CRISTOLOGIA - A NATUREZA DE CRISTO II
5. Cristo (título oficial e missão)
(a)
A profecia.
"Cristo"
é a forma grega da palavra hebraica "Messias", que literalmente
significa, "o ungido". A palavra é sugerida pelo costume de ungir com
óleo como símbolo da consagração divina para servir. Apesar de os sacerdotes, e
às vezes os "Ungido" era particularmente aplicado aos reis de Israel
que reinavam como representantes de Jeová . (2 Sam. 1:14) Em alguns casos o
símbolo da unção era seguido pela realidade espiritual, de maneira que a pessoa
vinha a ser, em sentido vital, o ungido do Senhor, (1 Sam. 10:1, 6; 16:13) Saul
foi um fracassado, porém Davi, que o sucedeu, foi "um homem segundo o
coração de Deus", um rei que considerava suprema em sua vida a vontade de
Deus e que se considerava como representante de Deus.
Porém,
a grande maioria dos reis se apartou do ideal divino e conduziu o povo à
idolatria; e até alguns dos reis mais piedosos não estavam sem culpa nesse
particular. Sob esse fundo negro, os profetas expuseram a promessa da vinda de
um rei da casa de Davi, um rei ainda maior do que Davi. Sobre ele descansaria o
Espírito do Senhor com um poder nunca visto (Isa. 11:1-3; 61:1). Apesar de
Filho de Davi, também seria ele o Filho de Jeová, recebendo nomes divinos (Isa.
9:6, 7; Jer. 23:6). Diferente do de Davi, seu reino seria eterno, e sob seu
domínio estariam todas as nações. Esse era o Ungido, ou o Messias, ou o Cristo,
e sobre ele concentravam-se as esperanças de Israel.
(b)
O Cumprimento.
O
testemunho constante do Novo Testamento é que Jesus se declarou o Messias, ou
Cristo, prometido no Antigo Testamento.
Assim
como o presidente deste pais é primeiramente eleito e depois publicamente toma
posse do governo, da mesma maneira, Jesus Cristo foi eternamente eleito para
ser o Messias e Cristo, e depois empossado publicamente em seu oficio
messiânico no rio Jordão.
Assim
como Samuel ungiu primeiro a Saul e depois explicou o significado da unção (1
Sam. 10:1), da mesma maneira Deus, o Pai, ungiu a seu Filho com o Espírito de
poder e sussurrou no seu ouvido o significado da sua unção: "Tu és o meu
Filho amado em quem me comprazo" (Mar. 1:11). Em outras palavras: "Tu
és o Filho de Jeová, cuja vinda foi predita pelos profetas, e agora te doto de
autoridade e poder para a tua missão, e te envio com minha bênção."
As
pessoas entre as quais Jesus teria de ministrar esperavam a vinda do Messias,
mas infelizmente suas esperanças eram coloridas por uma aspiração política.
Esperavam um "homem forte", que fosse uma combinação de soldado e
estadista. Seria Jesus esse tipo de Messias?
O
Espírito o conduziu ao deserto para debater a questão com Satanás, que
astuciosamente lhe sugeriu que adotasse um programa popular e dessa maneira
tomasse o caminho mais fácil e curto para o poder. "Concede-lhes seus
anelos materiais", sugeriu o Tentador (vide Mat. 4:3, 4 e João 6:14, 15,
26), "deslumbra-os saltando do pináculo do templo (e logicamente ficarás
em boas relações com o sacerdócio), faze-te o campeão do povo e conduze-os à
guerra." (Vide Mat. 4:8, 9 e Apoc. 13:2, 4)
Jesus
sabia que Satanás estava advogando a política popular, a qual era inspirada por
seu próprio espírito egoísta e violento. Que esse curso de ação conduziria ao
derramamento de sangue e à violência, não havia dúvida. Não! Jesus seguiria a
direção do seu Pai e confiaria somente nas armas espirituais para conquistar os
corações dos homens, ainda que a senda conduzisse à falta de compreensão, ao
sofrimento, e à morte!
Jesus
escolheu a cruz. e escolheu-a porque era parte do programa de Deus para sua
vida. Ele nunca se desviou dessa escolha, apesar de ser muitas vezes tentado a
abandonar o caminho da cruz. (Vide, por exemplo, Mat. 16:22)
Escrupulosamente
Jesus conservou-se fora de embaraços na situação política contemporânea. Às
vezes proibia aos que ele curava de espalharem sua fama, para que seu
ministério não fosse mal interpretado como sendo uma agitação popular contra
Roma. (Mat. 12:15, 16; Vide Luc. 23:5) Nessa ocasião seu êxito tornou-se uma
acusação contra ele. Recusou-se deliberadamente a encabeçar um movimento popular
(João 6:15). Proibia a proclamação pública de seu caráter messiânico, como
também o testemunho de sua transfiguração para que não suscitassem esperanças
falsas entre o povo. (Mat. 16:20; 17:9) Com sabedoria infinita, escapou a uma
hábil armadilha que o desacreditaria entre o povo como "traidor da
nação", ou, por outro lado, que o envolveria em dificuldades com o governo
romano. (Mat. 22:15-21)
Em
tudo isso o Senhor Jesus cumpriu a profecia de Isaías que o Ungido de Deus
seria proclamador da verdade divina, e não um violento agitador, nem um que
buscasse seu próprio bem, nem que excitasse a população (Mat. 12:16-21), como o
faziam alguns dos falsos messias que o precederam e outros que posteriormente
surgiram. (João 10:8; Atos 5:36; 21:38.) Ele evitou fielmente os métodos
carnais e seguiu os espirituais, de maneira que Pilatos, representante de Roma,
pôde testificar: " não acho culpa alguma neste homem."
Observamos
que Jesus começou seu ministério entre um povo que tinha a verdadeira esperança
de um Messias, tendo porém um conceito errôneo de sua Pessoa e obra. Sabendo
disso, Jesus não se proclamou no princípio como Messias (Mat. 16:20) porque
sabia que isso seria um sinal de rebelião contra Roma.
Ele,
de preferência, falava do Reino, descrevendo seus ideais e sua natureza
espiritual, esperando inspirar no povo uma fome por esse reino espiritual, que
por sua vez os conduziria a desejar um Messias espiritual. E seus esforços
neste sentido não foram inteiramente infrutíferos, pois João, o apóstolo, nos
diz (capítulo 1) que desde o princípio houve um grupo espiritual que o
reconhecia como Cristo. Também, de tempos em tempos ele se revelava a
indivíduos que estavam preparados espiritualmente. (João 4:25, 26; 9:35-37)
Porém,
a nação em geral não entendia a conexão entre o seu ministério espiritual e o
pensamento do Messias. Admitiam livremente que ele fosse um Mestre capaz, um
grande pregador, e ainda um profeta (Mat. 16:13, 14); mas certamente, não um
que pudesse encabeçar um programa econômico, militar e político — como julgavam
coubesse ao Messias fazer.
Mas
por que culpar o povo de uma expectação tal ? Em verdade, Deus havia prometido
restabelecer um reino terrena. (Zac. 14:9-21; Amós 9:11-15; Jer. 23:6-8)
Certamente, mas antes desse evento, deveria operar-se uma purificação moral e
uma regeneração espiritual da nação. (Ezeq. 36:25-27; vide João 3:1-3) E tanto
João Batista, como Jesus, esclareceram que a nação, na condição em que se
encontrava, não estava preparada para participar desse reino. Daí a exortação:
"Arrependei-vos: porque é chegado o reino dos céus." Mas enquanto as
palavras "reino dos céus" comoviam profundamente o povo, as palavras
"arrependei-vos" não lhes causaram boa impressão. Tanto os chefes
(Mat. 21:31, 32) como o povo (Luc. 13:1-3; 19:41-44) se recusaram a obedecer às
condições do reino e conseqüentemente perderam os privilégios do reino. (Mat.
21:43)
Mas
Deus onisciente havia previsto o fracasso de Israel (Isa. 6:9,10; 53:1; João
12:37-40), e Deus Todo-poderoso o tinha dirigido para o fomento de um plano até
então mantido em segredo. O plano era o seguinte: a rejeição por parte de
Israel daria a Deus a oportunidade de tomar um povo escolhido de entre os
gentios (Rom. 11:11; Atos 15:13, 14; Rom. 9:25, 26), que, juntamente com os
crentes judeus, constituiriam um grupo conhecido como a Igreja. (Efés. 3:4-6)
Jesus mesmo deu a seus discípulos um vislumbre desse período (a época da
igreja) que sucederia entre seus adventos primeiro e segundo, chamando essas
revelações "mistérios" porque não foram reveladas aos profetas do
Antigo Testamento. (Mat. 13:11-17)
Certa
ocasião a inabalável fé demonstrada por um centurião gentio contrastada com a
falta de fé em muitos israelitas trouxe à sua inspirada visão o espetáculo de
gentios de todas as terras entrando no reino que Israel havia rejeitado. (Mat.
8:10-12)
A
crise prevista no deserto havia chegado, e Jesus se preparou para dar tristes
noticias a seus discípulos. Começou com muito tato a fortalecer-lhes a fé com
testemunho divinamente inspirado acerca do seu caráter messiânico, testemunho
dado pelo apóstolo Pedro. Então fez uma surpreendente predição (Mat. 16:18,
19), que se pode parafrasear da seguinte maneira: "A congregação de Israel
(ou "igreja", Atos 7:38) rejeitou-me como seu Messias, e seus chefes
realmente vão excomungar-me a mim, que sou a verdadeira pedra angular da nação.
(Mat. 21:42) Mas por isso, não fracassará o plano de Deus porque eu
estabelecerei outra congregação ("igreja"), composta de homens
como tu, Pedro (1 Ped. 2:4-9), que crerão na minha Deidade e caráter
messiânico. Tu serás dirigente e ministro dessa congregação, e teu será o
privilégio de abrir-lhe as portas com a chave da verdade do Evangelho, e tu e
teus irmãos administrareis os seus negócios." Então Cristo fez um anúncio
que os discípulos não compreenderam inteiramente, senão depois de sua
ressurreição (Luc. 24:25-48); isto é, que a cruz era parte do programa de Deus
para o Messias. "Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos
que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito às mãos dos anciãos, e dos
principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao
terceiro dia" (Mat. 16:21).
No
devido tempo a horrenda profecia foi cumprida. Jesus poderia ter escapado à
morte, negando a sua Deidade; poderia ter sido absolvido negando que fosse rei;
porém, ele persistiu em seu testemunho e morreu numa cruz que levava a
inscrição: ESTE É O REI DOS JUDEUS. Mas o Messias sofredor (Isa. 53:7-9)
ressurgiu dentre os mortos (Isa. 53:10, 11), e, como Daniel havia previsto,
ascendeu à destra de Deus (Dan. 7:14; Mat. 28:18), de onde virá para julgar os
vivos e os mortos.
Depois
desse exame dos ensinos do Antigo e Novo Testamentos, temos elementos para
declarar a definição completa do título "Messias"; a saber, aquele a
quem Deus autorizou para salvar a Israel e às nações do pecado e da morte, e
para governar sobre eles como Senhor de suas vidas e Mestre. Que semelhante
afirmação implica deidade é compreendido por pensadores judeus, se bem que para
eles isso constitui um escândalo. Claude Montefiore, notável erudito judeu,
disse : Se eu pudesse crer que Jesus era Deus (isto é, Divino), então
obviamente ele seria meu Mestre. Porque o meu Mestre — o Mestre do judeu
moderno, é, e só pode ser Deus.
6.
Filho de Davi (linhagem real).
Esse
título é equivalente a "Messias", pois uma qualidade importante do
Messias era sua descendência davídica.
(a)
A Profecia.
Como
recompensa por sua fidelidade, a Davi foi prometida uma dinastia perpétua (2
Sam. 7:16), a à sua casa foi dada uma soberania eterna sobre Israel. Esta foi a
aliança davídica ou a do trono. Data desse tempo a esperança de que,
acontecesse o que acontecesse à nação, no tempo assinalado por Deus apareceria
um rei pertencente ao trono e à linhagem de Davi. Em tempos de aflição os
profetas relembravam ao povo essa promessa, dizendo-lhe que a redenção de
Israel, e das nações, estava ligada com a vinda de um grande Rei da casa de
Davi. (Jer. 30:9; 23:5; Ezeq. 34:23; Isa. 55:3, 4; Sal. 89:34-37)
Notemos
particularmente Isa. 11:1, que pode ser traduzido como segue: "Porque
brotará rebento do trono de Jessé, e das suas raízes um renovo
frutificará". Em Isa. 10:33,34, a Assíria, a cruel opressora de Israel, é
comparada a um cedro cujo tronco nunca brota renovos, mas apodrece lentamente.
Uma vez cortada, essa árvore não tem futuro. E assim é descrita a sorte da
Assíria, a qual, há muito, desapareceu do palco da história. A casa de Davi,
por outro lado, é comparada a uma árvore que terá novo crescimento do tronco
deixado no solo. A profecia de Isaías é como segue: A nação judaica será quase
destruída, e a casa de Davi cessará como casa real — será cortada junto à raiz.
Entretanto, desse tronco sairá um renovo; das raízes desse tronco sairá um ramo
— o Rei-Messias.
(b)
O cumprimento.
Judá
foi levado ao cativeiro, e desse cativeiro voltou sem rei, sem independência,
para ficar subjugado, sucessivamente, pela Pérsia, Grécia, Egito, Síria, e,
depois de um breve período de independência, por Roma.
Durante
esses séculos de sujeição aos gentios, houve tempo de desalento quando o povo
voltava seu pensamento às glorias passadas do reino de Davi e exclamava como o
Salmista: "Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades que juraste a
Davi pela tua verdade?" (Sal. 89:49)
Os
judeus nunca perderam a esperança. Reunidos ao redor do fogo da profecia
Messiânica, fortaleciam seus corações e esperavam pacientemente pelo Filho de
Davi. Não foram desapontados. Séculos depois da casa de Davi haver cessado, um
anjo apareceu a uma jovem judia e disse:
"E
eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome
JESUS. Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe
dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e seu
reino não terá fim" (Luc. 1:31-33. Vide Isa. 9:6, 7).
Assim
um Libertador se levantou na casa de Davi. Em um tempo quando a casa de Davi
parecia estar reduzida a seu estado mais decadente e quando os herdeiros vivos
eram um humilde carpinteiro e uma simples donzela, então, por milagrosa ação de
Deus, o Ramo brotou do tronco e cresceu tornando-se uma poderosa árvore que tem
provido proteção para um sem-número de povos e nações.
O
seguinte é a substância da aliança davídica, como é interpretada pelos
inspirados profetas: Jeová desceria para salvar o seu povo, no tempo em que
haveria na terra um descendente da família de Davi, pelo qual Jeová resgataria
e posteriormente governaria o seu povo. Que Jesus era esse filho de Davi
manifesta-se pelo anúncio feito ao tempo de seu nascimento, por suas
genealogias (Mat. 1 e Luc. 3), pelo fato de ter ele aceitado esse título quando
lhe foi atribuído (Mat. 9:27; 20:30, 31; 21:1-11), e pelo testemunho dos
escritores do Novo Testamento. (Atos 13:23; Rom. 1:3; 2 Tim. 2:8; Apo. 5:5;
22:16)
Mas
o título "Filho de Davi", não era uma descrição completa do Messias,
porque acentuava principalmente a sua ascendência humana. Por isso o povo,
ignorando as Escrituras que falavam da natureza divina de Cristo, esperava um
Messias humano que seria um segundo Davi.
Em
certa ocasião Jesus procurou elevar os pensamentos dos chefes sobre esse
conceito incompleto. (Mat. 22:42-46) "Que pensais vos de Cristo (isto é,
do Messias)? Ele perguntou: "de quem é filho?" Os fariseus
naturalmente responderam: "é filho de Davi." Então Jesus, citando o
Salmo 110:1, perguntou: "Se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu
filho?" Como pode o Senhor de Davi ser filho de Davi? — foi a pergunta que
confundiu os fariseus.
A
resposta naturalmente é: O Messias é tanto Senhor como filho de Davi. Pelo
milagre do nascimento virginal, Jesus nasceu de Deus e também de Maria; ele era
desse modo o Filho de Deus e Filho do homem. Como Filho de Deus ele é Senhor de
Davi; como filho de Maria ele é filho de Davi.
O
Antigo Testamento registra duas grandes verdades messiânicas. Alguns trechos
declaram que o Senhor mesmo virá do céu para resgatar o seu povo (Isa. 40:10;
42:13; Sal. 98:9); outros esclarecem que da família de Davi se levantaria um
libertador. Essas duas vidas completam-se na aparição da pequena criança em
Belém, a cidade de Davi. Foi então que o Filho do Altíssimo nasceu como filho
de Davi. (Luc. 1:32)
Notemos
como em Isaías 9:6,7, combinam-se a natureza divina e a descendência davídica
do Rei vindouro. O título mencionado aqui — "Pai da eternidade" — tem
sido mal interpretado por alguns, que dele deduzem não haver Trindade,
afirmando erroneamente que Jesus é o Pai e que o Pai é Jesus. Um conhecimento
da linguagem do Antigo Testamento evitaria esse erro.
Naqueles
dias um regente que governava sábia e justamente, era descrito como um
"pai" para seu povo. Por isso, o Senhor, falando por meio de Isaias,
diz acerca de um oficial: "E ser como pai para os moradores de Jerusalém,
e para a casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro"
(Isa. 22:21, 22).
Note-se
a semelhança com Isa. 9:6, 7 e vide Apoc. 3:7. Esse título foi aplicado a Davi,
conforme se vê na aclamação do povo na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém:
"Bendito o reino do nosso pai Davi" (Mat. 11:10).
Eles
não queriam dizer que Davi fosse seu antecessor, pois nem todos descendiam da
sua família; e naturalmente não o chamariam de Pai celestial. Davi é descrito
como "pai" porque, como o rei segundo o coração de Deus, foi o verdadeiro
fundador do reino israelita (já que Saul foi um malogrado) ampliando suas
fronteiras de 9.600 para 96.000 quilômetros quadrados. De igual maneira muitas
vezes se refere a George Washington como o "Pai dos Estados Unidos da
América". O "pai" Davi era humano, e morreu; seu reino foi
terrena, e com o tempo se desintegrou. Mas, de acordo com Isaías 9:6, 7, o
descendente de Davi, o Rei-Messias, seria divino, e seu reino seria eterno.
Davi foi um "pai" temporário para seu povo; o Messias será um Pai
eterno (imortal, divino, imutável), para todo o povo — assim destinado por
Deus, o Pai. (Sal. 2:6-8; Luc. 22:29)
7.
Jesus (obra salvadora).
O
Antigo Testamento ensina que Deus mesmo é a Fonte da salvação: Ele é o Salvador
e Libertador de Israel. "A salvação vem de Deus."
Ele
livrou o seu povo da servidão do Egito, e daquele tempo em diante Israel soube,
por experiência, que ele era o Salvador. (Sal. 106:21; Isa. 43:3, 11; 45:15,
22; Jer. 14:48)
Mas
Deus age por meio de seus instrumentos; portanto, lemos que ele salvou Israel
por meio do misterioso "anjo da sua face" (Isa. 63:9). Às vezes foram
usados instrumentos humanos; Moisés foi enviado para libertar Israel da
servidão; de tempos em tempos foram levantados juízes para socorrer Israel.
"Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de
recebermos a adoção de filhos" (Gál. 4:4,5).
Ao
entrar no mundo, ao Redentor foi dado o expressivo nome da sua missão suprema:
"E chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus
pecados" (Mat. 1:21).
Os
primeiros pregadores do Evangelho não precisaram explicar aos judeus o
significado do nome "Salvador"; já tinham aprendido o fato pela sua
própria história. (Atos 3:26; 13:23) Eles entenderam a mensagem, mas
recusaram-se a crer.
Crucificado, Cristo cumpriu a missão indicada pelo seu nome, Jesus, pois salvar o povo dos seus pecados implica expiação, e expiação implica morte. Como na sua morte, assim também durante a vida, ele viveu à altura do seu nome. Foi sempre o Salvador. Em toda a Palestina muita gente podia testificar: "Eu estava preso pelo pecado, mas Jesus me libertou." Maria Madalena podia dizer: "Ele me libertou de sete demônios." Aquele que outrora fora paralítico, também podia testificar: "Ele perdoou os meus pecados."
A
NATUREZA HUMANA E DIVINA DE CRISTO
A
NATUREZA DE CRISTO
O
ponto máximo de nossa fé repousa no fato de Jesus ser realmente Deus em carne
humana, e não simplesmente um homem extraordinário, apesar de ser a pessoa mais
incomum que já existiu.
A
NATUREZA HUMANA DE CRISTO
1) Ascendência
Humana
2) Feito
de Mulher (Gálatas 4:4).
"Mas,
quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei, para que
recebêssemos a adoção de filhos." Gálatas 4:4,5
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NATURAIS:
Vigor
Físico (Lucas 2:52).
Faculdades
Mentais (Lucas 2:40).
APARÊNCIA
PESSOAL (João 4:9).
NATUREZA
HUMANA COMPLETA:
Corpo (Mateus 26:12).
Alma (Mateus 26:38).
Espírito (Lucas 23:46).
LIMITAÇÕES
HUMANAS:
LIMITAÇÕES
FÍSICAS:
Fadiga
(João 4:6; Isaías 40:28). Sono (Mateus 8:24; Salmos 121:4,5). Fome (Mateus
21:18). Sede (João 19:28). Sofrimento e Dor (Lucas 22:44). Sujeição à Morte (I
Coríntios 15:3)
LIMITAÇÕES
INTELECTUAIS:
Precisava
Crescer em Conhecimento (Lucas 2:52). Precisava Adquirir Conhecimento pela
Observação (Marcos 11:13). Possuía Conhecimento Limitado (Marcos 13:32).
LIMITAÇÕES
ESPIRITUAIS:
Dependia
das Orações (Marcos 1:35). Dependia do Espírito Santo (Atos 10:38; Mateus
12:28).
NOMES
HUMANOS:
Jesus (Mateus 1:21).
Filho
do Homem (Lucas 19:10).
O
Nazareno (Atos 2:22).
O
Profeta (Mateus 21:11).
O
Carpinteiro (Marcos 6:3).
O
Homem (João 19:5; I Timóteo 2:5).
RELAÇÃO
HUMANA COM DEUS:
Como
Mediador e Sacerdote; Como representante da humanidade Jesus falava com Deus
(Marcos 15:34).
Kenosis:
Auto esvaziamento de Jesus Cristo, uma auto renúncia dos atributos divinos.
Jesus pôs de lado a forma de Deus, mas ao fazê-lo não se despiu de Sua natureza
divina; não houve auto extinção. Também o Ser divino não se tornou humano; Sua
personalidade continuou a mesma, e reteve a consciência de ser Deus (João
3:13). O propósito da kenosis foi a redenção. Na kenosis Jesus deixou o uso
independente do Seu poder para depender do Espírito Santo.
A
NATUREZA DIVINA DE CRISTO
NOMES
DIVINOS
Deus (João 1:1; João 1:18 (ARA); João 20:28; Romanos
9:5; Tito 2:13; Hebreus 1:8).
Filho
de Deus (Mateus 8:29; 16:16; 27:40;
Marcos 14:61,62; João 5:25; 10:36
Alfa
e Ômega (Apocalipse 1:8,17; 22:13; Isaías
44:6).
O
Santo (Atos 3:14; Isaías 41:14; Os
11:9)
Pai
da Eternidade e Maravilhoso (Isaías 9:6;
Juízes 13:18).
Deus
Forte (Isaías 9:6; Isaías 10:21).
Senhor
da Glória (I Coríntios 2:8; Tiago 1:21; Salmos
24:8-10).
Senhor (Atos 9:17; 16:31; Lucas 2:11; Romanos 10:9;
Filipenses 2:11).
O
termo "Senhor" em grego é Kurios, e significa Chefe superior, Mestre,
e como tal era empregado à pessoas humanas, aos imperadores de Roma. Entretanto
eles eram considerados deuses, e somente à eles era permitido aplicar este
título, no sentido de divindade (Atos 2:36; II Coríntios 4:5; Efésios 4:5; II
Pedro 2:1; Apocalipse 19:16).
PELO CULTO DIVINO QUE LHE É ATRIBUÍDO
Somente
Deus pode ser adorado (Mateus 4:10). Jesus aceitou e não impediu Sua adoração
(Mateus 14:33; Lucas 5:8; 24:52).
O
Pai deseja que o Filho seja adorado (Hebreus 1:6; João 5:22,23; compare Isaías
45:21-23 com Filipenses 2:10,11). A Igreja primitiva o adorou e orava Ele (Atos
7:59,60; II Coríntios 12:8-10).
PELOS OFÍCIOS DIVINOS QUE LHE FORAM
ATRIBUÍDOS
Criador (João 1:3; Hebreus 1:8-10; Colossenses 1:16).
Preservador (Colossenses 1:17).
Perdoador
de pecados (Marcos 2:5,7,11; Lucas 7:49).
Jesus
é Jeová Encarnado - (Compare Isaías 40:3,4 com João 1:23; Isaías 8:13,14 com I
Pedro 2:7,8 e Atos 4:11; I Pedro 2:6 com Isaías 28:16 e Salmos 118:22; Números
21:6,7 com I Coríntios 10:9 (ARA = Senhor; ARC = Cristo; no grego = Criston);
Salmos 102:22-27 com Hebreus 1:10-12; Isaías 60:19 com Lucas 2:32; Zacarias
3:1,2).
Pela
associação de Jesus, o Filho, com o nome de Deus Pai - (II Coríntios 13:14; I
Coríntios 12:4-6; I Tessalonicenses 3:11; Romanos 1:7; Tiago 1:1; II Pedro 1:1;
Apocalipse 7:10; Colossenses 2:2; João 17:3; Mateus 28:19).
ATRIBUTOS
DIVINOS
ATRIBUTOS
DE NATUREZA
- Onisciência (João
1:47-51; 4:16-19,29; 6:64; 16:30; 8:55; João 10:15; 21:6,17; Mateus 11:27;
12:25; 17:27; Colossenses 2:3).
- Onipresença (João
3:13; 14:23 Mateus 18:20; 28:20; Efésios 1:23).
- Onipotência (Mateus
8:26,27; 28:28; Hebreus 1:3; Apocalipse 1:8).
- Eternidade (João
8:58; 17:5,24; Colossenses 1:17; Hebreus 1:8; 13:8; Apocalipse 1:8; Isaías 9:6;
Miqueias 5:2).
- Vida (João
10:17,18; 11:25; 14:6).
- Imutabilidade (Hebreus
1:11; 13:8; Salmos 102:26,27).
- Auto
Existência (João 1:1,2).
- Espiritualidade (II Coríntios 3:17,18).
ATRIBUTOS
MORAIS
- SANTIDADE (Atos
3:14; 4:27; João 8:12; Lucas 1:35; Hebreus 7:26; IJoão 1:5; Apocalipse 3:7;
15:4; Daniel 9:24).
- BONDADE (João
10:11,14; I Pedro 2:3; II Coríntios .10:1)
- VERDADE (Mateus
22:16; João 1:14; 14:6; Apocalipse 19:11; 3:7; I João 5:20).
TÍTULOS DADOS IGUALMENTE A DEUS PAI E A
JESUS CRISTO
DEUS:
Deus
Pai (Deuteronômio 4:39; II Samuel 7:22; I Reis 8:60; II Reis 19:15; I Crônicas
17:20; Salmos 86:10; Isaías 45:6;46:9; Marcos 12:32)
Jesus
Cristo (Compare Isaías 40:3 com João 1:23 e 3:28; Salmos 45:6,7 com Hebreus
1:8,9; João 1:1; Romanos 9:5; Tito 2:13; I João 5:20).
ÚNICO
DEUS VERDADEIRO:
Deus
Pai (João 17:3)
Jesus
Cristo (I João 5:20).
DEUS
FORTE:
Deus
Pai (Neemias 9:32)
Jesus
Cristo (Isaías 9:6).
DEUS
SALVADOR:
Deus
Pai (Isaías 45:15,21; Lucas 1:47: Tito 3:4)
Jesus
Cristo (II Pedro 1:1; Tito 2:13; Judas 25)
JEOVÁ:
Deus
Pai (Êxodo 3:15)
Jesus
Cristo (Compare Isaías 40:3 com Mateus 3:3 e João 1:23).
JEOVÁ
DOS EXÉRCITOS:
Deus
Pai (I Crônicas 17:24; Salmos 84:3; Isaías 51:15; Jeremias 32:18; 46:18)
Jesus
Cristo (Compare Salmos 24:10 e Isaías 6:1-5 com João 12:41; Isaías 54:5).
SENHOR:
Deus
Pai (Mateus 11:25; 21:9; 22:37; Marcos 11:9; 12:29; Romanos 10:12; Apocalipse
11:15),
Jesus
Cristo (Lucas 2:11; João 20:28; Atos 10:36; I Coríntios 2:8; 8:6; 12:3,5;
Filipenses 2:11;Efésios 4:5).
ÚNICO
SENHOR:
Deus
Pai (Marcos 12:29; Deuteronômio 6:4)
Jesus
Cristo (I Coríntios 8:6; Efésios 4:5).
JEOVÁ
E SALVADOR, SENHOR E SALVADOR:
Deus
Pai (Isaías 43:11; 60:16; Os 13:4)
Jesus
Cristo (II Pedro 1:11; 2:20; 3:18).
SALVADOR:
Deus
Pai (Isaías 43:3,11; 60:16; I Timóteo 1:1; 2:3; Tito 1:3; 2:10; 3:4; Judas 25)
Jesus
Cristo (Lucas 1:69; 2:11; Atos 5:31;Efésios 5:23; Filipenses 3:20; II Timóteo
1:10; Tito 1:4; 3:6).
ÚNICO
SALVADOR:
Deus
Pai (Isaías 43:11; Os.13:4)
Jesus
Cristo (Atos 4:12; I Timóteo .2:5,6).
SALVADOR
DE TODOS OS HOMENS E DO MUNDO :
Deus
Pai (I Timóteo 4:10)
Jesus
Cristo (I João 4:14).
O
SANTO DE ISRAEL:
Deus
Pai (Salmos 71:22; 89:18; Isaías 1:4; Isaías 45:11)
Jesus
Cristo (Isaías 41:14; 43:3; 47:4; 54:5).
REI
DOS REIS, SENHOR DOS SENHORES:
Deus
Pai (Deuteronômio 10:17; I Timóteo 6:15,16)
Jesus
Cristo (Apocalipse 17:14; 19:16).
EU
SOU:
Deus
Pai (Êxodo 3:14)
Jesus
Cristo (João 8:58).
O
PRIMEIRO E O ÚLTIMO:
Deus
Pai (Isaías 41:4; 44:6; 48:12)
Jesus
Cristo (Apocalipse 1:11,17; 2:8; 22:13).
O
ESPOSO DE ISRAEL E DA IGREJA:
Deus
Pai (Isaías 54:5; 62:5; Jeremias 3:14; Os 2:16)
Jesus
Cristo (João 3:9; II Coríntios 11:2; Apocalipse 19:7; 21:9).
O
PASTOR:
Deus
Pai (Salmos 23:1)
Jesus
Cristo (João 10:11,14; Hebreus 13:20).
OBRAS ATRIBUÍDAS IGUALMENTE A DEUS E A
JESUS CRISTO
CRIOU
O MUNDO E TODAS AS COISAS:
Deus
Pai (Neemias 9:6; Salmos 146:6; Isaías 44:24; Jeremias 27:5; Atos 14:15; 17:24)
Jesus
Cristo (Salmos 33:6; João 1:3,10; I Coríntios 8:6; Efésios 3:9; Colossenses
1:16; Hebreus 1:2,10).
SUSTENTA
E PRESERVA TODAS AS COISAS:
Deus
Pai (Salmos 104:5-9; Jeremias 5:22; 31:35)
Jesus
Cristo (Colossenses 1:17; Hebreus 1:3; Judas 1)
RESSUSCITOU
CRISTO:
Deus
Pai (Atos 2:24; Efésios 1:20)
Jesus
Cristo (João 2:19; 10:18).
RESSUSCITOU
MORTOS:
Deus
Pai (Romanos 4:17; I Coríntios 6:14; II Coríntios 1:9;4:14)
Jesus
Cristo (João 5:21,28,29; 6:39,40,44,54; 11:25; Filipenses 3:20,21).
É
O AUTOR DA REGENERAÇÃO:
Deus
Pai (I João 5:18)
Jesus
Cristo (I João 2:29).
A UNI-PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO
Ficou
provado que Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana. No
entanto, embora tenha duas naturezas, Ele não possui duas personalidades ou
Pessoas, sendo uma Pessoa divina e outra humana, mas uma só e apenas uma. Jesus
Cristo é uma só Pessoa em duas naturezas distintas, porém unidas.
Mas,
infelizmente, ao longo do tempo surgiram falsas teorias sobra a união
hipostática de Jesus. Essas falsas teorias geram diversos movimentos heréticos,
dentre os quais podemos citar:
DOCETISMO - Crença de que se a matéria é má, logo
Cristo não podia ter um corpo humano. O homem Jesus, era na verdade, uma sombra
ou um fantasma, com a aparência de um corpo material, ou Cristo tomou o corpo
humano de Jesus apenas por pouco tempo, entre o batismo do homem Jesus, e o
começo de seu sofrimento na cruz.
O
docetismo leva esse nome por causa do verbo grego dokéo que significa
"parecer, passar por". Sua tese central é que Jesus só parecia ser
homem.
EBIONISMO - Nega a preexistência, divindade e
encarnação de Cristo. Jesus seria apenas o homem escolhido que viveu mais
elevada mente, e, ao ser batizado, recebeu o Espírito Santo e conscientizou-se
de que era o Messias.
NESTORIUS - Afirma haver duas pessoas distintas no
Cristo. Jesus seria somente um homem, “super-habitado- cheio” do Espírito
Santo.
CERENTIANISMO - Afirma que Cristo ganhou a divindade na
imersão e perdeu-a antes de morrer.
APOLINARISMO - Afirma que Cristo teve corpo real (animal),
mas não tinha espírito nem mente humana. O Logos veio preencher o lugar deles
tornando Jesus dividido em homem (imperfeito) “folheado” da divindade.
Portanto, Jesus não possuía uma vontade humana.
Por
conseguinte, não podia pecar, pois sua pessoa era totalmente controlada por sua
alma divina. Consequentemente, a doutrina apolinarista foi condenada no
Concílio de Constantinopla em 381.
JEOVISMO - Jesus é o Deus Jeová Encarnado, Colossenses 1:19; 2:9, 100 % Homem (I Timóteo 2:5) e 100 % Divino (Apocalipse 1:8).
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