BIBLIOLOGIA - LIVROS PROFÉTICOS - ESTRUTURA E ENSAIO
Introdução
São 17 livros chamados proféticos, que vão de Isaías a Malaquias. Estão subdivididos em Profetas Maiores e Profetas Menores, sua composição é: Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel; Profetas Menores : Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Os livros trazem o nome de 16 profetas hebreus, aos quais se acrescentam as Lamentações. Os quatro profetas “maiores”, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel são seguidos pelos chamados doze profetas “menores”, autores de livros breves. Os livros dos profetas vão desde a época áurea do povo israelita até o exílio e o retorno à pátria. Entre os primeiros contam-se Amós e Oséias, que dirigiram suas mensagens ao reino do norte, no século VIII a.C. Mas a maioria dos profetas atuou no reino de Judá. Aí desenvolveram suas atividades Isaías, Miquéias e talvez também Joel em torno de 700 a.C., mais de cem anos antes da queda de Jerusalém em 587 a.C. Jeremias, Habacuque e Sofonias proclamaram suas palavras nos anos que antecederam a queda da cidade e durante o exílio. Ageu, Zacarias e Malaquias profetizaram durante e após o retorno, a partir de 538 a.C. Alguns profetas tiveram outros destinatários. Jonas e Naum dirigiram mensagens especiais a Nínive, a capital da Assíria destruída em 612 a.C. Daniel é descrito como profeta em Babilônia. Obadias sentenciou contra Edom, antigo inimigo de Israel.
Os Livros Dos Profetas Maiores
O Livro De Isaías
Isaías viveu no século VIII a.C. O livro que trás o seu nome é dos mais impressionantes do Antigo Testamento. Pinta com cores fortes o poder de Deus e contém mensagem de esperança para o seu povo. O chamado de Isaías para a função de profeta é descrito no cap. 6. Ele profetizou durante mais de quarenta anos.
Os caps. 1 - 39 pertencem ao período em que o reino de Judá foi ameaçado pela Assíria, o grande império do mundo bíblico de então. Mas Isaías proclamou que o perigo real para a nação estava nos seus pecados e na sua desobediência a Deus. O povo não confiava em Deus e o profeta convidou-o a voltar a ele, a restabelecer a justiça e a agir corretamente. Se não prestasse ouvidos, Judá seria destruído. Isaías também voltou os olhos para o futuro, época em que em todo o mundo reinaria a paz. Um descendente do rei Davi tornar-se-ia o rei ideal que cumpriria a vontade de Deus.
Os caps. 40 - 55 tratam da volta do exílio de Babilônia. O povo tinha perdido toda esperança, mas o profeta lhe fala de um tempo em que Deus o libertaria e reconduziria a Jerusalém. Enfatiza o fato de que Deus controla a história e acena ao plano divino de utilizar a nação de Israel para levar a esperança a todos os povos. Esta parte do livro inclui certo número de passagens em que o profeta, olhando para o futuro, fala da vinda do “Servo de Iahweh”, portador de esperança para a nação. Os caps. 56 - 66 formam seção separada, dirigida principalmente aos judeus que voltaram a Jerusalém.
O Livro De Jeremias
Jeremias viveu cerca de cem anos depois de Isaías, tendo sido chamado por Deus à vocação de profeta em 627 a.C. e morrido pouco depois de 587 a.C. Na sua época, a Assíria, a superpotência do norte, entrava em decadência. A nova ameaça do reino de Judá era Babilônia. Por quarenta anos advertiu o povo sobre o futuro juízo de Deus, que o castigaria, por causa da sua idolatria e do seu pecado. Por fim suas palavras cumpriram-se. Em 587 a.C. o exército babilônico, conduzido por Nabucodonosor, destruiu Jerusalém e o templo, levando muitos judeus para o exílio. Jeremias recusou a oferta para ir viver comodamente na corte babilônica e provavelmente morreu no Egito. Os caps. não seguem a ordem cronológica dos fatos. O livro começa com a descrição da vocação de Jeremias.
Os primeiros 25 caps. contêm mensagens de Deus dirigidas a Judá durante os reinados dos últimos reis : Josias, Joacaz, Jeoaquim, Joaquim (filho deste) e Zedequias.
Os caps. 26 - 45 narram acontecimentos da vida de Jeremias e incluem algumas outras profecias. Os caps. 46 - 51 trazem as mensagens enviadas por Deus a diversas nações estrangeiras.
Os capítulos finais descrevem a queda de Jerusalém e o exílio em Babilônia. Jeremias tornou-se muito impopular e foi acusado de traição, porque exortava o povo a render-se aos babilônios. Mas ele amava o seu povo e sofria por ser obrigado, pela sua dramática missão, a anunciar o juízo de Deus. Era muito inseguro de si, mas jamais traiu a mensagem que Deus lhe confiara. Embora seja lembrado pelo seu pessimismo, também teve palavras de esperança e prometeu que, depois do obscuro período do exílio, Deus reconduziria o seu povo de volta à pátria.
O Livro De Lamentações
O livro das Lamentações é uma coletânea de cinco poemas, que choram a queda de Jerusalém em 587 a.C. e o exílio. O templo tinha sido destruído e a nação via nisso um sinal de que Deus a tinha entregado aos inimigos. O profeta chora o pecado do seu povo. O livro é principalmente um lamento. Mas também contém promessa de esperança. A obra ainda continua sendo lida em voz alta nas sinagogas em julho de cada ano, quando os judeus recordam a destruição do templo em 587 a.C. e em 70 a.C.
O Livro De Ezequiel
O profeta Ezequiel foi levado para o exílio em Babilônia no ano de 597 a.C. e ali viveu antes e depois da queda de Jerusalém em 587 a.C. Foi chamado para a missão de profetizar aos trinta anos de idade e dirigiu sua mensagem tanto aos exilados em Babilônia, quanto ao povo que ainda vivia na longínqua Jerusalém.
Quando recebeu o chamado profético também teve uma vívida visão da santidade de Deus (caps. 1-3), que influenciou toda a sua vida.
Os caps. 4-24 prevêem o juízo divino sobre Israel : Jerusalém será destruída. Ezequiel também anunciou o juízo de Deus contra as nações que ameaçavam o seu povo (caps. 25-32).
Depois da queda de Jerusalém em 587 a.C. mudou o tom de sua mensagem (caps. 33-39), levou conforto ao povo e fez brilhar a promessa e a esperança para o futuro : Deus haveria de libertar Israel.
Finalmente descreveu as visões que teve sobre o futuro, em que o povo ofereceria a Deus culto perfeito em templo novo (caps. 40-48).
Ezequiel sublinhou a responsabilidade individual diante de Deus e a renovação do povo partindo do coração.
O Livro De Daniel
Daniel é apresentado como exilado de Judá que viveu na corte babilônica no tempo de Nabucodonosor e seus sucessores. Na verdade, parece mais homem de Estado que profeta. O livro que leva seu nome foi escrito no momento em que o povo judeu estava oprimido, talvez durante a perseguição Babilônica sob o domínio de Nabucodonosor.
Os caps. 1-6 narram episódios da vida de Daniel e alguns amigos seus, exilados na época do império babilônico e persa. Porque confiaram em Deus e a ele obedeceram a qualquer preço, triunfaram dos seus inimigos.
O restante do livro contém uma série de visões do profeta (caps. 7-12), que descrevem em termos figurativos o nascimento e a queda dos impérios. Os perseguidores pagãos cairão e o povo de Deus sairá vitorioso.
A versão grega da Setenta e, conseqüentemente, a Bíblia católica, tem mais dois caps., 13-14, que, entre outras coisas, contam a história da casta Susana injustamente acusada, mas salva por Daniel.
BIBLIOLOGIA - OS
LIVROS DOS PROFETAS MENORES
O Livro De Oséias
Oséias viveu mais ou menos na época de Isaías, no século VIII a.C., no reino de Israel. Profetizou durante os tormentosos 40 anos que antecederam a queda de Samaria em 722 a.C.. Israel teve seis reis no espaço de vinte anos e freqüentemente contemporizou com as religiões pagãs.
O profeta preocupou-se muito com a idolatria e pintou a infidelidade de Israel com imagens tiradas do seu próprio casamento com mulher infiel (caps. 1 - 3). O juízo de Deus virá, mas no fim o seu amor saberá reconquistar o povo.
Os caps. 4 - 13 contêm as mensagens que dirigiu a Israel. Mostram como Deus estava irado, mas ao mesmo tempo não conseguia esquecer o seu amor ao povo. O capítulo final implora a Israel que volte a Deus.
O Livro De Joel
Não conhecemos nada sobre este profeta, nem sabemos em que tempo viveu. Talvez tenha vivido depois do exílio. Seu livro fala de exército de gafanhotos que devoram as colheitas e de seca desastrosa. Trata-se de imagens do iminente juízo de Deus sobre aqueles que lhe desobedecem, imagens do “dia do Senhor”. Joel convida o povo a voltar-se a Deus, que renovará todas as coisas e enviará o seu Espírito sobre todo o povo.
O Livro De Amós
Amós era originário de uma cidade de Judá, mas dirigiu sua mensagem ao reino do norte de Israel. Viveu no século VIII a.C., durante o reinado de Jeroboão II de Israel. Foi pastor e cultivador de uma espécie de figueiras. Naquela época Israel vivia em grande prosperidade e riqueza, o reino também parecia religioso. Mas Amós condenou a sua hipocrisia. Os pobres eram oprimidos e a religião era apenas fachada. Era necessário um homem corajoso pala denunciar a nação em nome de Deus, e Amós desejou que a justiça “corresse como rio”. Em 722 a.C. os assírios destruíram Samaria e levaram o povo ao exílio.
Os primeiros 6 caps. do livro de Amós contêm os juízos pronunciados por Deus sobre Israel e seus vizinhos.
Os caps. 7-9 apresentam a descrição de cinco visões. O profeta Amós era pastor.
O Livro De Obadias
O livro de Obadias é o mais curto do Antigo Testamento e foi escrito depois da queda de Jerusalém em 587 a.C. Os edomitas, antigos inimigos de Judá que habitavam as montanhas a sudeste do mar Morto, aproveitaram a ocasião para invadir o país. Obadias condenou o orgulho de Edom e profetizou a sua derrota. No século V a.C. os árabes derrotaram os edomitas; no século III a.C. foi a vez de os nabateus os subjugarem; finalmente desapareceram da história. Por outro lado, Obadias profetiza o retorno de Israel à sua pátria.
O Livro De Jonas
Diversamente dos outros livros proféticos, o de Jonas tem a forma de uma história. Descreve as aventuras um tanto fabulosas, mas de cunho moral, de um profeta que tentou desobedecer às ordens de Deus. Jonas recebera de Deus a incumbência de ir a Nínive, capital da Assíria, e de converter o seu povo. Finalmente Jonas anunciou a mensagem e ficou desgostoso quando Deus perdoou a cidade, grande inimiga de Israel. O livro mostra o amor e a bondade de Deus, que prefere esquecer e salvar a punir e destruir.
O Livro De Miquéias
O profeta Miquéias foi mais ou menos contemporâneo de Isaías, Amós e Oséias no século VIII a.C., e dirigiu sua mensagem tanto a Judá como a Israel. À semelhança de Amós, Miquéias denunciou os governantes, os sacerdotes e os profetas porque exploravam os pobres e indefesos, defraudavam e desonravam a religião. O juízo de Deus viria sobre Samaria e Jerusalém. Mas também teve palavras de esperança, prometendo que Deus estabeleceria a paz universal e que da família de Davi surgiria um grande rei, portador da paz. Um dos versículos do seu livro resume grande parte da mensagem dos profetas: “O que Yahweh exige de ti: nada mais do que praticar o direito, gostar do amor e caminhar humildemente com o teu Deus!” (Mq 6.8).
O Livro De Naum
O livro de Naum consiste num poema. O profeta prediz que Nínive cairá e regozija-se pelo juízo de Deus contra uma nação cruel e arrogante. De fato, Nínive caiu nas mãos dos babilônios e dos medos em 612 a.C. Provavelmente o livro foi escrito nessa época.
O Livro De Habacuque
Este livro é do fim do século VII a.C., quando Jeremias profetizava em Jerusalém. Era a época dos cruéis babilônios. O profeta pergunta a Deus: “Por que contemplas os traidores, silencias quando um ímpio devora alguém mais justo do que ele ?” (Hb 1.13). Deus responde que intervirá no momento oportuno e punirá os malfeitores. O livro termina com a advertência e a oração do profeta justo, que se alegra sabendo que Deus tem o controle de tudo.
O Livro De Sofonias
Sofonias proclamou a mensagem de Deus a Judá durante o reinado de Josias (640-609 a.C.), no início da atividade de Jeremias. Manassés e Amon, os dois reis anteriores, tinham levado a religião e a moral da nação ao nível mais baixo já alcançado. Sofonias lembra a Judá o juízo que se aproxima por ter abandonado o Deus vivo, e prediz aos vizinhos de Israel a destruição que os espera. Mas ainda que Jerusalém caia, será reconstruída.
O Livro De Ageu
Ageu, Zacarias e Malaquias, os três últimos livros do Antigo Testamento, são da época em que os judeus haviam voltado do exílio, sob a liderança de Esdras e Neemias. Após os primeiros esforços para reconstruir o templo destruído pelos babilônios em 587 a.C., haviam interrompido a obra. O livro de Ageu é coleção de breves mensagens “do Senhor” comunicadas por meio do profeta em 520 a.C. O profeta convida seus conterrâneos a estabelecerem as prioridades justas. É necessário concluir a reconstrução do templo. Deus concederá paz e prosperidade se o povo esquecer suas preocupações egoísticas e puser em primeiro lugar aquilo que deve ter primazia.
O Livro De Zacarias
O profeta Zacarias era de família sacerdotal e, como Ageu, esteve envolvido na reconstrução do templo, concluído em 516 a.C.
Os caps. 1. - 8 do livro são profecias pronunciadas entre 520 e 518 a.C., apresentadas sob forma de visões referentes à restauração de Jerusalém, à reconstrução do templo, à purificação do povo de Deus e à promessa do futuro Messias.
Os caps. 9 - 14 são uma coleção diferente de oráculos, talvez pronunciados por outro autor. Tratam da espera do Messias e do juízo final.
O Livro De Malaquias
Na época de Malaquias o templo tinha sido reconstruído, mas o povo continuava desiludido. O exílio havia acabado, mas os tempos continuavam duros, muita gente passava mal e se sentia abandonada por Deus. O profeta lembra-lhes o amor de Deus e convida os sacerdotes e o povo a respeitá-lo e a obedecer-lhe. O povo não dava a Deus o que lhe era devido no sacrifício, no culto e no comportamento.
O Cânon do Antigo Testamento
O
Desenvolvimento do cânon do Antigo Testamento
(Por
Alexandre Milhoranza)
A
história da canonização da Bíblia é muito fascinante. À medida que Deus ia
revelando sua palavra e o Espírito santo movendo seus profetas, nenhum deles
tinha em mente como seu “capítulo” iria se encaixar no plano global do Senhor.
E cada um destes capítulos nos mostra o grande amor de Deus pela humanidade e o
plano maravilhoso da redenção, que só poderia vir de Deus que fez e sustenta
todo universo.
A
ORIGEM HISTÓRICA DA BÍBLIA
Entenda
porque alguns livros não foram aceitos como parte do cânon sagrado
A
Escritura Sagrada recebe o título de Bíblia, palavra grega que significa
"livros", divido ela reunir um conjunto de livros inspirados,
chamados livros canônicos.
"Cânon
bíblico", o que é?
Cânon
é uma palavra latina que significa "modelo". O termo latino é derivado
do grego kanon, de "cana", instrumento de medida usado nos tempos
bíblicos no lugar do nosso "metro" hoje. O cânon bíblico, portanto,
"é a lista de livros inspirados que formam a Bíblia, os quais dão
testemunho autorizado da revelação de Deus, servindo como norma de procedimento
cristão, e como critério ou régua, através dos quais se mede e julga correto e
justo um pensamento ou doutrina (Gálatas 6:16; II Timóteo 3:16)." -
Dicionário de Teologia Fundamental, págs. 122 e 123. Editora Vozes e Santuário,
edição 1994.
Os
livros inspirados, como expressão da Palavra de Deus, que formam o cânon
bíblico original, como regra de fé e doutrina, são 39 da Escritura hebraica do
Antigo Testamento, e 27 do Novo Testamento, totalizando os 66 livros canônicos,
que como verdades infalíveis e eternas, possuem autoridade final.
LIVROS
NÃO INSPIRADOS
As
Bíblias que contém sete livros a mais, foram extraídas da "Bíblia
grega", ou "Septuaginta", traduzida na Bíblia hebraica para o
grego no ano 250 a.C., quando então foram incluídos outros sete livros, que não
faziam parte dos livros inspirados da Bíblia hebraica original, que são :
Tobias, Judith, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. - Frei Mauro
Strabeli, Bíblia, perguntas que o povo faz, págs. 16 e 17, Edição Paulinas.
Naquela
época, a Grécia cominava o mundo e foi o rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito, que
ordenou a tradução da Septuaginta. Provavelmente os sete livros foram anexados
a ela, a pedido dele, na ocasião ou posteriormente.
Porque
esses sete livros não devem ser aceitos como inspirados ou canônicos :
Como
lembra o Frei Mauro Strabeli, "a Escritura do Velho Testamento,
considerada como original, é a Bíblia hebraica, cujos livros foram como
´canônicos´ de início e sem nenhuma discussão". - Ibidem, pág. 16.
Esses
livros não foram escritos por profetas, pois era uma época de interrupção na
sucessão profética. Por isso, só os 39 livros eram considerados divinos ou
inspirados, argumenta o respeitado historiador judeu Flávio Josefo, nascido
pouco depois da morte de Cristo. - Resposta a Ápíon, Livro I, 8.
Segundo
Josefo, o cânon do Antigo Testamento com 39 livros, foi fechado entre 465 e 425
a.C.. E no ano 90 d.C., o concílio judaico de Jamni analisou os demais sete
livros, mas os rejeitou. - Resposta àquelas Perguntas, pág. 53, Editora
Candeias.
Além
dos sete livros não fazerem parte do cânon bíblico original, eles só foram
considerados como inspirados pela Igreja Católica no Concílio de Trento, em 8
de abril de 1546, sendo chamados deuterocanônicos [ou canônicos de segunda
época]. - Dicionário de Teologia Fundamental, pág. 124. Editora Vozes, edição
de 1994.
A
Igreja Católica oficializou-os, objetivando deter o movimento de Reforma
Protestante. "Jesus e os apóstolos só usaram os 39 livros hebraicos
originais."
Os
judeus, aos quais Deus confiou no passado a guarda das Escrituras e Seus
oráculos (Romanos 3:2), "só aceitam como inspirados o cânon hebraico de 39
livros. Eles rejeitam os sete livros tidos como deuterocanônicos." -
Bíblia do Pontífice de Roma, pág. 6.
Jesus
e os apóstolos só usaram os 39 livros hebraicos originais, pois eles citaram
1.378 vezes o Antigo Testamento, mas nenhuma só vez os sete livros. Portanto, o
escritor Josefo estava certo ao afirmar: "Só temos 39 livros, os quais
temos justa razão para crermos que são divinos". - Resposta a Ápio, livro
I, 8.
A
Igreja cristã primitiva os rejeitou como inspirados e canônicos, permitindo que
fossem lidos só como livros de edificação histórica. - Manual Bíblico, pág.
358.
Os
Pais da igreja, tais como Atanásio, Gregório, Hilário, Rufino e Jerônimo,
adotaram o cânon dos 39 livros hebraicos. - Bíblia do Pontífice de Roma, pág.
6.
Jerônimo,
que traduziu a Bíblia hebraica para o latim, entre 382 a 404 d.C. - a chamada
Vulgata Latina - tornou-se um defensor do cânon restrito dos 39 livros
hebraicos, e só traduziu o livro não inspirado de Tobias para a Bíblia
"Vulgata" por ordem dos bispos. - Dicionário de Teologia Fundamental,
pág. 124, Editora Vozes.
Eles
ensinam erros doutrinários e históricos conforme a exposição abaixo:
Alguns
erros ensinados pelos sete livros não inspirados, que se chocam frontalmente
com os 66 livros canônicos da Bíblia.
Livros
/ Canônicos ou Escritura
1
- Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-9 / Isaías 63:8;
Oséias 4:2
2
- Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6 / Provérbios
25:21-22
3
- Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judith 8:5-6 / Mateus 4:1-2
4
- Deus dá espada para Simeão matar siquemitas, Judith 9:2 / Gênesis 34:30;
49:5-7
5
- Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 e Eclesiástico 3:30 / I Pedro
1:18-19
6
- Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8 / Atos 16:18
7
- Nabucodonosor foi rei da Assíria, em Nínive. Judith 1:1 / Daniel 1:1
8
- Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3 / I Pedro 1:18-19
9
- Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16 / Tiago
5:14-16
10
- Antíoco morre de três maneiras. I Macabeus 6:16; II Macabeus 1:16; 9:28 /
Isaías 63:8; Mateus 5:37
11
- Recomenda a oferta pelos mortos. II Macabeus 12:42-45 / Eclesiástes 9:5-6
12
- Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14 / I João 1:7;
Hebreus 9:27
13
- O suicídio é justificado e louvado. II Macabeus 14:41-46 / Êxodo 20:13
Tais
erros e contradições revelam que esses sete livros não passam no imbatível
teste de "inspiração bíblica", dos livros sagrados e canônicos,
inseridos na "Constituição dogmática da fé católica", no Concílio
Vaticano I, que assim diz : "Os livros da Bíblia, a Igreja reputa-os
sagrados e canônicos, não porque tenham recebido por ela (a Igreja), aprovação
ou autoridade : Nem somente porque contém a revelação sem mistura de erros, mas
sim porque, tendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, tem como
autor o próprio Deus, e como tais foram dados a sua Igreja." - Bíblia
Traduzida pelo Pontífice Instituto Bíblico de Roma, pág. 6.
Diante
dessa declaração, não podemos dizer que esses sete livros são inspirados e
canônicos, porque a Igreja Católica os declarou, pois ela própria diz que não é
a igreja que os qualifica como inspirados e canônicos. E se dissermos que tais
livros são inspirados pelo Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus,
estaremos admitindo que Deus Pai e o Espírito Santo são autores de erros e
contradições !
A
prova final, que esses sete livros não são inspirados, é que seus autores nunca
reclamaram inspiração para eles, e, além de Macabeus afirmar que não havia
profeta em seu tempo
(I
Macabeus 4:46; 9:27; 14:41), ele encerrou seu livro confessando sua
incapacidade para expô-lo, ao assim se desculpar: "Se minha narração está
imperfeita e medíocre, é que eu não pude fazer melhor" (II Macabeus 2:24;
15:38 e 39).
"Jerônimo,
o tradutor da Vulgata, chamou a esses sete livros de apócrifos,que significa
ocultos, secretos, escondidos ou não inspirados." - Introdução Geral à
Bíblia, pág. 88.
Os
sete livros apócrifos são apenas de valor histórico e literário. Portanto, só
devemos aceitar como inspirados os 66 livros canônicos, como regras de fé e
doutrina. (II Pedro 1:21). Autor: Enio dos Santos - Presidente da Missão
Ocidental Sul-Rio-Grandense
Algumas
distinções importantes
Os
três passos mais importantes no processo de canonização
Há
três elementos básicos no processo de canonização: a inspiração de Deus, o
reconhecimento pelo povo de Deus e a coleção dos livros inspirados. A
inspiração cabia ao próprio Deus, mas os dois passos seguintes, Deus os
incumbiria a seu povo.
Inspiração
de Deus – Deus deu o primeiro passo na canonização da Bíblia, quando ele mesmo
os inspirou. O povo de Deus não teria como reconhecer a inspiração de um livro,
se Deus mesmo não tivesse dotado os 39 livros que compõem o Velho Testamento,
de autoridade divina.
Reconhecimento
por parte do povo de Deus – Quando Deus dotava algum livro de autoridade, seu
povo o reconhecia. Este reconhecimento ocorria imediatamente pela comunidade
para a qual o livro foi destinado. Os escritos de Moisés foram reconhecidos em
seus dias (êx. 24:3), como também os de Josué (Js. 24:26), os de Samuel (1 Sm.
10:25) e os de Jeremias (Dn. 9:2). Este reconhecimento seria confirmado pelos
crentes do Novo Testamento e também por Jesus
Coleção
e preservação pelo povo de Deus – O povo de Deus colecionava e guardava sua
Palavra. Os escritos de Moisés foram colocados na arca (Dt. 31:26). As palavras
de Samuel foram colocadas num livro e o pôs perante o Senhor (1 Sm. 10:25). A
lei de Moisés foi preservada no templo nos dias de Josias (2 Rs. 23:24). Daniel
tinha uma coleção da lei de Moisés e dos profetas (Dn. 9:2; 6:13). Os crentes
do Novo Testamento tinham toda escritura do Velho Testamento (2 Tm. 3:16),
tanto a Lei como os Profetas (Mt. 5:17).
A
diferença entre os livros canônicos e outros escritos religiosos
Apesar
da importância que alguns livros tinham, assim como: Livro dos justos (Js.
10:13) e o Livro das Guerras do Senhor (Nm. 21:14), nem todos os escritos eram
considerados canônicos. Os livros apócrifos, escritos após o período do Velho
Testamento (c. 400 a.C.), tinham seu valor religioso definido, porém jamais
foram delimitadores da fé, doutrina e conduta cristãs, diferentemente dos
escritos inspirados e dotados da autoridade divina, pois têm autoridade sobre
os crentes.
Nenhum
artigo de fé deve basear-se num livro não-canônico, não importando o valor
religioso do mesmo.
A
verdade transmitida pelos livros inspirados é que constitui o fundamento das
verdades da fé.
A
diferença entre canonização e categorização dos livros da Bíblia
Tem
havido muita confusão quanto à data dos escritos sagrados e sua canonização. A
quem defenda que a canonização foi modular. Ou seja, seguindo as datas das
seções do Velho Testamento:
Lei
(c. 400 a.C.); Profetas (c. 200 a.C.); Escritos (c. 100 a.C.)
Porém,
algumas seções, assim como os Escritos foram reagrupados diversas vezes desde
que foram redigidos e foram aceitos antes mesmo dessas datas e reagrupamentos,
como veremos em breve.
Compilação
Progressiva dos livros do Velho Testamento
A
evidência da coleção progressiva dos livros proféticos
Desde
o início, os escritos proféticos eram reunidos e guardados, tidos como
inspirados e autorizados por Deus. As leis de Moisés foram preservadas ao lado
da arca da aliança (Dt. 31:24-26) e posteriormente no templo (2Rs. 22:8). Josué
acrescentou suas palavras no livro da lei de Deus (Js. 24:26); Samuel informou
o povo sobre os deveres do rei e escreveu em um livro e o pôs diante do Senhor
(1 Sm. 10:25); Ezequiel nos informa que havia um registro oficial de profetas e
seus escritos no templo (Ez. 13:9); Daniel refere-se aos livros que continham a
“Lei de Moisés” e os “Profetas” (9:2,6,11)
Esta
evidência de coleção progressiva dos escritos dos profetas se confirma pelo uso
dos escritos dos profetas antigos feitos pelos profetas que viriam mais tarde.
Os livros de Moisés são citados por todo Velho Testamento. Desde Josué (1:7)
até Malaquias (4:4); Os livros de Reis citam a vida de Davi conforme narrada
nos livros de Samuel; Crônicas faz uma revisão da história de Israel desde
Gênesis até Reis, incluindo o elo genealógico mencionado apenas em Rute
(1Cr.
2:12-13); Neemias 9 resume a história de Israel conforme registro de Gênesis a
Esdras; Há referências aos Provérbios de Salomão e ao Cântico dos cânticos em 1
Rs. 4:32; O profeta Jonas recita partes de muitos Salmos (Jn 2); Ezequiel
menciona Jó e Daniel (Ez. 14:14-20).
Nem
todos os livros são citados em livros posteriores, porém há evidências
suficientes para provarmos que existia uma coleção progressiva dos escritos
considerados divinos e dotados de autoridade e inspiração.
A
evidência da continuidade profética
Durante
a coleção dos escritos proféticos, houve uma continuidade dos eventos e
profecias narradas pelos seus autores. Os cinco primeiros livros da Bíblia
foram escritos por Moisés. O próximo livro é o de Josué, porém vemos que o
capítulo final de Deuteronômio narra a morte de Moisés. Por não ser um escrito
profético, mas sim a narração de um fato da época, entendemos que não pode ter
sido Moisés quem escreveu o final do livro de Deuteronômio. Provavelmente teria
sido Josué, já que foi o sucessor de Moisés. E em seu livro o primeiro capítulo
continua os eventos imediatos acontecidos após a morte de Moisés. (Js. 1:1).
Juízes
retoma a narrativa de onde parou o livro de Josué. Porém este registro só se
completou nos dias de Samuel, como podemos observar pela frase “Naqueles dias
não havia rei em Israel” (Jz. 17:6;18:1;19:1;21:25). Depois disso a
continuidade profética se estabeleceu com a criação de uma escola de profetas
dirigida por Samuel (1 Sm. 19:20). Desta escola sairiam vários livros que
cobririam a história do povo de Israel e Judá no período dos reis e profetas.
Vejamos:
A
história de Davi foi escrita por Samuel (1 Sm.), por Natã e por Gade (1 Cr. 29:29);
A história de Salomão foi escrita por Natã, Aías e Ido (2 Cr. 9:29); Os atos de
Roboão foram escritos por Semaías e Ido (2 Cr. 12:15); A história de Abias foi
acrescentada pelo profeta Ido (2 Cr. 13:22); A história do reinado de
Josafá foi registrada pelo profeta Jeú (2 Cr. 20:34); A história do
reinado de Ezequias foi registrada por Isaías (2 Cr. 32:32); A história do
reinando de Manassés foi registrada por profetas anônimos (2 Cr. 33:19); Os
demais reis também tiveram suas histórias registradas pelos profetas (2 Cr.
35:27).
Podemos
perceber que os livros de Samuel, Reis e Crônicas não são idênticos aos livros
mencionados acima. Nos parece que os livros do cânon do Velho Testamento são
pequenos textos tirados de narrativas mais longas, como demonstra a frase “e os
demais atos” do rei tal estão escritos no livro tal do profeta tal, isso
demonstra claramente a sucessão profética iniciada por Samuel.
Notem
que não houve menção a Jeremias, mesmo escrevendo antes e durante o exílio, ter
escrito uma dessas histórias. Porém, Jeremias era um profeta, historiador e
escritor, como claramente afirma em várias ocasiões: Jr. 30:2 – Jr. 36:1-2 –
Jr. 45:1-2 – Jr. 51:60-63. Podemos verificar que o último capítulo de 2 Reis
corresponde aos capítulos 52, 39, 40 e 41. Estes são indícios de que ele era
responsável por ambos os livros. Mais tarde, no exílio, disse ter acesso aos
livros de Moisés e dos profetas. Menciona não só Jeremias, mas também cita a
predição do cativeiro no capítulo 25 (Dn. 9:2,6,11).
Com
base nisso é razoável supor que os resumos dos escritos proféticos tenha tomado
a forma dos livros dos Reis. Desta forma, a continuidade profética a partir de
Moisés, Josué e Samuel se completaria com as obras de Jeremias.
Durante
o exílio, Daniel e Ezequiel continuaram o ministério profético. Ezequiel
reconheceu um registro oficial de profetas nos arquivos do templo (Ez. 13:9).
Ezequiel se referiu a Daniel como um “notável servo de Deus”(Ez. 14:14-20).
Visto que Daniel possuía cópia dos livros de Moisés e dos profetas, dos quais o
livro de Jeremias, podemos presumir razoavelmente que a comunidade judaica no
exílio babilônico possuía os livros de Gênesis a Daniel.Depois do exílio,
Esdras volto da Babilônia levando consigo os livros de Moisés e dos profetas
(Ed.
6:18 – Ne. 9:14,26-30). Nos livros de Crônicas sem dúvida ele registrou seu
relato sacerdotal da história de Judá e do templo (Ne. 12:23). Crônicas está
ligado a Esdras-Neemias pela repetição do último versículo de um, como o
primeiro versículo do outro.
Com
Neemias completa-se a cronologia profética. Cada profeta, desde Moisés até
Neemias contribuiu para a crescente coleção de livros, que foi preservada pela
comunidade dos profetas a partir de Samuel.
Até
agora não existem evidências de que outros livros, houvessem alcançado
canonização depois dessa época (c. 400 a.C.)
A
evidência de que o cânon do Velho Testamento se concluiu com os profetas
Vimos
que toda Escritura hebraica havia sido colecionada ao longo dos anos pelos
profetas que Deus havia levantado.
Vimos
também que houve continuidade nestes escritos. Cada novo profeta se apoiava na
autoridade dos escritos do profeta anterior e juntava seus escritos aos
escritos anteriores.
Na
época de Neemias (c. 400 a.C.), os profetas já haviam produzido todo cânon
hebraico, ou seja, os 24 livros que compõem a Bíblia hebraica.
O
Novo Testamento cita praticamente todos os livros do cânon hebraico sem fazer
menção a nenhum livro posterior a Malaquias.
Jesus
parece colocar parâmetros no cânon do Velho Testamento, quando em Mt. 23:35 faz
menção ao sangue de Abel, citando o livro de Gênesis, e mencionando o sangue de
Zacarias (filho do sacerdote Joiada), citando o livro de 2 Crônicas (24:20-22),
último livro do cânon hebraico.
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