MISSÃO
URBANA - ESTRATÉGIAS DE EVANGELIZAÇÃO URBANA
Sabemos que a conversão de indivíduos ao
Cristianismo, sua busca e transformação operados pela ação do Espírito Santo,
se dá apenas mediante a pregação da Palavra e a aplicação interna desta feita
pelo Espírito Santo. Todavia devemos ter em mente que os meios que Deus utiliza
para que a sua Palavra seja coloca e aplicada no coração dos seus eleitos faz
uso de vários meios diferentes. Jerram Barrs sugere o seguinte quanto a este
assunto :
À medida que começamos a fazer perguntas àqueles
que chegaram à fé, vamos descobrindo quão fiel e pacientemente Deus trabalhou
na vida deles para conduzi-los ao ponto de compromisso. Descobrimos também que
Deus usa de uma infinita variedade de meios para atrair as pessoas a ele
Deus utiliza as características peculiares de cada
um dos seus eleitos para chamá-los à salvação, afinal “como uma pessoa é única,
assim também o caminho que Deus usa para atrair cada pessoa a ele é único”. A
seguir descreveremos algumas estratégias de evangelização que poderão ser
utilizadas nas cidades.
1. Formar Equipes de oração:
O nosso primeiro passo na Evangelização deve ser a
humildade diante de Deus em reconhecermos quem somos e quem Deus é, e isso nos
leva a reconhecer a nossa dependência do Senhor. Em outras palavras, “Começamos
com um apropriado senso de humildade sobre o nosso papel e sobre nossa
capacitação para o trabalho diante de nós, e essa humildade deve nos levar à
oração.”50 A Igreja precisa sentir o desejo de orar pelos ainda não
convertidos.
Um outro fator peculiarmente interessante é que
Deus nos colocou em ‘famílias’ e ele alegremente utiliza esse meio mais natural
para a extensão de seu reino. Então, começamos a orar por aqueles com quem
vivemos e amamos. Estes, acima de todos, devem ser as pessoas por quem nos
importamos mais profundamente e oramos por eles.
Uma outra frase interessante de Jerran Barrsé a que
afirma que “Oração sincera, apaixonada, poderosa deve brotar dos nossos
corações em favor daqueles a quem amamos, e daqueles cujas vidas são ligadas
conosco, na teia da existência diária.”
Sem dúvidas um primeiro bom motivo para orarmos é
“... pela obra do Espírito Santo nos corações e mentes daqueles que nos
rodeiam. Sabemos que ele pode alcançar o íntimo, trabalhar suas mentes e
corações, o que não podemos fazer.” Mas, também devemos orar para que as portas
se abram para nós, proclamadores da palavra de Deus. não devemos nos esquecer
nunca que “Cristo prometeu reinar sobre as nações e sobre nossa vida pessoal
por amor ao evangelho. Então podemos Ter certeza de que ele responde nossas
orações quando lhe pedimos para abrir as portas à medida que construímos
relacionamentos com pessoas.” Por mais que as vezes pensemos que Deus demora em
responder nossas orações, não podemos jamais nos esquecer das palavras de Pedro
que afirma que o Senhor não retarda a sua promessa. (Cf. II Pe. 3: 8 – 9). Isso
é o que nos consola e fortalece quando desanimamos na missão de pregar o
Evangelho ou em alguma outra questão de ansiedade que temos no dia a dia.
É preciso orar por causa da extrema dureza do
coração humano (Jr 3.17; 7.24; 11.8; 16.12; 18.12). O pecador tem “coração
obstinado” (Is 46.12), “tendão de ferro no pescoço” e “testa de bronze” (Is
48.12). Ele carrega uma bagagem enorme de apatia, ignorância, cegueira,
loucura, incredulidade, tradicionalismo, preconceito, soberba e servidão
pecaminosa.
É preciso orar porque só Deus é capaz de fazer o
mais difícil de todos os transplantes: “Tirarei do peito deles o coração de
pedra e lhes darei um coração de carne” e “colocarei no íntimo deles um
espírito novo” (Ez 11.19).
2. Testemunho pessoal:
Cada cristão em particular, por ser parte da Igreja
de Deus, tem a responsabilidade de se envolver no chamado missionário que Deus
deu a Igreja. Duas passagens em particular me que observamos os apóstolos
convidando aos crentes para participarem do trabalho de evangelização. ( Cl
4:5,6; I Pe 3:15,16)
É preciso viver o que se prega, senão a
evangelização torna-se uma hipocrisia. Essa incoerência entre conduta e
mensagem gera indignação, desprezo, zombaria, escândalo, incredulidade e
rejeição.
Jesus deu muita ênfase à evangelização pelo
exemplo, quando declarou francamente : “Vocês são o sal da terra para a
humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve mais para
nada; é jogado fora e pisado pelas pessoas que passam” (Mt 5.13, NTLH). No
mesmo Sermão do Monte, Ele ensina que “uma cidade construída sobre a montanha
não fica escondida” e “não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma
caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa”.
Em seguida, Jesus ordena : “Assim também, a luz de vocês deve brilhar para que
os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que
está no céu” (Mt 5.14-16, CNBB e NTLH). Somos agora o que Jesus foi no passado
: “Enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo” (Jo 9.5). A igualdade da
missão de Jesus com a de seus discípulos aparece também na Grande Comissão:
“Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei” (Jo 17.18).
Aos coríntios, Paulo assume que, “como um perfume
que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja
conhecido por todas as pessoas” (2 Co 2.14, NTLH). Tornamos o evangelho
conhecido mais pelo perfume do que pela palavra. Abusando da figura, é possível
acrescentar: mais pelo olfato do que pela audição. Foi por isso que São
Francisco de Assis disse: “Evangelize sempre; se necessário, use palavras”.
Se o evangelho não alterou o nosso comportamento e
continuamos iguais aos não convertidos, não temos como evangelizar, pois “a fé
que não se traduz em ações é vã” (Tg 2.20)
3. Receptividade:
Boa receptividade da parte dos membros é muito
importante para com os visitantes à igreja. É necessário ter uma equipe
treinada de recepcionistas, os quais darão atenção especial antes, durante e
depois do culto aos visitantes e membros ausentes que retornam. Discretamente
pode ser preenchida uma ficha com dados dos visitantes (nome, endereço,
telefone, se aceita visita ou não) e esta ser entregue ao pastor ou à
secretaria da igreja para que uma correspondência seja posteriormente enviada.
Um cafezinho após o culto oportuniza a confraternização entre todos.
4. Grupos Familiares:
É claro que os cristãos primitivos eram obrigados a
fazer uso do lar, porque não lhes era permitido adquirir nenhuma propriedade,
até o fim do século II. Não podiam, durante o governo de diversos imperadores, organizar
grandes aglomerações públicas por causa das possíveis implicações políticas do
ato. Em outras palavras, a Igreja nos três primeiros séculos de nossa era
cresceu sem a ajuda de dois dos nossos mais estimados instrumentos: a
evangelização de massa e a evangelização na igreja. Ao contrário disso, faziam
uso do lar. No livro de Atos lemos acerca de lares usados extensivamente, como
os de Jasão e Justo, de Filipe e da mãe de Marcos.
Algumas vezes tratava-se de um culto devocional,
outras vezes, de uma tarde de encontro e doutrinação, ou mesmo de um culto de
comunhão. Podia ser também um encontro para reunir novos conversos, ou uma
reunião com a casa cheia de novos interessados. Reuniões de improviso também
aconteciam.
O valor do lar em oposição ao culto mais formal da
igreja, ou antes, como complemento dele, é óbvio. O lar possibilita fazer
perguntas ao dirigente. Promove o diálogo. Torna possível distinguir as
dificuldades. Facilita a comunhão. Pode, com extrema facilidade, desembocar
numa ação e num serviço de caráter coletivo em que todos os diferentes membros
do corpo desempenhem sua parte a contento.Igrejas iniciadas em casas é um dos
modelos mais efetivos e comprovados para fazer crescer o Corpo de Cristo. Há
múltiplas referências Bíblicas que apóiam o conceito da “Igreja em sua Casa”:
(Atos 17:5; 16:15,32-34; 18:7; 21:8, I Co 16:19; Cl 4:15; Rm 16:5)
5. Equipe de visitação aos lares:
Faz parte do testemunho pessoal. Porém aqui com a
ênfase de ser feito periodicamente por um grupo de irmãos. Esta equipe de
evangelização da igreja procurará semanalmente ir às casas dos visitantes (com
dia e horário combinados) levando material de apoio, Bíblia, livretos, etc.
6. Plantação de igrejas:
O crescimento das igrejas também acontece quando
são iniciados pontos de pregação. Quantas igrejas têm expandido seu trabalho
abrindo pontos de pregação em bairros onde residem vários membros ou às vezes
apenas uma família, usando como local uma área simples, porém adequada.
7. Distribuição de Folhetos:
Ter disponíveis uma boa variedade de folhetos é o
primeiro passo no hábito de distribuir folhetos. Oportunidades sem conta são
perdidas porque não temos os folhetos na hora certa. Tenha folhetos no seu emprego,
em sua casa, perto da porta, e na sua escrivaninha. O fato de você ter bons
folhetos consigo a qualquer hora, capacitá-lo-á a aproveitar as muitas
oportunidades de entregar a Palavra da Vida a uma criança, a um transeunte, a
um companheiro de viagem. “Semeia pela manhã e tua semente, e à tarde não
repouse a tua mão, porque não sabes qual prosperará; se esta, se aquela, ou se
ambas igualmente serão boas” (Ecl 11.6),
8. A Motivação
Eis aqui um último aspecto que entendo ser de vital
importância: A motivação é a chave para a evangelização. Se isso ardesse em
nossas almas, não haveria necessidade de tantos congressos sobre evangelização.
Michael Green diz que se perguntássemos aos cristãos primitivos, por que eles
não perdiam a paixão para evangelizar, responderiam :
- O exemplo de Deus, que tanto se preocupou a ponto
de mandar o seu próprio Filho ser missionário em nosso mundo.
- O amor de Cristo, que nos constrange. Ele foi
posto na cruz por nós. E nos diz para irmos em frente e passá-lo a outras
pessoas. A evangelização é a resposta obediente ao amor de Cristo, que nos tem
constrangido.
- O dom do Espírito, que nos é dado especificamente
para dar testemunho. A tarefa de evangelização do mundo e a cooperação do
Espírito Santo são as duas características indica das por Jesus em relação à
época entre a sua ascensão e a sua volta.
Assim, os cristãos primitivos tinham por hábito
basear a evangelização, clara e insofismavelmente, na natureza do Deus triúno.
No coração dele repousa a missão. Mas havia mais três razões que os impeliam:
1. O privilégio de ser embaixador de Cristo, representante
do Rei dos Reis. Nós recebemos esse ministério. Privilégio estupendo, esse!
2. A necessidade dos que não têm Cristo. Isso soa
através do Novo Testamento e dos primeiros líderes da Igreja. Quando percebi
que as pessoas sem Deus estão perdidas agora e também para todo o sempre, mesmo
sendo gente boa, mesmo sendo minha família e meus amigos, foi então que fiz um
propósito de gastar a minha vida em contar aos outros as fabulosas Boas Novas
que Jesus trouxe ao mundo.
3. Finalmente, há o tremendo prazer da tarefa em si. Ela começa no Novo Testamento e é contagiosa. Os cristãos podiam ser presos, e cantavam louvores. Podiam mandá-los calar-se e eles falavam mais ainda. Se perseguidos, na próxima cidade divulgavam a mensagem. Se levados à morte, pereciam alegres, suplicando bênçãos para os seus algozes. É por essa razão que eu não trocaria essa missão de pregar o Evangelho por nenhuma outra ocupação no mundo. Isso é um privilégio enorme. A necessidade é urgente. Nessa tarefa, o homem se realiza totalmente. Fomos criados para isso.
MISSÃO URBANA - PRINCÍPIOS RELEVANTES
OITO
DECISÕES PARA A IGREJA NO CONTEXTO URBANO:
1. Decidir fazer uma séria pesquisa
sócio-demográfica do contexto onde a igreja encontra-se inserida.
2. Decidir desenvolver um ministério
centrado na comunidade, no ministério do leigo e nos dons do Espírito.
3. Decidir saturar a comunidade local
com o Evangelho de Cristo.
4. Decisão de mover para fora das
quatro paredes da igreja local. (abandonar a mentalidade de gueto)
5. Decisão de proclamar o evangelho
pela voz e pela vida, testemunhando em palavras e em obras, na missão integral
da Igreja.
6. Decisão de mover para frente, mas
somente em unidade.
7. Decisão de jamais barganhar o
evangelho da Graça, em nenhuma circunstância.
8. Decisão de executar seriamente a
tarefa da grande comissão do Senhor: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações...” (Mt 28:19).
PRINCÍPIOS RELEVANTES PARA FAZER MISSÕES E EVANGELISMO EM UM CONTEXTO
URBANO
1. O reconhecimento de que o não
cumprimento à Grande Comissão constitui-se num ato de desobediência a Deus
(Mateus 28:18-20);
2. A premente necessidade de contemplar
que os campos estão “brancos para a ceifa” (João 4:35);
3. Ênfase em um ministério eclesiástico
que priorize a tarefa de fazer novos discípulos (Atos 1:8);
4. Multiplicação de líderes leigos que
possam comunicar Cristo aos não salvos (Atos 8:1-4).
5. O Princípio da evangelização através
do testemunho e do evangelismo pessoal : O índice de arrefecimento da fé entre
os novos convertidos alcançados por evangelização em massa tende a ser 75%. Os
esforços evangelísticos como grandes cruzadas, sem as raízes fincadas na igreja
local, tende a ser movimentos com forte ênfase em decisões mais do que em
discipulado.
6. O Princípio da Obediência : Um comum
denominador na plantação de igrejas, é o inarredável compromisso de sermos a
comunidade do compromisso com a Palavra.
7. O Princípio da pluralidade de
lideranças locais : Nenhum homem é a expressão da mente de Deus... A
pluralidade de líderes na Igreja local salvaguarda o ministro de toda e
qualquer tendência de brincar de Deus sobre a comunidade.
8. O princípio de evitar Publicidade
Sensacional : É importante que a igreja novamente imite o Senhor por aproximar
do mundo evitando toda a publicidade sensacional.
9. O Princípio da Mobilidade : Nós
precisamos enfrentar a verdade que Igrejas falham quando elas tornam-se
prisioneiras de suas próprias estruturas e perdem sua mobilidade, confinando
suas atividades dentro das paredes do santuário, sem visão evangelística e sem
uma influência benfazeja dentro da sociedade.
10. O Princípio de evitar quaisquer
tipos de Sincretismos na tarefa de plantação de novas igrejas: Entre os
inimigos da igreja incluem-se: a crença que cada um já é um cristão mesmo sem
ter nascido de novo, e o relativismo moral e religioso.
OS ELEMENTOS DA MISSÃO URBANA – MT. 9:35; 10:1
11.1.
O Contexto da Missão Urbana: Lc 4:43; 8:1;
14:21,23 11.2.
O Conteúdo da Missão urbana
Jesus percorria as cidades e povoados
fazendo três coisas :
- Pregando (Kerigma ): Salvação
- Ensinando ( Didaskalia ): Educação
- Curando ( Diakonia ): Serviço
A Compaixão para a Missão Urbana (9:36)
Segundo esta passagem existem três
característica do homem urbano :
- São pessoas aflitas: sentimento de angústia
- São pessoas exaustas: cansadas
- São pessoas desorientadas: sem rumo e
direção
O Compromisso para a Missão Urbana – Mt 9:37,38
O Comissionamento para a Missão Urbana
– Mt 9:37 – 10:1
PASTOREANDO A CIDADE
Roger Greenway sugere seis
características que devemos ter no ministério urbano :
1. Aqueles que desejam servir na cidade
devem aprender a amar a cidade.
2. Os trabalhadores cristãos devem
conhecer a cidade
3. Os trabalhadores cristãos devem
aprender a apreciar o corpo de Cristo existente na cidade.
4. Um trabalho bem sucedido implica em
se condoer pela cidade.
5. Bons trabalhadores urbanos possuem
uma paixão por evangelização profunda e genuína.
6. O trabalhador deve construir uma
credibilidade genuína para ser eficaz no ministério urbano.
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