MISSÃO URBANA - CARACTERÍSTICAS E
PROBLEMAS DO HOMEM URBANO
Características do Homem Urbano
Características psico-sociais:
Anonimato –
Esta é a primeira característica
descrita por Cox no seu clássico "A cidade secular"37 ao se referir à
face da cidade. Em geral as pessoas se horrorizam diante da impessoalidade e
pela perda da identidade que a cidade traz. Pessoas podem perder toda sua identidade
personalidade no meio da correria diária, e dos intermináveis números.
"Solidão é indubitavelmente um sério problema na cidade"
Alienação –
Neste caso, percebe-se que a pessoa não
passa de um número, e que os encontros normalmente são feitos de forma
esporádica e sem desejo de aproximação. O homem urbano se distancia facilmente
do outro. A falta de intimidade e distanciamento nos grandes centros e grupos.
Você pode morar no mesmo prédio e não conhecer quem mora em frente à sua casa.
Exemplo pastor do Rio de Janeiro que mudou-se par ao interior por medo da
alienação da grande cidade.
Isolamento –
Diante da constante mobilização, as
pessoas são sempre muito diferente mesmo na vizinhança. Muitas estão
constantemente se mudando. Alguém por perto não significa
"proximidade".
Despersonalização –
individuo tratado como número e coisa.
Tente acessar seu banco, sua conta na internet. Você estará sendo sempre
identificado pelo número que tem. A Bíblia diz que mais vale o bom nome do que
as muitas riquezas, mas na cidade, mais vale um bom número.
A atmosfera impessoal dos grandes
centros urbano, produzindo uma terrível solidão. Os lugares de maior solidão no
mundo não são “o deserto Saara e a Amazônia, “ mas sim os grandes centros
urbanos. Pessoas que moram nos grandes complexos de apartamentos não conhecem
seus vizinhos e raramente conversam entre si. Proximidade geográfica, por si
só, não produz comunhão ou relacionamentos fraternos ( Sl 25.16 ).
Características morais e religiosas:
a) Ele tem a tendência a ser um cristão
nominal.
b) Ele é tendente a ter padrões morais
relaxados.
c) Ele tem inclinação à
auto-suficiência.
d) Pos-moderno
Características cívicas e políticas:
a) Ele tem a consciência política mais
acentuada.
b) Ele tem a tendência de ser influenciado
por grupos de pressão.
Problemas do Homem Urbano
Problemas econômicos:
O grande êxodo rural tem inchado as
cidades, provocando o baixo nível econômico de vida. O desemprego tem crescido
e consequentemente as pessoas têm apelado para o emprego informal. A habitação
não tem sido suficiente para todos, ocasionando o surgimento de casebres e
favelas40 . O saneamento básico não tem acompanhado esta expansão rápida e
descontrolada. Epidemias têm surgido com mais facilidades. (Dados da FGV
mostram que 33% da população brasileira é constituida de miseráveis e que para
erradicar a pobreza bastaria apenas a contribuição de R$14,00 por cidadão que
está acima da linha da pobreza).
São Paulo também tem grande quantidade
de favelas e as estimativas mais recentes indicam que há na cidade 2018 favelas
cadastradas, nas quais vivem aproximadamente 1.160.516 habitantes. (Rocinha é a
maior favela do Rio de Janeiro contando com mais de 60.000 habitantes)
A migração da população rural para o
espaço urbano em busca de trabalho, nem sempre bem remunerado, aliada à
histórica dificuldade do poder público em criar políticas habitacionais
adequadas são fatores que têm levado ao crescimento dos domicílios em favelas.
Dados do Ministério das Cidades, apoiados nos números do Censo 2000 do IBGE,
apontam que entre 1991 e 2000, enquanto a taxa de crescimento domiciliar foi de
2,8%, a de domicílios em favelas foi de 4,8% ao ano. Entre 1991 e 1996 houve um
aumento de 16,6% (557 mil) do número de domicílios em favelas; entre 1991 e
2000 o aumento foi de 22,5% (717 mil).
Dentro deste aspecto, vale citar a
influência que Calvino teve na área social em Genebra. Tal influência e
contribuição levou Graham a considerar Calvino como o teólogo de maior
influência para o contexto urbano de sua época, ao defender que "todo
empreendimento humano está marcado com o mal, contudo isto nos impulsiona com o
propósito de fazer o evangelho relevante na cidade de comércio na qual vivemos
e trabalhamos.". Dentre o muito que foi conseguido pela participação
marcante do reformador em Genebra na área sócio-econômica podemos destacar 12
itens :
- Assistência social aos necessitados
sem discriminação de nacionalidade.
- Ajuda e cuidado com a saúde popular
através de um programa de visita médica domiciliar.
- Esforços do governo na capacitação
profissional.
- Combate ao desemprego com oferta de
trabalho pelo governo.
- Ênfase no amparo aos pobres, idosos e
desamparados.
- Luta contra a insolência do luxo em
relação aos pobres.
- Exemplo de simplicidade por parte dos
reformadores-líderes públicos.
- Limitação dos juros nos empréstimos.
- Forte combate à especulação.
- Ataque frontal à escravidão.
- Combate a bebedice e proliferação das
tavernas.
- Grande esforço na educação de todos.
Rev. Sérgio Lira também faz breve
menção sobre a liderança de Calvino na área da educação. Diz ele :
Em Genebra a sua grande marca
educacional ficou indelével através da criação da Academia. Essa escola possuía
dois níveis, o fundamental que era conhecido como escola superior ou pública ,
e o segundo era o inferior ou escola privata equivalente ao nosso terceiro
grau. A Academia de Genebra foi fundada em 1559 e Calvino convidou Teodoro Beza
para ser o seu primeiro reitor. Essa escola veio a tornar-se o seminário do
calvinismo e o modelo para várias outras universidades que foram lideradas por
grandes nomes, ex-alunos da Academia de Genebra. No ano da morte de Calvino a
escola tinha 1.500 alunos matriculados, onde a maioria era de estrangeiros. A
escola de primeiro grau possuía 1.200 alunos, e a universidade 300 estudantes
de teologia, direito e medicina
Problemas Sociais ou violência urbana:
- Crimes contra a vida : homicídio -
assassinato, infanticídio, aborto ,latrocínio (assassinato com objetivo de roubo),
lesão corporal (ataque à integridade física de outra pessoa)
- Crimes contra a honra: injúria
(ofensa verbal, escrita ou encenada), calúnia (falsa atribuição de cometimento
de crime a alguém), difamação (propagação desabonadora contra a boa fama de
alguém).
- Crimes contra o patrimônio: furto
(subtração de coisa alheia), roubo (subtração de coisa alheia mediante
violência), dano (danificação de coisa alheia), extorsão (extorsão mediante
seqüestro
- Crimes contra os costumes: estupro,
corrupção de menores (indução de menor a práticas sexuais), rapto de mulher.
Local Motivo Tempo Mortos
_______________________________________________________________
Peru Guerrilha 7 anos 25.000 cidadãos
_______________________________________________________________
Vietnã Guerra 7 anos 56.000 americanos
_______________________________________________________________
Rio de Janeiro Violência urbana 7 anos
(85-91) 70.000 cidadãos
_______________________________________________________________
Revista Conjuntura Economica - Fundação
G.V. 02/94
Problemas na Família:
A desintegração da família tem
aumentado com os meios de comunicação, incentivando a infidelidade conjugal. Os
filhos pequenos, muitas vezes, ficam sós ou com pessoas que não têm condições
de educá-los, enquanto os pais trabalham fora. Separações de casais têm
crescido e se tornado algo comum.
“A Igreja é chamada a assumir a
sociedade urbana, não por oportunismo religioso, mas por vocação (...) Seu
papel consiste em criar o povo de Deus a partir da cidade”.
Problemas psicológicos:
Estes e outros problemas acarretam a
instabilidade emocional. As pessoas sentem-se inseguras, ficam ansiosas,
aumenta a incidência da depressão.
Problemas espirituais e morais:
Nunca ocorreu com tão grande
intensidade a proliferação de seitas religiosas. Muitas fazem promessas vãs,
mais confundindo do que ajudando. Seitas espiritualistas têm recebido mais
credibilidade. O esoterismo ganha cada vez mais adeptos. Pessoas, sem estruturas
emocional e espiritual, tornam-se facilmente presas do alcoolismo, de drogas
inaláveis e injetáveis e outros vícios desagregadores. A corrupção sexual
aumenta e quadrilhas se organizam a fim de aliciar menores para o “turismo
sexual”. Cidade é cenário de luta espiritual. Milhares de pessoas são vitimas
de religiões falsas, de seitas e grupos espiritualistas, em busca de sentido e
identificação.
Problemas educacionais:
Nem todos têm acesso a boas escolas. E
quando têm, a necessidade de trabalhar fora do lar bem cedo impede de
continuarem os estudos. A pessoa de pouca leitura e reflexão pode ser mais
facilmente manipulada pelos meios de comunicação de massa, os quais podem
influenciar com uma cultura enlatada as pessoas.
Algumas dificuldades:
- O baixo salário dos professores
- Pressão econômica daqueles pais que
necessitam do trabalho das crianças.
- Falta de boas universidades e
dificuldades no acesso a estas (principalmente nos países mais populosos e
menos desenvolvidos).
- Evasão escolar antes do término do
ensino Ensino Fundamental.
- Elevado número de jovens e adultos que não concluíram a escolarização em idade regular.
MISSÃO URBANA - OBSTÁCULOS AO CRESCIMENTO DAS IGREJAS URBANAS
Nós concordamos que a evangelização é
um imperativo de Cristo para a sua igreja, contudo, não são poucas às vezes que
nos sentimos impotentes, desanimados e vencidos diante de tamanha
responsabilidade. De fato, mesmo cônscios de nosso dever, da assistência divina
e dos frutos, ainda assim, não deixamos de reconhecer as barreiras que se
levantam e nos intimidam ou amedrontam quando pensamos em evangelizar.
Precisamos reconhecer barreiras reais e
contrapô-las com os recursos dispostos por Deus ao nosso alcance. Se muitas
forem as barreiras, suficiente e superior será o auxílio divino para
transpô-las, nos concedendo vitórias e nos fazendo efetivos instrumentos de
proclamação das Boas Novas da Salvação em Jesus Cristo.
1. Diabo.
Satanás, com seus anjos maus, procura
impedir o crescimento da igreja em qualquer lugar. John T. Mueller exemplifica
as artimanhas destes inimigos da igreja de Cristo :
a) continuamente procuram destruí-la
por investidas em geral (Mt 16.18);
b) tentam impedir que os ouvintes
recebam a Palavra de Deus (Lc 8.12);
c) disseminam doutrina errônea (Mt
13.35; 1 Tm 4. 1s); e
d) incitam perseguições ao reino de
Cristo (Ap 12.7 [...] No intuito de arruinar a igreja, o diabo causa
transtornos também ao estado político (!Cr 21.1; 1 Rs 22.21-22), e ao estado
doméstico (1 Tm 4.1-3; 1 Co 7.5; Jó 1.11-19).
2. A Relativização de absolutos:
Vivemos dias em que os absolutos são
descartados. A verdade tornou-se subjetiva e pessoal, cada um tem sua própria
verdade. A liberdade individual e a felicidade pessoal são o alvo buscado e a
justificativa de qualquer meio para se alcançar este fim. A nossa cultura
perdeu a perspectiva de que existe uma lei moral transcendental que se aplica a
todos e que rege o próprio equilíbrio das partes. Diz o insensato no seu
coração: não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o
bem. (Salmo 14.1)
“O Cristianismo é a única história que
faz o nosso mundo ter sentido, que age como guia moral, que nos enche com uma
esperança confiante dos nossos futuros individuais e o futuro da nossa raça e o
deste mundo”, entretanto, a História Cristã perdeu seu significado para o homem
moderno.
Entrementes, a relativização de
absolutos, ou seja, você decide o que é verdadeiro segundo suas próprias
concepções, tem rodeado e até mesmo invadido a igreja. Muitas das nossas
convicções e fundamentos sobre os quais lançávamos princípios de vida estão
abalados e sob suspeição. As incertezas sobre o teor da mensagem do Evangelho
nos fazem recuar. Será que de fato cremos numa verdade ? Ela poderá mudar
derrubar os muros da incredulidade ? Já não nos sentimos tão seguros quanto ao
conteúdo de nossa pregação. Como combater a incerteza com incertezas ?
“Devemos ter certeza de que nossa fé é
de fato a verdade”. Para tanto, o conhecimento e estudo da Palavra de Deus é a
fonte que nos prepara para que possamos estar “sempre preparados para responder
a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”. (1 Pedro 3.15b),
assim, “...procurai, com diligência, cada vez maior, confirmar a vossa vocação
e eleição...” (2 Pedro 1:10a).
3. Ausência de credibilidade da Igreja:
Boa parte da população está
decepcionada com erros diversos em igrejas como a exploração financeira,
escândalos de líderes religiosos, o legalismo de certas igrejas que impõem aos
seus adeptos leis humanas muito rígidas, tirando-lhes a alegria de viver.:
Outra barreira que enfrentamos na evangelização urbana é o discurso da
incoerência. A igreja tem desassociado a pregação do testemunho. A ética cristã
tem se tornado extremamente maleável, adequando-se às circunstâncias. Os
escândalos estão nos deixam constrangidos – porém, não envergonhados ou
arrependidos – a nós já não pertence mais o “corar de vergonha” (Daniel 9.7b)
O evangelho está desacreditado porque
perdemos o crédito de nosso comportamento perante a sociedade. É certo que não
somos perfeitos e ao olharmos para o passado, veremos manchas na História que
até hoje são evocadas e simplesmente nos enchemos de desculpas. Devemos assumir
os erros que se registraram nos anais da história, atitudes humanas desprovidas
de aprovação divina. Mas, ao mesmo tempo em que devemos assumir nossos erros
passados, devemos, também, tomar atitudes no presente para coroar o futuro, viver
como luz do mundo e sal da terra, a fim de que os homens vejam nossas boas
obras e glorifiquem a Deus (Mateus 5.13-16).
4. A perda da linguagem comum:
A comunicação é uma importante conexão
entre as pessoas e para que ela se efetive o transmissor da mensagem deve se
fazer entender pelo seu receptor, ou seja, minhas palavras devem estar
adequadas à linguagem do ouvinte. Como costumamos dizer: “agora, estamos
falando a mesma língua” - referência ao fato de terem se entendido. Isto,
porém, tem se perdido nos dias atuais. “Mais e mais pessoas são biblicamente
analfabetas” – incluindo o meio evangélico. Devemos ter a sensibilidade para
fazer-nos entender na pregação, na proclamação de uma mensagem universal que é
“para todos as nações, tribos, povos e línguas” em qualquer tempo ou lugar.
Devemos nos questionar sobre tais
barreiras, reconhece-las tão somente não é suficiente, é preciso preparar-se
para enfrenta-las, e temos recursos para isto, como afirma o apóstolo Paulo:
“porque as armas de nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para
destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante
contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de
Cristo”. (2 Coríntios 10.4,5). Sendo, pois, praticantes da Palavra e não
somente ouvintes (Tiago 1.22) o nosso testemunho falará mais alto que nossas
palavras e esta é uma linguagem que todos compreendem, vida coerente.
5. Reação de Condenação:
Quando nos sentimos acuados reagimos
condenando a todos. A parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18.9-14)
ilustra o cuidado que devemos ter em relação a nos julgarmos melhores do que
outros. Se do “lado de fora” sentimos o cheirinho de enxofre nos “pecadores” e
agradecemos a Deus por não sermos como eles, um perigoso sinal nos alerta
contra a vaidade e arrogância espirituais. Não devemos julgar nossos inimigos,
antes, amá-los. Se fosse possível tirar uma fotografia da realidade espiritual
da alma humana e guardássemos a nossa, antes da conversão, veríamos que somos
tal qual aqueles que desprezamos ou condenamos.
É neste tipo de arrogância que criamos
uma sub-cultura cristã (mera presunção) que finalmente vai mudar as coisas,
pensamos nós. Nos propomos a preencher os espaços políticos, culturais, sociais
para subjugar o “ímpio”, mas para isso vale tudo que estiver ao nosso alcance,
seja ético ou não, seja lícito ou não, seja honesto ou verdadeiro ou não. Nos
tornamos maiores tiranos do que aqueles que foram “demonizados” por nós.
Devemos, como Cristãos, exercer nossa
cidadania e contribuir ativa e conscientemente nossos direitos e deveres como
cidadãos. Mas, também como Cristãos, devemos ter a percepção de que pertencemos
uma “nacionalidade” que nos exige que vivamos segundo suas prerrogativas, como
cidadãos do céu e neste exercício de cidadania a palavra amor e misericórdia
estão entre os primeiros deveres.
6. Isolamento:
Uma falsa ideia se opõe a uma
evangelização ativa: “não pertencemos ao mundo devemos, simplesmente, nos
isolar”. Somos a geração dos condomínios fechados, do shopping center, das
grades de segurança, do espaço privado distante e protegido do espaço público.
Reagimos, então, da mesma maneira, nos isolando em nossas casamatas (abrigos
subterrâneos usados principalmente nas guerras) e criamos um novo conceito de
“mosteiro social gospel” com uma placa na entrada: “proibida a entrada de
estranhos”.
Não devemos amar ao mundo, é certo,
disse o apóstolo João, mas, também somos o sal da terra. Imaginemos se podemos
temperar um feijão colocando o saleiro em frente à panela. Devemos por o sal no
feijão e suas propriedades suscitarão o efeito desejado. Podemos criar espaços
com certas peculiaridades, mas não nos escondermos em guetos evangélicos.
7. Separação:
Uma outra barreira sutil e perigosa é a
de nos separarmos das pessoas “de lá de fora” e restringir nosso círculo social
aos “irmãos”. A senha poderia ser (e às vezes é), “a paz do Senhor” em caso de
resposta satisfatória, então é bem vindo ao nosso meio, de outra forma, “as más
conversações corrompem os bons costumes” (1 Coríntios 15.33 – interpretado fora
do contexto). Olhemos para aquele que foi acusado de ser amigo de publicanos e
pecadores (Lucas 7.34), que tocou em leprosos, que perdoou prostitutas, que se
aproximou dos excluídos.
Já tentou conversar com alguém que não
te olha nos olhos? Que estranha sensação. Como podemos pregar o evangelho que
tem características tão evidentes de amor, misericórdia, perdão, reconciliação,
adoção, aceitação? Seria muito difícil uma família adotar uma criança órfã sem
permiti-la entrar em sua casa. Nós fomos adotados e recebidos na presença do
Pai, que não faz acepção de pessoas (por isso nos aceitou), como poderemos
testemunhar disto praticando o oposto da mensagem?
8. Paganismo:
O paganismo está de volta á essa
geração pós-moderna. As seitas e religiões espiritualistas ganham novos adeptos
e seus conceitos não são questionados se verdadeiros ou sensatos, basta que
faça a pessoa se sentir espiritual e se lhe é sensata e moral. Interessante
notar aqueles que chamam cristãos de fanáticos e incultos, e no ápice de sua
própria arrogância veneram e acreditam em superstições, pirâmides, objetos,
fetiches, gnomos e duendes. São, na verdade, pessoas carentes de uma
espiritualidade verdadeira e de um amor profundo, coisas que só encontrarão no
Evangelho que a nós foi confiada a proclamação.
9. A insegurança urbana:
Como já vimos, a violência tem
aumentado nas cidades. Estatísticas revelam que em São Paulo no ano de 2001, os
sequestros envolvendo pessoas de qualquer camada social aumentaram 600%.
Assaltos nas ruas, arrombamento de residências e tráfico de drogas têm levado
as pessoas a se trancarem em suas casas e duvidarem de todos.
Pelo poder da Palavra e do Espírito
Santo, as pessoas são convertidas e integradas nas congregações. Porém, muitas
vezes terão dificuldades para participarem de programações à noite, por falta
de segurança.
10. Ativismo:
O ativismo é outra barreira sutil e
perigosa. Nos envolvemos em tantas atividades na igreja e ocupamos de maneira
tal nosso tempo, que não nos sobra momentos de sociabilidade (muito importante
no evangelismo pessoal). Falta-nos tempo para a família, parentes, vizinhos,
etc. Algumas vezes, fazemos disso uma desculpa para “fugir” de determinadas
atribuições. Mas, em meio à tantas “atividades inadiáveis”, somos exortados a
buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça (6.33).
11. Medo de testemunhar:
Este medo pode se manifestar, por causa
de algumas destas razões:
a) Temor de ser rejeitado - ao falar de
Cristo, você se expõe, define sua posição, mostra em que valores você crê.
Obviamente, a possibilidade de rejeição existe, e é muito maior do que a
possibilidade de ser respeitado em suas convicções cristãs.
b) Temor de ser um fracasso - às vezes,
não temos vergonha de testemunhar abertamente, mas tememos receber um
"NÃO", ao tentarmos evangelizar alguém. Ou então, fracassarmos por
não comunicarmos com clareza o plano da salvação.
c) Temor de se contaminar com os
incrédulos - muitas pessoas, quando se converteram, foram erradamente instruídas
a não cultivarem amizades com incrédulos. O desejo de santificação é muito
positivo, mas algumas pessoas tem partido para radicalismos e exageros.
O crente ser sal e luz, dentro da
comunidade doente (Mt 5:13-16). Devemos ter muito cuidado com o conceito de
sermos separados do mundo (Jo. 17:11, 14,15). O crente deve conhecer os
problemas do seu tempo, para manter conversas inteligentes. Saiba dialogar
sobre outros assuntos, além da Bíblia. Paulo, em Ef. 4:17 diz: "não andeis
como andam os gentios". Mesmo andando entre os incrédulos, não devemos
viver como eles, mas podemos viver entre eles.
12. Não saber como comunicar o
evangelho:
Muitas pessoas nunca prepararam seu
testemunho escrito. Outras pessoas, nunca estudaram nenhum plano bíblico para
evangelização. Pode ocorrer também a falta de capacidade, de como iniciar uma
conversa, que viabilize a pregação do Evangelho.
13. Falta de confiança:
Outra barreira é a falta de confiança.
De certa forma, ela tem um aspecto positivo, pois nos ensina a humildade e a
dependência de Deus. Outro aspecto, porém, precisa ser retirado de nossos
pensamentos. Tal obra não é resultante de mero esforço humano,
conseqüentemente, Aquele que nos comissionou, também nos capacitará.
O apóstolo Paulo reconheceu-se fraco
diante de tal missão. Escrevendo aos colossenses diz :
Suplicai, ao mesmo tempo, também por
nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de
Cristo, pelo qual também estou algemado; para que eu o manifeste, como devo
fazer. Cl. 4:3,4
Se esta oração partiu dos lábios deste
intrépido evangelista, não necessitaríamos também orar de maneira semelhante?
Conhecer nossos temores e fraquezas é o ponto de partida para todo crescimento,
porque esse conhecimento nos leva a orar por nós mesmos e requer de nós
reconhecer, perante os outros, que não somos de maneira alguma adequados para
as tarefas para as quais Deus nos chamou.
A oração humilde tem que ser nosso
ponto de partida. Deus é compreensivo e gracioso e certamente suprirá nossas
limitações, nos dispondo a ajuda necessária para “dissipar nosso medo e nos dar
ousadia de coração e palavra”.
Quando vos levarem às sinagogas e
perante os governadores e as autoridades, não vos preocupeis quanto ao modo por
que respondereis, nem quanto às coisas que tiverdes de falar. Porque o Espírito
vos ensinará, naquela mesma hora, as cousas que deveis dizer. (Lucas 12.11,12)
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