A RESPONSABILIDADE DO MISSIONÁRIO
Já falamos sobre as responsabilidades da Igreja que envia, falaremos agora, da responsabilidade do missionário que vai. Pois o mesmo vai representando a Igreja, e suas ações refletem o nome dela. Por esse motivo, ele não pode fazer o que quer ou o que pensa, tem o nome a zelar, pois toda Igreja pode ser atingida pela boa ou má fama do tal missionário.
A igreja jamais pode enviar ao campo o obreiro com experiência de rebeldia. O homem de Deus deve ser pacífico e pacificador, respeitando a Igreja que o enviou, bem como as existentes na cidade ou país para onde o mesmo foi enviado. Fazemos o que diz a Palavra de Deus: "Não dando nós escândalos, em coisa alguma, para que o nosso Ministério não seja censurado" (2 Co. 6. 3). Ele deve ter a consciência que seus atos podem exaltar ou denegrir a Igreja de Cristo, daí a necessidade de se preparar o obreiro, antes de seu envio ao campo
Quando
Vem a Perseguição
"Tenho vos dito isso, para que em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mais tendes bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16. 33).
Entre muitas coisas, com as quais o missionário tem que se preocupar, não deve esquecer-se, do alerta que faz o Senhor Jesus. Aflições e perseguições, sempre surgem no campo de baralha.
A perseguição é uma das armas que satanás usa na tentativa de impedir a proclamação da Palavra de Deus. O próprio Jesus disse, que somos perseguidos, porque não somos deste mundo (João 15. 18). Paulo enfrentou perseguições em suas viagens missionárias, mesmo assim, ele fundou Igrejas na Ásia Menor e Europa, ora, se ele enfrentou tal situação, nós, na atualidade, também enfrentaremos. Precisamos aprender com ele, se você deseja ir ao campo missionário, tenha convicção, prepare-se e vá, mas vá consciente das lutas e perseguições que virão, não só por parte do diabo, mas também por outros, até daqueles que se dizem cristãos. Sobre os falsos irmãos, Paulo falou :
"Em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos" (2 Co. 11. 26).
Certamente, tendo consciência dessas provações que virão, o missionário conseguirá amar mesmo não sendo amado, conseguirá perdoar como Cristo perdoou, mas lembre-se, você não esta só, o próprio Jesus disse :
"... e eis que estou convosco até a consumação dos séculos" (Mt. 28. 20),
Deus se responsabiliza por aquele que Ele envia, por isso o apóstolo Paulo podia dizer :
"Mas em todas essas coisas, somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Romanos 8. 37).
O medo das lutas e provações no campo da missão, tem apagado a chama no coração de muita gente, mas os que permanecerem firmes e cumprirem o Ide de Cristo, terá grandes recompensas, vejamos :
"Os que semeiam em lagrimas, segaram com alegria. Aquele que leva a preciosa semente andando e chorando, voltará, sem duvida, com alegria, trazendo consigo os seu molhos" (Sl. 126. 5-6).
A Bíblia diz que pela fé, Abraão sendo chamado obedeceu (Hb. 11. 8), os que obedecem o chamado de Deus, estão debaixo dos cuidados dEle. Deus chama, capacita, envia, e cuida. As lutas e perseguições, são, muitas vezes, "instrumentos" que Deus usa para levar seus servos para o lugar da benção. As provações que o povo de Deus passou no Egito, fez com que os mesmos clamassem por livramento, e Deus os livrou e os colocou numa terra que mana leite e mel. Se Deus não permitisse aquela perseguição contra os primeiros discípulos em Jerusalém, a Igreja estaria limitada, só em Jerusalém até hoje, mas vindo as perseguições, saíram e foram por todas as partes do mundo, anunciando a Palavra de Deus. Entretanto, não devemos olhar só para as lutas, mas também para a recompensa. (Hb. 11. 26).
Nunca
diga não para missão
Quando Deus nos chama, ele nos capacita para sua obra, entretanto Ele jamais aceitará um não como resposta. A palavra nos ensina que Jonas foi designado para uma missão, Entretanto, disse não para Deus, não disse verbalmente, mas sua atitude falou por ele.
Vejamos que Tarso ficava no sentido oposto de Nínive, assim Jonas toma rumo contrário a sua missão. A pergunta que paira ao ar é : "Porque Jonas disse não ?"
Faltaram a Jonas três qualidades fundamentais que o missionário precisa ter.
Obediência - se Jonas tivesse obedecido, não questionaria a Deus, simplesmente obedeceria. Vejamos o caso de outro missionário, Abraão (Gn. 12. 1), sem se quer saber para onde iria, obedeceu a voz de Deus, o chamado missionário.
Coragem - Segundo a tradição, os Ninivitas, tempos atrás, teriam invadido as terras dos judeus, saqueado seus bens e matado seus homens e nesta lista de perdas estavam os irmãos de Jonas. Não foi apenas um sentimento egocêntrico, mas sim o medo, e a falta de coragem o fizeram dizer não.
Amor - Este é sem dúvida, o sentimento que deve palpitar no coração do missionário. Se Jonas tivesse amor por aquelas vidas, sem sombra de dúvida, ele teria rompido todas e quaisquer barreiras, á sua frente, e teria dito sim para sua missão.
Nós, missionários da última hora, precisamos nos encher do amor de Deus, para amarmos também nossos semelhantes, sem esquecer de que estamos diante de um Deus que nos chamou para sua obra, nos capacitou com seu Espírito Santo e já nos designou o campo de trabalho, portanto, jamais aceitará um não como resposta.
Evangelismo Pessoal
Maneiras
de levar as almas à decisão
Este é o ponto decisivo e que requer do crente um cuidado especial. Não é suficiente apenas falar, mas insistir na aceitação de Cristo. O ganhador de almas deve proceder da seguinte forma :
-
Escolher com quem deseja falar
- Para
isto é indispensável a direção do Espírito Santo.
- Decidir
a maneira de falar
- Se em
particular (At. 18. 26),
- ou
publicamente (At. 20. 20),
- se com
cortesia (2 Tm. 2. 24-25),
- ou com exortação (At. 2. 40).
Falar
sempre
- Com
vida de oração (Ef. 6. 18-20).
- Sem
pressa demasiada (Pv. 29. 20 / Is. 28. 16).
- De maneira que a pessoa possa entender (Mt. 13. 19 / 1 Co. 2. 14).
Mostrar
que
- O homem
é pecador (Rm. 3. 23 / Is. 64. 6).
- Pelo
pecado o homem está condenado (João 3. 18 / Rm. 6. 23).
- Deus
enviou Jesus para salvar o pecador (João 3. 16-17).
- As boas
obras não podem salvar (Gl. 2. 16 / Rm. 3. 20).
- Só
Jesus pode salvar (João 5. 24 / Mt. 1. 21).
- A vida eterna está em Jesus (1 João 5. 11-20).
- Falar com convicção, que o homem que crer é perdoado - (Is. 43. 25 / Sl. 10. 3 -12 / 1 Tm. 1. 15).
- Incutir a certeza da salvação - (At. 10. 43 / João 5. 24 / João 10. 28 - 30).
Finalmente,
com muita sabedoria de Deus,
- convidar a pessoa a aceitar Jesus como salvador,
e ao
mesmo tempo:
- Ficar
orando em espírito.
- Esperar
que a semente germine (Tg. 5. 7).
- Vigiar (Mt. 13.19).
Caso a pessoa aceite Jesus, orar com ela apresentando-a ao Senhor - Às vezes, as circunstâncias ou o local podem não permitir uma oração em voz audível. Nesse caso deve-se orar em voz baixa ou em espírito, pois o valor é o mesmo.
Caso a pessoa não aceite Jesus, proceder de tal modo que a porta fique aberta - É sempre bom verificar se a causa de a pessoa não aceitar Jesus não foi falha nossa. Contudo, não se deixar abater, mas prosseguir na importante tarefa, pois pode ser que a semente germine noutra ocasião (Ec. 11. 1- 6).
Nota :
Evangelismo Pessoal - Manual de evangelismo – Pr. Valdir Biscego
INTRODUÇÃO A MISSIOLOGIA I NOÇÕES ESPECÍFICAS
O Que é Antropologia?
Segundo o dicionário de Antropologia: “É o corpo de disciplinas que se consagram ao estudo dos grupos humanos sob o prisma dos tipos físicos e biológicos e sob o prisma das formas de civilização sem escrita atualmente existentes... É a ciência do homem tomado na totalidade das suas manifestações e das suas dimensões”.
O Que é Povo?
É a unidade cultural tradicional, ou grupo de indivíduos, delimitado principalmente pela língua.
O Que é Nação?
É um agrupamento de seres em geral fixos no mesmo território, ligados pela origem, tradições e lembranças, costume, cultura, interesses e aspirações.
No programa de Estratégias Missionárias, devemos ressaltar a importância em Fazer Discípulos. Fazer discípulos implica em ensinar, repassar experiências e conhecimentos até que o discípulo capte naturalmente os ensinamentos bíblicos, e, por conseguinte, não venha levianamente desviar-se do Caminho. Não basta pregar uma só vez, e ir para outro lugar, sem sequer conhecer o fruto da semeadura, é verdade que pode existir casos especiais de salvação, isto é com o Senhor. O nosso dever é PREGAR, mas o Senhor é que salva. Entretanto isso não nos isenta de fazer a nossa parte. Lc 14.23; 1.1-4.
Fazer Discípulos - quer dizer também multiplicar os bons resultados na evangelização (Aqui cabe um capítulo à parte). Jesus sempre se preocupou em fazer discípulos. O apóstolo Paulo ao despedir-se da Igreja de Éfeso, ele disse- “Como nada que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas” (Atos 20.20).
Nota Importante
Não podemos fazer bons discípulos, se nós mesmos ainda não fomos bem discipulados, é necessário aprender primeiro e corretamente, a fim de não mistificar a mensagem do Evangelho. O Evangelho não pode ser responsabilizado pelas imprudências humanas. (1 Tm 3.6; Rm 12.7; 1 Tm 5.17 e At 13.1).
Cuidados Especiais
Na pregação do Evangelho, o pregador terá que ter a qualificação adequada de acordo com o seu auditório, tanto a nível individual como coletivo. Exemplos :
a. Faixa
Etária
b.
Auditório Comum;
c.
Auditório Misto (diferentes classes de nacionalidades);
d.
Educação (nível de Escolaridade);
e.
Nacional (mesma língua);
f. Internacional (outras culturas e línguas).
O estudo das Estratégias Missionárias, implica também em descobrir os dons dos membros da Igreja para multiplicidade de trabalho existente no crescimento da Igreja (Lc 2.52; 1 Co 7.7; 1 Co 12.4; 1 Co 4.1; Ef 4.8; Tg 1.17)
Conforme a preliminar acima do nosso estudo, não há métodos fixos para a evangelização, contudo as particularidades de cada povo nos levam a diferentes estratégias. Entretanto é necessário que os missionários conheçam antecipadamente os seus Povos Alvos, no sentido de não trabalharem aleatoriamente.
Alguns Exemplos
a. O Senhor Jesus humanizou-se para se identificar com o homem - usou muita linguagem compreensível com o Homem, e na sua Estratégia usou os seguintes exemplos : Água, Pescadores, Lei com os Doutores, Agricultura, etc. O apóstolo Paulo se fez de Judeu para ganhá-los (1 Co 9.19-22 );
b. O Método do Tempo (Ec 3.1-17, Rm 3.11: At 17.26 e Lc 12.42)”.
c. O Método do Planejamento - Deus foi criando o Mundo, Etapa por Etapa. Ele tem poder para fazer tudo de uma só vez e desta forma podia ter feito o Mundo num só dia (Gn 1.3 -31; Gn 2.1-25).
d. Deus planeja destruir a humanidade - Noé é escolhido para executar o projeto: Gn 6.13-22; Gn 7.1-16. Podemos verificar a maneira inteligente que Deus escolheu para transmitir a Noé toda orientação para construção da ARCA, nos seus mínimos detalhes e segurança para a sobrevivência de toda a espécie e de sua própria família.
Neste caso específico há uma grande Estratégia, que Noé levou muitos anos para completá-la. Isto nos leva a compreender que não estamos aptos e nem devemos falar tudo de uma só vez. Infelizmente há muitos pregadores que não se comportam com este cuidado, e descarregam tudo no ouvinte, e este por sua vez, não aproveita nada do que ouviu (Jo 16.12).
A Palavra deve ser sempre temperada. (Mt 13.52)
Na construção da Arca, cabe um estudo específico (Gn 6.14-22).
a.
Construção - Material Qualificado;
b.
Compartimentos - Divisões Internas;
c.
Medidas Precisas- Comprimento - Largura e Altura;
d.
Medidas das Janelas;
e.
Andares Baixo, segundo e terceiro;
f. Pronta, deverá ser betumada por dentro e por fora.
O cuidado especial que NOÉ teve em fazer a Arca, selecionar os animais segundo as suas espécies - macho e fêmea - e o suprimento alimentar.
NOÉ era homem normal - mas na orientação de Deus, foi uma benção.
Como deve ser a Retaguarda Missionária (Rm. 10.14,15), na aplicação das Estratégias Missionárias?
a. Oração - Os primeiros passos para que o Senhor indique os candidatos;
b. Bom testemunho, experiência no trabalho e que sejam vocacionados;
c. Contribuição financeira sistemática da Igreja e voluntários;
d. Assistência com material adequado ao exercício Missionário tanto a nível nacional como também exterior;
e. No
caso internacional, é de bom alvitre, que se visite o Missionário pelo menos
uma vez a cada dois anos, e na medida do possível, que se mantenha com ele
correspondência (que haja departamento para isso).

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