ANGELOLOGIA - A DOUTRINA DOS ANJOS
INTRODUÇÃO
Ao
nosso redor há um mundo de espíritos, muito mais populoso, mais poderoso e de
maiores recursos do que o nosso próprio mundo visível de seres humanos. Bons e
maus espíritos dirigem os passos em nosso meio. Passam de um lugar para outro
com a rapidez de um relâmpago e com movimentos imperceptíveis. Eles habitam os
espaços ao redor de nos. Sabemos que alguns deles se interessam pelo nosso
bem-estar; outros, porém, estão empenhados em fazer-nos mal.
A
doutrina dos anjos é fundamentalmente o estudo dos ministros da providência de
Deus (são os agentes especiais de Deus). Como em toda doutrina, há uma negligência
muito grande desta, nas igrejas e entre os Teólogos.
Considerado
pelos estudiosos contemporâneos como a mais notável e difícil das matérias.
Marco da implantação de grandes seitas e heresias, do mundo atual.
TRÊS
ASPECTOS DE NEGLIGÊNCIA DESTA DOUTRINA
PRIMEIRO - Desde a antiguidade, os gnósticos prestavam
adoração aos anjos (Cl 2:18); depois então, na Idade Média, com as crenças
absurdas dos rituais de bruxarias com culto aos anjos, e agora em nossos dias,
os estudos cabalísticos personalizados no meio esotérico e místico, ensinam
novamente o culto aos anjos, por meio de bruxos sofisticados e modernos.
Sabendo que antes de tudo, a existência e ministério dos anjos são fartamente
ensinados nas escrituras, por isso, não podemos negligenciar os ensinamentos
sagrados.
SEGUNDO - A evidência de possessão demoníaca e
adoração a demônios de forma veemente em nossos dias. O apóstolo Paulo parece
travar grande luta com a grande idolatria que considerava adoração a demônios
(I Coríntios 10:19-21 ).
Nos
últimos dias, esta adoração aos demônios e a ídolos deve aumentar bastante
(Apocalipse 9:20-21 G.Trib.). A negligência deixa de existir para dar lugar à
um crescente pensamento sobre o assunto, especialmente do lado do mal. Não
podemos negligenciar tal doutrina.
TERCEIRO - A prática acentuada do espiritismo que
crescerá assustadoramente nos últimos dias, conduzindo homens, mulheres e
crianças a profundos caminhos de trevas e cegueira espiritual (I Timóteo.
4:1-2).
E
ainda a obra de satanás e dos espíritos maléficos, atrapalhando o progresso da
graça em nossos próprios corações e a obra de Deus no mundo (Efésios 6:12).
A
palavra de Deus é a única fonte de informação que merece confiança neste
assunto. Ela deixa claro que há outra classe de seres Diferentes do homem.
Esses seres habitam nos céus e formam os exércitos celestiais, a inumerável
companhia dos servos invisíveis de Deus. Esses são os anjos de Deus, os quais
estão sujeitos ao governo divino, e o importante papel que têm desempenhado na
história da humanidade torna-os merecedores de referência especial.
Existem
também aqueles, pertencentes a mesma classe de seres, que anteriormente foram
servos de Deus mas que agora se encontram em atitude de rebelião contra seu
governo.
A
doutrina dos anjos segue logicamente a doutrina de Deus, pois os anjos são
fundamentalmente os ministros da providência de Deus.
Essa
doutrina permite-nos conhecer a origem, existência, natureza, queda,
classificação, obra e destino dos anjos.
TERMINOLOGIA
O
termo anjo da língua portuguesa tem origem na palavra latina angelu, que por
sua vez se deriva do termo aggelov (aggelos) do grego. Em hebreu, a palavra
traduzida como anjo é K) lm (mal'ak). A palavra malak ocorre 214 vezes no
Antigo Testamento, e a palavra aggelos ocorre 188 vezes no Novo Testamento,
sendo que ambas tem o significado de mensageiro, representante, enviado ou
embaixador.
OS
ANJOS
1. SUA
NATUREZA
Os
anjos são:
(a) CRIATURAS - É evidente que eles são criaturas e,
portanto limitados e finitos. Apesar de terem mais livre relação com o espaço e
o tempo do que o homem, não podem estar em dois ou mais lugares
simultaneamente.
Foram
feitos do nada pelo poder de Deus. Não conhecemos a época exata de sua criação,
porém sabemos que antes que aparecesse o homem, já eles existiam havia muito
tempo, e que a rebelião daqueles sob Satanás se havia registrado, deixando duas
classes — os anjos bons e os anjos maus.
Pode
ser que tenham sido criados por Deus imediatamente após a criação dos céus e
antes da criação da terra, pois de acordo com Jó 38:4-7, rejubilavam todos os
filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra.
Que
os anjos não existem desde a eternidade é mostrado pelos versículos que falam
de sua criação (Neemias 9:6, Salmos 148:2,5;Colossenses 1:16).
Sendo
eles criaturas, recusam a adoração (Apoc. 19:10; 22:8, 9) e ao homem, por sua
parte, é proibido adorá-los. (Gal. 2:18)
(b) ESPÍRITOS - Os anjos são descritos como espíritos,
porque, diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e
físicas. Aparecem e desaparecem à vontade, e movimentam-se com uma rapidez
inconcebível sem usar meios naturais.
Que
os anjos são incorpóreos está claro em Efésios 6.12, onde Paulo diz que "a
nossa luta não é contra a carne nem sangue, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes".
Outras
referências: Salmos 104:4; Hebreus 1:7,14;Atos 19:12; Lucas 7:21; 8:2; 11:26;
Mateus 8:16; 12.45.
Não
têm carne nem ossos e são invisíveis (Cl 1:16).
Apesar
de serem puramente espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos humanos
a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem. (Gên. 19:1-3.)
(c) IMORTAIS - Não estão sujeitos à morte. Em Lucas
20:34-36, Jesus explica aos saduceus que os santos ressuscitados serão como os
anjos no sentido de que não podem mais morrer.
A
imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão
sujeitos a morte (Lucas 20:35-36), além de serem dotados de poder formando o
exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o
que o Senhor mandar (Salmos 103:20;Colossenses 1:16;Efésios 1:21; 3:10; Hebreus
1:14) Enquanto que os anjos maus formam o exército de Satanás empenhados em
destruir a obra do Senhor (Lucas 11:21; II Tessalonicenses 2:9; I Pedro 5:8).
(d) NUMEROSOS - As Escrituras nos ensinam que seu número é
muito grande. "Milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões"
(Dan. 7:10). "Mais de doze legiões de anjos" (Mat. 26:53).
"Multidão dos exércitos celestiais" (Luc. 2:13). "E aos muitos
milhares de anjos" (Heb. 12:22).
No
Getsêmani, Jesus disse a um discípulo que queria defendê-los dos que vieram
prendê-lo: "Acaso pensas que não posso rogar ao meu Pai, e ele me mandaria
neste momento mais de doze legiões de anjos"? (Mateus 26:53).
Portanto,
seu Criador e Mestre é descrito como o "Senhor dos exércitos".
(e) SEM
SEXO - As Escrituras
ensinam que o casamento não é da ordem ou do plano de Deus para os anjos
(Mateus 22:30; Lucas 20:34-36), portanto não se caracteriza uma raça. No Velho
Testamento por cinco vezes os anjos são chamados de "filhos de Deus"
(Gênesis 6:2,4; Jó 1:6; 2:1; 38:7) mas nunca lemos a respeito dos "filhos
dos anjos".
Os
anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não têm sexo; não
propagam a sua espécie. (Luc. 20:34, 35.)
SÃO
SERES RACIONAIS E MORAIS
Aos
anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes dotados de
vontade e atividade. O fato de que são seres inteligentes parece inferir-se
imediatamente do fato de que são espíritos (II Samuel 14:20; Mateus 24:36
,Efésios 3:10; I Pedro 1:12; II Pedro 2:11).
Embora
não sejam oniscientes, são superiores aos homens em conhecimento (Mateus 24:36)
e por ter natureza moral estão sob obrigação moral; são recompensados pela
obediência e punidos pela desobediência.
A
Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como "santos anjos"
(Mateus 25:31; Marcos 8:38; Lucas 9:26;Atos 10:22; Apocalipse 14:10) e retrata
os que caíram como mentirosos e pecadores (João 8:44; I João 3:8-10).
A
CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS
Há
pouca informação sobre o estado original dos anjos. Porém no dia de sua obra
criadora Deus viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Pressupõe-se que
todos os anjos tiveram um boa condição original (João 8:44; II Pedro 2:4;Judas
6).
Os
anjos bons são chamados "anjos eleitos" (I Timóteo 5:21) e
evidentemente receberam graça suficiente para habilitá-los a manter sua posição
de perseverança, pela qual foram confirmados em sua condição e agora são
incapazes de pecar . São chamados também de "santos anjos ou anjos de
luz" (II Coríntios 11:14).
Sempre
contemplam a face Deus (Lucas 9:26), e tem vida imortal (Lucas 20:36). Sua
atividade mais elevada é a adoração a Deus (Ne 9:6; Filipenses 2:9-11; Hebreus
1:6; Jó 38:7; Is 6:3; Salmos 103:20; 148:2 Apocalipse 5:11).
ANJOS
BONS
Tanto
no grego quanto no hebraico a palavra "anjo" significa
"mensageiro". São exércitos como seres alados (Daniel 9:21;
Apocalipse 14:6) para nos favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles
são enviados para dar assistência aos herdeiros da salvação (Hebreus 1:14).
Eles se regozijam com a conversão de um pecador (Lucas 15:10), exercem
vigilância protetora sobre os crentes (Salmos 34:7; 91:11), protegem os
pequeninos (Mateus 18:10), estão presentes na Igreja (I Timóteo 5:21) recebem
aprendizagem das multiformes riquezas da graça de Deus (Efésios 3:10; I Pedro
1:12) e encaminham os crentes ao seio de Abraão (Lucas 16:22,23). A ideia de
que alguns deles servem de anjos da guarda de crentes individuais não tem apoio
nas Escrituras.
A
declaração de Mateus 18:10 é geral demais, embora pareça indicar que há um
grupo de anjos particularmente encarregado de cuidar das criancinhas.Atos 12:15
tampouco o prova, pois esta passagem mostra apenas que, naquele período
primitivo havia alguns, mesmo entre discípulos, que acreditavam em anjos
guardiões, e no geral guarda a todos os crentes de igual forma.
Embora
os anjos não constituam um organismo, evidentemente são organizados de algum
modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral "anjo", a
Bíblia emprega certos nomes específicos para indicar classe de anjos.
O
termo grego "angelos" (anjos = mensageiros) também e freqüentemente
aplicado a homens (Mateus 11:10; Marcos 1:2; Lucas 7:24; 9:52; Gálatas 4:14).
Não há nas Escrituras um nome geral, especificamente distintivo, para todos os
seres espirituais.
Eles
são chamados filhos de Deus, (Jó 1:6; 2:1) espíritos (Hebreus 1:14), santos
(Salmos 89:5,7; Zacarias 14:5; Daniel 8:13 ), vigilantes (Daniel 4:13,17).
Contudo, há nomes específicos que indicam diferentes classes de anjos.
São
responsáveis pela guarda da entrada do paraíso (Gênesis 3:24), observam o
propiciatório (Êxodo 25:18,20; Salmos 80:1; 99:1; Is 37:16; Hebreus 9:5) e
constituem a carruagem de que Deus se serve para descer à terra (II Samuel
22:11; Salmos 18:10).
Como
demonstração do seu poder de majestade, em Ezequiel 1º e Apocalipse 4º são
representados simbolicamente como seres vivos em várias formas. Mais do que
outras criaturas, eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a
glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no
tabernáculo, no templo e na descida de Deus à terra.
2.
SUA CLASSIFICAÇÃO
Visto
como "a ordem é a primeira das leis do céu", é de esperar que os
anjos estejam classificados segundo o seu posto e atividade. Tal classificação
é implícita em 1Ped. 3:22, onde lemos: "os anjos, as autoridades, e as
potências". (Vide Col. 1:16; Efés. 1:20, 21.)
(a) ANJO
DO SENHOR - A maneira pela qual o
"Anjo do Senhor" é descrito, distingue-o de qualquer outro anjo.
É-lhe
atribuído o poder de perdoar ou reter pecados, conforme diz o Antigo
Testamento.
O
nome de Deus está nele. (Êxo. 23:20-23.)
Em
Êxo. 32:34 se diz: "Meu anjo irá adiante de ti"; em Êxo. 33:14 há
esta variação: "Minha presença (literalmente, 'meu rosto') irá contigo
para te fazer descansar."
As
duas expressões são combinadas em Isa. 63:9; "Em toda a angústia deles foi
ele angustiado, e o anjo da sua face os salvou."
Duas
coisas importantes são ditas acerca desse anjo:
Primeiro,
que o nome de Jeová, isto é, seu caráter revelado, está nele.
Segundo,
que ele é o rosto de Jeová, ou melhor, o rosto de Jeová pode-se ver nele. Por
isso tem o poder de salvar (Isa. 63:9); de recusar o perdão (Êxo. 23:21).
Veja-se
também a identificação que Jacó fez do anjo com o próprio Deus. (Gên. 32:30;
48:16.)
Não
se pode evitar a conclusão de que este Anjo misterioso não é outro senão o
Filho de Deus, o Messias, o Libertador de Israel, e o que seria o Salvador do
mundo.
Portanto,
o Anjo do Senhor é realmente um ser incriado.
(b) ARCANJO - O termo arcanjo só ocorre duas vezes nas
escrituras (I Tessalonicenses 4:16; Judas 9), mas há outras referências para ao
menos um arcanjo, Miguel. Miguel é mencionado como o arcanjo, o anjo principal.
Ele é o único a ser chamado de arcanjo e aparece comandando seus próprios anjos
(Apocalipse 12.7) e como príncipe do povo de Israel (Daniel 10:13,21). Ele
aparece como o anjo protetor da nação israelita. (Dan. 12:1.)
A
maneira pela qual Gabriel é mencionado, também indica que ele é de uma classe
muito elevada. Ele está diante da presença de Deus (Luc. 1:19) e a ele são
confiadas as mensagens de mais elevada importância com relação ao reino de
Deus. (Dan. 8:16; 9:21)
(c) ANJOS
ELEITOS - São provavelmente aqueles que
permaneceram fiéis a Deus durante a rebelião de Satanás, (1 Tim. 5:21; Mat.
25:41)
(d) ANJOS
DAS NAÇÕES - Dan. 10:13, 20 parece ensinar
que cada nação tem seu anjo protetor, o qual se interessa pelo bem estar dela.
Era
tempo de os judeus regressarem do cativeiro (Dan. 9:1, 2), e Daniel se dedicou
a orar e a jejuar pela sua volta. Depois de três semanas, um anjo apareceu-lhe
e deu como razão da demora o fato de que o príncipe, ou anjo da Pérsia,
havia-se oposto ao retorno dos judeus. A razão talvez fosse por não desejar
perder a influência deles na Pérsia. O anjo lhe disse que a sua petição para o
regresso dos judeus não tinha apoio a não ser o de Miguel, o príncipe da nação
hebraica. (Dan. 10:21.) O príncipe dos gregos também não estava inclinado a
favorecer a volta dos judeus. (Dan. 10:20)
A
palavra do Novo Testamento "principados" pode referir-se a esses
príncipes angélicos das nações; e o termo é usado tanto para os anjos bons como
para os maus. (Efés. 3:10; Gal. 2:15; Efés. 6:12)
(e) QUERUBINS - Parecem ser de uma classe elevada de anjos relacionados
com os propósitos retributivos (Gên. 3:24) e redentores (Êxo. 25:22) de Deus,
para com o homem.
Eles
são descritos como tendo rostos de leão, de homem, de boi e de águia, e isto
sugere que representam uma perfeição de criaturas — força de leão, inteligência
de homem, rapidez de guia, e serviço semelhante ao que o boi presta.
Essa
composição de formas e sua aproximação de Deus asseguram que "a própria
criação será libertada do cativeiro da corrupção" (Rom. 8:21, V.B.).
(f) SERAFINS - Mencionados somente em Isaías 6:2,6,
constituem uma classe de anjos muito próxima dos querubins. São representados
simbolicamente em forma humana com seis asas cobrindo o rosto, os pés e duas
prontas para execução das ordens do Senhor. Permanecem servidores em torno do
trono do Deus poderoso, cantam louvores a Ele e são considerados os nobres
entre os anjos.
Certo
escritor crê que eles constituem a ordem mais elevada de anjos e que a
característica que os distingue é um ardente amor a Deus.
A
palavra serafins significa literalmente "ardentes".
3.
SEU CARÁTER
(a) OBEDIENTES - Eles cumprem os seus encargos sem
questionar ou vacilar. Por isso oramos: "Seja feita a tua vontade, assim
na terra como no céu" (Mat. 6:10; vide Sal. 103:20; Jud. 6; 1 Ped.
3:22).
(b) REVERENTES - Sua atividade mais elevada é a adoração a
Deus. (Nee. 9:6; Fil. 2:9-11; Heb. 1:6.)
(c) SÁBIOS - "Como um anjo... para discernir o bem
do mal", era uma expressão proverbial em Israel. (2 Sam. 14:17.) A
inteligência dos anjos excede a dos homens nesta vida, porém é necessariamente
finita.
Os
anjos não podem diretamente discernir os nossos pensamentos (1 Reis 8:39) e os
seus conhecimentos dos mistérios da graça são limitados, (1 Ped. 1:12.)
Como
diz certo escritor: "Imagina-se que a capacidade intelectual dum anjo
tenha uma compreensão mais vasta do que a nossa; que uma só imagem na mente
angelical contenha mais detalhes do que uma vida toda de estudos poderia
proporcionar aqui."
(d) MANSOS - Não abrigam ressentimentos pessoais, nem
injuriam os seus opositores. (2 Ped. 2:11; Jud. 9.)
(e) PODEROSOS - São "magníficos em poder" (Sal.
103:20).
(f) SANTOS -
Sendo separados por Deus e para Deus, são "santos anjos" (Apoc.
14:10).
O
SERVIÇO DOS ANJOS BONS SERVIÇO COMUM
É
definido como serviço comum dos anjos seus louvores a Deus dia e noite (Isaías
6:3, Salmos 103:20, Apocalipse 5:11)
Dão
assistência aos herdeiros da salvação (Hebreus 1:14)
Protegem
os crentes (Salmos 34:7)
Protegem
os pequeninos (Mateus 18:10)
Estão
presentes na Igreja (II Coríntios 11:10, I Timóteo 5:21)
Encaminham
os crentes ao céu (Lucas 16:22)
SERVIÇO
ESPECIAL
A
queda do homem tornou necessária a atuação extraordinária dos anjos.
Muitas
vezes eles são intermediários das revelações especiais de Deus a seu povo e
executam o juízo sobre seus inimigos.
É
certo que os anjos estão a serviço do ser humano (Hebreus 1:14), mas não se
deve usar os textos de Mateus 18:10 e Atos 12:15 para tentar argumentar sobre a
existência de anjos da guarda específicos para cada um. Também não pode ao
homem dar ordens diretamente aos anjos, pois é o Senhor quem dá ordens aos seus
anjos a nosso respeito (Salmos 91:11).
4.
SUA OBRA.
(a) AGENTES
DE DEUS - São mencionados como os
executores dos pronunciamentos de Deus. (Gên. 3:24; Num. 22:22-27; Mat.
13:39,41,49; 16:27; 24:31; Mar. 13:27; Gên. 19:1; 2 Sam. 24:16; 2 Reis 19:35;
Atos 12:23.)
(b) MENSAGEIROS
DE DEUS - (Anjo significa literalmente "mensageiro".)
Por meio dos anjos Deus envia:
(1)
Anunciações (Luc. 1:11-20; Mat. 1:20, 21).
(2)
Advertências (Mat. 2:13; Heb. 2:2).
(3)
Instrução (Mat. 28:2-6; Atos 10:3; Dan. 4:13- 17).
(4)
Encorajamento (Atos 27:23; Gên. 28:12).
(5)
Revelação (Atos 7:53; Gál. 3:19; Heb. 2:2; Dan. 9:21-27; Apoc. 1:1).
(c) SERVOS
DE DEUS - "Não são porventura todos
eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de
herdar a salvação ?" (Heb. 1:14).
Os
anjos são enviados para sustentar (Mat. 4:11; Luc. 22:43; 1 Reis 19:5);
Para
preservar (Gên. 16:7; 24:7; Êxo. 23:20; Apoc. 7:1);
Para
resgatar (Num. 20:16; Sal. 34:7; 91:11; Isa. 63:9; Dan. 6:22; Gên. 48:16; Mat.
26:53);
Para
interceder (Zac. 1:12; Apoc. 8:3,4);
Para
servir aos justos depois da morte (Luc. 16:22).
PRINCIPADOS,
POTESTADES, TRONOS E DOMÍNIOS
A
Bíblia menciona certas classes de anjos que ocupam lugares de autoridades no
mundo angélico, como principados e potestades (Efésios 3:10;Colossenses 2:10),
tronos (Colossenses 1:16), domínios (Efésios 1:21;Colossenses 1:16 ) e poderes
(Efésios 1:21, I Pedro 3:22).
Estes
nomes não indicam espécies de anjos, mas diferenças de classe ou de dignidade
entre eles. Embora em Efésios 1:21 a referência parece incluir tanto anjos bons
quanto os maus, nas outras passagens essa terminologia se refere
definitivamente apenas aos anjos maus (Romanos 8:38;Efésios 6:12;Colossenses
2:15).
Não
há como o homem "provar" que seres espirituais como os anjos existem.
O conhecimento do homem não consegue penetrar essa outra dimensão onde eles habitam.
A fonte maior de informações sobre os anjos é a Bíblia.
Existem
referência a eles em 34 livros da Bíblia, desde os mais antigos (Gênesis e Jó)
até o último a ser escrito (Apocalipse). O próprio Jesus enfatizou a existência
dos anjos.
a) ANTIGO
TESTAMENTO:
O
AT menciona os anjos mais de 100 vezes. Eles são apresentados como seres reais
e alguns tem seus nomes revelados. Os Salmos mostram como os anjos adoram a
Deus e protegem seu povo (Sl 34.7; 91.11; 103.20). Por vezes eles interagem com
os seres humanos.
Abraão
comeu e conversou com anjos (Gn 18). Um anjo executou juízo sobre Israel por
causa da contagem do povo feita por Davi (2 Sm 24.16). Isaías menciona serafins
(Is 6.2) e Ezequiel, querubins (Ez 10.1-3). Daniel nomeou Gabriel (Dn 9.20-27)
e Miguel (Dn 10.13; 12.1).
b) NOVO
TESTAMENTO:
O
NT menciona-os 165 vezes. Os Evangelhos e Atos apresentam os anjos durante a
vida de Jesus (Mt 2.19, Mc 1.13, Lc 2.13, Jo 20.12, At 1.10-11). Atos mostra
anjos libertando os apóstolos (At 5.19; 12.5-11), direcionando Filipe e
Cornélio (At 8.26; 10.1-7) e encorajando Paulo (At 27.23-25). São mencionados
por Paulo (Gl 3.19; 1 Tm 5.21), pelo autor de Hebreus (Hb 1.4), por Pedro (1 Pe
1.12) e por Judas (Jd 6). O Apocalipse é repleto de menções a anjos com funções
específicas.
c) ENSINO
DE CRISTO:
Além
de ser servido no deserto por anjos, Jesus disse que os anjos separarão justos
e injustos no final dos tempos (Mt 13.39) e o acompanharão na sua segunda vinda
(Mt 25.31). Uma das frequentes atividades no ministério de Jesus foi a expulsão
de demônios, que são "anjos maus".
A
CRIAÇÃO E A NATUREZA DOS ANJOS
A) A
REALIDADE DA CRIAÇÃO
Os
anjos são seres criados (Sl 148.5). Foram criados antes da Terra (Jó 38.4-7).
Eles não evoluíram, nem foram formados por geração natural, pois não podem se
reproduzir (Mt 22.30). Foram criados por Cristo, já que ele criou todas as
coisas (Jo 1.1-3), inclusive os próprios anjos (Cl 1.16).
B) ESTADO
ORIGINAL
a)
Criaturas?
Os
anjos são criaturas, apesar de distintos de outros seres como o homem (1 Co
6.3; Hb 1.14). Como toda criatura, têm limitações de poder, de conhecimento e
de atuação (1 Pe 1.11- 12; Ap 7.1).
b)
Santos?
Todos
os anjos foram criados santos (Gn 1.31). Os anjos que não caíram e que
continuam bons são chamados santos (Mc 8.38). São chamados "anjos
eleitos" (1 Tm 5.21), em contraste com os anjos maus que seguiram a
Satanás em sua rebelião contra Deus (Mt 25.41).
C) SÃO
SERES PESSOAIS
Como
seres pessoais, possuem inteligência, emoções e vontade. Isso é uma realidade
tanto para os anjos bons como para os anjos maus. Eles possuem:Inteligência (Mt
8.29; 2Co 11.3; 1 Pe 1.12). Emoções (Lc 2.13; Tg 2.19; Ap 12.17). Vontade
própria (Lc 8.28-31; 2Tm 2.26; Jd 6).
D) SÃO
SERES ESPIRITUAIS
Os
anjos bons são chamados de "espíritos ministradores" (Hb 1.14); os
anjos maus, de "espíritos malignos ou imundos" (Lc 8.2; 11.24-26); e
Satanás, de "espírito que agora atua nos filhos da desobediência" (Ef
2.2).
Sendo
assim, são imateriais e incorpóreos, mas isso não os impede de aparecer
ocasionalmente em forma de seres humanos. Apareceram a homens em sonhos e
visões (Mt 1.20; Is 6.1-8), em uma revelação especial da sua presença (2 Rs
6.17) e também a pessoas e no seu estado normal, conscientes e acordadas (Gn
19.1-8; Mc 16.5; Lc 2.13).
Os
anjos também são imortais (Lc 20.36). Mesmo assim, os anjos maus serão punidos
com o inferno e ficarão eternamente distantes de Deus (Mt 25.41; Lc 8.31).
O
MINISTÉRIO DOS ANJOS
EM
RELAÇÃO A DEUS
Eles
o louvam (Sl 148.1-2; Is 6.3); Eles o adoram (Hb 1.6; Ap 5.8-13); Eles se
regozijam com os seus feitos (Jó 38.6-7); Eles o servem (Sl 103.20; Ap 22.9);
Eles se apresentam diante dele (Jó 1.6; 2.1); Eles são instrumentos do juízo
divino (Ap 7.1; 8.2).
EM
RELAÇÃO AOS TEMPOS
Eles
se reuniram para louvar a Deus quando a Terra foi criada (Jó 38.6-7); Estavam
envolvidos quando a lei mosaica foi entregue (Gl 3.19; Hb 2.2); Estavam ativos
na primeira vinda de Cristo (Mt 1.20; 4.11); Estavam ativos durante os
primeiros anos da Igreja (At 8.26; 10.3-7; 12.11); Estarão envolvidos nos
eventos relacionados à segunda vinda de Cristo (Mt 25.31; 1Ts 4.16).
C) EM
RELAÇÃO AO MINISTÉRIO DE CRISTO
Em
seu nascimento?
Gabriel
predisse o nascimento de Jesus (Lc 1.26-28) e um anjo anunciou o nascimento a
alguns pastores e foi acompanhado por uma multidão de anjos (Lc 2.8-15);
Durante
sua vida?
Um
anjo alertou José para que fugisse para o Egito (Mt 2.13-15), depois o orientou
a voltar do Egito (Mt 2.19-21). Anjos ministraram a Jesus no deserto e no
Getsêmani (Mt 4.11; Lc 22.43);
Após
sua ressurreição?
Um
anjo rolou a pedra do sepulcro (Mt 28.1-2), anjos anunciaram a ressurreição
para as mulheres (Mt 28.5-6) e anjos estavam presentes na ascensão de Jesus (At
1.10.11);
Na
segunda vinda de Jesus?
A
voz do arcanjo será ouvida noarrebatamento da Igreja (1Ts 4.16) e anjos
acompanharão Jesus (Mt 25.31, 2 Ts 1.7).
D) EM
RELAÇÃO AOS ÍMPIOS
Anunciam
os juízos iminentes (Gn 19.13; Ap 19.17-18); Infligem o juízo divino (At 12.23;
Ap 16.1); Irão separar justos de injustos no fim dos tempos (Mt 13.39-40).
E) EM
RELAÇÃO À IGREJA
Seu
ministério básico é servir os salvos (Hb 1.14); Levam as respostas das orações
(At 12.5-10); Ajudam nos esforços evangelísticos dos cristãos (At 8.26; 10.3);
Observam as experiências, o trabalho e os sofrimentos dos cristãos (1 Co 4.9;
11.10; Ef 3.10; 1 Pe 1.12); Encorajam nas horas de perigo (At 27.23-24);
Ministram aos justos na hora da sua morte (Lc 16.22).
ENTENDENDO
OS ANJOS
As
Escrituras usam diferentes termos para denominar os anjos, como "filhos de
Deus" (Jó 1.6; 2.1), "santos" (Sl 89.5, 7),
"espíritos" (Hb 1.14), "vigilantes" (Dn 4.13, 17, 23),
"tronos", "soberanias", "principados",
"potestades" (Cl 1.16) e "poderes" (Ef 1.21).
Tipos
de seres celestiais.
As
Escrituras dão nome a outros três tipos de seres celestiais. Quer os
consideremos tipos especiais de "anjos" (num sentido mais amplo do
termo), quer seres celestiais distintos dos anjos, são de qualquer modo
criaturas espirituais que servem e adoram a Deus.
a. Os
"querubins".
Os
querubins receberam a tarefa de guardar a entrada do jardim do Éden (Gn 3.24),
e diz-se frequentemente que o próprio Deus está entronizado acima dos
querubins, ou viaja com os querubins por carro (Sl 18.10; Ez 10.1-22).
b. Os
"serafins".
Outro
grupo de seres celestiais, os serafins, são mencionados somente em Isaías
6.2-7, onde continuamente adoram ao SENHOR e clamam uns para os outros:
"Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da
sua glória" (Is 6.3).
c. Os
seres viventes.
Ezequiel
e Apocalipse nos falam de ainda outro tipo de criaturas celestes, conhecidas
como "seres viventes", que circundam o trono de Deus (Ez 1.5-14; Ap
4.6-8). São representados por figuras de leão, boi, homem e águia,
representando os seres mais poderosos de partes diversas de toda a criação
divina e adoram a Deus continuamente (Apocalipse 4.8).
4. Hierarquia
e ordem entre os anjos.
As
Escrituras indicam que existe hierarquia e ordem entre os anjos. Miguel, por
exemplo, é chamado "arcanjo" (Jd 9), título que denota autoridade
sobre outros anjos. Também chamado "um dos primeiros príncipes" em
Daniel 10.13.
5. Nomes
de anjos específicos.
Só
dois anjos são denominados especificamente na Bíblia. Miguel é mencionado em
Judas 9 e Apocalipse 12.7-8, além de Daniel 10.13, 21. O anjo Gabriel é
mencionado em Daniel 8.16 e 9.21 como mensageiro que vem de Deus para falar ao
profeta. Gabriel também se identifica como mensageiro de Deus a Zacarias e a
Maria (Lucas 1), em que afirma que "assiste diante de Deus" .
6. Um
só lugar de cada vez.
As
Escrituras muitas vezes retratam os anjos deslocando-se de um lugar a outro,
como no versículo mencionado acima, em que Gabriel foi "enviado, da parte
de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré" (Lc 1.26).
7. Quantos
anjos existem?
Embora
as Escrituras não nos dêem o número de anjos que Deus criou, é aparentemente um
grande número. Lemos que Deus no monte Sinai "veio das miríades de santos;
à sua direita, havia para eles o fogo da lei" (Dt 33.2).
8. As
pessoas têm anjos da guarda individuais?
As
Escrituras claramente nos dizem que Deus envia anjos para nos proteger :
"Aos
seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus
caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma
pedra" (Sl 91.11-12).
9. Os
anjos não se casam.
Jesus
ensinou que na ressurreição as pessoas "nem casam, nem se dão em
casamento; são, porém, como os anjos no céu" (Mt 22.30; cf. Lc 20.34-36).
Isso sugeriria que os anjos não têm os elos familiares que existem entre os
homens. As Escrituras tratam do assunto só nessa passagem; por isso não nos
cabe nos enredar em especulações.
10. O
poder dos anjos.
Os
anjos aparentemente têm grande poder. São chamados "valorosos em poder,
que executais as suas ordens" (Sl 103.20) e "poderes" (cf. Ef
1.21), "soberanias" e "potestades" (Cl 1.16). Os anjos são
aparentemente "maiores em força e poder" do que os homens rebeldes (2
Pe 2.11; cf. Mt 28.2). Pelo menos durante a sua existência terrena, o homem é
"menor do que os anjos" (Hb 2.7).
11. Quem
é o anjo do Senhor?
Várias
passagens bíblicas, especialmente do Antigo Testamento, falam do anjo do Senhor
de um modo que sugere que é o próprio Deus revestido de forma humana quem
aparece rapidamente a várias pessoas do Antigo Testamento.
C. O
PAPEL DOS ANJOS NOS DESÍGNIOS DIVINOS
1.
Os anjos revelam a grandeza do amor e dos desígnios de Deus para nós.
Os
homens e os anjos (empregando o termo num sentido amplo) são as únicas
criaturas morais e altamente inteligentes que Deus criou.
A
primeira distinção a reparar é que jamais se diz que os anjos foram criados
"à imagem de Deus", enquanto várias vezes se afirma que os homens
foram feitos à imagem do Criador (Gn 1.26-27; 9.6). Como ser à imagem de Deus
significa ser semelhante a Deus, parece certo concluir que somos ainda mais semelhantes
a Deus do que os anjos.
2.
Os anjos nos fazem lembrar que o mundo invisível é real.
Assim
como os saduceus no tempo de Jesus diziam "não haver ressurreição, nem
anjo, nem espírito" (At 23.8), também muitos nossos contemporâneos negam a
realidade de qualquer coisa que não se possa ver. Mas o ensino bíblico sobre a
existência dos anjos é para nós constante lembrança de que existe um mundo
invisível bastante real. Só quando o Senhor abriu os olhos do servo de Eliseu à
realidade desse mundo invisível é que o servo viu que "o monte estava
cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu" (2 Rs 6.17; um
grande exército de anjos enviado a Dotã para proteger Eliseu dos siros). O
salmista também demonstra consciência do mundo invisível ao encorajar os anjos:
"Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas legiões
celestes" (Sl 148.2).
3.
Os anjos são exemplos para nós.
Tanto
na sua obediência quanto na sua adoração, os anjos nos dão belos exemplos a
imitar. Jesus nos ensina a orar, dizendo: "Faça-se a tua vontade, assim na
terra como no céu" (Mt 6.10). No céu a vontade de Deus é feita pelos anjos
imediata e alegremente, sem questionamentos. Devemos orar diariamente para que
nossa obediência e a obediência dos outros seja como a dos anjos no céu. Seu
prazer é viver como humildes servos de Deus, cada qual desempenhando fiel e
alegremente as suas tarefas, grandes ou pequenas. Devemos desejar e orar para
que nós e os outros façamos o mesmo na terra.
4.
Os anjos executam alguns dos desígnios de Deus.
As
Escrituras retratam os anjos como servos de Deus que executam alguns dos seus
desígnios na terra. Eles levam as mensagens de Deus às pessoas (Lc 1.11-19; At
8.26; 10.3-8, 22; 27.23-24). Executam alguns dos juízos de Deus : semeiam uma
peste em Israel (2 Sm 24.16-17), castigam os líderes do exército assírio (2 Co
32.21), ferem de morte o rei Herodes por não ter ele rendido glórias a Deus (At
12.23) e derramam as taças da ira de Deus sobre a terra (Ap 16.1). Quando
Cristo voltar, os anjos o ladearão como um grande exército acompanhando seu Rei
e Senhor (Mt 16.27; Lc 9.26; 2 Ts 1.7).
5.
Os anjos glorificam diretamente a Deus.
Os
anjos também cumprem outra função: servem diretamente a Deus, glorificando-o.
Assim, além dos seres humanos, há no universo outras criaturas inteligentes e
morais que glorificam a Deus.
D. NOSSA
RELAÇÃO COM OS ANJOS
1.
Devemos ter consciência dos anjos no dia-a-dia.
As
Escrituras deixam claro que Deus quer que nos mantenhamos conscientes da
existência dos anjos e da natureza da sua atividade. Não devemos, portanto,
supor que a doutrina bíblica sobre os anjos não tem absolutamente nada que ver
conosco hoje. Antes, a vida dos cristãos se enriquece em vários aspectos pela
consciência da existência e do ministério dos anjos no mundo de hoje.
2.
Precauções a tomar na nossa relação com os anjos
a.
Recuse-se a receber falsas doutrinas de anjos.
A
Bíblia nos alerta para o perigo de receber falsas doutrinas de supostos anjos:
"Mas,
ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do
que vos temos pregado, seja anátema" (Gl 1.8).
Paulo
faz esse alerta porque sabe que existe a possibilidade da fraude. Diz: "O
próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2 Co 11.14). Do mesmo modo,
o profeta mentiroso que enganou o homem de Deus em 1 Reis 13 disse: "Um
anjo me falou por ordem do SENHOR, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa,
para que coma pão e beba água" (1 Rs 13.18). Contudo, o texto bíblico
acrescenta imediatamente, no mesmo versículo: "Porém mentiu-lhe".
b.
Não adore os anjos, nem lhes dirija oração, nem os procure.
O
"culto de anjos" (Cl 2.18) era uma das falsas doutrinas ensinadas em
Colossos. Além disso, o anjo que falou a João no livro do Apocalipse exorta o
apóstolo a não adorá-lo: "Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus
irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus" (Ap 19.10).
c.
Será que os anjos ainda hoje aparecem às pessoas?
No período inicial da história da igreja, os anjos se achavam ativos. Um anjo disse a Filipe que viajasse para o sul, tomando a estrada que ia de Jerusalém a Gaza (At 8.26), orientou Cornélio a enviar um mensageiro até Jope para mandar chamar Pedro (At 10.3-6), exortou Pedro a que se erguesse para sair da prisão (At 12.6-11) e prometeu a Paulo que ninguém do navio pereceria e que ele, assim, compareceria perante César (At 27.23-24). Além disso, o autor de Hebreus encoraja seus leitores, nenhum deles apóstolos nem mesmo crentes da primeira geração ligada aos apóstolos (ver Hb 2.3), a que eles continuem a demonstrar hospitalidade a estranhos, aparentemente com a expectativa de que também possam um dia receber anjos sem o perceber (Hb 13.2).
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