MISSÃO URBANA III


MISSÃO URBANA - CARACTERÍSTICAS E PROBLEMAS DO HOMEM URBANO

Características do Homem Urbano

Características psico-sociais:

Anonimato –

Esta é a primeira característica descrita por Cox no seu clássico "A cidade secular"37 ao se referir à face da cidade. Em geral as pessoas se horrorizam diante da impessoalidade e pela perda da identidade que a cidade traz. Pessoas podem perder toda sua identidade personalidade no meio da correria diária, e dos intermináveis números. "Solidão é indubitavelmente um sério problema na cidade"

Alienação –

Neste caso, percebe-se que a pessoa não passa de um número, e que os encontros normalmente são feitos de forma esporádica e sem desejo de aproximação. O homem urbano se distancia facilmente do outro. A falta de intimidade e distanciamento nos grandes centros e grupos. Você pode morar no mesmo prédio e não conhecer quem mora em frente à sua casa. Exemplo pastor do Rio de Janeiro que mudou-se par ao interior por medo da alienação da grande cidade.

Isolamento –

Diante da constante mobilização, as pessoas são sempre muito diferente mesmo na vizinhança. Muitas estão constantemente se mudando. Alguém por perto não significa "proximidade".

Despersonalização –

individuo tratado como número e coisa. Tente acessar seu banco, sua conta na internet. Você estará sendo sempre identificado pelo número que tem. A Bíblia diz que mais vale o bom nome do que as muitas riquezas, mas na cidade, mais vale um bom número.

A atmosfera impessoal dos grandes centros urbano, produzindo uma terrível solidão. Os lugares de maior solidão no mundo não são “o deserto Saara e a Amazônia, “ mas sim os grandes centros urbanos. Pessoas que moram nos grandes complexos de apartamentos não conhecem seus vizinhos e raramente conversam entre si. Proximidade geográfica, por si só, não produz comunhão ou relacionamentos fraternos ( Sl 25.16 ).

Características morais e religiosas:

a) Ele tem a tendência a ser um cristão nominal.

b) Ele é tendente a ter padrões morais relaxados.

c) Ele tem inclinação à auto-suficiência.

d) Pos-moderno

Características cívicas e políticas:

a) Ele tem a consciência política mais acentuada.

b) Ele tem a tendência de ser influenciado por grupos de pressão.

Problemas do Homem Urbano

Problemas econômicos:

O grande êxodo rural tem inchado as cidades, provocando o baixo nível econômico de vida. O desemprego tem crescido e consequentemente as pessoas têm apelado para o emprego informal. A habitação não tem sido suficiente para todos, ocasionando o surgimento de casebres e favelas40 . O saneamento básico não tem acompanhado esta expansão rápida e descontrolada. Epidemias têm surgido com mais facilidades. (Dados da FGV mostram que 33% da população brasileira é constituida de miseráveis e que para erradicar a pobreza bastaria apenas a contribuição de R$14,00 por cidadão que está acima da linha da pobreza).

São Paulo também tem grande quantidade de favelas e as estimativas mais recentes indicam que há na cidade 2018 favelas cadastradas, nas quais vivem aproximadamente 1.160.516 habitantes. (Rocinha é a maior favela do Rio de Janeiro contando com mais de 60.000 habitantes)

A migração da população rural para o espaço urbano em busca de trabalho, nem sempre bem remunerado, aliada à histórica dificuldade do poder público em criar políticas habitacionais adequadas são fatores que têm levado ao crescimento dos domicílios em favelas. Dados do Ministério das Cidades, apoiados nos números do Censo 2000 do IBGE, apontam que entre 1991 e 2000, enquanto a taxa de crescimento domiciliar foi de 2,8%, a de domicílios em favelas foi de 4,8% ao ano. Entre 1991 e 1996 houve um aumento de 16,6% (557 mil) do número de domicílios em favelas; entre 1991 e 2000 o aumento foi de 22,5% (717 mil).

Dentro deste aspecto, vale citar a influência que Calvino teve na área social em Genebra. Tal influência e contribuição levou Graham a considerar Calvino como o teólogo de maior influência para o contexto urbano de sua época, ao defender que "todo empreendimento humano está marcado com o mal, contudo isto nos impulsiona com o propósito de fazer o evangelho relevante na cidade de comércio na qual vivemos e trabalhamos.". Dentre o muito que foi conseguido pela participação marcante do reformador em Genebra na área sócio-econômica podemos destacar 12 itens :

- Assistência social aos necessitados sem discriminação de nacionalidade.

- Ajuda e cuidado com a saúde popular através de um programa de visita médica domiciliar.

- Esforços do governo na capacitação profissional.

- Combate ao desemprego com oferta de trabalho pelo governo.

- Ênfase no amparo aos pobres, idosos e desamparados.

- Luta contra a insolência do luxo em relação aos pobres.

- Exemplo de simplicidade por parte dos reformadores-líderes públicos.

- Limitação dos juros nos empréstimos.

- Forte combate à especulação.

- Ataque frontal à escravidão.

- Combate a bebedice e proliferação das tavernas.

- Grande esforço na educação de todos.

Rev. Sérgio Lira também faz breve menção sobre a liderança de Calvino na área da educação. Diz ele :

Em Genebra a sua grande marca educacional ficou indelével através da criação da Academia. Essa escola possuía dois níveis, o fundamental que era conhecido como escola superior ou pública , e o segundo era o inferior ou escola privata equivalente ao nosso terceiro grau. A Academia de Genebra foi fundada em 1559 e Calvino convidou Teodoro Beza para ser o seu primeiro reitor. Essa escola veio a tornar-se o seminário do calvinismo e o modelo para várias outras universidades que foram lideradas por grandes nomes, ex-alunos da Academia de Genebra. No ano da morte de Calvino a escola tinha 1.500 alunos matriculados, onde a maioria era de estrangeiros. A escola de primeiro grau possuía 1.200 alunos, e a universidade 300 estudantes de teologia, direito e medicina

Problemas Sociais ou violência urbana:

- Crimes contra a vida : homicídio - assassinato, infanticídio, aborto ,latrocínio (assassinato com objetivo de roubo), lesão corporal (ataque à integridade física de outra pessoa)

- Crimes contra a honra: injúria (ofensa verbal, escrita ou encenada), calúnia (falsa atribuição de cometimento de crime a alguém), difamação (propagação desabonadora contra a boa fama de alguém).

- Crimes contra o patrimônio: furto (subtração de coisa alheia), roubo (subtração de coisa alheia mediante violência), dano (danificação de coisa alheia), extorsão (extorsão mediante seqüestro

- Crimes contra os costumes: estupro, corrupção de menores (indução de menor a práticas sexuais), rapto de mulher.

Local Motivo Tempo Mortos

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Peru Guerrilha 7 anos 25.000 cidadãos

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Vietnã Guerra 7 anos 56.000 americanos

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Rio de Janeiro Violência urbana 7 anos (85-91) 70.000 cidadãos

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Revista Conjuntura Economica - Fundação G.V. 02/94

Problemas na Família:

A desintegração da família tem aumentado com os meios de comunicação, incentivando a infidelidade conjugal. Os filhos pequenos, muitas vezes, ficam sós ou com pessoas que não têm condições de educá-los, enquanto os pais trabalham fora. Separações de casais têm crescido e se tornado algo comum.

“A Igreja é chamada a assumir a sociedade urbana, não por oportunismo religioso, mas por vocação (...) Seu papel consiste em criar o povo de Deus a partir da cidade”.

Problemas psicológicos:

Estes e outros problemas acarretam a instabilidade emocional. As pessoas sentem-se inseguras, ficam ansiosas, aumenta a incidência da depressão.

Problemas espirituais e morais:

Nunca ocorreu com tão grande intensidade a proliferação de seitas religiosas. Muitas fazem promessas vãs, mais confundindo do que ajudando. Seitas espiritualistas têm recebido mais credibilidade. O esoterismo ganha cada vez mais adeptos. Pessoas, sem estruturas emocional e espiritual, tornam-se facilmente presas do alcoolismo, de drogas inaláveis e injetáveis e outros vícios desagregadores. A corrupção sexual aumenta e quadrilhas se organizam a fim de aliciar menores para o “turismo sexual”. Cidade é cenário de luta espiritual. Milhares de pessoas são vitimas de religiões falsas, de seitas e grupos espiritualistas, em busca de sentido e identificação.

Problemas educacionais:

Nem todos têm acesso a boas escolas. E quando têm, a necessidade de trabalhar fora do lar bem cedo impede de continuarem os estudos. A pessoa de pouca leitura e reflexão pode ser mais facilmente manipulada pelos meios de comunicação de massa, os quais podem influenciar com uma cultura enlatada as pessoas.

Algumas dificuldades:

- O baixo salário dos professores

- Pressão econômica daqueles pais que necessitam do trabalho das crianças.

- Falta de boas universidades e dificuldades no acesso a estas (principalmente nos países mais populosos e menos desenvolvidos).

- Evasão escolar antes do término do ensino Ensino Fundamental.

- Elevado número de jovens e adultos que não concluíram a escolarização em idade regular.

MISSÃO URBANA - OBSTÁCULOS AO CRESCIMENTO DAS IGREJAS URBANAS

Nós concordamos que a evangelização é um imperativo de Cristo para a sua igreja, contudo, não são poucas às vezes que nos sentimos impotentes, desanimados e vencidos diante de tamanha responsabilidade. De fato, mesmo cônscios de nosso dever, da assistência divina e dos frutos, ainda assim, não deixamos de reconhecer as barreiras que se levantam e nos intimidam ou amedrontam quando pensamos em evangelizar.

Precisamos reconhecer barreiras reais e contrapô-las com os recursos dispostos por Deus ao nosso alcance. Se muitas forem as barreiras, suficiente e superior será o auxílio divino para transpô-las, nos concedendo vitórias e nos fazendo efetivos instrumentos de proclamação das Boas Novas da Salvação em Jesus Cristo.

1. Diabo.

Satanás, com seus anjos maus, procura impedir o crescimento da igreja em qualquer lugar. John T. Mueller exemplifica as artimanhas destes inimigos da igreja de Cristo :

a) continuamente procuram destruí-la por investidas em geral (Mt 16.18);

b) tentam impedir que os ouvintes recebam a Palavra de Deus (Lc 8.12);

c) disseminam doutrina errônea (Mt 13.35; 1 Tm 4. 1s); e

d) incitam perseguições ao reino de Cristo (Ap 12.7 [...] No intuito de arruinar a igreja, o diabo causa transtornos também ao estado político (!Cr 21.1; 1 Rs 22.21-22), e ao estado doméstico (1 Tm 4.1-3; 1 Co 7.5; Jó 1.11-19).

2. A Relativização de absolutos:

Vivemos dias em que os absolutos são descartados. A verdade tornou-se subjetiva e pessoal, cada um tem sua própria verdade. A liberdade individual e a felicidade pessoal são o alvo buscado e a justificativa de qualquer meio para se alcançar este fim. A nossa cultura perdeu a perspectiva de que existe uma lei moral transcendental que se aplica a todos e que rege o próprio equilíbrio das partes. Diz o insensato no seu coração: não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem. (Salmo 14.1)

“O Cristianismo é a única história que faz o nosso mundo ter sentido, que age como guia moral, que nos enche com uma esperança confiante dos nossos futuros individuais e o futuro da nossa raça e o deste mundo”, entretanto, a História Cristã perdeu seu significado para o homem moderno.

Entrementes, a relativização de absolutos, ou seja, você decide o que é verdadeiro segundo suas próprias concepções, tem rodeado e até mesmo invadido a igreja. Muitas das nossas convicções e fundamentos sobre os quais lançávamos princípios de vida estão abalados e sob suspeição. As incertezas sobre o teor da mensagem do Evangelho nos fazem recuar. Será que de fato cremos numa verdade ? Ela poderá mudar derrubar os muros da incredulidade ? Já não nos sentimos tão seguros quanto ao conteúdo de nossa pregação. Como combater a incerteza com incertezas ?

“Devemos ter certeza de que nossa fé é de fato a verdade”. Para tanto, o conhecimento e estudo da Palavra de Deus é a fonte que nos prepara para que possamos estar “sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”. (1 Pedro 3.15b), assim, “...procurai, com diligência, cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição...” (2 Pedro 1:10a).

3. Ausência de credibilidade da Igreja:

Boa parte da população está decepcionada com erros diversos em igrejas como a exploração financeira, escândalos de líderes religiosos, o legalismo de certas igrejas que impõem aos seus adeptos leis humanas muito rígidas, tirando-lhes a alegria de viver.: Outra barreira que enfrentamos na evangelização urbana é o discurso da incoerência. A igreja tem desassociado a pregação do testemunho. A ética cristã tem se tornado extremamente maleável, adequando-se às circunstâncias. Os escândalos estão nos deixam constrangidos – porém, não envergonhados ou arrependidos – a nós já não pertence mais o “corar de vergonha” (Daniel 9.7b)

O evangelho está desacreditado porque perdemos o crédito de nosso comportamento perante a sociedade. É certo que não somos perfeitos e ao olharmos para o passado, veremos manchas na História que até hoje são evocadas e simplesmente nos enchemos de desculpas. Devemos assumir os erros que se registraram nos anais da história, atitudes humanas desprovidas de aprovação divina. Mas, ao mesmo tempo em que devemos assumir nossos erros passados, devemos, também, tomar atitudes no presente para coroar o futuro, viver como luz do mundo e sal da terra, a fim de que os homens vejam nossas boas obras e glorifiquem a Deus (Mateus 5.13-16).

4. A perda da linguagem comum:

A comunicação é uma importante conexão entre as pessoas e para que ela se efetive o transmissor da mensagem deve se fazer entender pelo seu receptor, ou seja, minhas palavras devem estar adequadas à linguagem do ouvinte. Como costumamos dizer: “agora, estamos falando a mesma língua” - referência ao fato de terem se entendido. Isto, porém, tem se perdido nos dias atuais. “Mais e mais pessoas são biblicamente analfabetas” – incluindo o meio evangélico. Devemos ter a sensibilidade para fazer-nos entender na pregação, na proclamação de uma mensagem universal que é “para todos as nações, tribos, povos e línguas” em qualquer tempo ou lugar.

Devemos nos questionar sobre tais barreiras, reconhece-las tão somente não é suficiente, é preciso preparar-se para enfrenta-las, e temos recursos para isto, como afirma o apóstolo Paulo: “porque as armas de nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. (2 Coríntios 10.4,5). Sendo, pois, praticantes da Palavra e não somente ouvintes (Tiago 1.22) o nosso testemunho falará mais alto que nossas palavras e esta é uma linguagem que todos compreendem, vida coerente.

5. Reação de Condenação:

Quando nos sentimos acuados reagimos condenando a todos. A parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18.9-14) ilustra o cuidado que devemos ter em relação a nos julgarmos melhores do que outros. Se do “lado de fora” sentimos o cheirinho de enxofre nos “pecadores” e agradecemos a Deus por não sermos como eles, um perigoso sinal nos alerta contra a vaidade e arrogância espirituais. Não devemos julgar nossos inimigos, antes, amá-los. Se fosse possível tirar uma fotografia da realidade espiritual da alma humana e guardássemos a nossa, antes da conversão, veríamos que somos tal qual aqueles que desprezamos ou condenamos.

É neste tipo de arrogância que criamos uma sub-cultura cristã (mera presunção) que finalmente vai mudar as coisas, pensamos nós. Nos propomos a preencher os espaços políticos, culturais, sociais para subjugar o “ímpio”, mas para isso vale tudo que estiver ao nosso alcance, seja ético ou não, seja lícito ou não, seja honesto ou verdadeiro ou não. Nos tornamos maiores tiranos do que aqueles que foram “demonizados” por nós.

Devemos, como Cristãos, exercer nossa cidadania e contribuir ativa e conscientemente nossos direitos e deveres como cidadãos. Mas, também como Cristãos, devemos ter a percepção de que pertencemos uma “nacionalidade” que nos exige que vivamos segundo suas prerrogativas, como cidadãos do céu e neste exercício de cidadania a palavra amor e misericórdia estão entre os primeiros deveres.

6. Isolamento:

Uma falsa ideia se opõe a uma evangelização ativa: “não pertencemos ao mundo devemos, simplesmente, nos isolar”. Somos a geração dos condomínios fechados, do shopping center, das grades de segurança, do espaço privado distante e protegido do espaço público. Reagimos, então, da mesma maneira, nos isolando em nossas casamatas (abrigos subterrâneos usados principalmente nas guerras) e criamos um novo conceito de “mosteiro social gospel” com uma placa na entrada: “proibida a entrada de estranhos”.

Não devemos amar ao mundo, é certo, disse o apóstolo João, mas, também somos o sal da terra. Imaginemos se podemos temperar um feijão colocando o saleiro em frente à panela. Devemos por o sal no feijão e suas propriedades suscitarão o efeito desejado. Podemos criar espaços com certas peculiaridades, mas não nos escondermos em guetos evangélicos.

7. Separação:

Uma outra barreira sutil e perigosa é a de nos separarmos das pessoas “de lá de fora” e restringir nosso círculo social aos “irmãos”. A senha poderia ser (e às vezes é), “a paz do Senhor” em caso de resposta satisfatória, então é bem vindo ao nosso meio, de outra forma, “as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Coríntios 15.33 – interpretado fora do contexto). Olhemos para aquele que foi acusado de ser amigo de publicanos e pecadores (Lucas 7.34), que tocou em leprosos, que perdoou prostitutas, que se aproximou dos excluídos.

Já tentou conversar com alguém que não te olha nos olhos? Que estranha sensação. Como podemos pregar o evangelho que tem características tão evidentes de amor, misericórdia, perdão, reconciliação, adoção, aceitação? Seria muito difícil uma família adotar uma criança órfã sem permiti-la entrar em sua casa. Nós fomos adotados e recebidos na presença do Pai, que não faz acepção de pessoas (por isso nos aceitou), como poderemos testemunhar disto praticando o oposto da mensagem?

8. Paganismo:

O paganismo está de volta á essa geração pós-moderna. As seitas e religiões espiritualistas ganham novos adeptos e seus conceitos não são questionados se verdadeiros ou sensatos, basta que faça a pessoa se sentir espiritual e se lhe é sensata e moral. Interessante notar aqueles que chamam cristãos de fanáticos e incultos, e no ápice de sua própria arrogância veneram e acreditam em superstições, pirâmides, objetos, fetiches, gnomos e duendes. São, na verdade, pessoas carentes de uma espiritualidade verdadeira e de um amor profundo, coisas que só encontrarão no Evangelho que a nós foi confiada a proclamação.

9. A insegurança urbana:

Como já vimos, a violência tem aumentado nas cidades. Estatísticas revelam que em São Paulo no ano de 2001, os sequestros envolvendo pessoas de qualquer camada social aumentaram 600%. Assaltos nas ruas, arrombamento de residências e tráfico de drogas têm levado as pessoas a se trancarem em suas casas e duvidarem de todos.

Pelo poder da Palavra e do Espírito Santo, as pessoas são convertidas e integradas nas congregações. Porém, muitas vezes terão dificuldades para participarem de programações à noite, por falta de segurança.

10. Ativismo:

O ativismo é outra barreira sutil e perigosa. Nos envolvemos em tantas atividades na igreja e ocupamos de maneira tal nosso tempo, que não nos sobra momentos de sociabilidade (muito importante no evangelismo pessoal). Falta-nos tempo para a família, parentes, vizinhos, etc. Algumas vezes, fazemos disso uma desculpa para “fugir” de determinadas atribuições. Mas, em meio à tantas “atividades inadiáveis”, somos exortados a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça (6.33).

11. Medo de testemunhar:

Este medo pode se manifestar, por causa de algumas destas razões:

a) Temor de ser rejeitado - ao falar de Cristo, você se expõe, define sua posição, mostra em que valores você crê. Obviamente, a possibilidade de rejeição existe, e é muito maior do que a possibilidade de ser respeitado em suas convicções cristãs.

b) Temor de ser um fracasso - às vezes, não temos vergonha de testemunhar abertamente, mas tememos receber um "NÃO", ao tentarmos evangelizar alguém. Ou então, fracassarmos por não comunicarmos com clareza o plano da salvação.

c) Temor de se contaminar com os incrédulos - muitas pessoas, quando se converteram, foram erradamente instruídas a não cultivarem amizades com incrédulos. O desejo de santificação é muito positivo, mas algumas pessoas tem partido para radicalismos e exageros.

O crente ser sal e luz, dentro da comunidade doente (Mt 5:13-16). Devemos ter muito cuidado com o conceito de sermos separados do mundo (Jo. 17:11, 14,15). O crente deve conhecer os problemas do seu tempo, para manter conversas inteligentes. Saiba dialogar sobre outros assuntos, além da Bíblia. Paulo, em Ef. 4:17 diz: "não andeis como andam os gentios". Mesmo andando entre os incrédulos, não devemos viver como eles, mas podemos viver entre eles.

12. Não saber como comunicar o evangelho:

Muitas pessoas nunca prepararam seu testemunho escrito. Outras pessoas, nunca estudaram nenhum plano bíblico para evangelização. Pode ocorrer também a falta de capacidade, de como iniciar uma conversa, que viabilize a pregação do Evangelho.

13. Falta de confiança:

Outra barreira é a falta de confiança. De certa forma, ela tem um aspecto positivo, pois nos ensina a humildade e a dependência de Deus. Outro aspecto, porém, precisa ser retirado de nossos pensamentos. Tal obra não é resultante de mero esforço humano, conseqüentemente, Aquele que nos comissionou, também nos capacitará.

O apóstolo Paulo reconheceu-se fraco diante de tal missão. Escrevendo aos colossenses diz :

Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer. Cl. 4:3,4

Se esta oração partiu dos lábios deste intrépido evangelista, não necessitaríamos também orar de maneira semelhante? Conhecer nossos temores e fraquezas é o ponto de partida para todo crescimento, porque esse conhecimento nos leva a orar por nós mesmos e requer de nós reconhecer, perante os outros, que não somos de maneira alguma adequados para as tarefas para as quais Deus nos chamou.

A oração humilde tem que ser nosso ponto de partida. Deus é compreensivo e gracioso e certamente suprirá nossas limitações, nos dispondo a ajuda necessária para “dissipar nosso medo e nos dar ousadia de coração e palavra”.

Quando vos levarem às sinagogas e perante os governadores e as autoridades, não vos preocupeis quanto ao modo por que respondereis, nem quanto às coisas que tiverdes de falar. Porque o Espírito vos ensinará, naquela mesma hora, as cousas que deveis dizer. (Lucas 12.11,12)

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