Devemos sair das trevas e caminhar na luz ! Paulo usa uma série de imagens para ilustrar esta união em Cristo: o corpo, o edifício, as relações entre marido e mulher. Toda a vida e experiência humana são vistas na luz de Cristo, do seu amor, da sua morte na cruz, do seu perdão e da sua pureza. Paulo termina convidando os cristãos a vestirem a “armadura de Deus para que possam resistir no dia mau e sair firmes de todo o combate”.
A Epístola Aos Filipenses
Paulo fundou a igreja grega de Filipos, a primeira igreja da Europa, em torno do ano 50 d.C. Escreveu esta carta da prisão, segundo alguns, de Roma, em torno de 61-63 d.C., segundo outros, de Éfeso, cerca de 54 d.C. Explica a sua situação aos filipenses e agradece-lhes pelos presentes enviados. Exorta-os a perseverarem na fé, a não serem orgulhosos e a seguirem o exemplo de Jesus, que “foi humilde e percorreu o caminho da obediência”. Descreve a alegria e a paz daqueles que confiam em Cristo. Embora estivesse preocupado com os falsos doutores que agiam na igreja de Filipos, transparece claramente o seu afeto por aqueles cristãos. Não obstante o fundo escuro da prisão, a carta está cheia de alegria, de confiança e de esperança cristã.
A Epístola Aos Colossenses
Paulo ditou na prisão esta carta aos cristãos de Colossos, provavelmente em Roma, em torno do ano 61 d.C. ainda que não tivesse fundado esta igreja (região ocidental da Turquia), preocupava-se com ela, porque quem a iniciou foi um dos seus convertidos, Epafras, e ainda porque em Roma encontrara um escravo fugitivo dessa cidade. Fora informado de que em Colossos agiam falsos doutores, os quais afirmavam que para conhecer a Deus era necessário adorar estranhos poderes espirituais e praticar determinados ritos. Esses homens introduziam idéias derivadas de outras filosofias e religiões. Por isso Paulo expõe a verdadeira mensagem cristã (Cl 1–2.19). Jesus, e só ele, pode salvar o homem e dar-lhe a verdadeira vida. Por meio de Jesus Cristo Deus criou o mundo.
Prossegue explicando o que significa esta vida nova na prática (Cl 2.20–4.6). Ela influi sobre tudo o que fazemos e dizemos, sobre os sentimentos e sobre as relações domésticas, profissionais e eclesiais.
A carta termina com notícias pessoais (Cl 4.7-18).
A Primeira Epístola Aos Tessalonicenses
Tessalônica era a capital da província romana da Macedônia. Paulo fundara uma igreja aí durante a sua segunda viagem missionária. Depois de ter chegado a Corinto, soube através de Timóteo que os judeus continuavam a criar problemas por causa do grande interesse dos não-judeus pela mensagem de Paulo. Em resposta, Paulo escreveu esta carta. É uma das suas primeiras cartas que nos foi conservada, tendo sido escrita em torno do ano 50 d.C., apenas vinte anos depois da morte de Jesus.
Paulo procura encorajar e tranqüilizar os cristãos de Tessalônica. Agradece a Deus pelas boas notícias recebidas a respeito deles e lembra a sua visita (caps. 1-3).
Exorta-os a viver de modo a agradecer a Deus (1Ts 4.1-12) e trata de alguns problemas sobre a esperada volta de Jesus (1 Ts 4.13–5.11). Quando retomará ? O que acontecerá aos cristãos antes da sua volta? Termina a carta com algumas instruções práticas, oração e saudações (1 Ts 5.12-28).
A Segunda Epístola Aos Tessalonicenses
Apesar da primeira carta de Paulo (1ª Carta aos Tessalonicenses, acima), os cristãos de Tessalônica continuavam confusos quanto à volta de Jesus. Alguns pensavam que o dia do seu retorno já tinha chegado. Nesta segunda carta, escrita poucos meses depois da primeira, Paulo lembra que a volta de Jesus será precedida por um tempo de grande maldade (cap. 2).
Termina exortando os cristãos a guardar a fé e a trabalhar (cap. 3)
A Primeira Epístola A Timóteo
Timóteo era um jovem cristão, filho de pai grego e mãe judia, originário de Listra, cidade da província da Galácia (região central da Turquia). Viajou com Paulo e ajudou nas suas viagens missionárias posteriores. Era tímido e não gozava de boa saúde, necessitando de ser encorajado e apoiado. Quando Paulo lhe escreveu, Timóteo cuidava da igreja de Éfeso. A carta dá muitos conselhos e orientações para a vida eclesial. Adverte contra falsas doutrinas, em particular contra uma mistura de idéias judaicas e gnósticas sobre a salvação e sobre a natureza do mundo físico. O destinatário recebe instruções sobre a organização e o governo da igreja (caps. 1-3) e a carta termina com recomendações mais pessoais a Timóteo sobre seu serviço na igreja (caps. 4-6).
A Segunda Epístola A Timóteo
Grande parte desta carta contém conselhos pessoais de Paulo a Timóteo. Exorta Timóteo a permanecer fiel à boa nova de Jesus Cristo e a perseverar na atividade de mestre e evangelizador, apesar da oposição e da perseguição. Acautela-o contra discussões inúteis e encoraja-o com o exemplo de sua própria fé, que continua firme depois de uma vida cheia de sofrimentos: “Terminei minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça” (2 Tm 4.7-8).
A Epístola A Tito
Tito era cristão grego, que ajudou Paulo no seu trabalho missionário. Paulo escreveu esta carta a Tito em Creta, onde este ajudava na supervisão da igreja. Esta comunidade tinha problemas semelhantes aos enfrentados por Timóteo em Éfeso : doutrinas falsas e discussões inúteis.
Paulo lembra ao discípulo que os chefes cristãos devem ter bom caráter (cap. 1).
Explica os deveres que tem para com os diferentes grupos de cristãos (cap. 2) e termina com exortações e conselhos gerais sobre o comportamento dos cristãos.
A Epístola A Filemom
É carta particular de Paulo ao seu amigo Filemom, cristão convertido de Colossos (na Turquia ocidental). Filemom possuía um escravo de nome Onésimo que fugira. Onésimo encontrara Paulo na prisão e tornara-se cristão. Paulo escreve ao amigo para exortá-lo a perdoar ao fugitivo e acolhê-lo como irmão cristão. A carta provavelmente foi levada a Colossos pelo próprio Onésimo, juntamente com a carta dirigida à igreja local.
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