PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO - EVANGELHOS - SINÓTICOS - EVANGELHOS APÓCRIFOS / ATOS DOS APÓSTOLOS -EPÍSTOLAS PAULINAS - EPÍSTOLAS GERAIS E APOCALIPSE
PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO -
EVANGELHOS - SINÓTICOS - EVANGELHOS APÓCRIFOS
LIVROS
DO NOVO TESTAMENTO
a)
EVANGELHOS (4)
b)
LIVRO HISTÓRICO (1)
c)
EPÍSTOLAS PAULINAS(13)
d)
EPÍSTOLAS PASTORAIS (3)
e)
EPÍSTOLAS GERAIS (8)
f)
APOCALIPSE (1)
OS
EVANGELHOS
•
MATEUS • MARCOS • LUCAS • JOÃO
LIVROS
HISTÓRICOS:
ATOS
DOS APÓSTOLOS
EPÍSTOLAS
PAULINAS
ROMANOS
- 1 E 2 CORÍNTIOS - GÁLATAS - EFÉSIOS - FILIPENSES - COLOSSENSES - 1 E 2
TESSALONICENSES - FILEMOM; - (HEBREUS?)
EPÍSTOLAS
PASTORAIS
-
1 E 2 TIMÓTEO - TITO
EPÍSTOLAS
GERAIS
TIAGO
- 1 E 2 PEDRO - 1, 2 E 3 JOÃO - JUDAS - APOCALIPSE
Os
evangelhos
Os
evangelhos são um gênero único na literatura universal. Não são meros relatos,
mas também um convite à adesão ao cristianismo. A sua primeira intenção não é a
biográfica. Apresentam Cristo como Messias, filho de Deus e salvador da
humanidade. Contém coleções de discursos, de parábolas, testemunhos e relatos,
como o da paixão de Cristo e sua ressurreição.
Os
evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João são chamados evangelhos canônicos
por serem os únicos que o cristianismo primitivo admitiu como legítimos e hoje
integram o Novo Testamento da Bíblia, sendo também os únicos aceitos pelos
grupos que sucederam. As Igrejas cristãs só aceitam estes quatro evangelhos
como tendo sido inspirados e fazendo parte do Cânon. As igrejas cristãs,
católica, ortodoxa e protestantes tem na Bíblia, incluindo os evangelhos, a
base de sua fé e de sua prática.
O
Evangelho de Mateus (9:9; 10:3) a quem Marcos e Lucas chamam de Levi (Mc 2:14;
Lc 5:27). foi escrito para convencer os judeus de que Jesus era mesmo o Messias
que estava por vir, por isso enfatiza o Antigo Testamento e as profecias a
respeito desse ungido. A palavra “Rei” aparece neste livro 20 vezes e a palavra
“Reino” aparece 55 vezes.
O
Evangelho de João Marcos (discípulo de Pedro); foi filho de Maria (At 12:12),
missionário em treinamento com Paulo (At 13:5, 13), primo e ministro com
Barnabé (Cl 4:10; At 15:36-39), companheiro de Paulo em seus últimos anos de
ministério (2 Tm 4:11), e filho “espiritual” de Pedro (1 Pedro 5:13). foi
escrito para evangelizar principalmente os romanos, e relata somente quatro das
parábolas de Jesus, enfatizando principalmente as ações de Jesus.
O
Evangelho de Lucas (Homem culto, profunda pesquisa (Lc 1:1-4).) foi escrito
para os gentios (não judeus), enfatizando a misericórdia de Deus através da
salvação por Jesus Cristo, principalmente para os pobres e humildes de coração.
Lucas
é o Evangelho da Alegria. A palavra “agaliasis” aparece por 16 vezes nos
evangelhos, sendo 8 em Lucas (8 em atos também). Lucas 2:10 : “Mas o anjo lhes
disse : Não Temais, porque vos trago novas de grande alegria para todo o povo”.
Lucas 24:52 : “Depois de o adorar, eles voltaram com grande alegria para
Jerusalém”.
O
último dos evangelhos, o de João, foi escrito para doutrinar os novos
convertidos. Não cita nenhuma das parábolas de Jesus (afinal, as parábolas já
eram conhecidas no meio cristão, através dos relatos contidos nos outros
evangelhos), porém combate com firmeza as primeiras heresias surgidas no
princípio do cristianismo, como por exemplo: o gnosticismo (que negava a
verdadeira encarnação do Filho de Deus) e outras seitas semelhantes, que também
negavam a divindade de Jesus Cristo.
Os
evangelhos sinóticos
Os
evangelhos sinóticos são três relatos da vida de Jesus; são os três primeiros
livros do Novo Testamento: Mateus, Marcos e Lucas.
O
evangelho de João não é considerado um evangelho sinótico porque é bastante
diferente dos outros três.
“Sinótico”
significa “a mesma visão”. Os três primeiros evangelhos são chamados de
sinóticos porque têm muitos elementos em comum. Cada um dos evangelhos
sinóticos apresenta a história de Jesus de maneira parecida. Os três têm mais
ou menos a mesma estrutura e têm várias histórias repetidas.
Os
evangelhos sinóticos contam os eventos e ensinamentos mais importantes da vida
de Jesus. Eles mostram o que Jesus fez durante seu ministério e como ele salvou
o mundo. Os três evangelhos sinóticos contam todos a mesma história mas de
perspetivas um pouco diferentes, acrescentando ou deixando de fora algumas
partes de acordo com o objetivo do texto.
Muitas
vezes, a informação de um evangelho sinótico ajuda a entender a história
contada no outro evangelho. Os três evangelhos sinóticos confirmam e completam
a história de Jesus.
Os
evangelhos sinóticos provavelmente são muito parecidos porque foram baseados
nos testemunhos das mesmas pessoas que viveram com Jesus. Mateus era um dos
doze apóstolos. Marcos foi ajudante dos apóstolos Paulo e Pedro. Lucas, um
amigo de Paulo, baseou seu evangelho em testemunhos oculares e provavelmente
também conheceu alguns dos apóstolos (Lucas 1:1-4). Os três autores dos
evangelhos sinóticos tinham acesso a várias pessoas que viveram com Jesus.
Além
disso, os autores dos evangelhos sinóticos provavelmente se conheciam. Por
exemplo, Lucas fala de Marcos em Atos dos Apóstolos 15:36-37. Eles podem ter
“trocado notas” ou usado os relatos uns dos outros para confirmar suas
informações. Mesmo assim, eles não se limitaram a copiar uns aos outros. Cada
evangelho é coerente com os outros mas tem um estilo e um caráter distinto.
O
evangelho de João é bastante diferente dos outros três evangelhos. O foco
principal do evangelho de João é a evidência que Jesus é Deus. Os ensinamentos
e os milagres de Jesus apresentados nesse evangelho mostram o poder divino de
Jesus e a importância de crer nele.
O
evangelho de João é também muito pessoal, focando mais nas coisas que Jesus
fazia e dizia em privado, entre seus amigos. João era um dos amigos mais
próximos de Jesus durante seu ministério.
Todos
os quatro evangelhos têm algumas histórias em comum:
-
O batismo de Jesus
-
A primeira multiplicação dos pães
-
A entrada triunfal em Jerusalém
-
A morte e ressurreição de Jesus
O
evangelho de João não apresenta uma visão radicalmente diferente de Jesus.
Apenas completa a informação dos outros três evangelhos. Assim, temos um
retrato mais completo da vida de Jesus.
Diferenças
entre este evangelho e os sinóticos.
O
Evangelho de João / Os Evangelhos Sinóticos
Pouco
Movimento / Muito Movimento
Centralizado
na Judéia / Centrado na Galileia
Ênfase na pessoa de Jesus / Ênfase no
Reino
Jesus como Filho de Deus / Jesus como
homem, Filho de Davi
Ênfase em discursos / Ênfase em
narrativas
Muito material editorial / Pouco
Material Editorial
Longos Pronunciamentos de Jesus /
Pronunciamentos breves de Jesus
Ênfase no significado de Jesus
/ Ênfase na história de Jesus
Evangelhos
apócrifos
Os
Apócrifos do Novo Testamento, também conhecidos como "evangelhos
apócrifos", são uma coletânea de textos, alguns dos quais anônimos,
escritos nos primeiros séculos do cristianismo, vetados no Primeiro Concílio de
Niceia, não reconhecidos pelo cristianismo ortodoxo e que, por isso, não foram
incluídos no Cânone do Novo Testamento.
O
termo "apócrifos" vem do grego ἀπόκρυφα e significa, justamente,
"coisas escondidas". O termo é geralmente aplicado para designar
livros não divinamente inspirados. A partir do Concílio de Trento, a palavra
"apócrifo" adquiriu conotação eminentemente negativa e se tornou
sinônima de "espúrio" ou "falso."
Centenas
de evangelhos apócrifos foram escritos na antiguidade. Entre os manuscritos
encontrados no Egito conhecidos como Biblioteca de Nag Hammadi, figuram os
evangelhos atribuídos a apóstolos de Cristo: O evangelho de Tomé, o evangelho
de Filipe, o evangelho de Pedro e o evangelho de Judas. Contêm, também, o
evangelho de Maria.
PANORAMA
DO NOVO TESTAMENTO - ATOS DOS APÓSTOLOS -EPÍSTOLAS PAULINAS - EPÍSTOLAS GERAIS
E APOCALIPSE
ATOS DOS APÓSTOLOS: O LIVRO HISTÓRICO
DO NOVO TESTAMENTO
Enquanto
a identidade exata do autor é debatida, o consenso é que este trabalho foi
composto por um gentio de fala grega que escreveu para uma audiência de
cristãos gentios. Os Pais da Igreja afirmaram que Lucas era médico, sírio de
Antioquia e um adepto do Apóstolo Paulo. Os estudiosos concordam que o autor do
Evangelho de Lucas é o mesmo que escreveu o livro de Atos dos Apóstolos. A
tradição diz que os dois livros foram escritos por Lucas companheiro de Paulo
(nomeado em Colossenses 4:14 ). Essa visão tradicional da autoria de Lucas é
"amplamente aceite, visto que a autoria Lucana é quem mais
satisfatoriamente explica todos os dados". A lista de estudiosos que
mantém a autoria de Lucas é longa e representa a opinião teológica maioritária.
No entanto, não há consenso.
Atos
dos Apóstolos descreve a história da Era Apostólica. O autor é tradicionalmente
identificado como Lucas, o Evangelista. O Evangelho de Lucas e o livro de Atos
formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, à qual daríamos hoje o nome de
História das Origens Cristãs, e no início do segundo século, esses dois livros
acabaram sendo separados um do outro pelo Evangelho de João, o último evangelho
a ser escrito. Lucas provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título
próprio. Somente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro
e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar
um título ao segundo volume. Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C.
Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é
diferente dos quatro evangelhos.
O
objetivo desse livro é mostrar a ação do Espírito Santo na primeira comunidade
cristã e, por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao
seu título, porque não se fala de todos os apóstolos, mas somente de Pedro e de
Paulo. João e Felipe aparecem apenas como figurantes. Entretanto, não são os
atos desses apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho,
de Jerusalém até Roma, pela ação do Espírito Santo.
O
livro pode ser dividido em duas partes: o período das missões locais e o
período das missões estrangeiras.
O
autor de Atos invocou várias fontes, bem como a tradição oral, na construção de
sua obra do início da igreja e do ministério de Paulo. A prova disso é
encontrada no prólogo do Evangelho de Lucas, onde o autor faz alusão às suas
fontes, escrevendo:
"Muitos
já se dedicaram a elaborar um relato dos factos que se cumpriram entre nós,
conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram
testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo
cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó
excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das coisas que te foram
ensinadas. (Lucas 1:4)"
O
Livro de Atos abrange cerca de 30 anos - AD 33 - 63 a 65
Donald
Carson, Douglas Moo e Leon Morris datam o livro em 62 d.C.
Os
três especialistas observam que a ausência de qualquer menção à destruição de
Jerusalém seria pouco provável se o livro tivesse sido escrito depois de 70
d.C..
Leon
Morris sugeriu que a não menção da morte de Paulo, personagem central do livro,
aponta para uma data antes de sua morte, em 64 d.C.. Além disso, não há
referência no livro de Atos da morte de Tiago (62 d.C.) e de Pedro (67 d.C.).
Howard
Marshall observa que Lucas parece não ter lido as cartas de Paulo. Isso torna
ainda mais improvável uma data avançada para o livro de Atos, uma vez que as
cartas de Paulo circulavam nas igrejas.
Outros
argumentos que apontam para essa data recente são:
(1)
a descrição que Lucas faz do judaísmo como uma religião autorizada, uma
situação que teria mudado abruptamente com a erupção da rebelião judaica contra
Roma em 66 d.C.
(2)
o fato de Lucas omitir qualquer referência à perseguição promovida por Nero, a
qual, caso tivesse acontecido enquanto Lucas escrevia certamente teria afetado
de alguma maneira a sua narrativa
(3)
os detalhes vívidos da narrativa do naufrágio e da viagem (Atos 27:1-27), o que
sugere uma experiência bem recente.
Outro
ponto é que Lucas nota o cumprimento da profecia de Ágabo (Atos 11:28). Se
estivesse escrevendo depois de 70 d.C., seria lógico esperar que mencionasse em
algum lugar o cumprimento da profecia de Jesus de que a cidade seria destruída
(Atos 21:20).
Temas
principais
-
Estabelecimento da Igreja
-
As primeiras perseguições e a expansão da fé cristã
-
O Evangelho chega aos gentios
-
Atividades missionárias de Paulo
Epístolas
paulinas
As
Epístolas Paulinas, Epístolas de Paulo ou Cartas de Paulo são os 14 livros do
Novo Testamento da Bíblia que têm o nome Paulo (Παῦλος) como a primeira
palavra, portanto, as mesmas reivindicam a autoria do apóstolo Paulo. Entre
essas cartas, estão alguns dos mais antigos documentos cristãos existentes.
Eles fornecem uma visão das crenças de parte do Cânon do Novo Testamento e são
textos fundamentais para a teologia cristã e para a ética. A Epístola aos
Hebreus, embora não tenha o nome de Paulo, foi tradicionalmente considerada
paulina por mil anos. Mas, a partir do século XVI, a opinião se moveu
constantemente contra a autoria paulina e poucos estudiosos agora atribuem a
autoria dessa carta a Paulo, principalmente porque a mesma não é lida como
qualquer uma das outras epístolas atribuídas a ele em estilo e conteúdo.
As
epístolas de Paulo recaem sobre duas categorias: Nove epístolas escritas a
igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses) e quatro epístolas pastorais e
pessoais (1 e 2 Timóteo, Tito e Filémon). Seguem-se depois oito epístolas
Cristãs Hebraicas (de Hebreus a Judas). Naturalmente, levantar-se-iam muitas
questões acerca do significado e aplicabilidade do evangelho para os cristãos.
Assim, as Epístolas respondem a estas perguntas, providenciam a interpretação
da pessoa e obra de Cristo e aplicam a verdade do evangelho aos crentes.
Paulo
escreveu as epístolas para as comunidades que visitara, pregando e ensinando as
máximas cristãs. As cartas relacionadas a seguir (conhecidas como Corpus
Paulinum) são aquelas que tradicionalmente são atribuídas a Paulo:
Romanos;
I Coríntios; II Coríntios; Gálatas; Efésios; Filipenses; Colossenses; I
Tessalonicenses; II Tessalonicenses; I Timóteo; II Timóteo; Tito; Filemom;
Hebreus (anônima, mas tradicionalmente atribuída a Paulo ou a Apolo).
As
epístolas paulinas ainda podem ser divididas em:
Eclesiásticas - Romanos; I Coríntios; II Coríntios;
Gálatas; Efésios; Filipenses; Colossenses; I Tessalonicenses; II
Tessalonicenses
Pastorais - I Timóteo; II Timóteo; Tito
Pessoal - Filemom.
Epístolas
Gerais
As
Epístolas Gerais na Bíblia são as oito cartas do Novo Testamento que não foram
escritas pelo apóstolo Paulo. São elas: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3
João e Judas. Essas epístolas também são conhecidas como “Epístolas Universais”
ou “Católicas”.
Inicialmente
a Epístola aos Hebreus não foi contada entre as Epístolas Gerais. O principal
motivo era que acreditava-se que essa carta era uma das Epístolas Paulinas.
Inclusive, a primeira em que Eusébio usou a designação “Epístolas Gerais” ele
se referiu a essas cartas como sendo “sete epístolas universais”.
Com
o tempo a maioria dos estudiosos começou a considerar que a autoria da Carta
aos Hebreus não deveria ser atribuída a Paulo. Dessa forma a carta passou a ser
contata por muitos como uma das Epístolas Gerais.
As
Epístolas Gerais recebem essa designação porque basicamente elas foram escritas
para públicos mais universais. Isso significa que em comparação às cartas de
Paulo, as Epístolas Gerais são mais abrangentes e a maioria delas não possui
destinatários específicos.
É
verdade que infelizmente algumas das Epístolas Gerais tiveram sua canonicidade
discutida ao longo da História da Igreja. As mais debatidas nesse sentido
sempre foram 2 Pedro e Tiago. Inclusive, a conhecida resistência de Lutero com
relação à Epístola de Tiago ilustra bem essa questão.
Mas
as Epístolas Gerais são de suma importância para a Igreja. Seu conteúdo foi
inspirado pelo Espírito Santo e preservado por Deus de qualquer erro,
contradição ou adulteração. Elas trazem instruções que jamais devem ser
desprezadas pelos cristãos.
As
Epístolas Gerais tratam de questões que são comuns a todos os crentes de todas
as épocas. Elas exortam os cristãos acerca do problema do sofrimento;
encoraja-os a viver em obediência ao Senhor; e ensinam os crentes sobre como
eles devem perseverar na fé e ser zelosos com a pureza do Evangelho, se opondo
aos falsos mestres e suas doutrinas.
Combinadas
às Epístolas Paulinas, as Epístolas Gerais formam um conjunto
teológico-doutrinário que fornece uma perspectiva completa acerca dos
fundamentos da Fé Cristã.
Apocalipse
O
livro do Apocalipse é o último livro da Bíblia. Ele é considerado por muitos
cristãos como o livro bíblico mais difícil de interpretar. De fato um estudo do
livro do Apocalipse revela que seu autor usa uma linguagem predominantemente
simbólica. Por isso algumas pessoas dizem descobrir códigos e enigmas dentro do
livro.
Mas
ao contrário do que muita gente pensa, há muito mais no livro do Apocalipse do
que apenas um tipo de manual sobre o futuro. Além disso, o próprio título do
livro já diz muito sobre seu principal objetivo. A palavra “Apocalipse” vem do
grego Apokalypsis e significa “revelação” ou “desvelamento”. Portanto, o
objetivo do livro do Apocalipse é revelar ao invés de esconder. Quando ao uso
de elementos simbólicos em sua narrativa, o mesmo também acontece com outros
livros livros bíblicos, como Ezequiel, Daniel e Zacarias.
O
autor do livro
No
capítulo 1 o autor do livro do Apocalipse se identifica como João. Desde o
século II d.C., acredita-se que esse João se trata do apóstolo João. É verdade
que existe uma critica sobre essa afirmação. Alguns estudiosos defendem a ideia
de que o apóstolo João e o autor do livro do Apocalipse são pessoas diferentes.
O
primeiro a levantar essa possibilidade foi Dionísio no século III d.C. Ele
sugeriu isto após comparar o estilo literário do livro do Apocalipse com o
Evangelho de João. Apesar dessa crítica, a opinião mais aceita, e também mais
provável, é que realmente tenha sido o próprio apóstolo João quem escreveu o
livro do Apocalipse.
A
data do livro
Existe
uma discussão sobre a data em que o livro do Apocalipse foi escrito. Alguns
estudiosos entendem que Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C., entre 54 e 68
d.C., durante o governo do imperador romano Nero Cesar. Geralmente são os
preteristas que adotam uma data anterior a 70 d.C., pois atribuem boa parte do
livro a destruição de Jerusalém.
Outros
estudiosos defendem que o livro do Apocalipse foi escrito após 70 d.C., entre
81 e 96 d.C., durante o governo de Domiciano. Esta última sugestão é a mais aceita,
e provavelmente o livro do Apocalipse foi escrito na década de 90 d.C.
Independentemente da data, a verdade é que o livro do Apocalipse foi escrito em
um período muito difícil para os cristãos.
O
contexto histórico do livro
Embora
a maioria das pessoas abra o livro do Apocalipse querendo enxergar apenas
acontecimentos futuros, o contexto histórico do livro é muitíssimo importante
para compreendê-lo com coerência e sensatez. Aplicar uma interpretação
estritamente futurista ao livro do Apocalipse é cometer um erro básico de
hermenêutica e desconsiderar a própria história do cristianismo.
O
livro do Apocalipse foi escrito por João que registrou as visões que teve
enquanto prisioneiro na Ilha de Patmos. Os destinatários primários do livro do
Apocalipse foram as sete igrejas da Ásia Menor, atual região ocidental da
Turquia. A sete igrejas eram: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes,
Filadélfia e Laodiceia.
Naquela
época havia muita perseguição sobre os cristãos. Na própria carta à igreja de
Esmirna, no capítulo 2, é alertado que ainda mais perseguições haveriam de
acontecer. Além disso, falsos mestres estavam ensinando heresias que minavam o
entendimento de alguns e se alastravam entre crentes do primeiro século. Uma
das principais heresias dessa época foi o Gnosticismo.
De
modo geral, esses falsos ensinos tentavam aproximar o paganismo e o
cristianismo. Combinado a tudo isto, ainda existia a perseguição física e moral
por parte do Império Romano. Após a queda de Jerusalém, foi imposto o culto ao
imperador. Com isso os oficiais romanos tentavam forçar todos os habitantes do
império a adorar o próprio governante romano. Por isso muitos cristãos foram
martirizados nesse período.
Foi
em meio a esse cenário que Cristo deu a João uma série de revelações importantes
para os cristãos de todas as épocas. Em Apocalipse 1:19 fica claro que a
mensagem do livro do Apocalipse abrange não apenas os acontecimentos do
primeiro século, mas também aqueles que ainda iriam ocorrer.
Basicamente
a mensagem do livro do Apocalipse diz respeito a como Cristo está ciente das
condições que os cristãos enfrentam nesse mundo. Então ele exorta os crentes a
continuarem firmes, resistindo a todas as tentações e dificuldades, pois a
vitória já foi garantida pelo próprio Jesus. Por isso, em breve Satanás será
derrotado definitivamente e a Igreja reinará eternamente com Deus.
Dessa
forma o conteúdo do livro do Apocalipse não ficou restrito apenas àquelas sete
igrejas. Ele mostra o reinado de Deus sobre toda a História, culminando em um
final triunfante em Cristo. Sem dúvida o livro do Apocalipse aborda o passado,
presente e futuro.
Diferentes
interpretações
Basicamente
existem quatro estilos de interpretação do livro do Apocalipse que são adotados
pelos cristãos. São eles :
- Preterista: diz
que praticamente tudo o que está no livro do Apocalipse já se cumpriu. Isso
teria acontecido principalmente na destruição de Jerusalém e na queda do
Império Romano.
- Historicista: diz
que as revelações do livro do Apocalipse vão se cumprindo no decorrer da história
da igreja até a segunda vinda de Cristo.Idealista: diz que as revelações do
livro do Apocalipse não descrevem eventos específicos, mas princípios
espirituais que se aplicam a toda história da igreja.
- Futurista: diz
que praticamente tudo o que foi dito no Apocalipse ainda será cumprindo em um
período final que antecede a volta de Cristo. Saiba mais sobre os métodos de
interpretação do Apocalipse.
De
acordo com as características e propósitos do livro do Apocalipse, a maneira
mais coerente de interpretar o livro do Apocalipse é através de uma combinação
dos quatro estilos de interpretação acima. Sob essa perspectiva, é correto
dizer que muitas passagens do livro do Apocalipse possuem três aplicações; elas
tratam de eventos específicos do século I, de acontecimentos que se deram ao
longo da história da igreja e também fazem referência ao período de crise final
que antecederá a segunda vinda de Cristo.
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