AS ÚLTIMAS COISAS - O DESTINO DOS JUSTOS E O DESTINO DOS ÍMPIOS - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
O
DESTINO DOS JUSTOS.
1.
Natureza do céu.
Os
justos são destinados à vida eterna na presença de Deus. Deus criou o homem
para ser ele conhecido pelo homem, amado e servido por ele no presente mundo,
como também gozar eternamente de sua presença no mundo vindouro.
O
cristão durante a sua vida terrestre experimenta pela fé a presença do Deus
invisível, mas na vida vindoura essa experiência da fé tornar-se-á um fato
consumado. Ele verá a Deus face a face, terá a experiência que alguns teólogos
chamam a "Visão Beatifica".
O
céu descreve-se por vários títulos:
1) Paraíso (literalmente, jardim), lembrando-nos a
felicidade e o contentamento dos nossos primeiros pais ao participarem de
comunhão e conversação com o Senhor Deus. (Ap 2:7; 2 Co 12:4)
2) "Casa de meu Pai", com suas muitas mansões (Jo 14:2) expondo o
conforto, descanso e comunhão do lar.
3) O
país celestial, a caminho do qual estamos
viajando, como Israel naquele tempo se destinava a Canaã, a Terra da Promissão.
(Hb 11:13-16)
4) Uma
cidade, sugerindo a ideia duma sociedade
organizada. (Hb 11:10; Ap 21:2.) Devemos distinguir as seguintes três fases na
condição dos cristãos que partiram desta vida: primeira, existe um estado
intermediário de descanso enquanto aguardam a ressurreição; segunda, depois da
ressurreição segue-se o juízo sobre as obras (2 Co 5:10; 1 Co 3:10-15);
terceira, ao fim do Milênio descerá do céu a Nova Jerusalém, o lar final dos
remidos (Ap 21). A Nova Jerusalém descerá do céu, faz parte do céu, e,
portanto, é o céu no pleno sentido da palavra. Sempre que Deus se revela pela
sua presença pessoal e glória celeste, ai é céu, e dessa maneira podemos
descrever a Nova Jerusalém. (Ap 22:3,4) Por que desce essa cidade do céu ? O
propósito final de Deus é trazer o céu à terra. (Vide Dt 11:21.)
Ele
tornará "a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da
plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na
terra" (Ef 1:10)
Então
Deus será "tudo em todos" (1 Co 15:28).
Embora
a Nova Jerusalém não chegue até a terra, ela será visível aos moradores
terrestres, pois "as nações andarão à sua luz" (Ap 21:24).
2.
Necessidade do céu.
O
estudo das religiões revela o fato de que a alma humana instintivamente crê que
existe céu. Esse instinto foi implantado no coração do homem pelo próprio Deus,
o Criador dos instintos humanos. Os argumentos que provam a existência da vida
futura não são formulados principalmente para que os homens acreditem nessa
vida, mas porque os homens já acreditam, e desejam trazer a inteligência
sujeita às mais profundas instituições do coração.
Também
o céu é essencial às exigências da justiça. Os sofrimentos dos justos sobre a
terra e a prosperidade dos ímpios exigem um estado futuro no qual se faça plena
justiça. A Bíblia ensina que tal lugar existe. Platão, o mais sábio dos gregos,
opinou que a vida futura era uma probabilidade, e aconselhou os homens a
colherem as melhores opiniões a respeito, e a embarcar nelas como que numa
balsa, e navegar perigosamente os mares da vida, "a não ser que com mais
segurança pudesse achar um navio melhor, ou uma palavra divina". Essa
palavra divina que os sábios desejaram são as Escrituras Sagradas, nas quais se
ensina a existência da vida futura, não como opinião ou teoria, mas como fato
absoluto.
3.
As bênçãos do céu.
(a)
Luz e beleza. (Ap 21:23; 2:5)
A
melhor linguagem humana é inadequada para descrever as gloriosas realidades da
vida futura. Nos caps. 21 e 22 do Apocalipse o Espírito emprega linguagem que
nos ajuda a compreender algo das belezas do outro mundo. A toupeira que vive no
buraco na terra não pode compreender como é a vida da águia que se eleva acima
das altas montanhas. Vamos imaginar um mineiro que nascesse em uma mina 500
metros abaixo da superfície e que ai passasse todos os seus dias, sem nunca ter
visto a superfície da terra. Como seria difícil tentar descrever-lhe as
delicias visuais de verdes árvores, campos floridos, rios, pomares, picos de
montanhas, e o céu estrelado. Ele nada disso apreciaria, pois seus olhos não
viram, seus ouvidos não ouviram e não entrou em seu coração o conhecimento
dessas coisas.
(b)
Plenitude de conhecimento, (1 Co 13:12.)
O
sentimento expresso pelo sábio Sócrates ao dizer: "Uma coisa sei, é que
nada sei", tem sido repetido pelos sábios daquele tempo. O homem está
rodeado dos mistérios e anseia pela sabedoria. No céu esse anseio será
satisfeito absolutamente; os mistérios do universo serão desvendados; problemas
teológicos difíceis desvanecerão. Então gozaremos de melhor qualidade de
conhecimento, o conhecimento de Deus.
(c)
Descanso. (Ap
14:13; 21:4.)
Pode-se
formar certa concepção do céu contrastando-o com as desvantagens da vida
presente. Pense em tudo que neste mundo provoca: fadiga, dor, luta e tristeza,
e considere que no céu essas coisas não nos perturbarão.
(d)
Servir.
Existem
pessoas acostumadas a uma vida muito ativa que não se interessam pelo céu,
pensando que o céu seja lugar de inatividade, onde seres etéreos passem o tempo
tocando harpa. Essa, porém, não é uma concepção exata. É verdade que os
redimidos tocarão harpas, pois o céu é lugar de música. "Haverá trabalho a
fazer também.
"...
Estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu
templo." "(Ap 7:15)
"...
e os seus servos o servirão"... (Ap 22:3).
Aquele
que colocou o homem no primeiro paraíso, com instruções sobre como cuidar dele,
certamente não deixará o homem sem ter o que fazer no segundo paraíso.
(e)
Gozo. (Ap 21:4.)
O
maior prazer experimentado neste mundo, mesmo que ampliado um milhão de vezes,
ainda não expressaria o gozo que espera os filhos de Deus nesse reino. Se um
poderoso rei, possuidor de ilimitadas riquezas, quisesse construir um palácio
para sua noiva, esse palácio seria tudo quanto a arte e os recursos pudessem
prover. Deus ama seus filhos infinitamente mais que qualquer ser humano. Possuindo
recursos inexauríveis, ele pode fazer um lar cuja beleza ultrapasse tudo quanto
a arte e imaginação humanas poderiam conceber. "Vou preparar-vos
lugar."
(f)
Estabilidade.
O
gozo do céu será eterno. De fato, a permanência é uma das necessidades para que
a felicidade seja perfeita. Por muito gloriosas que sejam a beleza e a
felicidade celestiais, saber que essas coisas acabariam já é suficiente para
que o gozo perca sua perfeição. Lembrar-se de que inevitavelmente tudo findará,
seria um empecilho ao gozo perfeito. Todos desejam o estado permanente: saúde
permanente, paz permanente e prosperidade permanente. A instabilidade e
insegurança são temidas por todos. Mas a felicidade no céu é justamente a
divina promessa de que o seu gozo nunca há de terminar nem diminuir de
intensidade.
(g)
Gozos Sociais. (Hb
12:22, 23; 1 Ts 4:13-18)
Por
natureza, o homem é um ser social. O homem solitário é anormal. Se na vida
presente os gozos sociais proporcionam tanta felicidade, como não será muito
mais gloriosa a amável comunhão social no céu. Nas relações humanas, mesmo as
pessoas mais chegadas a nós têm suas faltas e características que destroem a
sua personalidade. No céu os amigos e parentes não terão faltas. Os gozos
sociais nesta vida fazem-se acompanhar de desapontamento. Muitas vezes os
próprios familiares nos causam grandes tristezas; as amizades acabam e o amor
desvanece. Mas no céu não haverá os mal-entendidos e nenhuma rixa; tudo será
bom e belo, sem sombra e sem defeito, cheio de sabedoria celestial e resplandecente
com a glória de Deus.
(h)
Comunhão com Cristo. (Jo 14:3; 2 Co 5:8; Fp 1:23)
"Ao
qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos
alegrais com gozo inefável e glorioso" ( 1 Pe 1:8).
Naquele
dia seremos como ele é; os nossos corpos serão como o seu glorioso corpo; nós o
veremos face a face; aquele que pastoreou o seu povo no vale das lágrimas, no
céu conduzirá esse povo de gozo em gozo, de glória em glória, e de revelação em
revelação.
VI. O DESTINO DOS ÍMPIOS
1. O ensino bíblico.
O
destino dos ímpios é estar eternamente separados de Deus e sofrer eternamente o
castigo que se chama a segunda morte. Devido à sua natureza terrível, é um
assunto diante do qual se costuma recuar; entretanto, é necessário tomar
conhecimento dele, pois é uma das grandes verdades da divina revelação. Por
essa razão o manso e amoroso Cristo avisou os homens dos sofrimentos no
inferno. Sua declaração acerca da esperança do céu aplica-se também à
existência do inferno "se não fosse assim, eu vo-lo teria dito" (Jo
14:2). O inferno é um lugar de: extremo sofrimento (Ap 20:10), onde é lembrado
e sentido o remorso (Lc 16:19-31), inquietação (Lc 16:24), vergonha e desprezo
(Dn 12:2), vil companhia (Ap 21:8) e desespero (Pv 11:7, Mt 25:41).
2.
Opiniões errôneas.
(a)
O universalismo
Ensina
que todos os homens, no fim, serão salvos, argumentando que Deus é amoroso
demais para excluir alguém do céu. Essa teoria é refutada pelas seguintes
passagens: Rm 6:23; Lc 16:19-31; Jo 3:36 e outras. Na realidade, é a misericórdia
de Deus que exclui do céu o ímpio, pois este não se acomodaria no ambiente
celestial como também o justo não teria prazer em estar no inferno.
(b)
O restauracionismo.
A
doutrina da restauração de todas as coisas ensina que o inferno não é eterno, e,
sim, apenas uma experiência temporária que tem por fim purificar o pecador para
que possa entrar no céu. Se assim fosse, então o fogo infernal teria mais poder
do que o sangue de Cristo. Também, a experiência nos ensina que a punição, em
si, não regenera; ela pode restringir mas não transformar. Os partidários dessa
escola de pensamento afirmam que a palavra "eterno", na língua grega,
significa "duração de século ou época" e não duração sem fim. Mas,
segundo Mat. 25:41, se a punição dos ímpios tiver fim, então o terá também a
felicidade dos justos. Assim comenta o Dr. Maclaren: Reverentemente aceitando
as palavras de Cristo como palavras de perfeito amor e sabedoria infalível,
este autor... receia que, na avidez de discutir a duração, o fato solene da realidade
da futura retribuição seja ofuscado, e os homens discutam sobre o "terror
do Senhor" a ponto de não sentirem mais receio a seu respeito. Os hábitos
tendem a se fixar. A tendência do caráter é tornar-se permanente; não há razão
para crer que Deus futuramente, mais do que no presente, obrigue a pessoa a ser
salva.
(c)
Segundo período probatório.
Ensina
que todos, no tempo entre a morte e a ressurreição, terão outra oportunidade
para aceitar a salvação. As Escrituras, entretanto, ensinam que na morte já se
fixou o destino do homem. (Hb 9:27) Além disso, quantos aceitarão a presente
oportunidade se pensarem que haverá outra? E, segundo as leis da natureza
humana, se negligenciarem a primeira oportunidade, estarão menos dispostos a
aceitar a segunda.
(d)
Aniquilamento.
Ensina
que Deus aniquilará os ímpios. Os partidários dessa doutrina citam 2 Ts 1:9 e
outras passagens que afirmam que os ímpios serão destruídos. Contudo, o sentido
da palavra, como usada nas Escrituras, não é "aniquilar", mas causar
ruína. Se a palavra perdição (Almeida) nesse verso significa aniquilar, então a
palavra "eterna" no mesmo verso seria supérflua, pois aniquilamento
só pode ser eterno. Também citam passagens que expõem a morte como a pena do
pecado. Mas, nesses casos, refere-se à morte espiritual e não à morte física, e
morte espiritual significa separação de Deus. A promessa de vida feita ao
obediente não significa o dom de "existência", pois esse dom todos os
homens o possuem. E se a vida, como um galardão, não significa mera existência,
então a morte também não significa mera perda.
AS ÚLTIMAS COISAS - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO.
1.
O fato de sua vinda.
O
fato da segunda vinda de Cristo é mencionado mais de 300 vezes no Novo
Testamento. Paulo refere-se ao evento umas cinqüenta vezes.
Alguém
já disse que a segunda vinda é mencionada oito vezes mais do que a primeira.
Epístolas inteiras (Colossenses e 2 Tessalonicenses.) e capítulos inteiros
(Mateus. 24, Mateus. 13) são dedicados ao assunto. Sem dúvida, é uma das
doutrinas mais importantes do Novo Testamento.
2.
A maneira de sua vinda.
Será
de maneira pessoal (Jo 14:3; At 1:10,11; 1 Ts 4:16; Ap 1:7; 22:7), literal (At
1:10; 1 Ts 4:16, 17; Ap 1:7; Zc 14:4), visível (Hb 9:28; Fp 3:20; Zc 12:10) e
gloriosa (Mt 16:27; 25:31; 2 Ts 1:7-9; Gl 3:4).
Há
interpretações que procuram evitar a opinião de que a vinda de Cristo seja
literal e pessoal. Alguns ensinam que a morte é a segunda vinda de Cristo.
Mas
a Bíblia mostra que a segunda vinda é o contrário da morte, pois os mortos em
Cristo ressuscitarão nessa ocasião. Com a morte iremos para Cristo, mas na sua
vinda ele virá para nos buscar. Certas passagens (Mt 16:28; Fp 3:20) perdem seu
significado se substituíssemos morte por segunda vinda. Finalmente, a morte é um
inimigo, enquanto a vinda de Cristo é a gloriosa esperança.
Alguns
sustentam que a segunda vinda foi a descida do Espírito no dia de Pentecoste.
Outros ensinam que Cristo veio no tempo da destruição de Jerusalém no ano 70
A.D., mas em cada um desses casos não houve ressurreição dos mortos, nem o
arrebatamento dos vivos, nem outros eventos preditos que acompanharão o segundo
advento.
3.
O Tempo da sua vinda.
Tentativas
houve para determinar a data da vinda de Cristo, mas em nenhuma delas o Senhor
veio na hora marcada pelos homens! Ele declarou que o tempo exato de sua vinda
está oculto nos conselhos divinos. (Mt 24:36-42; Mc 13:21, 22) é bom que seja
assim.
Quem
gostaria de saber com antecedência a hora exata de sua morte ? Tal conhecimento
teria o efeito de perturbar e inutilizar a pessoa. Basta que saibamos que a
morte pode vir a qualquer instante; portanto, devemos trabalhar "enquanto
é dia pois a noite vem quando ninguém pode trabalhar". O mesmo raciocínio
serve quanto ao fim da presente dispensação. Esse dia também não nos foi
revelado, mas sabemos quê será repentino (1 Co 15:52; Mt 24:27) e inesperado (2
Pe 3:4; Mt 24:48-51; Ap 16:15). O Senhor avisa seus servos: "Negociai até
que eu venha"
Damos
em seguida uma visão geral do ensino de Cristo sobre o tempo da sua vinda: após
a destruição de Jerusalém os judeus serão desterrados entre todas as nações,
expulsos de sua terra, a qual passará a ser subjugada pelos gentios até ao fim
dos tempos, quando Deus julgará as nações gentias (Lc 21:24). Durante esse período
os servos de Cristo levarão sua obra avante (Lc 19:11-27) pregando o Evangelho
a todas as nações (Mt 24:14).
Será
um tempo de demora durante o qual muitas vezes a igreja será tentada a duvidar
do retomo do seu Senhor (Lc 18:1- 8), quando alguns se prepararão e outros se
tornarão negligentes, enquanto o Noivo demora (Mt 25:1-11). Ministros infiéis
desviar-se-ão, dizendo consigo mesmos: "O meu Senhor tarda a vir" (Lc
12:45).
"Muito
tempo depois" (Mt 25:19), "… meia-noite (Mt 25:6), ‹a hora e no dia
dos quais nenhum dos seus discípulos sabe (Mt 24:36, 42,50), o Senhor
repentinamente aparecerá para ajuntar seus servos e julgá-los segundo as suas
obras (Mt 25:19; e 2 Co 5:10).
Mais
tarde, depois de ter sido pregado universalmente o Evangelho e após o mundo havê-lo
rejeitado, quando o povo estiver vivendo completamente ignorante quanto à
iminente catástrofe, como nos dias de Noé (Mt 24:37-39) e nos dias da
destruição de Sodoma (Lc 17:28, 29) virá o Filho do homem em glória e poder
para julgar as nações do mundo e sobre elas reinar (Mt 25:31-46).
4.
Sinais de sua vinda.
As
Escrituras ensinam que a aparição de Cristo inaugurando a Idade Milenial será
precedida por um tempo agitado de transição, no qual haverá distúrbios físicos,
guerras, crises econômicas, declínio moral, apostasia religiosa, infidelidade,
pânico geral e perplexidade.
A
última parte desse período transitório chama-se "A Grande
Tribulação", durante a qual o mundo inteiro estará sob o domínio dum
governo contra Deus e anticristão. Crentes em Deus serão brutalmente
perseguidos, e a nação judaica, em particular, passará pela fornalha da
aflição.
5.
O propósito de sua vinda.
(a)
Em relação à igreja.
Assim
escreve o Dr. Pardington: Assim como a primeira vinda do Senhor se estendeu
sobre um período de 30 anos, assim a segunda vinda influirá em vários eventos.
Na primeira vinda ele foi revelado como o Menino de Belém; mais tarde como o
Cordeiro de Deus, ao ser batizado, e como o Redentor no Calvário. Na segunda
vinda aparecerá aos seus secreta e repentinamente para trasladá-los às Bodas do
Cordeiro. Essa aparição chama-se o arrebatamento ou "Parousia" (que
significa "aparição" ou "presença" ou "chegada"
na língua grega). Nessa ocasião os crentes serão julgados para determinar as
suas recompensas por serviços prestados (Mt 25:14-30). Após o arrebatamento,
segue-se um período de terrível tribulação, que terminará na revelação, ou
manifestação aberta de Cristo proveniente do céu, quando ele estabelecerá seu
reino messiânico sobre a terra.
(b)
Em relação a Israel.
Aquele
que é a Cabeça e Salvador da igreja, do povo do céu, é também o prometido
Messias de Israel, do povo terrestre. Como Messias, ele libertará esse povo da
tribulação, congregá-lo-á dos quatro cantos da terra, restaurá-lo-á na sua
antiga terra e sobre ele reinará como seu, há muito prometido, Rei sobre a Casa
de Davi.
(c)
Em relação ao anticristo.
O
espírito do anticristo já está no mundo (1 Jo 4:3; 2:18; 2:22), mas ainda virá
outro anticristo final (2 Ts 2:3). Nos últimos dias ele se levantará dentre o
velho mundo (Ap 13:1) e tornar-se-á o soberano sobre um Império Romano
ressuscitado que dominará todo o mundo. Assumirá grande poder político (Dn 7:8,
25), comercial (Dn 8:25; Ap 13:16, 17) e religioso (Ap 17:1-15). Ele será
anti-Deus e anti-Cristo, e perseguirá os cristãos numa tentativa de extinguir o
Cristianismo. (Dn 7:25; 8:24; Ap 13:7, 15). Sabendo que os homens desejam ter
alguma religião, ele estabelecerá um culto baseado na divindade do homem e na
supremacia do Estado. Como personificação desse Estado, ele exigirá o culto do
povo, e formará um sacerdócio para fazer cumprir e promulgar esse culto. (2 Ts
2:9,10; Ap 13: 12-15)
O
anticristo levará ao extremo a doutrina da supremacia do Estado, a qual ensina
que o governo é o supremo poder, em torno do qual tudo, incluindo a própria
consciência do homem, tem que lhe estar subordinado. Visto que não existe poder
ou lei mais elevados do que o Estado, segundo eles, Deus e sua lei precisam ser
abolidos para se prestar culto ao Estado.
A
primeira tentativa para estabelecer o culto ao Estado está registrada em Daniel
cap. 3. Nabucodonosor orgulhou-se do poderoso império que edificara. "não
é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?..." (Dn 4:30).
Tão
deslumbrado ficou ele diante do poderio e governos humanos, que o Estado para
ele se tomou como um deus. Que melhor maneira para impressionar os homens com
sua glória, do que ordenar-lhes que o símbolo desse governo fosse venerado!
Portanto,
ele edificou uma grande imagem dourada e mandou que todos os povos se prostrassem
diante dela, sob pena de morte.
A
imagem não foi a de uma divindade local, mas representava o próprio Estado.
Recusar cultuar a imagem era considerado ateísmo ou traição.
Ao
instituir essa nova religião, Nabucodonosor como que dizia ao povo: "Quem
vos deu as belas cidades, as boas estradas, e belos jardins? O Estado! Quem vos
provê de alimentos e serviço, quem funda escolas e patrocina templos? O Estado!
Quem vos defende dos ataques dos inimigos? O Estado! Não será então o Estado,
esse poderio, um deus? Portanto, que maior deus quereis do que vosso exaltado
governo? Prostrai-vos perante o símbolo da grande Babilônia!"
E
se Deus não o tivesse humilhado do seu orgulho blasfemo (Dn 4:28- 37),
Nabucodonosor talvez teria exigido o culto de sua própria pessoa como chefe do
Estado. Como os três filhos hebreus (Daniel 3) foram perseguidos por se
recusarem a curvar-se perante a imagem de Nabucodonosor, assim os cristãos do
primeiro século sofreram porque se recusaram a render homenagens divinas à
imagem de César.
Havia
tolerância de todas as religiões no Império Romano, mas sob a condição de que
fosse venerada a imagem de César como símbolo do Estado.
Os
cristãos foram perseguidos, não tanto por sua lealdade a Cristo, mas porque se
recusaram a adorar a César e dizer: "César é Senhor." Recusaram-se a
cultuar o Estado como deus.
A
Revolução francesa oferece outro exemplo dessa política. Deus e Cristo foram
lançados fora e um deus, ou deusa, se fez da "Pátria" (o Estado).
Assim disse um dos lideres: "O Estado é supremo em todas as coisas. Quando
o Estado se pronuncia, a igreja não tem nada a dizer."
A
lealdade ao Estado elevou-se à posição de religião. A assembléia decretou que
em todas as vilas fossem levantados altares com a seguinte inscrição: "O
cidadão nasce, vive e morre por La Patrie." Preparou-se um ritual para
batismos, casamentos e enterros civis. A religião do Estado possuía seus hinos
e orações, seus jejuns e festas.
O
Novo Testamento reconhece o governo humano como divinamente ordenado para a
manutenção da ordem e da justiça. O cristão, por conseguinte, deve lealdade à
sua pátria. Tanto a igreja como o estado têm sua parte no programa divino, e
cada qual deve limitar-se à sua esfera. Deus deve receber o que lhe pertence, e
César deve receber o que lhe pertence. Mas acontece que muitas vezes César
exige coisas que são de Deus, resultando que a igreja, muito contra sua
vontade, entra em choque com o governo. As Escrituras preveem que esses
conflitos futuramente chegarão ao seu ponto máximo. A última civilização será
anti-Deus, e o anticristo, seu chefe, o ditador mundial, tornará as leis desse
superestado supremas sobre todas as demais leis", e exigirá o culto à sua
pessoa como a personificação do Estado.
As
mesmas Escrituras predizem a vitória de Deus e que sobre as ruínas do império
mundial" anticristão, ele levantará seu reino no qual Deus é supremo — o
Reino de Deus. (Dn 2:34, 35, 44; Ap 11:15; 19:11-21)
(d)
Em relação às nações.
As
nações serão julgadas, os reinos do mundo destruídos, e todos os povos estarão
sujeitos ao Rei dos reis. (Dn 2:44; Mq 4:1; Is 49:22, 23; Jr 23:5; Lc 1:32; Zc
14:9; Is 24:23; Ap 11:15)
Cristo
regerá as nações com vara de ferro; tirará toda a opressão e injustiça da terra
e inaugurará a Idade áurea de mil anos. (Sl 2:7-9; 72; Is 11:1- 9; Ap 20:6.)
"Depois
virá o fim, quando houver entregado o reino a Deus, o Pai, e quando houver
aniquilado todo o império, e toda potestade e força" (1 Co 15:24).
Há
três estágios na obra de Cristo como Mediador:
Sua
obra como Profeta, cumprida durante seu ministério terrestre
Sua
obra como Sacerdote, começada na cruz e continuada durante a dispensação atual
Sua
obra como Rei, começando com a sua vinda e continuando durante o Milênio.
Depois
do Milênio ter cumprido sua obra de unir a humanidade a Deus, de forma que os
habitantes do céu e da terra formem uma só grande família onde Deus será tudo e
estará em todos. (Ef 1:10; 3:14, 15)
Contudo, Cristo continuará a reinar como o Deus-homem, e partilhar do governo divino, pois "o seu reino não terá fim" (Lc 1:33).
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