quarta-feira, 8 de abril de 2020

BIBLIOLOGIA - DISPENSAÇÕES, ALIANÇAS E COMPOSIÇÃO II


A Quinta Dispensação: A Lei, Gn 19.1

Esta dispensação começa com a concessão da lei no Sinai e terminou como período de tempo com a morte sacrifical de Cristo, que cumpriu todas as suas provisões e tipos. Na dispensação anterior, Abraão, Isaque e Jacó, como também as multidões de outros indivíduos, falharam nos testes da fé e obediência que eram da responsabilidade do homem (por exemplo, Gn 16.1-4; 26.6-10; 27.1-25). O Egito também falhou em atender a advertência de Deus (Gn 12.3) e foi julgado. Não obstante Deus providenciou um libertador (Moisés), um sacrifício (o cordeiro pascal) e o poder milagroso para tirar os israelitas do Egito (as pragas do Egito; livramento no Mar Vermelho). Os israelitas, como resultado de suas transgressões (Gl 3.19), foram agora colocados sob a disciplina precisa da lei. A lei ensina:

a) A santidade espantosa de Deus (Êx 19.10-25).

b) A horrível hediondez do pecado (Rm 7.13; 1Tm 1.8-10).

c) A necessidade da obediência (Jr 7.23-24).

d) A universalidade do fracasso humano (Rm 3.19-20).

e) A maravilha da graça de Deus em providenciar um caminho até Eles através do sacrifício típico antevendo um Salvador que viria a ser o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), conforme "o testemunho da lei" (Rm 3. 21).

A lei não alterou as provisões nem revogou a promessa de Deus dada na Aliança Abraâmica. Não foi concedida como um modo de vida (isto é, um meio de justificação, At 15.10-11; Gl 2.16,21; 3.3-9, 14, 17, 21,24-25), mas uma regra devida para um povo já dentro da aliança de Abraão e coberto pelo sangue do sacrifício, isto é, do cordeiro pascal etc. Um dos seus propósitos foi o de esclarecer a pureza e santidade que deveria caracterizar a vida de um povo, cuja lei seria ao mesmo tempo a lei de Deus (Êx 19.5-6). Daí, a função da lei em relação à Israel foi de restrição disciplinar e corretiva, como aquela exercida sobre os filhos gregos e romanos pelo escravo ou tutor de confiança da casa (Gl 3.24, traduzido para “aio”) para manter Israel sob controle para o seu próprio bem (Dt 6.24):

a) Até que Cristo viesse (Cristo é realmente o nosso Tutor, pois a graça que nos salva também nos ensina, Gl 3.24; Tt 2.11-12).

b) Até que a ocasião designada pelo Pai para os herdeiros (filhos da promessa) serem removidos da condição de menoridade legal para os privilégios de herdeiros que atingiram a maioridade (Gl 4.1-3). Isto Deus fez enviando o Seu Filho, e agora os crentes estão na posição de filhos na casa do Pai (Gl 3.26; 4.4-7).

Mas Israel interpretou mal o propósito da lei (1 Tm 1.8-10), buscando a justiça através de boas obras e ordenanças cerimoniais (At 15.1; Rm 9.31 – 10.3), e rejeitou o seu próprio Messias (Jo 1.10-11). A história de Israel no deserto, na terra e dispersos entre as nações, tem sido um registro longo de transgressão da lei.

A Quinta: A Aliança Mosaica (19.5)

Dada a Israel em três divisões, cada uma essencial às outras e juntas formando a Aliança Mosaica, isto é, os mandamentos, expressando a justa vontade de Deus (Êx 20.1-26); os juízos, regulando a vida social de Israel (Êx 21.1-24.11); e as ordenanças, governando a vida religiosa de Israel (Ex 24.12-31.18). Estes três elementos formam "a lei", como essa expressão foi generalizadamente usada no Novo Testamento, (por exemplo, Mt 5.17,18). Os mandamentos e as ordenanças formavam um sistema religioso. Os mandamentos eram um "ministério da condenação" e "da morte" (2 Co 3.7-9); as ordenanças davam na pessoa do sumo sacerdote, um representante do povo junto ao SENHOR; e, nos sacrifícios, uma cobertura para os seus pecados em antecipação à cruz (Hb 5.1-3; 9.6-9; comp. Rm. 3.25-26). O cristão não está sob a condicional Aliança Mosaica das obras, a lei, mas sob a Nova Aliança incondicional da graça (Rm 3.21-27; 6.14-15; Gl 2.16; 3.10-14,16-18,24-26; 4.21-31; Hb 10.11-27). A lei não mudou a provisão da Aliança Abraãmica, mas foi uma coisa acrescentada apenas por um tempo limitado até que viesse a Semente (Gl 3.17-19).

A Sexta: A Aliança Palestiniana (Dt 30.3)

Apresenta as condições sob as quais Israel entrou na terra da promessa. É importante ver que a nação ainda nunca tomou a terra sob a Aliança Abraâmica incondicional (Gn 12: 2), nem ainda possui toda a terra (comp. Gn 15.18 com Nm 34.1-12). A Aliança Palestiniana tem sete partes:

a) A dispersão por causa da desobediência, v.1 (Dt 28.63-68; Gn 15.18).

b) O futuro arrependimento de Israel quando estiver na dispersão, v.2.

c) A volta do SENHOR, v.3 (Am 9.9-15; At 15.14-17).

d) A restauração da terra, v.5 (Is 11.11-12; Jr 23.3-8; Ez 37.21-25).

e) A conversão nacional, v.6 (Os 2.14-16; Rm 11.26-27).

f) O julgamento dos opressores de Israel, v. 7 (Is 14.1-2; Joel 3.1-8; Mt 25.31-46).

g) A prosperidade nacional, v. 9 (Am 9.11-15).

A Sétima: A Aliança Davídica (Vs. 8-17)

Sobre a qual o futuro reino de Cristo, "o qual, segundo carne, veio da descendência de Davi" (Rm 1.3), devia ser fundamentado, dava a Davi:

a) A promessa da posteridade na casa de Davi.

b) Um trono simbólico de autoridade real.

c) Um reino, ou governo sobre a terra;

d) Certeza de cumprimento, pois as promessas a Davi "serão estabelecidos (as) para sempre".

Salomão, cujo nascimento Deus predisse (2 Sm 7.12), não recebeu a promessa de uma semente perpétua, mas apenas a certeza de que :

a) Construiria "uma casa ao meu nome" (v. 13).

b) O seu reino seria estabelecido (v. 12).

c) O seu trono, isto é, a autoridade real, permaneceria para sempre.

d) Se Salomão pecasse, seria castigado, mas não deposto.

A continuidade do trono de Salomão, mas não da semente de Salomão, demonstra a exatidão da predição. Israel teve nove dinastias; Judá, uma. Cristo nasceu de Maria, que não veio da linhagem de Salomão (Jr 22. 8-30); Ele era um descendente de Natã, outro filho de Davi (comp. Lc 3.23-31; e Lc 3.23). José, o marido de Maria, era descendente de Salomão e através dele o trono passou legalmente a Cristo (comp. Mt 1.6,16). Assim, o trono, mas não a semente, veio através de Salomão, que foi precisamente o cumprimento da promessa do SENHOR a Davi.

Em contraste com a promessa irrevogável de cumprimento perpétuo feita a Davi, Salomão é uma ilustração do caráter condicional da Aliança Davídica conforme aplicada aos reis que o seguiram. A desobediência da parte dos descendentes de Davi resultaria em castigo, mas não em anulamento da aliança (2 Sm 7.15; SI 89.20-37; Is 54.3,8, 10). Assim o castigo caiu primeiro na divisão do reino sob Reoboão e, finalmente, nos cativeiros (2 Rs 25.1-21). Desde aquele tempo apenas um rei da família davídica foi coroado em Jerusalém e esse foi coroado com espinhos. Mas a Aliança Davídica, dada a Davi pelo juramento do SENHOR e confirmada a Maria pelo Anjo Gabriel, é imutável (Sl 89.20-37); e o Senhor ainda dará àquele que foi coroado de espinhos o trono de Davi, seu pai (Lc 1.31-33; At 2.29-32; 15.14-17). Ambos, Davi e Salomão, entenderam que a promessa referia-se literalmente a um reino terreno (2 Sm 7.18-29; 2 Cr 6.14-16).

A Sexta Dispensação: A Igreja (At 2.1)

Uma nova era foi anunciada por nosso Senhor Jesus Cristo em Mt 12.47-13.52. A Igreja foi claramente profetizada por Ele em Mt 16.18 (comp. Mt 18.15-19), comprada pelo derramamento do Seu sangue no Calvário (Rm 3.24-25; 1 Co 6.20; 1 Pe 1.18-19), e constituída como Igreja depois de Sua ressurreição e ascensão no Pentecostes quando, de acordo com a Sua promessa (At 1.5), os crentes foram pela primeira vez batizados individualmente com o Espírito Santo. Por causa da ênfase dada ao Espírito Santo, esta dispensação também tem sido chamada "dispensação do Espírito".

O ponto de prova desta dispensação é o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, a mensagem das boas novas sobre a Sua morte e ressurreição (Jo 19.30; At 4.12; 1 Co 15.3-5; 2 Co 5.21; etc.). A contínua e cumulativa revelação das dispensações anteriores combina com esta revelação mais completa para enfatizar a total iniqüidade e perdição do homem, e a suficiência da obra historicamente completa de Cristo para salvação, pela graça, mediante a fé, a todos os que vêm a Deus por Ele (Jo 14.6; At 10.43; 13.38- 39; Rm 3.21-26; Ef 2.8-9; 1 Tm 4.10; Hb 10.12-14).

Enquanto aqueles indivíduos salvos, que compõem a verdadeira Igreja de Cristo cumprem as ordens do seu Senhor, de pregar o Evangelho até os confins da terra (Mc 16.15; Lc 24.46-48; At 1.8), Deus está formando, durante esta dispensação, ''um povo para o seu nome" (At 15.14) dentre os judeus e os gentios, chamado de "a Igreja" e, portanto especialmente distinto dos judeus e gentios como tais (1 Co 10.32; Gl 3.27-28; Ef 2.11-18; 3.5-6).

O Senhor Jesus advertiu que durante todo o período, enquanto a Igreja estiver sendo formada pelo Espírito Santo, muitos rejeitarão o Seu Evangelho e muitos outros pretenderão crer nEle e se tomarão uma fonte de corrupção espiritual e impedimento para o Seu propósito nesta dispensação, na igreja professa. Estes produzirão a apostasia, particularmente nos últimos dias (Mt 13.24-30,36-40,47-49; 2 Ts 2.5-8; 1 Tm 4.1-2; 2 Tm 3.1; 4.3-4; 2 Pe 2.1-2; 1 Jo 2.18-20). A Dispensação da Igreja chegará ao fim através de uma série de acontecimentos profetizados, o principal dos quais será:

a) A trasladação da verdadeira Igreja da terra para encontrar o Senhor nos ares em um momento conhecido por Deus, mas não revelado aos homens, e sempre mantido diante dos crentes como uma esperança iminente e feliz, encorajando-os no serviço do amor e na santidade de vida. Este acontecimento geralmente é chamado de "arrebatamento" (1 Ts 4.17).

b) Os juízos da septuagésima semana de Daniel, chamados de "a Grande Tribulação" (Ap 7) que cairão sobre a humanidade em geral, mas incluirão a parte não salva da igreja professa, que terá apostatado e por isso será deixada para trás sobre a terra, quando a verdadeira Igreja for trasladada para o céu. Esta forma final da Igreja apóstata está descrita em Ap 17 como "a meretriz" que primeiro vai "montar" o poder político ("besta"), apenas para ser derrotada e absorvida por esse poder (comp. Ap 18.2).

c) A volta do Senhor Jesus do céu à terra em poder e glória, trazendo com Ele a Sua Igreja, para estabelecer o Seu reino milenial de justiça e paz (Ap 19.11 e 17).

A Sétima Dispensação: O Reino (Ap 20.4)

Esta é a última das dispensações ordenadas que condicionam a vida humana na terra. É o Reino da Aliança feita a Davi (2 Sm 7.8-17).

O Filho maior de Davi, o Senhor Jesus Cristo, reinará sobre a terra como Rei dos reis e Senhor dos senhores por 1.000 anos, associando consigo mesmo naquele Reino, os Seus santos de todas as dispensações (Ap 3.21; 5.9-10; 11.15-18; 15.3-4; 19.16; 20.4,6).

A Dispensação do Reino une dentro de si mesmo e debaixo de Cristo as várias "épocas" mencionadas na Escritura:

a) O período de opressão e desgoverno termina quando Cristo estabelece o Seu reino (Is 11.3-4).

b) O período de testemunho e paciência divina termina em julgamento (Mt 25.31-46; At 17.30-31; Ap 20.7-15).

c) O período de luta termina em repouso e recompensa (2 Ts 1.6-7).

d) O período de sofrimento termina em glória (Rm 8.17-18).

e) O período da cegueira e castigo de Israel termina em restauração e conversão (Ez 39.25-29; Rm 11.25-27).

f) O tempo dos gentios termina no desmoronamento da imagem e no estabelecimento do reino dos céus (Dn 2.34-35; Ap 19.15-21).

g) O período da escravidão da criação termina em livramento e manifestação dos filhos de Deus (Gn 3.17; Is 11. 6-8; Rm 8.19-21).

h) No final dos mil anos, Satanás é solto por um pequeno período e instiga uma rebelião final que é sumariamente abafada pelo Senhor. Cristo lança Satanás no lago de fogo para ser eternamente atormentado, derrota o último inimigo - a morte - e então entrega o reino ao Pai (1 Co 15.24).

A Oitava: A Nova Aliança (Hb 8.8)

A última das oito grandes alianças das Escrituras é:

a) "Melhor" do que a Aliança Mosaica Êx 19.5), não moralmente, mas em eficácia (Hb 7.19; comp. Rm 8.3-4).

b) Está estabelecida sobre promessas "melhores" (isto é, incondicionais). Na Aliança Mosaica, Deus disse: "Se..." (Êx 19.5); na Nova Aliança, Ele diz: “Eu farei...” (Hb 8.10,12).

c) Sob a Aliança Mosaica, a obediência brotava do temor (Hb 2.2; 12.25-27); sob a Nova, ela brota de um coração e uma mente dispostos (Hb 8.10).

d) A Nova Aliança garante a revelação pessoal do Senhor a cada crente (v. 11).

e) Ela assegura esquecimento completo dos pecados (Hb 8.12; 10.17).

f) Ela repousa sobre uma redenção consumada (Mt 26.27-28; 1 Co 11.25; Hb 9.11-12,18-23). Tenha em mente que a mesma palavra grega (diathekê) foi traduzida para "testamento" e "aliança" no N.T.

g) Ela garante a perpetuidade, conversão futura e bênção de um Israel arrependido, com os quais a Nova Aliança ainda será ratificada (Hb 10.9; comp. Jr 31.31-40).

Resumo Das Oito Alianças

a) A Aliança Edênica (Gn 2.16) condiciona a vida do homem na inocência.

b) A Aliança Adâmica (Gn 3.15) condiciona a vida do homem caído e dá a promessa de um Redentor.

c) A Aliança Noética (Gn 9.16) estabelece o princípio do governo humano.

d) A Aliança Abraâmica (Gn 12.2) inaugura a nação de Israel e confirma, com acréscimos específicos, a promessa adâmica da redenção.

e) A Aliança Mosaica (Êx 19.5) condena todos os homens, "pois todos pecaram" (Rm 3.23; 5.12).

f) A Aliança Palestiniana (Dt 30.3) garante a restauração final e a conversão de Israel.

g) A Aliança Davídica (2 Sm 7.16) estabelece a perpetuidade da família davídica (cumprida em Cristo, Mt 1.1; Lc 1.31-33; Rm 1.3), e do reino davídico sobre Israel e sobre toda a terra, a ser cumprida em e por Cristo (2 Sm 7.8-17; Zc 12.8; Lc 1.31-33; At 15.14-17; 1 Co 15.24).

h) E a Nova Aliança (Hb 8.8) repousa sobre o sacrifício de Cristo e garante bênção eterna, sob a Aliança Abraâmica (Gl 3.13-29), de todo aquele que crê. É absolutamente incondicional e, considerando que nenhuma responsabilidade é por ela consignada ao homem, ela é final e irreversível.

BIBLIOLOGIA - A COMPOSIÇÃO DA BÍBLIA

A Composição Da Bíblia

A mensagem da Bíblia é completa. Ela incorpora cada capítulo e cada versículo em sua perfeita unidade, e todas as suas partes são interdependentes. O domínio de qualquer parte exige o domínio do todo. Se houver tolerância de ênfase desproporcional ou indulgência para com modismos nas doutrinas, pouco progresso se obterá na sua exata compreensão. Os sessenta e seis livros, que por disposição divina formam este todo incomparável, estão divididos em duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento, e estes Testamentos se prestam ao esclarecimento de dois propósitos divinos supremos: aquilo que é terreno e aquilo que é celestial. Os livros do Antigo Testamento estão classificados em históricos: de Gênesis a Ester; poéticos: de Jó aos Cantares de Salomão; e proféticos: de Isaías a Malaquias. Os livros do Novo Testamento se classificam em históricos: de Mateus a Atos; epistolares: de Romanos a Judas; e proféticos: o Apocalipse. No que se refere à Pessoa de Cristo (que é o tema central de toda a Escritura), o Antigo Testamento é classificado como preparação; os quatro Evangelhos como manifestação; os Atos como propagação; as Epístolas como explanação; e o Apocalipse como consumação. A análise essencial de cada livro, cada capítulo e cada versículo, pertence a outras disciplinas do treinamento do estudante e não à Teologia Sistemática.

Composição Do Antigo Testamento

A palavra testamento vem do termo grego "diatheke", e significa:

a) Aliança ou concerto, e

b) Testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens, após sua morte.

Esta é a palavra empregada no Novo Testamento, como por exemplo, em Lucas 22.20. No Antigo Testamento, a palavra usada é "berith" que significa apenas concerto. O duplo sentido do termo grego nos mostra que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliança, garantindo-nos toda a herança com Cristo (Rm 8.17; Hb 9.15-17).

Tem, portanto, 39 livros, e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de pequenos trechos que o foram em aramaico. O aramaico foi a língua que Israel trouxe do seu exílio babilônico. Há também algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos, conforme os assuntos a que pertencem: Lei, História, Poesia, Profecia. O grupo ou classe poesia também é conhecido por devocional.

a) LEI.

São 5 livros: Gênesis a Deuteronômio. São comumente chamados de Pentateuco.

b) HISTÓRIA.

São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos:

a) Teocracia, sob os juízes.

b) Monarquia, sob Saul, Davi e Salomão.

c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e Israel, este levado em cativeiro para a Assíria, e aquele para Babilônia.

d) Pós-cativeiro, sob Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos.

c) POESIA.

São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados poéticos, não porque sejam cheios de imaginação e fantasia, mas devido ao gênero do seu conteúdo. São também chamados devocionais.

d) PROFECIA.

São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Estão subdivididos em: Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros) e Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros).

Os nomes maiores e menores não se referem ao mérito ou notoriedade do profeta mais ao tamanho dos livros e à extensão do respectivo ministério profético.

A classificação dos livros do Antigo Testamento, por assunto, vem da versão Septuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos livros, o que, para o leitor menos avisado, dá lugar a não pouca confusão, quando procura agrupar os assuntos cronologicamente. Na Bíblia hebraica (que é o nosso Antigo Testamento), a divisão dos livros é bem diferente.

Nas Bíblias de edição católico-romana, os livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis são chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. 1 e 2 Crônicas são chamados 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras. Também, nas edições católicas de Matos Soares e Figueiredo, o Salmo 9 corresponde em Almeida aos Salmos 9 e 10. O de número 10 é o nosso 11. Isso vai assim até os Salmos 146 a 147, que nas nossas Bíblias são o de número 147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em qualquer das versões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o texto em si, e não poderia ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor!

O Texto E Estrutura Da Bíblia

Particularidades Do Texto

Apesar da grande diversidade de traduções, edições e publicações existentes hoje não só na língua portuguesa, mas como em muitos outros idiomas, relacionamos abaixo algumas particularidades interessantes, a saber, para melhor interpretação e estudo da Bíblia :

a) As palavras em Itálico

Não constam do original. Foram introduzidas na tradução para completar o sentido do texto ou facilitar sua interpretação. Muitas vezes acabam permitindo duplo sentido exegético.

b) O uso da margem

Muitas Bíblias têm na margem de determinados trechos, a tradução literal do hebraico ou do grego. Às vezes, têm uma tradução diferente quando o caso é duvidoso. São muito úteis essas notas marginais.

c) O sumário dos capítulos

São preparados pelos editores, e nada têm com a inspiração e o texto original. As exceções são algumas frases introdutórias de certos Salmos, como o 4, 5, 6, 7, 8, 9, 22, 32, 45, 46, 53, 56, 69, 75 etc. Tais sumários nem sempre correspondem aos capítulos aos quais se referem. Há casos até negativos, como a parábola dos Dez Talentos", quando não são dez; a "Parábola do Rico e Lázaro", quando não se trata de parábola, e assim por diante.

d) A divisão do texto bíblico em capítulos e versículos.

Não vem do original. A primeira Bíblia que trouxe essa divisão foi a Vulgata, em 1555. Em muitos casos, a divisão tanto em capítulos como em versículos, quebra o sentido, parte o texto e altera toda a linha de pensamento. Exemplo de capítulos: Is 53, que devia começar em Is 52.13, Jo 8, devia começar em Jo 7.53; 2 Rs 7 devia começar em 2 Rs 6.24; o capítulo 3 de Colossenses devia terminar em Cl 4.1; At 5 devia começar em 4.36. Com a divisão em versículos, acontece a mesma coisa, por exemplo: Ef 1.5 devia começar com as duas últimas palavras de Ef 1.4; 1 Co 2.9 e 2.10 deviam formar um só versículo. Na Epístola aos Romanos, bem como em Efésios, há diversos casos desses. Também a divisão em versículos não é a mesma em todas as versões: Dn 3.24-30 da ARC, corresponde à Dn 3.91-97 na Matos Soares; Lc 20.30 na ARC, corresponde à Lc 20.30,31 na “Brasileira".

e) A divisão do texto em parágrafos é muito útil para a sua compreensão.

O Salmo 2, por exemplo, contém 5 parágrafos, tendo cada um aplicação diferente (vv. 1-3, 4-6, 7-9, 10-12a; 12b). Uma versão em português que indica os parágrafos é a ARA, com um tipo negrito cada vez que isso ocorre. Há versões em outras línguas que dão tanta importância à essa divisão, que, para maior comodidade do leitor, imprimem o próprio sinal gráfico para parágrafo.

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