A HUMANIDADE DE CRISTO - O MINISTÉRIO DE CRISTO
Assim
como Deus revelou um pouco de sua natureza através dos títulos que recebeu,
Jesus também recebe outras denominações na Bíblia:
Emanuel (Mt 1.23)
Filho
De Davi (Lc 20.41)
Filho
De Deus (Jo 1.34)
Filho
Do Homem (Mt 25.31)
Salvador (Mt. 1:18-25);
Príncipe
Da Paz (Is 9:7).
Senhor (At 2.36)
Verbo (Jo 1.1-14);
Servo (Fp 2.7);
Servo
Do Senhor (Is 53);
Cordeiro
De Deus (Jo 1.29);
Sumo-Sacerdote. (Hb 7.26; Hb. 8.6);
Mediador (1 Tm 2.5);
O
Pão da Vida (Jo:6:35; Jo. 6:41; Jo. 6:48; Jo.
6:51);
A
Luz (Jo. 8:12; Jo. 12:46);
A
Porta (Jo. 10:7; Jo. 10:9);
O
Bom Pastor (Jo. 10:11; Jo. 10:14);
A
Ressurreição e a Vida (Jo. 11:25);
O
CAMINHO, A VERDADE E A VIDA (Jo.
14:6);
A
VIDEIRA VERDADEIRA (Jo. 15:1; Jo. 15:5)
REI (Jo. 18:37);
SENHOR (At. 9:5; At. 22:8;
At. 26:15);
SANTO (1 Pe. 1:16);
ALFA
E ÔMEGA (ETERNO) (Ap. 1:8,11,17,18; Ap.
21:6; Ap. 22:13);
RAIZ
E GERAÇÃO DE DAVI
ESTRELA
DA MANHÃ (Ap. 22:16)
Esses
títulos dizem respeito tanto a sua natureza divina quanto humana. Essa é uma
questão tão importante que uma das heresias mais danosas do primeiro século
chamava-se docetismo. Ela afirmava que Jesus não era homem. Essa era uma
questão tão séria que quando João escreveu sua primeira epístola, afirmou que
se tratava de uma doutrina do anticristo (1 Jo 4.2-3).
Entendendo
que Jesus necessariamente era plenamente humano
Para
possibilitar uma obediência representativa. Jesus era nosso representante e
obedeceu em nosso lugar naquilo que Adão falhou e desobedeceu. Existem
paralelos claros entre a tentação de Jesus (Lc 4.1-13) e a prova de Adão e Eva
no jardim (Gn 2.15-3.7). Paulo aborda os paralelos entre a desobediência de
Adão e a obediência de Cristo em Romanos 5.18-19.
Para
ser um sacrifício substitutivo. Se Jesus não fosse homem, não poderia ter
morrido em nosso lugar e pago a penalidade que nos cabia. O autor de Hebreus
diz:
"convinha
que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser
misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer
propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2.16-17; cf. v. 14).
Para
ser o único mediador entre Deus e os homens. Estávamos longes de Deus por causa
do pecado, por isso necessitávamos de alguém que se colocasse entre Deus e nós
e nos levasse de volta a Ele. Esse mediador precisaria nos representa diante de
Deus e representar Deus para nós. Jesus que preencheu esse requisito:
"Porquanto
há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem" (1 Tm 2.5).
Essa
função de mediador reforça o conceito que Jesus tinha de ser plenamente homem e
plenamente Deus.
Para
compadecer-se como sumo sacerdote. O autor de Hebreus lembra que se Jesus não
tivesse existido na condição de homem, não teria sido capaz de conhecer por
experiência o que sofremos em nossas tentações e lutas nesta vida (Hb 2.18; cf.
4.15-16). A imagem do sumo-sacerdote é uma figura clara de mediador no Antigo
Testamento.
Para
ser nosso exemplo e padrão na vida. João mostra isso em 1 Jo 2.6 e 1 Jo 3.2-3.
Paulo nos diz que somos "transformados [...] na sua própria imagem"
(2 Co 3.18), e que devemos ser "conformes à imagem de seu Filho" (Rm
8.29). Pedro afirma que Cristo nos dá o exemplo contínuo (1 Pe 2.21).
Para
ser o padrão de nosso corpo redimido. Jesus ressuscitou num novo corpo "na
incorrupção [...] em glória [...] em poder [...] corpo espiritual" (1 Co
15.42-44). Esse novo corpo ressurreto de Jesus aponta como será nosso corpo
quando formos ressuscitados dos mortos, porque Cristo é "as
primícias" (1 Co 15.23).
Jesus
será um homem para sempre
Cristo
não abandonou a natureza terrena após sua morte e ressurreição. Ele apareceu
aos discípulos como homem após a ressurreição, preservando as cicatrizes dos
cravos nas mãos (Jo 20.25-27). O NT afirma que ele possuía carne e ossos (Lc
24.39) e comia (Lc 24.41-42).
O
JESUS-HOMEM
Estabelecido
o entendimento de sua humanidade, vamos aprofundar a questão do Jesus
"homem". Existem mais de 200 profecias sobre o Messias no Antigo
Testamento, durante seus anos de vida na terra, Jesus cumpriu muitas delas.
Existem várias que ainda cumprirá na segunda vinda, especialmente as que dizem
respeito ao Messias governando o mundo,
O
nome Jesus significa "Jeová é salvação", sendo a forma grega de
"Josué" (Mt 1.21). O termo Cristo foi incorporado quando houve o
reconhecimento de que ele era o "Ungido", pois é a forma grega do
termo hebraico MESSIAS (At 17.3).
A
HUMANIDADE DE CRISTO
O
nascimento virginal é uma questão dogmática, que não pode ser
"provado" a não ser pelo testemunho das Escrituras. O Novo Testamento
afirma claramente que Jesus foi concebido no ventre de sua mãe, Maria, por obra
miraculosa do Espírito Santo e sem um pai humano. José apenas o criou como pai.
As
genealogias mostram sua linhagem humana. Mateus apresenta 41 nomes (até Abraão)
da linhagem materna, enquanto Lucas aponta 77 (até Adão) da linhagem paterna.
Características
da humanidade
a.
Jesus possuía um corpo humano.
O
fato de que Jesus possuía um corpo humano exatamente como o nosso. Ele nasceu
assim como nascem todos os bebês humanos (Lc 2.7). Ele viveu assim como crescem
todas as outras crianças judias de sua época (Lc 2.40).
b.
Jesus possuía uma mente humana.
O
fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 2.52) significa que ele passou por
um processo de aprendizado assim como acontece com todas as outras crianças;
ele aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever, e a ser obediente a seus
pais (veja Hb 5.8).
c.
Jesus possuía alma/espírito humano emoções humanas
Existem
várias indicações de que Jesus possuía alma humana (ou espírito). Logo antes de
sua crucificação disse que sua alma estava angustiada (Jo 12.27). João também
escreve que Jesus "angustiou-se em espírito" (Jo 13.21).
Sentia
emoções (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34), mais especificamente tristeza e
angústia (Mt 26:37) alegria (Jo 15:11; 17:13; Hb 12:2) indignação (Mc 3:5;
10:14) ira (Mt 21: 12,13) Se comove e chora (Jo 11:33,35,38) As pessoas
próximas de Jesus consideravam-no apenas humano.
Provavelmente
por isso foi rejeitado na sua própria cidade de Nazaré, onde o povo que o
conhecia havia muitos anos não o recebeu (Mt 13.53-58)
O
título "Filho do Homem"
Esse
é um termo que causa amplo debate. Primeiramente deve-se entender que o termo
não era utilizado em seus dias como é hoje. Chegando ao Novo Testamento,
"filho do homem" é usado quase exclusivamente para falar sobre Jesus.
O
próprio Cristo utilizou esta expressão para se identificar (Mt 8:6; 9:20;
11.18, entre outros). O título aparece mais de 80 vezes nos evangelhos e também
em Atos dos Apóstolos 7,56, em Hebreus 2,6 e em Apocalipse 1,13 e 14,14
Fazendo
isso, enfatiza sua própria humanidade, que se fez carne e habitou entre homens
(Jo
1:14). Mas esta descrição jamais é usada para sugerir que Jesus era mero homem.
Para
os judeus, o termo fora usado profeticamente Daniel e Ezequiel.
Em
João 6:62 ele diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para
o lugar onde primeiro estava?" Estevão disse que viu "o Filho do
Homem, em pé à destra de Deus" (Ato 7:56). Ou seja, ele usava esse título
como uma maneira de enfatizar que era humano, mas não o separava de Deus.
O
Ministério de Cristo
Na
teologia, uma grande ênfase é dada aos chamados "ofícios de Cristo".
Como veio como Messias dos judeus e para os judeus, os três cargos mais
importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo Testamento
eram: o profeta, o sacerdote e o rei.
Esses
três ofícios eram distintos.
O
profeta falava as palavras de Deus ao povo;
o
sacerdote oferecia sacrifícios, orações e louvores a Deus em favor do povo;
e
o rei governava o povo como representante de Deus.
1
- CRISTO COMO PROFETA
O
AT previa a atuação de Jesus como um profeta (Dt 18.15) e é identificado no NT
como tal (At 3.22-24). O próprio Jesus afirmou ser um profeta (Mt 13.57; Mc
6.4; Lc 4.24 e 13.33; Jo 4.44) e entregava aos homens a mensagem de Deus assim
como faziam os profetas (Jo 8.26; 12.49-50; 15.15; 17.8)
A
atuação de Cristo como profeta -
Jesus
proclamou a mensagem de Deus pela pregação e pelo ensino (Mt 4.17; 7.29).
Para
isso Jesus usava as sinagogas (Mc 1.21) ou ambientes ao ar livre quando não
tinha um espaço fechado disponível (Mc 4.1).
Sua
pregação era repleta de ilustrações (Mt 24.40-41; Lc 15.4,8) e cheia de
perguntas (Mt 22). Diferente da dos escribas e fariseus, sua pregação possuía
autoridade (Mc 1.22);
A
autenticação de Cristo como profeta -
A
confirmação das profecias de Cristo mostra que de fato ele falava palavras
verdadeiras que vinham de Deus, como ao prever que seria traído por alguém
próximo (Mt 26.21), que seria entregue à morte pelos líderes dos judeus (Mt
16.21) e que morreria crucificado e ressuscitaria no terceiro dia (Mt 20.19).
2
- CRISTO COMO SACERDOTE
Jesus
foi sacerdote da ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 6.20 cf. Sl 110.4). Isso
não quer dizer que Melquisedeque era Jesus (Hb 7.3), mas que o sacerdócio de
Jesus é superior ao sacerdócio levítico (Hb 7.4-19)
A
atuação de um sacerdote -
No
Antigo Testamento, os sacerdotes eram designados por Deus
"santificar" as pessoas, ou tornavam-nas aceitáveis à presença de
Deus, se bem que de forma limitada durante o período do Antigo Testamento. No
Novo Testamento, Jesus tornou-se nosso grande sumo sacerdote. Esse tema é bem
desenvolvido na carta aos Hebreus, na qual vemos que Jesus atua como sacerdote
de duas maneiras.
1. Jesus
ofereceu um sacrifício perfeito pelo pecado.
Não
foi o sangue de animais como touros ou bodes: (Hb 10.4). Em vez disso, Jesus
ofereceu a si mesmo como sacrifício perfeito: (Hb 9.26).
2. Jesus
nos aproxima continuamente de Deus.
Os
sacerdotes do Antigo Testamento além de fazer sacrifícios, compareciam de modo
representativo na presença de Deus, de tempos em tempos, em favor do povo. Como
nosso perfeito sumo sacerdote, ele continuamente nos conduz à presença de Deus,
de forma que não temos mais a necessidade de um templo nem de um sacerdócio
especial em Jerusalém. Por isso nas orações o fazemos "em nome de
Jesus".
3. Como
sacerdote, Jesus ora continuamente por nós.
Outra
função dos sacerdotes era orar a favor das pessoas. O autor de Hebreus nos diz
que Jesus também cumpre essa função de intercessor (Hb 7.25). Paulo afirma a
mesma coisa quando diz que Cristo Jesus é aquele que intercede por nós (Rm
8.34).
3
- CRISTO COMO REI
A
profecia - Isaías profetizou o nascimento de uma criança que se estabeleceria
no trono de Davi e reinaria sobre ele (Is 9.7);
O
anúncio - Gabriel anunciou a Maria o que
Isaías tinha profetizado (Lc 1.32-33);
A
aclamação - Jesus foi aclamado pelo povo como
rei (Jo 12.13-15);A declaração - Jesus declarou ser rei (Mt 27.11). 47
No
Antigo Testamento o rei tinha autoridade para governar a nação de Israel. No
Novo Testamento, Jesus nasceu para ser o Rei dos judeus (Mt 2.2), mas recusou o
poder militar e político terreno (Jo 6.15). Ele disse a Pilatos :
"O
meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus
ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus;
mas agora o meu reino não é daqui" (Jo 18.36).
No
céu ele é chamado de "Rei dos reis e Senhor dos Senhores" (Ap 17:4 e
19.16) Esse ofício se revelará em sua totalidade na segunda vinda e reino
milenar.
CRISTOLOGIA
- JESUS: PROFETA, SACERDOTE E REI
OS
OFÍCIOS DE CRISTO
Na
época do Antigo Testamento havia três classes de mediadores entre Deus e seu
povo: o profeta, o sacerdote, e o rei. Como perfeito Mediador (1 Tim. 2:5),
Cristo reúne em si mesmo os três ofícios. Jesus é o Cristo-Profeta que ilumina
as nações; o Cristo-Sacerdote que se ofereceu como sacrifício pelas nações; o
Cristo-Rei que reinará sobre as nações.
1.
Profeta.
O
profeta do Antigo Testamento era o representante ou agente de Deus na terra,
que revelava sua vontade com relação ao presente e ao futuro.
O
testemunho dos profetas dizia que o Messias seria um profeta para iluminar
Israel e as nações (Isa. 42:1; vide Rom. 15:8). Os Evangelhos também apresentam
Jesus da mesma forma, como profeta. (Mar. 6:15; João 4:19; 6:14; 9:17; Mar.
6:4; 1:27)
(a)
Como profeta Jesus pregou a salvação.
Os
profetas de Israel exerciam seu ministério mais importante em tempos de crises,
quando os governadores e demais estadistas e sacerdotes estavam confusos e
impotentes para atuar. Era essa a hora em que o profeta entrava em ação e, com
autoridade divina, mostrava o caminho para sair das dificuldades, dizendo:
"Este é o caminho, andai nele." O Senhor Jesus apareceu em um tempo
quando a nação judaica se encontrava em um estado de inquietação causado pelo
anelo de libertação nacional.
A
pregação de Cristo obrigou a nação a escolher, quanto à espécie de libertação —
ou guerra com Roma ou paz com Deus.
Eles
escolheram mal e sofreram a desastrosa conseqüência, a destruição nacional.
(Luc. 19:41-44; vide Mat. 26:52) Tal qual seus desobedientes e rebeldes
antepassados que certa vez tentaram em vão forçar seu caminho para Canaã (Num.
14:40- 45), assim também os judeus, em 68 A. D., tentaram pela força conquistar
sua libertação de Roma. Sua rebelião foi apagada com sangue; Jerusalém e o
Templo foram destruídos, e o judeu errante começou sua dolorosa viagem através
dos séculos.
O
Senhor Jesus mostrou o caminho de escape do poder e da culpa do pecado, não
somente à nação, mas também ao indivíduo. Aqueles que vieram com a pergunta :
Que farei para ser salvo?, receberam instruções precisas, e essas sempre
incluíam uma ordem de segui-lo.
Ele
não somente mostrou, mas também abriu o caminho da salvação por sua morte na
cruz.
(b)
Como profeta Jesus anunciou o reino.
Todos
os profetas falaram de um tempo quando toda a humanidade estaria sob o domínio
da lei de Deus — uma condição descrita como "o reino de Deus". Esse
era um dos temas principais da pregação de nosso Senhor: "Arrependei-vos,
porque é chegado o reino dos céus (ou de Deus)" (Mat. 4:17). E ele ampliou
esse tema descrevendo a natureza do reino, o estado e a qualidade de seus
membros, as condições de ingresso nele, a sua história espiritual apos a sua
ascensão (Mat. 13), e a maneira de seu estabelecimento na terra.
(c)
Como profeta Jesus predisse o futuro.
A
profecia baseia-se no princípio de que a história não prossegue
descontroladamente, porém é controlada por Deus, que conhece o fim desde o
princípio.
Ele
revelou o curso da história a seus profetas, capacitando-os, dessa maneira, a
predizerem o futuro. Como Profeta, Cristo previu o triunfo de sua causa e de
seu reino mediante as mudanças da história humana. (Mat. cap. 24 e 25)
O
Cristo glorificado continua o seu ministério profético por meio de seu corpo, a
igreja, à qual prometeu inspiração (João 14:26; 16:13), e concedeu o dom de
profecia (1 Cor. 12:10). Isso não significa que os cristãos devam acrescentar
algo às Escrituras, que são urna revelação "de uma vez para sempre"
(Jud. 3); mas, pela inspiração do Espírito, trarão mensagens de edificação,
exortação e consolação (1 Cor. 14:3), baseadas na Palavra.
2.
Sacerdote.
Sacerdote,
no sentido bíblico, é uma pessoa divinamente consagrada para representar o
homem diante de Deus e para oferecer sacrifícios que assegurarão o favor
divino. "Porque todo o sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e
sacrifícios; pelo qual era necessário que este também tivesse alguma coisa que
oferecer" (Heb. 8:3).
No
Calvário, Cristo, o Sacerdote, ofereceu-se a si mesmo em sacrifício, para
assegurar o perdão do homem e sua aceitação diante de Deus. Sua vida anterior a
este acontecimento foi uma preparação para sua obra sacerdotal.
O
Filho Eterno participou de nossa natureza (Heb. 2:14-16) e de nossas
experiências, porque de outra maneira não podia representar o homem diante de
Deus nem oferecer sacrifícios. Não podia socorrer a humanidade tentada sem
saber por experiência o que era a tentação. Um sacerdote, portanto, devia ser
de natureza humana. Um anjo, por exemplo, não podia ser sacerdote dos homens.
Vide o capítulo 16 de Levítico e os capítulos 8 a 10 de Hebreus.
O
sumo sacerdote de Israel era consagrado para representar o homem diante de Deus
e para oferecer sacrifícios que assegurariam o perdão e a aceitação de Israel.
Uma vez por ano, o sumo sacerdote fazia expiação por Israel; em um sentido
típico, ele era o salvador deles, aquele que aparecia ante a presença de Deus
para obter o perdão.
As
vitimas dos sacrifícios daquele dia eram imoladas no pátio exterior; da mesma
maneira Cristo foi crucificado aqui na terra.
Depois
o sangue era levado ao lugar santíssimo e aspergido na presença de Deus; da
mesma maneira. Jesus ascendeu ao céu "para apresentar-se em nosso lugar na
presença de Deus".
A
aceitação por Deus, de seu sangue, nos dá a certeza da aceitação de todos os
que confiam no seu sacrifício.
Apesar
de Cristo haver oferecido um sacrifício perfeito uma vez por todas, sua obra
sacerdotal ainda continua. Ele vive sempre para aplicar os méritos e o poder de
sua obra expiatória perante Deus, a favor dos pecadores.
O
mesmo que morreu pelos homens agora vive para eles, para salvá-los e para interceder
por eles. E quando oramos: "Em nome de Jesus", estamos pleiteando a
obra expiatória de Cristo como a base da nossa aceitação, porque somente por
ela temos a certeza de sermos "aceitos no Amado" (Efés. 1:6}
3.
Rei.
PROFETIZADO (II
Samuel 7.12 – 16)
-
"Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei
levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o
seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre
o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a
transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de
homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul,
a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados
para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre."
CUMPRIDO (Lucas
1.30–33)
-
"Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás
e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e
será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu
pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá
fim.".
ESTABELECIDO -
Daniel 2.44; Apocalipse 11.15; 12.10; 19.16; 20. 1-4; Salmos 2. 4-9
O
Cristo-Sacerdote é também o Cristo-Rei. O plano de Deus para o Governante
perfeito foi o de que ambos os ofícios fossem investidos na mesma pessoa. Por
isso, Melquisedeque, por ser tanto rei de Salém como sacerdote do Deus
Altíssimo, veio a ser um tipo do Rei perfeito de Deus, o Messias (Gên.
14:18,19; Heb. 7:1-3).
Houve
um período na história do povo hebreu quando esse ideal quase se realizou. Mais
ou menos um século e meio antes do nascimento de Cristo, o pais foi governado
por uma sucessão de sumo-sacerdotes que também eram governantes civis; o
governante do pais era tanto sacerdote como rei. Também, durante a Idade Média,
o Papa reivindicou e tentou exercer um poder, tanto espiritual como temporal
sobre a Europa. Ele pretendia governar como representante de Cristo, segundo
afirmava, tanto sobre a igreja como sobre as nações.
O
Dr. H. B. Swete, escreveu: "As duas experiências, a judaica e a cristã,
fracassaram; e até onde se pode julgar por esses exemplos, nem os interesses
temporais nem os espirituais dos homens serão promovidos quando confiados ao
mesmo representante. A dupla tarefa é grande demais para ser desempenhada por
um só homem."
Mas
os escritores inspirados falaram da vinda de Um que era digno de exercer o
duplo cargo. Esse era o Messias esperado, um Governante e Sacerdote segundo a
ordem de Melquisedeque (Sal. 110:1-4), e um "sacerdote no seu trono"
(Zac. 6:13). Tal é o Cristo glorificado. (Vide Sal. 110:1 e Heb. 10:13)
De
acordo com as profecias do Antigo Testamento, o Messias seria um grande Rei da
casa de Davi que governaria Israel e as nações, por meio do seu reino áureo de
justiça, paz e prosperidade (Isa. 11:1-9; Salmo 72).
Jesus
afirmou ser ele esse Rei. Na presença de Pilatos ele testificou que nasceu para
ser Rei; explicou que o seu reino não era deste mundo, isto é, não seria um
reino fundado por força humana, nem seria governado de acordo com os ideais
humanos (João 18:36). Antes de sua morte, Jesus predisse sua vinda com poder e
majestade para julgar as nações (Mat. 25:31). Mesmo pendurado na cruz ele
parecia Rei e como Rei falava, de modo que o ladrão moribundo percebeu esse
fato e exclamou: "Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu
reino" (Luc. 23:42). Compreendeu que a morte introduziria Jesus no seu
reino celestial.
Depois
de sua ressurreição, Jesus declarou: "é-me dado todo o poder no céu e na
terra" (Mat. 28:18).
Depois
de sua ascensão foi coroado e entronizado com o Pai. (Apoc. 3:21; vide Efés.
1:20-22.)
Isso
significa que, diante de Deus, Jesus é Rei; ele não é somente Cabeça da Igreja,
mas também Senhor de todo o mundo e Mestre dos homens. A terra é dele e tudo o
que nela há. Somente dele são o poder e a glória desses resplandecentes reinos
que Satanás, o tentador, há muito tempo, mostrou-lhe do cume da montanha.
Ele
é Cristo o Rei, Senhor do mundo, Possuidor de suas riquezas, e Mestre dos
homens.
Do
ponto de vista divino, tudo isso é fato consumado; mas nem todos os homens
reconhecem o governo de Cristo. Apesar de Cristo ter sido ungido Rei de Israel
(Atos 2:30), "os seus" (João 1:11) recusaram-lhe a soberania (João
19:15) e as nações seguem seu próprio caminho sem tomarem conhecimento de seu
governo. Essa situação foi prevista e predita por Cristo na parábola das minas
(Luc. 19:12-25).
Naqueles
dias, quando um governante nacional herdava um reino, o costume determinava que
ele primeiramente fosse a Roma a fim de recebê-lo do imperador. Depois disto
estava livre para regressar e assumir o governo. Assim Cristo compara a si
mesmo a um certo nobre que foi a um pais longínquo a receber para si um reino e
depois regressou. Jesus veio do céu à terra, ganhou exaltação e soberania por
sua morte expiatória pelos homens, e depois ascendeu ao trono do Pai para
receber a coroa e o seu governo. "Mas os seus concidadãos aborreciam-se,
mandaram após ele embaixadores, dizendo: não queremos que este reine sobre
nos."
Israel,
igualmente, rejeitou a Jesus como Rei. Sabendo que estaria ausente por algum
tempo, o nobre da parábola confiou a seus servos certas tarefas; da mesma
maneira, Cristo, prevendo que haveria de transcorrer um período de tempo entre
seu primeiro e segundo adventos, repartiu a seus servos a tarefa de proclamar o
seu reino e ganhar membros para ele, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Finalmente, o nobre, tendo recebido o reino, regressou à sua
terra, recompensou a seus servos, afirmou a sua soberania e puniu os inimigos.
Da mesma forma, Cristo regressará ao mundo e recompensará a seus servos,
afirmará a sua soberania sobre o mundo e punirá os ímpios.
Esse
é o tema central do livro de Apocalipse. (Apoc. 11:15; 12:10;19:16) Nessa ocasião,
sentar-se-á ele sobre o trono de Davi, e ali continuará o Reino do Filho de
Davi, um período de mil anos quando a terra toda desfrutará de um reino áureo
de paz e abundância.
Toda esfera de atividade humana estará sob o domínio de Cristo; a impiedade será suprimida com vara de ferro; Satanás será preso, e a terra ficará cheia do conhecimento e da gloria de Deus, "como as águas cobrem o mar".
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