MISSIOLOGIA IV

 MISSÕES TRANSCULTURAIS

Missões Transculturais.

Missões transculturais; trata-se de um movimento cristão, que atualmente é de alcance mundial.

O lema principal das missões transculturais é este: A missão primária das Igrejas é proclamar o evangelho de Cristo e implantar novas congregações no mundo inteiro.

Perspectiva Cultural.

O que é cultura? O primeiro passo num estudo de cultura, é dominar a sua própria cultura. Todo o mundo tem uma cultura. Ninguém consegue se elevar acima de sua própria cultura ou de outras culturas de modo a ter uma perspectiva verdadeiramente supracultural. Por esta razão o estudo da cultura é uma tarefa difícil.

A primeira coisa que um visitante recém chegado irá perceber é o "comportamento do povo", suas crenças, valores e educação. Deus deu ao homem um mandamento cultural, que impôs certo domínio, sobre o seu ambiente. Quando criou o homem e o seu ambiente, Deus declarou que tudo era "muito bom" (Gêneses 1. 26 -31). O mandamento evangélico (Mateus 28. 18 - 20) requer dos missionários que ensinem aos outros homens a observarem tudo o que Cristo ordenou.

Ao ensinarem sobre Cristo, os missionários afetam a cultura, pois todas as culturas necessitam de transformação. Portanto, como Calvino já havia insistido, os crentes devem trabalhar para tornar cristã a cultura (isto é, colocá-la debaixo de Cristo).

Dentro do conceito da vida não-cristã, os costumes e práticas servem como tendências idólatras e afastam a pessoa de Deus. Quando o missionário chega com o evangelho, a vida cristã recolhe esses costumes e práticas e lhes da um conteúdo inteiramente diferente. Ainda que na forma exterior haja muito que lembre práticas do passado, na verdade, tudo se fez novo. Na essência, o antigo já passou e o novo chegou.

Cristo toma em suas mãos a vida de um povo, renova e reconstrói o que estava distorcido e deteriorado. Ele mexe em cada detalhe, cada palavra, e cada prática, com um novo sentido, lhes dá uma nova direção.

Para muitos, erroneamente, "cultura" refere-se ao comportamento dos ricos e da elite, porém para os nossos propósitos, definiremos cultura como o sistema integrado de padrões de comportamento aprendidos, idéias e maneiras de se relacionar com o mundo. O missionário deve aprender a conviver essas diferenças transculturais, não apenas na forma pelo qual os povos comem, vestem-se, falam e agem, e nos seus valores e crenças, mas também nas presunções fundamentais que fazem sobre o seu mundo, para tentar ganhá-los para Cristo.

O apóstolo Paulo nos deu o maior exemplo transcultural, quando disse : "Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns" (ICo. 9.22). Paulo se fazia romano, para ganhar os romanos, se fazia grego, para ganhar os gregos, e assim sucessivamente.

Perspectiva Bíblica.

O cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas, sua mensagem, porém, é universal.

No dia do triunfo de Cristo e da Igreja, cada povo ou etnia, se apresentará louvando a Deus, na sua própria língua (Ap. 5. 9) "E cantavam um novo cântico dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus, homens de toda tribo, e língua, e povo e nação".

O respeito pelas outras culturas.

Não é preciso destruir a cultura de um povo, para levá-los a fé cristã, por que o cristianismo é transcultural.

Os missionários devem respeitar as culturas de um povo. Barnabé sabia que a tradição judaica era mais uma forma de manter a identidade nacional, e que isto em nada implicaria na salvação dos novos crentes, portanto, não seria necessário observar o ritual da Lei de Moisés. "Pelo que jugo, que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrevo-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado, e do sangue" (Atos 15. 19-20).

Convêm lembrar que a importação de inovações para as nossas Igrejas pode desrespeitar a nossa herança espiritual. Muitas coisas não servem para a nossa cultura, pois já temos a nossa identidade cultural, como igualmente, essa pode não servir para outras etnias pelas mesmas razões. O missionário enviado para outro país, precisa ser integrado a cultura daquele povo, e compete a Igreja do missionário, fazer com que ele conheça as instruções necessárias sobre os problemas transculturais, respeitando a cultura, a civilização de cada país. O missionário precisa ser instruído a ir cautelosamente, e zelosamente, aplicando a doutrina bíblica.

O respeito às autoridades de cada país é essencial. Um missionário clandestino está exposto a sofrer vergonha e envergonhar o nome da Igreja que o envia.

Um missionário é clandestino de duas maneiras:

- Imigrando por conta própria, desordenadamente e sem respaldo de uma Igreja e de um ministério.

- Sendo enviado por uma Igreja, mas sem a devida documentação imigratória e sem as instruções transculturais.

Portanto, a Igreja de origem do missionário precisa ficar atenta para não se comprometer vergonhosamente, e prejudicar o missionário enviado.

O Exemplo do Apóstolo Paulo.

O apóstolo Paulo era um judeu rico e culto, que sacrificou as tradições de seus antepassados, deixando tudo para a salvação do maior número possível de almas (Filipenses 3. 5-8), pois considerava a salvação dos homens mais importante do que sua identificação cultural como judeu.

Todos os meios lícitos são válidos para conquistar os pecadores para o Reino de Deus. Paulo conhecia o mundo e sua geração, e soube conquistá-lo para Jesus.

Nestes últimos dias, vemos o Espírito Santo como grande estrategista de missões, despertando e mobilizando a sua Igreja para evangelizar todos os povos não alcançados. Podemos ver até mesmo pastores e líderes que não se importam muito por missões transculturais, ampliando sua visão, no sentido de cumprir, em caráter de urgência, a grande comissão dada por Jesus. Muitos desses pastores e líderes, a exemplo dos discípulos, só tinham uma visão de missões nacionais.

Mas graças a Deus, que pelo seu Espírito está mobilizando todo o mundo cristão, para abraçar todos os povos não alcançados ainda pelo evangelho.

O Desafio da Obra Missionária Atual.

"Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia, pois, a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (João 9. 4).

Pessoas dispostas a cumprir, o ide de Jesus.

A evangelização mundial é uma tarefa urgente. Trata-se de um trabalho de prazo limitado, que requer ação rápida, iminente e preciosa, temos que encher o mundo com a Palavra da Fé, antes da "meia noite". Este é um trabalho que não pode ser adiado, sob qualquer pretexto.

Evangelização é o mais importante e requer urgência, mais que qualquer outra missão da Igreja. Cada servo de Deus deve compenetrar-se de sua própria responsabilidade. Hoje, pense no que você pode fazer, no que você pode realizar para contribuir com a obra missionária.

O desafio da obra missionária é urgente, por que as portas estão se fechando. Cada dia mais os obstáculos estão surgindo, tentando impedir a divulgação do evangelho, vejamos o que disse Jesus: "E por aumentar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" (Mt. 24. 12). Enquanto o pecado aumenta, o amor de muitos vai esfriando, o desinteresse em fazer a obra de Deus tem ganhado espaço no meio do povo de Deus, a exemplo disso, estão os "cultos ao ar livre" que estão desaparecendo, cultos que outrora foram instrumentos de Deus, para que muitas almas se convertessem ao Senhor Jesus Cristo; vejamos ainda a freqüência dos cristãos nas congregações, nos cultos de ensino, de oração, etc.

Um dos desafios da Igreja Atual para não parar de evangelizar, é não deixar o amor de Deus esfriar. Glorificamos a Deus, porque Jesus disse que o amor de muitos esfriaria, mas Ele não disse de todos, isso é sinal que haverá um grupo de cristãos que permanecerá com a chama do amor de Deus acesa em seus corações. Leiamos Efésios 5.14 -17. "Qual é a vontade do Senhor?" é a pergunta, a resposta está em II Pedro 3. 9. O Senhor não quer que ninguém se perca, mas que todos venham se arrepender

Paulo pediu oração a várias Igrejas para que as portas se mantivessem abertas. A Igreja do Senhor necessita possuir visão espiritual para desenvolver um arrojado programa evangelístico, enquanto é possível.

Muitas vezes nos deparamos com cristãos, criticando as TJs (testemunhas de Jeová), mas eles não desistem, estão sempre de portão em portão, vendendo suas literaturas e pregando aquilo que aprenderam, é bem verdade que ensinam a Palavra de Deus distorcida, entretanto, nunca desistem. Temos também, os Mórmons, que gastam seus sapatos, andando de um lado para o outro, pregando aquilo que entenderam ser o evangelho de Cristo. De alguma forma, estão obedecendo algum "IDE", e nós, qual "IDE" estamos obedecendo? Jesus disse: "Se estes se calarem, até as pedras clamarão" (Lc. 19. 40). Quem são estes? São os que vêem as obras de Deus, seus milagres, tem o conhecimento da verdade, provaram as delicias da salvação, mas nada fazem para que outros se juntem a esse banquete de bênçãos, estão de braços cruzados e vendo o tempo passar, então se esses abençoados (nós), se calarem, as pedras (aqueles que criticamos), irão clamar.

Uma jumenta "missionária" por um dia - A frase parece assustadora, mas quando lemos o texto de Números 22. 28-33 não é tão assustadora assim, porque um dia, na história bíblica, Deus já usou uma jumenta para salvar uma vida, a do profeta mercenário Balaão.

Mas é lamentável que nos nossos dias alguém de pouco entendimento, quer fazer disso uma pregação, dando ênfase ao fato de que Deus "usa" até mesmo uma jumenta, mas isso não é honroso para nós, pois Deus tem seus vasos escolhidos para falar sua Palavra, e somos nós, pois já somos salvos, pescadores de homens (Mc. 1.17). Deus já usou de vários meios para realizar sua obra, num momento de urgência Deus usou:

Uma jumenta para livrar Balaão da morte (Nu. 22. 28).

Uma menina para salvar um grande general (IIRs. 5.2-3).

Um grande peixe, para transportar o missionário fujão (Jn. 1. 17).

Um tronco de uma árvore, para adoçar as águas (Ex. 15. 25).

Usou o sal para purificar o manancial das águas (IIRs. 2. 19-22).

Deus usa aquilo que estiver a mão, quando e como Ele quer. Hoje, porém, não é honroso pregar que Deus usa uma jumenta, mas que possamos dizer como disse Isaías o profeta: "Eis me aqui, envia-me a mim" (Is. 6. 8).

Pessoas dispostas a orar pela obra Missionária.

"Rogai ao Senhor da seara, que mande obreiros para sua seara" (Lc. 10. 2).

"Rogai", nessa palavra está explícita a necessidade de oração, a obra da evangelização é urgente e nos obriga a orar. Temos de ir aos pés do Senhor, a fim de clamar por obreiros de valor.

Ninguém pode destruir, a obra construída com jejum, lágrimas e oração. Na oração sentimos qual a vontade de Deus para este mundo. Deixar de lado o compromisso da oração, é abandonar um tesouro incomparável que Deus tem posto a nossa disposição.

Devemos orar para recebermos a capacitação de Deus necessária a fim de sairmos para o campo missionário, e sem essa preparação prévia, ou seja, aqueles que saem de qualquer maneira, correram um o risco de fracassarem em sua missão.

Foi a oração que sustentou os obreiros da Igreja primitiva, ela deu força, coragem e direção a eles. "E tendo eles orado, moveu-se o lugar onde eles estavam reunidos e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus" (Atos 4. 31).

A Igreja orou e Pedro foi liberto milagrosamente da prisão (Atos 12. 5-12). Somente através da oração, os obreiros são sustentados na "luta" ministerial e missionário. O apóstolo Paulo conhecia o poder da oração quando disse à Igreja de Colossos: "Perseverai em oração... orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da Palavra, a fim de falarmos do ministério de Cristo, pelo que estou também preso" (Colossenses 4. 2-3).

Pessoas dispostas a contribuir para obra Missionária.

"Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiram com todos, segundo cada um tinha necessidade" (Atos 2. 45).

Muitos cristãos primitivos venderam as suas propriedades e entregaram o valor correspondente aos apóstolos, em beneficio da obra missionária. Como prova disso lemos a passagem bíblica que registra: "Então José, cognominado pelos apóstolos, Barnabé (que traduzido, é filhos da consolação), levita, natural de Cripre, possuidor de uma herdade, vendeu-a e trouxe o preço e depositou aos pés dos apóstolos" (Atos 4. 36-37).

Oswald Smith, um dos maiores enviadores de missionário do século XX, conhecido por muitos como "Sr. Missões", disse a célebre frase: "A Igreja que não faz missões, breve deixará de ser evangélica". Atualmente, sua Igreja em Toronto, no Canadá, sustenta quase mil missionários em todo mundo, com um orçamento milionário de mais de dois milhões de dólares anuais. O trabalho agora, é liderado pelo seu filho, que o sucedeu, após sua partida para estar com o Senhor das missões.

Não existe outro motivo para a Igreja ainda existir na terra, que não seja missões. É responsabilidade da Igreja local, o ensino e o sustento do missionário no campo.

Foi o próprio Deus, quem estabeleceu que o crente contribuísse, para que o seu povo tenha os recursos suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra do Senhor.

O Pastor Deiró de Andrade (Pr. de uma Igreja missionária, no Estado de São Paulo), ao apresentar à Igreja as conquistas do campo missionário, tais como: terrenos, prédios e o próprio envio de obreiros para missão, sempre faz a seguinte pergunta: "Os irmão sabem como foi que conseguimos isso?" E em alto e bom som, toda Igreja responde: "Com os nossos dízimos e ofertas".

Entretanto, se você não pode ir, pode contribuir para que o Reino do Mestre Jesus cresça e se fortaleça na face da terra, e para que outros possam ir em seu lugar.


O DESAFIO DA OBRA MISSIONÁRIA ATUAL


"Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia, pois, a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (João 9. 4).

Motivos Da Obra Missionária

A obra missionária significa o privilégio de levar, da parte de Cristo, a mensagem de reconciliação com Deus aos povos que vivem além das nossas fronteiras. Jesus entregou esta incumbência à sua Igreja confiando que ela prontamente atenderia a sua orientação.

O Perigo Iminente Em Que Vivem Os Povos Sem Salvação

Pode-se bem dizer que a expressão bíblica “Livra os que estão destinados à morte” (Pv 24.11), descreve de modo expressivo o significado da obra missionária. Os homens no mundo estão debaixo do juízo de Deus por causa dos seus pecados (Rm 3.9,19; Gl 3.10). Eles estão a caminho da condenação eterna. Jesus porém, pela sua morte na cruz, abriu a porta do perdão, para toda a humanidade (Tt 2.11,12). Por isso, para os que aceitarem aquilo que Jesus fez por eles, não há mais nenhuma condenação (Rm 8.1; Jo 5.24). É portanto indispensável que todos os povos venham a conhecer a possibilidade que têm de alcançar por meio de Jesus, o perdão dos seus pecados.

A Mensagem De Reconciliação

O livro de Ester registra a história do decreto elaborado pelo primeiro ministro Hamã, o inimigo dos judeus, determinando que todos os judeus que viviam nas cento e vinte e sete províncias do reino dos Medos e dos Persas, fossem mortos num mesmo dia, isto é, no dia treze do duodécimo mês daquele ano. Pela intervenção abnegada e corajosa da rainha Ester, o mau Hamã foi desmascarado e castigado diante do imperador Assuero, que consentiu que se elaborasse um novo decreto segundo o qual os judeus teriam o direito de se defenderem. O dia previsto no primeiro decreto para a matança dos judeus estava se aproximando, e eles ainda nada sabiam sobre o novo decreto. Por isso foram tomadas providências para que, em tempo, uma cópia desta nova decisão fosse enviada para todos os judeus, espalhados pelo reino. A história bíblica relata que os correios, sobre ginetes das cavalariças do apressuradamente, saíram impelidos pela palavra do rei (Et 8.14). Assim esta notícia alvissareira chegou a tempo, e “para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra” (Et 8.16), em lugar de tristeza e mortandade.

Deus quer agora, pelo seu Espírito, despertar a sua Igreja para que ela, sem demora, “enquanto é dia” (Jo 9.4) envie-lhes a mensagem da paz e do perdão. A cidade de Nínive estava condenada à destruição, mas o profeta Jonas chegou a tempo com a Palavra do perdão de Deus, e a cidade foi salva (Jn 3). E nós. Qual será a nossa atitude?

Deus Nos Considera Como Seus Despenseiros

A Bíblia diz que somos “despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4.10), e “despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Co 4.1). Ele deu à sua Igreja a incumbência de ministrar aquilo que Deus, pelo evangelho, oferece aos Povos. Se alguém é nomeado tutor de bens de outro, não pode beneficiar-se a si mesmo, mas tem obrigação moral de cuidar que os tutelados venham a receber a sua parte integral. Deus espera que os seus despenseiros sejam fiéis (1Co 4.2), irrepreensíveis (Tt 1.7), e bons (1Pe 4.10).

Este segundo motivo apela seriamente para a nossa consciência, obrigando-nos a avaliar como estamos cumprindo a nossa responsabilidade. Vez por outra Deus diz aos seus despenseiros: “Dá contas da tua mordomia” (Lc 16.2). Diante da nossa responsabilidade pelos povos, Deus nos pergunta hoje: Onde está o teu irmão? (Gn 4.9). Ele faz esta pergunta porque tem posto sobre nós esta responsabilidade. Caro estudante! Tens tu sentido a chamada e a responsabilidade de cooperar nesta obra? Onde está o teu irmão? Já fizeste tudo por ele?

A Grande Responsabilidade Dada Aos Crentes

A grande responsabilidade que pesa sobre os crentes conscientes da situação dos perdidos é deveres reais.

O fato que está registrado em At 16.6 ocorreu por ocasião da segunda viagem missionária de Paulo.

Depois de ter fundado várias Igrejas e visitado outras, Paulo regressou à Jerusalém onde foi tratar de assuntos referentes à obra do Senhor. Pretendendo partir para uma segunda viagem missionária, era seu propósito visitar as Igrejas já fundadas e levar palavras de estímulo e confiança aos crentes.

Mas o plano de Deus era bem outro, e por essa razão os planos de Paulo foram modificados. Paulo, nessa viagem, foi despertado por uma visão na qual ele viu um homem da Macedônia clamando: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9). Este homem representava as multidões que viviam na Europa, inteiramente dominadas pelo mais cruel paganismo. Quando Paulo o viu, concluiu que Deus o havia chamado para anunciar àqueles povos a palavra (At 16.10). Por isto ele logo providenciou transporte para lá. A atitude de Paulo é mais um belo exemplo para todos nós. Ele viu o resultado da obediência ao plano divino.

O Motivo Que Paulo Apresentou Aos Romanos

Paulo desejava ir a Roma porque, disse ele, “Sou devedor”. E acrescentou: “Estou pronto para também vos anunciar o evangelho” (Rm 1.14,15). Nós, que tivemos a nossa dívida cancelada diante de Deus, somos como Paulo, devedores. Devemos aos outros o evangelho que de graça recebemos, isto é, temos responsabilidade pelos que não são salvos. Façamos, pois, tudo para saldar a nossa dívida diante da humanidade, porque a Bíblia diz: A ninguém devais coisa nenhuma, a não ser o amor (Rm 13.8). Com amor poderemos também dizer como Paulo: “Estou pronto” para anunciar o evangelho.

O Maravilhoso Resultado Do Trabalho Missionário

Em Atos lemos como nos rastros da Igreja missionária levantaram-se muitas Igrejas. Na Ásia Menor lemos a respeito das Igrejas em Éfeso, Colossos, Filadélfia, Esmirna, Sardes, etc. Na Europa lemos sobre Tessalônica, Filipos, Corinto etc. Mas temos exemplos muito mais próximos de nós. No Brasil o trabalho foi iniciado pela obra missionária. E o trabalho missionário, realizado pelas Igrejas brasileiras, tem o prazer de ver como várias Igrejas poderosas foram levantadas.

Métodos Do Trabalho Missionário À Luz Do Novo Testamento

Os motivos da obra missionária apresentados, devem impulsionar-nos à ação missionária e não somente fazer-nos parar em palavras e reuniões. Porque uma ação missionária somente se torna vitoriosa se for feita na trilha dos métodos apontados nas Escrituras.

Meditemos Sobre Os Três “Canais Principais” Da Ação Missionária:

a) O envio de missionários ao campo;

b) A intercessão com cooperação eficiente;

c) A contribuição para o suporte material da obra.

O Envio De Missionários Ao Campo

Paulo escreveu: E como pregarão se não forem enviados? (Rm 10.15). A Bíblia mostra diferentes formas de se ir ao campo :

a) De forma permanente, enviado pela Igreja, conforme a direção do Espírito Santo (At 13.1-4). Esta forma é indispensável e insubstituível.

b) De forma ocasional. Filipe foi enviado pelo Senhor em uma missão específica, para ajudar o ministro da Etiópia a achar o caminho da salvação (At 8.26-40). Ele obedeceu, e o resultado foi maravilhoso.

c) De forma especial. Em Atos revela que famílias, para ajudarem no trabalho missionário, mudaram-se para o campo junto com os missionários trabalhando na sua profissão secular. Exemplo: Áquila e Priscila (At 18.1-3; 26-28; Rm 16.3,5 etc).

Pessoas dispostas a cumprir, o ide de Jesus.

A evangelização mundial é uma tarefa urgente. Trata-se de um trabalho de prazo limitado, que requer ação rápida, iminente e preciosa, temos que encher o mundo com a Palavra da Fé, antes da "meia noite". Este é um trabalho que não pode ser adiado, sob qualquer pretexto.

Evangelização é o mais importante e requer urgência, mais que qualquer outra missão da Igreja. Cada servo de Deus deve compenetrar-se de sua própria responsabilidade. Hoje, pense no que você pode fazer, no que você pode realizar para contribuir com a obra missionária.

O desafio da obra missionária é urgente, por que as portas estão se fechando. Cada dia mais os obstáculos estão surgindo, tentando impedir a divulgação do evangelho, vejamos o que disse Jesus: "E por aumentar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" (Mt. 24. 12). Enquanto o pecado aumenta, o amor de muitos vai esfriando, o desinteresse em fazer a obra de Deus tem ganhado espaço no meio do povo de Deus, a exemplo disso, estão os "cultos ao ar livre" que estão desaparecendo, cultos que outrora foram instrumentos de Deus, para que muitas almas se convertessem ao Senhor Jesus Cristo, vejamos ainda a freqüência dos cristãos nas congregações, nos cultos de ensino, de oração, etc.

Um dos desafios da Igreja Atual para não parar de evangelizar, é não deixar o amor de Deus esfriar. Glorificamos a Deus, porque Jesus disse que o amor de muitos esfriaria, mas Ele não disse de todos, isso é sinal que haverá um grupo de cristãos que permanecerá com a chama do amor de Deus acesa em seus corações. Leiamos Efésios 5.14 -17. "Qual é a vontade do Senhor?" é a pergunta, a resposta está em II Pedro 3. 9. O Senhor não quer que ninguém se perca, mas que todos venham se arrepender.

Paulo pediu oração a várias Igrejas para que as portas se mantivessem abertas. A Igreja do Senhor necessita possuir visão espiritual para desenvolver um arrojado programa evangelístico, enquanto é possível.

Muitas vezes nos deparamos com cristãos, criticando as TJs (testemunhas de Jeová), mas eles não desistem, estão sempre de portão em portão, vendendo suas literaturas e pregando aquilo que aprenderam, é bem verdade que ensinam a Palavra de Deus distorcida, entretanto, nunca desistem. Temos também, os Mórmons, que gastam seus sapatos, andando de um lado para o outro, pregando aquilo que entenderam ser o evangelho de Cristo. De alguma forma, estão obedecendo algum "IDE", e nós, qual "IDE" estamos obedecendo? Jesus disse: "Se estes se calarem, até as pedras clamarão" (Lc. 19. 40). Quem são estes? São os que vêem as obras de Deus, seus milagres, tem o conhecimento da verdade, provaram as delicias da salvação, mas nada fazem para que outros se juntem a esse banquete de bênçãos, estão de braços cruzados e vendo o tempo passar, então se esses abençoados (nós), se calarem, as pedras (aqueles que criticamos), irão clamar.

Uma jumenta "missionária" por um dia - A frase parece assustadora, mas quando lemos o texto de Números 22. 28-33 não é tão assustadora assim, porque um dia, na história bíblica, Deus já usou uma jumenta para salvar uma vida, a do profeta mercenário Balaão.

Mas é lamentável que nos nossos dias alguém de pouco entendimento, quer fazer disso uma pregação, dando ênfase ao fato de que Deus "usa" até mesmo uma jumenta, mas isso não é honroso para nós, pois Deus tem seus vasos escolhidos para falar sua Palavra, e somos nós, pois já somos salvos, pescadores de homens (Mc. 1.17). Deus já usou de vários meios para realizar sua obra, num momento de urgência Deus usou:

- Uma jumenta para livrar Balaão da morte (Nu. 22. 28).

- Uma menina para salvar um grande general (IIRs. 5.2-3).

- Um grande peixe, para transportar o missionário fujão (Jn. 1. 17).

- Um tronco de uma árvore, para adoçar as águas (Ex. 15. 25).

- Usou o sal para purificar o manancial das águas (IIRs. 2. 19-22).

Deus usa aquilo que estiver a mão, quando e como Ele quer. Hoje, porém, não é honroso pregar que Deus usa uma jumenta, mas que possamos dizer como disse Isaías o profeta: "Eis me aqui, envia-me a mim" (Is. 6. 8).

A Intercessão

Embora Paulo orasse muito no seu trabalho (2 Tm 1.3, 1Ts 3.10; Fp 1.4; ele pedia a todas as Igrejas que orassem por ele (Rm 15.30,31; Ef 6.18-20, Fp 1.9). Oração em favor da obra missionária é como o apoio da artilharia à infantaria.

Pessoas dispostas a orar pela obra Missionária.

"Rogai ao Senhor da seara, que mande obreiros para sua seara" (Lc. 10. 2).

"Rogai", nessa palavra está explícita a necessidade de oração, a obra da evangelização é urgente e nos obriga a orar. Temos de ir aos pés do Senhor, a fim de clamar por obreiros de valor.

Ninguém pode destruir, a obra construída com jejum, lágrimas e oração. Na oração sentimos qual a vontade de Deus para este mundo. Deixar de lado o compromisso da oração, é abandonar um tesouro incomparável que Deus tem posto a nossa disposição.

Devemos orar para recebermos a capacitação de Deus necessária a fim de sairmos para o campo missionário, e sem essa preparação prévia, ou seja, aqueles que saem de qualquer maneira, correram um o risco de fracassarem em sua missão.

Foi a oração que sustentou os obreiros da Igreja primitiva, ela deu força, coragem e direção a eles. "E tendo eles orado, moveu-se o lugar onde eles estavam reunidos e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus" (Atos 4. 31).

A Igreja orou e Pedro foi liberto milagrosamente da prisão (Atos 12. 5-12). Somente através da oração, os obreiros são sustentados na "luta" ministerial e missionário. O apóstolo Paulo conhecia o poder da oração quando disse à Igreja de Colossos: "Perseverai em oração... orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da Palavra, a fim de falarmos do ministério de Cristo, pelo que estou também preso" (Colossenses 4. 2-3).

A Contribuição

O fator econômico é um meio importante de suporte material da obra missionária, pois os missionários nada tomam dos gentios (2 Jo v.7). A contribuição supre as necessidades do missionário (Fp 4.16-18), como também do trabalho (2 Co 9.12-15). O contribuinte é recompensado (Fp 4.18).

Fiquemos certos de que todo aquele que participar da Obra Missionária, seja qual a forma de contribuição, será participante das bênçãos celestiais, pois nada passa desapercebido aos olhos do Senhor, e é Ele quem tem a recompensa para dar a cada um.

Pessoas dispostas a contribuir para obra Missionária.                                                                                                

"Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiram com todos, segundo cada um tinha necessidade" (Atos 2. 45).

Muitos cristãos primitivos venderam as suas propriedades e entregaram o valor correspondente aos apóstolos, em beneficio da obra missionária. Como prova disso lemos a passagem bíblica que registra: "Então José, cognominado pelos apóstolos, Barnabé (que traduzido, é filhos da consolação), levita, natural de Cripre, possuidor de uma herdade, vendeu-a e trouxe o preço e depositou aos pés dos apóstolos" (Atos 4. 36-37).

Oswald Smith, um dos maiores enviadores de missionário do século XX, conhecido por muitos como "Sr. Missões", disse a célebre frase: "A Igreja que não faz missões, breve deixará de ser evangélica". Atualmente, sua Igreja em Toronto, no Canadá, sustenta quase mil missionários em todo mundo, com um orçamento milionário de mais de dois milhões de dólares anuais. O trabalho agora, é liderado pelo seu filho, que o sucedeu, após sua partida para estar com o Senhor das missões.

Não existe outro motivo para a Igreja ainda existir na terra, que não seja missões. É responsabilidade da Igreja local, o ensino e o sustento do missionário no campo.

Foi o próprio Deus, quem estabeleceu que o crente contribuísse, para que o seu povo tenha os recursos suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra do Senhor.

O Pastor Deiró de Andrade (Pr. de uma Igreja missionária, no Estado de São Paulo), ao apresentar à Igreja as conquistas do campo missionário, tais como: terrenos, prédios e o próprio envio de obreiros para missão, sempre faz a seguinte pergunta : "Os irmão sabem como foi que conseguimos isso?" E em alto e bom som, toda Igreja responde: "Com os nossos dízimos e ofertas".

Entretanto, se você não pode ir, pode contribuir para que o Reino do Mestre Jesus cresça e se fortaleça na face da terra, e para que outros possam ir em seu lugar

COMO IMPLANTAR UMA IGREJA


História das Missões na Igreja Brasileira do Século XX

Por muito tempo, o Brasil foi apenas um campo missionário de organizações estrangeiras. As igrejas brasileiras demoraram a despertar para a sua responsabilidade missionária junto a outras culturas e povos. Algumas razões para isso são as seguintes:

A maioria dos missionários estrangeiros não ensinou aos membros das igrejas brasileiras o imperativo da Grande Comissão. As missões transculturais eram vistas – a continuam sendo para muitos – como um trabalho para estrangeiros, pessoas com mais dinheiro ou líderes de missões em outros países. A ideia de “destino” ou de que Deus vai dar uma solução para os povos que não conhecem o evangelho, tem levado as igrejas brasileiras a se acomodarem quanto ao trabalho missionário no próprio Brasil e no restante do mundo. Muitos acham que não se deve “sacrificar” os obreiros brasileiros, enviando-o a outras terras. O Brasil precisa deles, pois ainda não está evangelizado. Finalmente, muitos argumentam que não temos condições nem preparo.

Para este estudo, é importante traçar as distinções entre alguns tipos de missões. Primeiramente, existem as missões nacionais e estrangeiras. Em segundo lugar, existem missões monoculturais e transculturais. Estas últimas são as que visam transpor barreiras culturais para evangelizar e plantar igrejas. É o caso dos que trabalham com grupos étnicos no Brasil, como os indígenas, ou com os povos de outros países. Há também aqueles que se especializam no trabalho com subgrupos ou subculturas, como viciados em drogas, presidiários, homossexuais, prostitutas (exemplo de jovens que evangelizam “garotas de programa” em São Paulo). Por outro lado, é possível fazer missão monocultural em outros países, como junto aos brasileiros que residem nos Estados Unidos.

As igrejas evangélicas do Brasil são fruto do trabalho de igrejas e organizações missionárias norte-americanas e europeias. Na primeira metade do século XIX, surgiram as igrejas protestantes compostas de imigrantes (anglicanos e luteranos). Em seguida, na segunda metade do século, as principais denominações históricas iniciaram suas atividades entre os brasileiros (congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas e episcopais). No início do século XX, o pentecostalismo também começou a implantar-se firmemente em solo brasileiro. Alguns missionários de destaque foram: Daniel P. Kidder, Robert e Sarah Kalley, Ashbel G. Simonton, Anna e William Bagby, e Gunnar Vingren e Daniel Berg.

Foi somente no início do século XX que as igrejas evangélicas brasileiras começaram a envolver-se em missões transculturais, no Brasil e em outras terras.

O objetivo do Ministério entre culturas depois de pregar e evangelizar é o de estabelecer Igrejas. Deste princípio se utilizou o Apóstolo Paulo.

As Igrejas locais constituem nas principais pedras de construção do Reino de Deus, sobre a terra. Nas Igrejas locais a dinâmica do poder espiritual se move eficazmente. São nelas onde o Espírito Santo reparte os dons aos crentes, de modo que a unidade completa pode funcionar como representante do amor e do poder de Deus no lugar que foi fundada.

Tratando-se de Igrejas fundadas por um ministério intercultural, necessitamos usar princípios autóctones, desde o começo da fundação. É muito mais fácil iniciar uma Igreja em forma apropriada, que transformá-la em uma Igreja autóctone depois que já está estabelecida.

AUTÓCTONAS: Quer dizer original de um país, ou um lugar em particular, “nativo, aborígene, indígenas”.

Quando se comunica bem a mensagem do evangelho, em qualquer cultura há a possibilidade de arraigá-la no coração das pessoas, muda- se a forma de ver a Deus, as outras pessoas, e o mundo de forma geral.

Semelhantes transformações exercem um profundo efeito na sociedade, e o evangelho chega a ser altamente apreciado pelas pessoas. Quando isso acontece, ele pode estender-se com muita rapidez, e muitos podem desejar ouvi-lo e aceitar a Cristo.

Para fazer com que o evangelho seja autóctone de qualquer cultura, é necessário que haja Igrejas autóctones.

Igrejas autóctones são aquelas cujos membros praticam as verdades espirituais, sociais e morais do Cristianismo Bíblico segundo as pautas culturais da sua própria sociedade, e percebem como o evangelho vai transformando suas vidas como resposta às suas necessidades, atendidas por Deus mediante a direção do Espírito Santo e da palavra ensinada.

Observemos Os Elementos Básicos Desta Definição

1. Os membros das Igrejas autóctones não somente creem na verdade do evangelho mas, a praticam na vida diária.

2. O evangelho afeta a forma em que adoram, a maneira com que trata o seu próximo e inclusive seus próprios valores e ética pessoal.

3. Não estão marginalizados da sua sociedade por haver adotado normas culturais estrangeiras. Compreendem, como também praticam a verdade do evangelho, sem sair das pautas culturais do seu povo.

4. Apreciam de verdade sua vida cristã, porque vêem no evangelho, a resposta às suas frustrações espirituais e às suas necessidades mais íntegras.

5. Reconhecem que a autoridade das escrituras é o fundamento da sua fé e que podem confiar que o Espírito Santo ensinará.

As Igrejas autóctones exercem certa atração sobre a totalidade da população da sua sociedade. O comportamento dos seus membros, não parece estranho ao povo da sua comunidade, a conduta social e moral dos crentes se ajustam às normas gerais da sociedade, porém exibem normas mais elevadas conforme as da Santa Palavra de Deus.

O Missionário deve estar preparado para permitir que a nova Igreja, seja parte da Organização Nacional, evitando que seja chamada ou identificada como uma Igreja Estrangeira!!

COMO FAZER MISSÕES?

A implantação de igrejas deve obedecer no mínimo, quatro aspectos fundamentais:

ASPECTO JURÍDICO:

Ainda hoje, a maioria das igrejas continua a fazer missões mais na base da emoção e improvisação, do sendo com razão e organização. Muitos missionários passam por problemas que poderiam ser evitados se pequenas e simples providências preliminares, quanto ao aspecto jurídico do estabelecimento primeiro de uma pessoa ao família em outro país, assim como do trabalho em si, fossem adotadas (antes) do obreiro sair do país. A maioria das igrejas (missionárias), preocupa-se mais com o culto de despedida, do que com a fixação do obreiro no lugar onde vai. O aspecto jurídico envolve todas as providências de natureza legal e organizacional que devem ser adotadas para que o enviado possa estabelecer-se em outro lugar, com reais possibilidades de sucesso.

Exemplo 1- Quais as exigências que o pais "A" faz para admitir um estrangeiro, quanto a vistos etç.? É possível entrar no pais "A" como missionário cristão?

Exemplo 2 - Qual a moeda em vigor no pais "A"? De quanto precisa para manter uma família e um trabalho em si? É possível fazer remessas de dinheiro?

Exemplo 3 - Escolas nacionais aceitam alunos estrangeiros? Sob que condições? Qual é a equivalência escolar seguida?

Exemplo 4 - É possível estabelecer-se um trabalho evangelístico ou é necessário usar outra estratégia? Filantropia, etç.?

Exemplo 5 - Quais as exigências legais para registrar-se uma igreja, um ministério ou outro tipo de organização naquele pais?

Estas perguntas se respondidas adequadamente antes do missionário e sua família saírem para o campo, evitarão problemas e muitas decepções.

ASPECTO CULTURAL

O aspecto cultural diz respeito a cultura de cada povo ou grupo social, com o qual se pretende trabalhar. O respeito a cultura pode conduzir a um sucesso mas rápido e um alcance mais abrangente. Não respeitar os valores culturais de um povo ou grupo social, reduzem as possibilidades de sucesso, o alcance do trabalho e quase sempre conduzem o obreiro ao fracasso.

IMPORTANTE: Não confundir cultura com tradição, nem aceitar como valor cultural aquilo que a Bíblia Sagrada, declara ser pecado contra Deus.

MISSÃO TRANSCULTURAL

Em rápida análise, nada mais é do que evitar aculturar-se, isto é : assimilar a cultura do povo para onde vai, assim como evitar impingir, forçar há culturas avançadas ou atrasadas, todas elas são iguais. O grande objetivo do missionário no estrangeiro, depois de ganhar as pessoas para Cristo, é transferir para elas uma cultura bíblica, cristã, substituindo os valores culturais que contrariam a Palavra de Deus, pelo seguir a Cristo como um valor e objetivo melhor.

Ex. As tradições da África quanto ao casamento, esposas, trajes etç.

As tradições culturais de outros povos quanto aos usos e costumes, assim como ao uso moderado de bebidas, charutos etç.

IMPORTANTE: Cada país tem uma cultura eclesiástica diferente, relativa a ordem do culto, uso de véu, jóias, e adereços, roupas etç. Muitos por não respeitarem isso entram em choque com as lideranças locais, em valores que poderiam ser perfeitamente compreendidos, devido as diferenças culturais.

O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE ISSO?

Gn. 24 (a história de Isaque e Rebeca, especialmente no princípio e no fim)Gn. 46:33,34 ; 1Cor. 11:13-16; 1Tim. 3:3-8, etç. etç.

ASPECTO ÉTICO

O aspecto ético diz respeito a ética bíblica e ministerial que deve ser obedecida quando alguém decide abrir um trabalho, implantar uma igreja etç.

Uma vez li a seguinte frase; A ÉTICA ESTÁ MORRENDO ! Pode aparecer exagerada, no entanto não é. Esta frase infelizmente a dada dia que passa torna-se mais próxima da realidade. O desrespeito a ética ministerial e consequentemente a ética bíblica é maior e mais frequente a cada dia. Seja por parte de obreiros que invejam, desejam e querem tornar mesmo usando de métodos anti-bíblicos o lugar de outros. Seja aqueles que se aproximam de uma igreja já estabelecida ( e quase sempre caminhando bem) com ar de coitadinho, pedindo ajuda, para logo em seguida, por em dúvida a autoridade do pastor local, drenar finanças e muitas vezes dividir o trabalho.

COMO FAZER PARA EVITAR ISSO?

Primeiro, ter convicção do seu chamado para o ministério em estrita obediência a vontade de Deus. Ter em mente que sucesso não se mede por uma grande igreja, mas sim por viver e trabalhar no centro da vontade de Deus. Finalmente, obedecendo princípios bíblicos fundamentais para a ordenação de obreiros, prova de chamada, preparação e envio para local determinado por Deus. Exemplo Lc.24:47-49 ; At.1:8; 6:3; 8:26, 13:1-3; Fp.2:25-27; 1Tm.3:1-12;Tt.1:5.

ASPECTO ESPIRITUAL

Diz respeito à chamada do obreiro, sua motivação, preparação, envio, necessidades da obra, qualificações seculares e eclesiásticas etç., etç. Não se ordena um obreiro por se gostar dele, ou por grau de parentesco, ou pelo mesmo ter um curso superior ou grau teológico etç, mas sim por indicação e chamada divina. A razão de muitos fracassos está nas origens da inclusão da pessoa na condição de obreiro. É isso que muitos líderes deveriam obedecer antes de indicarem e / ou porem as mãos sobre alguém, consagrando-o para a obra de Deus. Dt. 31:7,8,23; 34:9; Js. 1:1-3; Exemplo 1Reis 19:16-21; 2Reis 2:2,4,6,9,13,14; At.6:3; 13:1-3.

O aspecto espiritual foi colocado propositalmente no final desta dissertação, para mostrar que todos são interdependentes, seguir um e abandonar o outro, pode significar fracasso. Rejeitar qualquer um deles é erro que pode custar o preço de muitas vidas, famílias, obreiros, recursos etç. Seguí-los é simples, objetivo, bíblico e divino, pois o nosso Deus é Deus de ordem, métodos, razão, disciplina, organização etç.

MISSÕES LOCAIS

Não gostaria de ser julgado como quem enfatiza o óbvio, mas julgo necessário reafirmar da mesma maneira que Paulo repetia suas exortações aos Filipenses (Fp 3.1) - o que há muito venho sendo exortado: que a evangelização agressiva ao estilo apostólico é necessária.

Paulo previa que em determinado período na história da Igreja, haveriam de surgir grupos contrários à doutrina bíblica como única regra de fé, e tentariam adulterá-la, adaptando-a conforme as suas próprias concupiscências (Tm 4-3.4). Por esse motivo devia-se pregar, instar, redargüir, repreender e exortar com grande amor a tempo e fora de tempo, (2 Tm 4.2), ou seja, cada oportunidade de anunciar o evangelho deve ser aproveitada com a máxima diligência.

Esse princípio foi praticado na íntegra por Daniel Berg desde as suas viagens pelo interior da Ilha de Marajó, no Pará: mesmo sem saber expressar com clareza língua portuguesa, em cada pessoa que encontrava via uma alma perdida que precisava urgentemente do Salvador. Era como se fosse a última oportunidade daquela alma; e se ele, como pregador, não anunciasse as boas novas de salvação, o Senhor haveria de requerer responsabilidade (Ez 33-7,9).

Outro princípio paulino que bem assegura o desenvolvimento deste tema é encontrado em 1 Co 9.22, onde o apóstolo busca todos os métodos disponíveis ao seu alcance, e, até as alternativas que estavam além das suas possibilidades para salvar os seus ouvintes. Por isso sugere no texto: “Fiz-me tudo, para todos, para que por todos os meios chegar a salvar alguns”.

A aplicação da estratégia de Paulo para os nossos dias, pode-se resumir da seguinte maneira: utilizar todos os métodos pedagógicos; todos os meios de comunicação; todos os equipamentos tecnológicos disponíveis e investir todo o dinheiro, em todos os lugares, a qualquer hora, como todo pessoal, com todas as forças, com todo ânimo, com todos os instrumentos e grupos musicais recomendáveis, etc. para pregar o evangelho”. (Pr. José Wellington B. da Costa - Revista Obreiro – Abril / Maio 1996)

Para Expansão Do Reino:

“A Igreja que representa o Reino de Deus na terra, é comparada a:

a. Rede - Mt 13-47

b. Grão de mostarda - Mt 13-31.32

c. Fermento - Mt 13.33

d. Semente - Mt 13-4.8

Obs.: A expansão da Igreja primitiva: através da perseguição.

Para Que O Mundo Saiba Das Boas Novas – Mt 24-14

a. Os despenseiros das boas novas estão na Igreja; 1 Co 4-1.2.

Para Testemunho  A Todas As Gentes – Mc 16.15 1 At 1.8 4. Preparação Da Chegada Do “Fim”

a. Um mau exemplo: Igreja de Éfeso - Ap 2-1 (a perda do entusiasmo do primeiro amor).

b. Um bom exemplo: Igreja de Filadélfia - Ap 3.7 (Igreja dedicada à obra missionária).

“Quem realiza a obra do ministério não são os ministros, mas os membros da Igreja, segundo escreveu Paulo em Ef 4.11.13. Eles são treinados e aperfeiçoados para a obra do ministério. É a Igreja que evangeliza, prega e ora pelos doentes... Podemos ser uma Igreja evangelística se realizarmos nossas estratégias. Infelizmente estamos discutindo o ontem, enquanto o amanhã se apresenta para nós hoje. Os métodos mudam, mas a mensagem permanece. Precisamos dispor de métodos adequados à realidade atual. Diria até que todos métodos adequados às realidades regionais... As estratégias têm de ser aplicadas de acordo com a situação que estamos vivendo”. “Geremias do Couto - Revista Obreiro - Abril/Maio 1996”.

A missão da Igreja é Missões

Quando pensamos porque a igreja existe, logo nos vem ao pensamento a palavra de Pedro: "a fim de proclamardes as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe. 2.9). A primeira frase diz o propósito de Deus para nós. “Afim de” significa finalidade, objetivo, razão de existir.

Alguém perguntaria “porque Deus nos salva e logo nos envia a testemunhar aos outros?” A Bíblia diz que Ele nos salvou para sermos uma nação santa, povo de propriedade exclusiva Dele, ou seja, ministros, embaixadores (representantes) do Reino de Deus e nos envia para alcançar os outros. Ele os ama e quer chamá-los também para o seu Reino. E nós — e não os anjos — temos o privilégio de sermos "mensageiros de Deus", representantes do Reino (nação) celestial.

EXPRESSÃO DO AMOR DE DEUS

– Missões é expressão do amor de Deus. A essência de Deus é amor. O maior ato de amor é dar a sua vida pelo outro. O amor move os nossos corações pelos outros para ajudá-los, através de atos concretos e interesses genuínos, a compreender o amor de Deus.

AMOR

- A fé opera pelo amor (Gal 5.6). Essa afirmação das Escrituras explica o principio ativo (eficaz) de missões. Quando amamos de verdade algo misterioso é comunicado ao coração do outro e aí então acontece a conversão, vontade de servir, de imitar a fé do outro, de viver para Cristo. A fé meramente intelectual é fria, não gera vidas transformadas, apenas convence a mente. Não muda radicalmente o coração. A tendência é tornar-se morta. Ser reformado é bom, mas ser transformado é melhor. Amar o próximo agrada mais a Deus.

RELACIONAMENTO AMOROSO

- Missões não é estratégia. É relacionamento amoroso. Muitos lêem livros sobre evangelismo, métodos e técnicas mas são pouco eficazes na evangelização. Outros nunca leram um só livro sobre o assunto mas são frutíferos porque os seus corações estão cheios de amor fraternal e prontos a suprir certas necessidades. O que está no coração transborda para o outro. Amor é o melhor método evangelístico. O amor é mais forte que o poder das trevas.

ESTILO DE VIDA

- Missões não é programa. E estilo de vida. Não estamos falando de missões porque recentemente tivemos um mês (agosto) dedicado a isso. Queremos viver missões. Para isso, precisamos pedir a Deus um coração e uma mente missionária para imitar o que Paulo viveu: “Porque sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos a fim de ganhar o maior número possível...fiz-me tudo para todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele". (1 Co. 9.19,22-23) É isso que Jesus espera de nós, viver para Ele.

GLÓRIA DE DEUS

- Missões é para manifestar a Glória de Deus. Não estamos buscando adeptos para a nossa religião. Não estamos querendo ser a maior e a mais importante igreja da cidade, nem estamos a procura de poder ou prestígio. Queremos obedecer a Palavra de Deus: "Portanto quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus, não vos torneis causa de tropeço nem para os judeus nem para os gentios, nem tampouco para a igreja de Deus” (1 Co. 10.31-32). Missões é a razão de existirmos, de vivermos em Cristo.

CONCLUSÃO.

Quando amamos uns aos outros, isso transborda para o mundo perdido. Se amarmos os perdidos, eles "sentirão" o amor de Deus e virão a Cristo.

Precisamos ter a doutrina correta e o coração sensível ao mundo perdido. Quem não está se esforçando para ganhar outros, está desobedecendo ao Senhor. Faça de seu trabalho, estudo, lazer, uma ponte evangelística.


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