sábado, 25 de abril de 2020

I E II CRÔNICAS - ESDRAS - NEEMIAS - ESTER

VOCÊ SABIA?

- Assim como Samuel e Reis, 1 e 2 Crônicas formavam originalmente um só livro. O título hebraico significa ―os eventos cronológicos do período. O nome que usamos deriva do título latino da vulgata, ―A crônica de toda a história sagrada.

Autor

O autor é desconhecido, talvez por isso muitos optassem por chamá-lo de ―o cronista. No entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 Crônicas (2 Cr 36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1 Crônicas, mas pode ser também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1 e 2 Crônicas tenham estado vocabulário e conteúdo similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é razoável assumir que ―o cronista tenha sido Esdras.

Data

Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Crônicas, é provável que a sua forma final tenha surgido lá pelo final do séc. V a.C. O último evento registrado nos versículos finais de 2 Crônicas é o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta dos judeus para Judá. É datado como 538 a.C. e dá a impressão de que Crônicas tenha sido composto pouco tempo depois.

Pano de Fundo

A volta dos judeus para Jerusalém depois do exílio aconteceu por ocasião de um de-creto de Ciro, rei da Pérsia, que autorizou o retorno (538 a.C.). Aqueles que desejassem tinham permissão de voltar à terra para reconstruir o templo e a cidade. O templo foi completado em 516 a.C., e os muros da cidade reconstruídos por volta de 445 a.C. A comunidade de judeus que regressaram precisava de encorajamento ao estruturar sua vida civil e religiosa. Crônicas determina a continuidade entre o Israel pré-exílico do passado e o presente pós-exílico, legitimando a ordem dessa nova comunidade.

Conteúdo

Judá não era mais uma monarquia, mas um grupo de ex-exilados, que viviam uma estagnação espiritual, complexo de inferioridade e abandono. Esdras compilou este livro com o objetivo de mostrar ao povo de Judá que o Deus deles é o Senhor soberano da história e que estava interessado na nação e a adoração e obediência proporcionariam a concretização das promessas.

1 Crônicas começa por uma retrospectiva genealógica provando que Deus escolheu, separou e os guardou. Começa com Adão, passando por Noé, Sem, Abraão, Jacó, Judá, Davi, Salomão, etc... Esdras é sacerdote e como tal tem seus olhares voltados aos aspectos eclesiásticos e espirituais da vida de Davi, como também com tudo o que se relaciona ao primeiro templo, embora já estivessem vivendo a realidade do segundo templo, recém construído.

Assim como 1 Crônicas apresenta o mesmo relato histórico de 1 e 2 Samuel e parte de 1 Reis, também, 2 Crônicas relata a história dos reis contidos em 1 e 2 Reis, concentrando-se, contudo, ao Reino de Judá.

VOCÊ SABIA?

- Crônicas tem um papel semelhante ao papel de Deuteronômio no Pentateuco, e João nos evangelhos: suprir outros detalhes e explicações de eventos, da perspectiva divina (espiritual).

- Cobre um período mais abrangente do que qualquer outro livro do AT.

Conclusão

O período persa em que Crônicas foi compilado foi uma época de esperanças parcialmente cumpridas. Os judeus haviam recebido permissão para retornar do exílio babilônico, mas sem um rei. Haviam recebido permissão para reconstruir o templo, mas o "segundo templo" era modesto em comparação com o primeiro. O cronista reafirmou para aquela geração (e para a nossa) que, apesar das confusões da história, Deus está no controle e se envolve na vida de seu povo. 1 Crônicas omite as derrotas morais e destaca as vitórias de Davi para chamar a atenção para a soberania de Deus na vida do rei. Deus foi bem-sucedido ao usar Davi para a concretização dos planos divinos. Crônicas desafia os cristãos de hoje a destacar os pontos altos da obra de Deus na vida deles. Nossa esperança é que aquele que começou a boa obra em nós venha a completá-la (Fp 1.6).

1 Crônicas ilustra um uso responsável das Escrituras. O uso que o cronista faz do Pentateuco e dos Profetas para lançar nova luz sobre suas principais fontes demonstra que as Escrituras são o melhor guia para a interpretação das Escrituras. A necessidade de interpretar a "velha" história de Samuel e Reis para uma geração nova, no pós-exílio, determinou a composição de 1 e 2 Crônicas. Cada geração encara a tarefa de confrontar o próprio mundo com a verdade das Escrituras de tal modo que elas atendam às necessidades específicas de sua época.

2 Crônicas fala da importância do culto e da obediência. O cronista avaliou os reis de Judá, não por suas realizações seculares, mas com base em sua fidelidade a Deus, principalmente naquilo que se evidenciava no apoio ao culto no templo. O veredicto do cronista em relação a esses reis lembra aos cristãos de hoje que nossa vida também será julgada um dia. Ao longo da vida, devemos manter em mente os alvos de Deus e nos empenhar para obter sua aprovação: “Muito bem, servo bom e fiel” (Mt 25.21).

O pecado é coisa séria. O pecado do povo de Deus acarretou a destruição de Jerusalém, do templo e o exílio. Ainda que Deus castigue o pecado, o julgamento não é a palavra definitiva de Deus. Deus "é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre sobre Israel" (Ed 3.11). 2 Crônicas termina com os exilados livres para voltar à terra e reconstruir o templo. Nosso Deus é um Deus de oportunidades, aquele que por intermédio de Jesus, oferece aos pecadores nova liberdade, a oportunidade de voltar para a família dos salvos e novas oportunidades para servi-lo.

ESDRAS

Autor 

O livro de Esdras, cujo nome provavelmente significa ―O Senhor tem ajudado‖, deriva o seu título do personagem principal dos caps. 7-10. Não é possível saber com absoluta certeza se foi o próprio Esdras quem escreveu o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que Esdras tenha escrito este livro usando vários documentos históricos (4.7-16), genealogias (2.1-70), e memórias pessoais (7.27 – 9.15) como fontes. A Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro. (Ver autoria de Neemias). 

O próprio Esdras era um sacerdote, um “escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR” (7.11). Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7.10).54 

Data 

Podemos datar a composição de Esdras em 440 a.C. e as memórias de Neemias em 430 a.C.55

VOCÊ SABIA?

- O decreto de Ciro, rei do império Medo-Persa, cumpriu a profecia de Isaías feita 200 anos antes (Is 44.28; 45.1). 

- Foram três deportações, de três profetas maiores (606 – Daniel, 597 – Ezequiel, 586 – Jeremias), e três retornos com três grandes líderes (536 – Zorobabel, 457 – Esdras, 444 – Neemias). 

- A partir desse momento os israelitas são chamados judeus, porque a maior parte deles era da tribo de Judá. 

Pano de Fundo

A história começa em 538 a.C., durante o primeiro ano de governo do rei Ciro, da Pér-sia, sobre a Babilônia. Durante o exílio dos judeus de Jerusalém, ocorreram três grandes deportações (606 a.C.; 597 a.C. e 586 a.C.). Jerusalém e o templo haviam sido destruídos pela invasão de Nabucodonosor e seu exército babilônio. Muitos judeus foram mortos ou exilados. Dentre os que foram levados para o exílio havia líderes políticos, religiosos e intelectuais da comunidade judaica. Mais tarde, Ciro subjugou os babilônios, e o Império passou para outras mãos. Acreditando que a adoração a deuses estrangeiros era uma vantagem política, Ciro tolerava e até incentivava essa prática, o que resultou num edito aos judeus para que retornassem a Jerusalém, a fim de reconstruir a casa de seu Deus. O edito permitindo que os judeus voltassem à sua terra natal foi inscrito no Cilindro de Ciro (538 a.C.). Descoberto no século XIX, o cilindro repete e confirma o relato bíblico do tratamento benevolente recebido pelos judeus quando eram cativos do rei Ciro.

Os profetas mais antigos como Jeremias e Isaías, haviam profetizado tanto os acontecimentos do exílio quanto, finalmente, o regresso do remanescente a Jerusalém.

Os judeus, porém, acreditavam na promessa davídica de uma dinastia que não teria fim. Ao verem que não tinham mais um rei no trono e, pior ainda, não tinham sequer um país, começaram a duvidar dos profetas. Alguns acreditavam que os judeus haviam cometido algum pecado imperdoável, resultando no cancelamento de seu destino por Deus. Havia pouca esperança no coração do povo de Israel antes do reinado de Ciro, da Pérsia.

Conteúdo 

Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a infidelidade do homem. Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois segmentos distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo.

O Império medo-persa vencera e dominara o império Babilônico e agora Ciro era o imperador. Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia que decidido pela libertação do povo judeu os envia de volta junto seus objetos de culto do templo. Retornaram para Judá aproximadamente 50.000 judeus sob a liderança de Zorobabel. Chegando a Jerusalém iniciam a obra de reconstrução do templo, lançando os seus alicerces. Logo são molestados pelos seus inimigos e por isso as obras de reconstrução do templo são interrompidas no ano 534 a.C. a pedido dos samaritanos e sob a ordem do Imperador Cambises, sucessor de Ciro. A reconstrução do templo é retomada no ano 520 a.C., no reinado de Dario, o grande (sucessor de Cambises). Neste período de interrupção destaca-se o ministério profético de Ageu e Zacarias. Após 4 anos de obras, o templo foi terminado. 

Há um intervalo de aproximadamente 60 anos entre Esdras 6 e 7, outro grupo de exilados volta para Jerusalém liderados por Esdras (457 a.C.), (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Ataxerxes, com somas adicionais de dinheiro e valores para intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para supervisionar o povo. 

Esdras se entristece profundamente ao chegar em Jerusalém, pois encontrou o povo desanimado, voltando à idolatria e casando-se com mulheres pagãs. Esdras realiza então, profundas reformas religiosas. Mandou que despedissem as mulheres hetéias e que os homens voltassem às mulheres dos casamentos de suas mocidades. Depois disso, viveu, provavelmente, com um influente cidadão até à época de Neemias.

Conclusão 

Antes do exílio, as esperanças nacionais e religiosas do povo de Deus andavam de mãos dadas. Após o retorno da Babilônia, a adoração no templo foi restaurada, e o povo comprometeu-se novamente com a lei de Moisés. Nunca mais, porém, um rei davídico governou um Judá independente.

Os judeus sobreviveram porque encontraram sua identidade como povo de Deus não em sonhos nacionalistas, mas no compromisso com a Palavra de Deus. Os cristãos devem tomar cuidado para não limitar Deus ao interesse nacional de um povo. O livro de Esdras destaca as Escrituras como o princípio de governo para a vida do povo de Deus. Quando confrontados pelas exigências da Palavra de Deus, a exemplo da geração de Esdras, deixamos de atingir os padrões divinos. Nosso arrependimento, porém, deve ir além do remorso por uma falta moral e levar à realidade de uma vida transformada. O fato de Esdras ter ordenado o divórcio das esposas estrangeiras demonstra que as exigências do verdadeiro arrependimento e a obediência ã Palavra de Deus às vezes são dolorosas. 

FATOS QUE DESPERTARAM ATENÇÃO.

1- Cuidaram primeiro de restaurar a casa do Senhor (2.68)

2- Ofertaram segundo os seus recursos (2.69; 3.7)

3- Se preocuparam com a unidade (3.1) A unidade era visível entre eles. Esse espírito de união é também indispensável à igreja de hoje. Que importância você vê na unidade para a realização dos projetos de onde reúne?

4- Se preocuparam com a adoração (3.2-7) Descobrimos que antes de qualquer coisa o culto ao Senhor deve ter prioridade na vida do seu povo. Watchman Nee observou que é muito fácil colocarmos a obra do Senhor antes do Senhor da obra.

A oferta do Holocausto (3.2,3)

a. O sacrifício era um ato de entrega. Sacrificar quer dizer entregar.

QUE ESTAMOS (ENTREGANDO, CEDENDO, SACRIFICANDO) QUANDO ADORAMOS A DEUS?

b. O sacrifício era um ato de fidelidade.

“Adorar a Deus nas horas difíceis é prova da fé forte, daquele que reconhece a Sua onipotência e admite que Ele não erra”.

As festas religiosas (3.4-6)

Vemos aqui o abundante zelo e serviço dos judeus. Ofereciam holocaustos diários.

5- Se preocuparam com a amizade do mundo

Os inimigos se ofereceram para cooperar na edificação do templo porém eles não permitiram. Devemos tomar cuidado com as coisas aparentemente boas que devagar se infiltram em nossas vidas.

6- Celebraram com regozijo a construção do templo.

Embora a quantidade de sacrifícios durante a dedicação do novo templo seja insignificante se comparado com a consagração do antigo, felizmente o povo não deu importância a isso. 

22.000 bois – 120.000 ovelhas X “E ofereceram para a dedicação desta casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros, e doze cabritos por expiação do pecado de todo o Israel; segundo o número das tribos de Israel”. Ed 6.17.

NEEMIAS E ESTER

NEEMIAS

Autor

Questões como estilo, abordagem, propósito comum e repetição de usos verbais apontam para um compilador que trabalhou sobre os livros de Crônicas, Esdras e Neemias, como se formassem uma só unidade. Várias fontes informativas podem ser percebidas; portanto, se Neemias foi o autor, então ele atuou quase sempre como mero compilador de materiais já existentes. Precisamos reunir em um único bloco os seguintes materiais:

- As memórias de Esdras (Ed 7.27 - 9.15).

- As memórias de Neemias (Ne 1.1 - 7.5; 11.27-43; 13.4-30).

- Os documentos em aramaico (sendo esse o idioma diplomático da época, Ed 4.8-24).

- Varias listas com alguns outros nomes; Exilados, construtores, líderes, sacerdotes.

- Depois disso, temos a porção narrativa do próprio autor-compilador, procurando reunir todo esse material e unificar as diversas inserções feitas.

A tradição judaica piedosa atribui a obra inteira a Neemias, mas a maioria dos eruditos modernos pensa que algum compilador desconhecido se mostrou ativo. O próprio livro é anônimo, pelo que não há como chegar a conclusões indubitáveis sobre a questão da autoria.

Data

Pelo conteúdo do livro, sabe-se que a obra somente pode ter sido escrita algum tempo depois da volta de Neemias da Pérsia para Jerusalém. Talvez a sua redação final tenha sido completada antes da morte de Artaxerxes I em 424 a.C.; ao contrário, a morte de um monarca tão benigno provavelmente teria sido mencionada em Neemias.

Pano de Fundo

Desde o princípio Deus havia prometido abençoar o povo de Israel se ele obedecesse à sua orientação e amaldiçoá-lo se desobedecesse. Os períodos de cativeiro pelos Assírios (o reino do Norte caiu em 722 a.C.), pelos babilônicos (o reino do Sul caiu em 586 a.C.), e pelos Medo-persas (que conquistaram os babilônicos em 539 a.C.) foram épocas durante as quais Deus disciplinou seu povo por causa da sua desobediência. A destruição e o incêndio de Jerusalém e do templo de Salomão provocados por Nabucodonosor, em 586 a.C., foram uma verdadeira catástrofe, que ameaçou ainda mais a adoração a Javé. Contudo, a destruição do templo e sua restauração, setenta anos mais tarde, foram previstas pelo profeta Jeremias (Jr 25.11; 29.10) como garantia de que Deus iria preservar um remanescente fiel de seu povo.

Apesar de os assírios e babilônios terem deportado seus cativos para seus impérios, os Medo-persas repatriaram os exilados. Assim, em 536 a.C., Ciro deu ordens para começar a reconstrução do templo, e o primeiro de três grupos pós-exílicos regressou a Jerusalém liderado por Sesbazar e Zorobabel. O templo foi concluído em 516 a.C. O segundo grupo regressou em 458 a.C. com Esdras. Em 444 a.C., o rei Artaxerxes I expediu um decreto para que Neemias liderasse um terceiro grupo, a fim de iniciar a reconstrução do muro de Jerusalém.

Esse último decreto de Artaxerxes I foi de importância profética singular, pois marcou o começo das ―setenta semanas preditas por Daniel (Dn 9.24-27). Tendo em vista que o termo ―semana significa ―uma semana de anos‖ ou um período de sete anos, essa profecia admirável de Daniel marcou o tempo do decreto para reconstruir Jerusalém até a vinda do Messias como sendo de 69 semanas (ou 483 anos).

O Retorno do Exílio em suas três principais etapas:

Conteúdo

Neemias era o copeiro do rei Artaxerxes. Neemias recebe notícias do estado calamitoso da cidade e de Jerusalém. Esdras estava na cidade há 13 anos, o templo já tinha sido construído, mas os muros ainda estavam derrubados e a cidade encontrava-se desolada. O rei Artaxerxes não apenas permite a ida de Neemias para Jerusalém, como também o nomeia governador da cidade e lhe autoriza levar madeira para a reconstrução. Chegando à Jerusalém, faz uma vistoria para avaliar o estado das muralhas. Logo incentivou o povo a reconstruí-las e mesmo sob severa oposição externa (Sambalá e Tobias) e interna (cansaço e desânimo do povo), em 52 dias Neemias terminou a obra.

Terminada esta obra, ele trabalha na organização da cidade, nomeando vários funcionários para o bem público. Além disso, reorganiza princípios morais e espirituais. Todo o povo foi reunido diante da Palavra de Deus, ministrada por Esdras e a leitura e explicação dos textos produziram quebrantamento, arrependimento e conversão. Doze anos depois, Neemias retorna à Babilônia. Durante o tempo em que permaneceu lá Tobias, moabitas e amonitas introduzem-se no templo. Neemias retorna com o 4º grupo de judeus e expulsa Tobias do templo, bem como definitivamente reorganiza o culto no templo.

Conclusão

O livro de Neemias ilustra quanto pode fazer um leigo comprometido com uma vida de oração, com a Palavra de Deus e com uma obediência ativa. Neemias serve como lembrete de que os cristãos são necessários em posições de liderança não apenas dentro da igreja, mas também no governo civil. Os que tentarem moldar a sociedade dentro dos princípios das Escrituras certamente enfrentarão oposição como Neemias. A oração, a arma mais poderosa de Neemias, continua a ajudar os cristãos em sua luta para fazer a vontade de Deus, apesar da oposição que se lhes apresenta.

A exigência de Neemias para que os homens se divorciassem de esposas estrangeiras não é um apóio do divórcio nem do racismo, mas uma medida extrema numa situação desesperadora (cf. Ml 2.10-16; 2 Co 6.14—7.1). A sobrevivência dos judeus como povo consagrado ao Senhor exigia a exclusão momentânea dos gentios. A sobrevivência da igreja exige a inclusão de todos os que ouvem o evangelho e consagram sua vida a Cristo.

JERUSALÉM NO TEMPO DE NEEMIAS

O SEGUNDO TEMPLO

Em comparação com o Templo de Salomão, era uma miséria e, com o de Herodes, lastimável. Mas no tempo de Esdras e Neemias foi um fator unificador do povo restaurado do cativeiro babilônico. Em comparação com os outros templos, temos poucas informações. Ed 6.3 dá as dimensões gerais.

O rei Ciro, no seu primeiro ano, baixou o seguinte decreto: com respeito à casa de Deus em Jerusalém, deve ela edificar-se para lugar em que se ofereçam sacrifícios; seus fundamentos serão firmes, a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados, com três carreiras de grandes pedras e uma de madeira nova.

O Talmude nos informa que este Templo não tinha cinco coisas: a arca da aliança; o fogo sagrado; o Shekinah; o Espírito Santo; o Urim e Tumim. O Santo dos Santos estava vazio. No Lugar Santo existiam somente um candeeiro e uma mesa do pão de exposição.

ESTER

Autor

O livro de Ester recebe o nome de sua heroína. Porém, o autor do livro não pode ser identificado. Mas o livro foi escrito por um judeu que conhecia os costumes e a linguagem dos persas.

Data

O livro deve ter sido escrito pouco depois do término do reinado de Assuero, pois menciona a administração desse rei como algo passado (10.2-3). A data mais apropriada para esse livro seria pouco depois dos acontecimentos narrados i.e., c.460 a.C.

Pano de Fundo

A história de Ester desenrola-se durante o período Aquemênida da história bíblica (559-330 a.C.), na corte do rei persa Assuero, também conhecido como Xerxes, que governou a Pérsia de 486 a 465 a.C. Isso situa os acontecimentos da história pelo menos cinquenta anos depois do decreto de Ciro (538 a.C.), que anunciou que os judeus exilados poderiam voltar a Jerusalém cerca de vinte e cinco anos antes do regresso de Esdras a essa cidade.

Ester e Mordecai estavam vivendo na cidade real de Susã (heb. Shushan). Susã havia sido um importante centro político, cultural e religioso durante séculos. No tempo de Ester, a cidade era uma das capitais de um vasto império que se estendia de onde hoje é a Índia, a leste, até a Turquia e Etiópia, a oeste. As ruínas de Susã encontram-se no Irã, perto de sua fronteira com o Iraque.

VOCÊ SABIA?

- Que Ester é o único livro do cânon sem o nome de Deus?

Ester foi criada por seu primo Mardoqueu depois da morte dos seus pais.

- Ester era famosa por sua beleza, e por salvar o povo judeu do genocídio.

Conteúdo

A história do livro de Ester começa com um grande banquete organizado pelo rei Assuero (Xerxes). Nesta grande festa todos se embebedaram e o rei mandou chamar a bela rainha Vasti para alegrar a festa com a sua beleza. A rainha, porém, negou-se a tal atitude. Este fato humilhou o rei diante dos príncipes e autoridades presentes, pelo que ele a depôs. Realizou-se, então, um ―concurso de beleza‖ para escolher a mulher que iria substituir a rainha Vasti. Ester, uma judia, foi a escolhida e ela se tornou rainha do poderoso império persa. Neste tempo de coroação, seu primo Mordecai descobre uma conspiração contra o rei e levando isto ao conhecimento dele, muito sobe em seu conceito. Hamã, um agagita, foi escolhido por Assuero como vice-rei e ele ordenou que todo o povo, ao encontrar-se com ele, se prostrasse e o adorasse, o que Mordecai como judeu não fazia. Tal atitude despertou ódio de Hamã contra Mordecai e contra os judeus, tendo planejado destruí-los da face da terra. Hamã engana a Assuero e consegue que este decrete a morte de todos os judeus em seu reino. Era o fim aparente do povo judeu. Ester é convidada por Mordecai a conseguir diante do rei uma mudança em tudo isso, e ela corre o risco de, apresentando-se diante do rei sem ser chamada, sofrer pena semelhante à de Vasti. Ester arma uma boa estratégia para entregar o cruel Hamã nas mãos do rei Assuero (Et 5). Mordecai é honrado pelo rei que foi incomodado por Deus a fazê-lo e Hamã foi enforcado. Os judeus foram salvos pela providência de Deus.

Conclusão

Hoje, nossa experiência com Deus é mais parecida com a do livro de Ester do que com a de muitos livros do Antigo Testamento. Em Ester, Deus trabalha nos bastidores para realizar a libertação do seu povo. Deus não traz libertação por meio de pragas espetaculares ou por um milagre no mar como no êxodo. Deus trabalhou por meio de um homem velho e corajoso que se recusou a abandonar seus princípios e por intermédio de uma mulher corajosa que valorizou mais a vida do seu povo do que a sua própria vida.

O livro de Ester nos conduz a olhar para a vida das pessoas comprometidas com Deus, se quisermos saber o que ele está fazendo para levar libertação ao nosso mundo.

As perspectivas para Mordecai e os judeus parecem desanimadoras na maior parte de Ester. Hoje talvez sintamos que Deus nos abandonou ou que não seja vantajoso estar do lado do Senhor. Nos últimos capítulos de Ester, Deus inverte as circunstâncias. Precisamos levar a vida com uma ideia de como nossa história vai terminar. Haverá um dia em que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor (Fp 2. 10-11). O que ocasionou jejum e oração aflita será esquecido na festa do céu (cf. Rm 8.18).

Como cristãos, nosso poder e influência devem ser usados para propósitos corretos e não para satisfação pessoal. O poder é uma dádiva de Deus para ser usada em benefício do seu povo e da sua criação. A cidadania cristã exige envolvimento nas questões civis. O anti-semitismo e outras formas de intolerância racial e religiosa podem levar facilmente a abusos de poder. Os cristãos de hoje, assim como Ester, devem ser corajosos e se opor a tais abusos.

PARA MAIS ESTUDO

- Por que o nome de Deus não é mencionado?

- Quais são as evidências da historicidade do livro?

- Qual é a relação apropriada entre religião e política?

- Que ensina a história de Ester sobre maldade e sofrimento?

- Qual é o propósito do jejum?

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