O Cânon do Antigo Testamento
O
Desenvolvimento do cânon do Antigo Testamento
(Por
Alexandre Milhoranza)
A
história da canonização da Bíblia é muito fascinante. À medida que Deus ia
revelando sua palavra e o Espírito santo movendo seus profetas, nenhum deles
tinha em mente como seu “capítulo” iria se encaixar no plano global do Senhor.
E cada um destes capítulos nos mostra o grande amor de Deus pela humanidade e o
plano maravilhoso da redenção, que só poderia vir de Deus que fez e sustenta
todo universo.
A
ORIGEM HISTÓRICA DA BÍBLIA
Entenda
porque alguns livros não foram aceitos como parte do cânon sagrado
A
Escritura Sagrada recebe o título de Bíblia, palavra grega que significa
"livros", divido ela reunir um conjunto de livros inspirados,
chamados livros canônicos.
"Cânon
bíblico", o que é?
Cânon
é uma palavra latina que significa "modelo". O termo latino é
derivado do grego kanon, de "cana", instrumento de medida usado nos
tempos bíblicos no lugar do nosso "metro" hoje. O cânon bíblico,
portanto, "é a lista de livros inspirados que formam a Bíblia, os quais
dão testemunho autorizado da revelação de Deus, servindo como norma de
procedimento cristão, e como critério ou régua, através dos quais se mede e
julga correto e justo um pensamento ou doutrina (Gálatas 6:16; II Timóteo
3:16)." - Dicionário de Teologia Fundamental, págs. 122 e 123. Editora
Vozes e Santuário, edição 1994.
Os
livros inspirados, como expressão da Palavra de Deus, que formam o cânon
bíblico original, como regra de fé e doutrina, são 39 da Escritura hebraica do
Antigo Testamento, e 27 do Novo Testamento, totalizando os 66 livros canônicos,
que como verdades infalíveis e eternas, possuem autoridade final.
LIVROS
NÃO INSPIRADOS
As
Bíblias que contém sete livros a mais, foram extraídas da "Bíblia
grega", ou "Septuaginta", traduzida na Bíblia hebraica para o
grego no ano 250 a.C., quando então foram incluídos outros sete livros, que não
faziam parte dos livros inspirados da Bíblia hebraica original, que são :
Tobias, Judith, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. - Frei Mauro
Strabeli, Bíblia, perguntas que o povo faz, págs. 16 e 17, Edição Paulinas.
Naquela
época, a Grécia cominava o mundo e foi o rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito, que
ordenou a tradução da Septuaginta. Provavelmente os sete livros foram anexados
a ela, a pedido dele, na ocasião ou posteriormente.
Porque
esses sete livros não devem ser aceitos como inspirados ou canônicos :
Como
lembra o Frei Mauro Strabeli, "a Escritura do Velho Testamento,
considerada como original, é a Bíblia hebraica, cujos livros foram como
´canônicos´ de início e sem nenhuma discussão". - Ibidem, pág. 16.
Esses
livros não foram escritos por profetas, pois era uma época de interrupção na
sucessão profética. Por isso, só os 39 livros eram considerados divinos ou
inspirados, argumenta o respeitado historiador judeu Flávio Josefo, nascido
pouco depois da morte de Cristo. - Resposta a Ápíon, Livro I, 8.
Segundo
Josefo, o cânon do Antigo Testamento com 39 livros, foi fechado entre 465 e 425
a.C.. E no ano 90 d.C., o concílio judaico de Jamni analisou os demais sete
livros, mas os rejeitou. - Resposta àquelas Perguntas, pág. 53, Editora
Candeias.
Além
dos sete livros não fazerem parte do cânon bíblico original, eles só foram
considerados como inspirados pela Igreja Católica no Concílio de Trento, em 8
de abril de 1546, sendo chamados deuterocanônicos [ou canônicos de segunda
época]. - Dicionário de Teologia Fundamental, pág. 124. Editora Vozes, edição
de 1994.
A
Igreja Católica oficializou-os, objetivando deter o movimento de Reforma
Protestante. "Jesus e os apóstolos só usaram os 39 livros hebraicos
originais."
Os
judeus, aos quais Deus confiou no passado a guarda das Escrituras e Seus
oráculos (Romanos 3:2), "só aceitam como inspirados o cânon hebraico de 39
livros. Eles rejeitam os sete livros tidos como deuterocanônicos." -
Bíblia do Pontífice de Roma, pág. 6.
Jesus
e os apóstolos só usaram os 39 livros hebraicos originais, pois eles citaram
1.378 vezes o Antigo Testamento, mas nenhuma só vez os sete livros. Portanto, o
escritor Josefo estava certo ao afirmar: "Só temos 39 livros, os quais
temos justa razão para crermos que são divinos". - Resposta a Ápio, livro
I, 8.
A
Igreja cristã primitiva os rejeitou como inspirados e canônicos, permitindo que
fossem lidos só como livros de edificação histórica. - Manual Bíblico, pág.
358.
Os
Pais da igreja, tais como Atanásio, Gregório, Hilário, Rufino e Jerônimo,
adotaram o cânon dos 39 livros hebraicos. - Bíblia do Pontífice de Roma, pág.
6.
Jerônimo,
que traduziu a Bíblia hebraica para o latim, entre 382 a 404 d.C. - a chamada
Vulgata Latina - tornou-se um defensor do cânon restrito dos 39 livros
hebraicos, e só traduziu o livro não inspirado de Tobias para a Bíblia
"Vulgata" por ordem dos bispos. - Dicionário de Teologia Fundamental,
pág. 124, Editora Vozes.
Eles
ensinam erros doutrinários e históricos conforme a exposição abaixo:
Alguns
erros ensinados pelos sete livros não inspirados, que se chocam frontalmente
com os 66 livros canônicos da Bíblia.
Livros
/ Canônicos ou Escritura
1
- Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-9 / Isaías 63:8;
Oséias 4:2
2
- Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6 / Provérbios
25:21-22
3
- Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judith 8:5-6 / Mateus 4:1-2
4
- Deus dá espada para Simeão matar siquemitas, Judith 9:2 / Gênesis 34:30;
49:5-7
5
- Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 e Eclesiástico 3:30 / I Pedro
1:18-19
6
- Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8 / Atos 16:18
7
- Nabucodonosor foi rei da Assíria, em Nínive. Judith 1:1 / Daniel 1:1
8
- Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3 / I Pedro 1:18-19
9
- Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16 / Tiago
5:14-16
10
- Antíoco morre de três maneiras. I Macabeus 6:16; II Macabeus 1:16; 9:28 /
Isaías 63:8; Mateus 5:37
11
- Recomenda a oferta pelos mortos. II Macabeus 12:42-45 / Eclesiástes 9:5-6
12
- Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14 / I João 1:7;
Hebreus 9:27
13
- O suicídio é justificado e louvado. II Macabeus 14:41-46 / Êxodo 20:13
Tais
erros e contradições revelam que esses sete livros não passam no imbatível
teste de "inspiração bíblica", dos livros sagrados e canônicos,
inseridos na "Constituição dogmática da fé católica", no Concílio
Vaticano I, que assim diz : "Os livros da Bíblia, a Igreja reputa-os
sagrados e canônicos, não porque tenham recebido por ela (a Igreja), aprovação
ou autoridade : Nem somente porque contém a revelação sem mistura de erros, mas
sim porque, tendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, tem como
autor o próprio Deus, e como tais foram dados a sua Igreja." - Bíblia
Traduzida pelo Pontífice Instituto Bíblico de Roma, pág. 6.
Diante
dessa declaração, não podemos dizer que esses sete livros são inspirados e
canônicos, porque a Igreja Católica os declarou, pois ela própria diz que não é
a igreja que os qualifica como inspirados e canônicos. E se dissermos que tais
livros são inspirados pelo Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus,
estaremos admitindo que Deus Pai e o Espírito Santo são autores de erros e
contradições !
A
prova final, que esses sete livros não são inspirados, é que seus autores nunca
reclamaram inspiração para eles, e, além de Macabeus afirmar que não havia
profeta em seu tempo
(I
Macabeus 4:46; 9:27; 14:41), ele encerrou seu livro confessando sua
incapacidade para expô-lo, ao assim se desculpar: "Se minha narração está
imperfeita e medíocre, é que eu não pude fazer melhor" (II Macabeus 2:24;
15:38 e 39).
"Jerônimo,
o tradutor da Vulgata, chamou a esses sete livros de apócrifos,que significa
ocultos, secretos, escondidos ou não inspirados." - Introdução Geral à
Bíblia, pág. 88.
Os
sete livros apócrifos são apenas de valor histórico e literário. Portanto, só
devemos aceitar como inspirados os 66 livros canônicos, como regras de fé e
doutrina. (II Pedro 1:21). Autor: Enio dos Santos - Presidente da Missão
Ocidental Sul-Rio-Grandense
Algumas
distinções importantes
Os
três passos mais importantes no processo de canonização
Há
três elementos básicos no processo de canonização: a inspiração de Deus, o
reconhecimento pelo povo de Deus e a coleção dos livros inspirados. A
inspiração cabia ao próprio Deus, mas os dois passos seguintes, Deus os
incumbiria a seu povo.
Inspiração
de Deus – Deus deu o primeiro passo na canonização da Bíblia, quando ele mesmo
os inspirou. O povo de Deus não teria como reconhecer a inspiração de um livro,
se Deus mesmo não tivesse dotado os 39 livros que compõem o Velho Testamento,
de autoridade divina.
Reconhecimento
por parte do povo de Deus – Quando Deus dotava algum livro de autoridade, seu
povo o reconhecia. Este reconhecimento ocorria imediatamente pela comunidade
para a qual o livro foi destinado. Os escritos de Moisés foram reconhecidos em
seus dias (êx. 24:3), como também os de Josué (Js. 24:26), os de Samuel (1 Sm.
10:25) e os de Jeremias (Dn. 9:2). Este reconhecimento seria confirmado pelos
crentes do Novo Testamento e também por Jesus
Coleção
e preservação pelo povo de Deus – O povo de Deus colecionava e guardava sua
Palavra. Os escritos de Moisés foram colocados na arca (Dt. 31:26). As palavras
de Samuel foram colocadas num livro e o pôs perante o Senhor (1 Sm. 10:25). A
lei de Moisés foi preservada no templo nos dias de Josias (2 Rs. 23:24). Daniel
tinha uma coleção da lei de Moisés e dos profetas (Dn. 9:2; 6:13). Os crentes
do Novo Testamento tinham toda escritura do Velho Testamento (2 Tm. 3:16),
tanto a Lei como os Profetas (Mt. 5:17).
A
diferença entre os livros canônicos e outros escritos religiosos
Apesar
da importância que alguns livros tinham, assim como: Livro dos justos (Js.
10:13) e o Livro das Guerras do Senhor (Nm. 21:14), nem todos os escritos eram
considerados canônicos. Os livros apócrifos, escritos após o período do Velho
Testamento (c. 400 a.C.), tinham seu valor religioso definido, porém jamais
foram delimitadores da fé, doutrina e conduta cristãs, diferentemente dos
escritos inspirados e dotados da autoridade divina, pois têm autoridade sobre
os crentes.
Nenhum
artigo de fé deve basear-se num livro não-canônico, não importando o valor
religioso do mesmo.
A
verdade transmitida pelos livros inspirados é que constitui o fundamento das
verdades da fé.
A
diferença entre canonização e categorização dos livros da Bíblia
Tem
havido muita confusão quanto à data dos escritos sagrados e sua canonização. A
quem defenda que a canonização foi modular. Ou seja, seguindo as datas das
seções do Velho Testamento:
Lei
(c. 400 a.C.); Profetas (c. 200 a.C.); Escritos (c. 100 a.C.)
Porém,
algumas seções, assim como os Escritos foram reagrupados diversas vezes desde
que foram redigidos e foram aceitos antes mesmo dessas datas e reagrupamentos,
como veremos em breve.
Compilação
Progressiva dos livros do Velho Testamento
A
evidência da coleção progressiva dos livros proféticos
Desde
o início, os escritos proféticos eram reunidos e guardados, tidos como
inspirados e autorizados por Deus. As leis de Moisés foram preservadas ao lado
da arca da aliança (Dt. 31:24-26) e posteriormente no templo (2Rs. 22:8). Josué
acrescentou suas palavras no livro da lei de Deus (Js. 24:26); Samuel informou
o povo sobre os deveres do rei e escreveu em um livro e o pôs diante do Senhor
(1 Sm. 10:25); Ezequiel nos informa que havia um registro oficial de profetas e
seus escritos no templo (Ez. 13:9); Daniel refere-se aos livros que continham a
“Lei de Moisés” e os “Profetas” (9:2,6,11)
Esta
evidência de coleção progressiva dos escritos dos profetas se confirma pelo uso
dos escritos dos profetas antigos feitos pelos profetas que viriam mais tarde.
Os livros de Moisés são citados por todo Velho Testamento. Desde Josué (1:7)
até Malaquias (4:4); Os livros de Reis citam a vida de Davi conforme narrada
nos livros de Samuel; Crônicas faz uma revisão da história de Israel desde
Gênesis até Reis, incluindo o elo genealógico mencionado apenas em Rute
(1Cr.
2:12-13); Neemias 9 resume a história de Israel conforme registro de Gênesis a
Esdras; Há referências aos Provérbios de Salomão e ao Cântico dos cânticos em 1
Rs. 4:32; O profeta Jonas recita partes de muitos Salmos (Jn 2); Ezequiel
menciona Jó e Daniel (Ez. 14:14-20).
Nem
todos os livros são citados em livros posteriores, porém há evidências
suficientes para provarmos que existia uma coleção progressiva dos escritos
considerados divinos e dotados de autoridade e inspiração.
A
evidência da continuidade profética
Durante
a coleção dos escritos proféticos, houve uma continuidade dos eventos e
profecias narradas pelos seus autores. Os cinco primeiros livros da Bíblia
foram escritos por Moisés. O próximo livro é o de Josué, porém vemos que o
capítulo final de Deuteronômio narra a morte de Moisés. Por não ser um escrito
profético, mas sim a narração de um fato da época, entendemos que não pode ter
sido Moisés quem escreveu o final do livro de Deuteronômio. Provavelmente teria
sido Josué, já que foi o sucessor de Moisés. E em seu livro o primeiro capítulo
continua os eventos imediatos acontecidos após a morte de Moisés. (Js. 1:1).
Juízes
retoma a narrativa de onde parou o livro de Josué. Porém este registro só se
completou nos dias de Samuel, como podemos observar pela frase “Naqueles dias
não havia rei em Israel” (Jz. 17:6;18:1;19:1;21:25). Depois disso a
continuidade profética se estabeleceu com a criação de uma escola de profetas
dirigida por Samuel (1 Sm. 19:20). Desta escola sairiam vários livros que
cobririam a história do povo de Israel e Judá no período dos reis e profetas.
Vejamos:
A
história de Davi foi escrita por Samuel (1 Sm.), por Natã e por Gade (1 Cr. 29:29);
A história de Salomão foi escrita por Natã, Aías e Ido (2 Cr. 9:29); Os atos de
Roboão foram escritos por Semaías e Ido (2 Cr. 12:15); A história de Abias foi
acrescentada pelo profeta Ido (2 Cr. 13:22); A história do reinado de
Josafá foi registrada pelo profeta Jeú (2 Cr. 20:34); A história do
reinado de Ezequias foi registrada por Isaías (2 Cr. 32:32); A história do
reinando de Manassés foi registrada por profetas anônimos (2 Cr. 33:19); Os
demais reis também tiveram suas histórias registradas pelos profetas (2 Cr.
35:27).
Podemos
perceber que os livros de Samuel, Reis e Crônicas não são idênticos aos livros
mencionados acima. Nos parece que os livros do cânon do Velho Testamento são
pequenos textos tirados de narrativas mais longas, como demonstra a frase “e os
demais atos” do rei tal estão escritos no livro tal do profeta tal, isso
demonstra claramente a sucessão profética iniciada por Samuel.
Notem
que não houve menção a Jeremias, mesmo escrevendo antes e durante o exílio, ter
escrito uma dessas histórias. Porém, Jeremias era um profeta, historiador e
escritor, como claramente afirma em várias ocasiões: Jr. 30:2 – Jr. 36:1-2 –
Jr. 45:1-2 – Jr. 51:60-63. Podemos verificar que o último capítulo de 2 Reis
corresponde aos capítulos 52, 39, 40 e 41. Estes são indícios de que ele era
responsável por ambos os livros. Mais tarde, no exílio, disse ter acesso aos
livros de Moisés e dos profetas. Menciona não só Jeremias, mas também cita a
predição do cativeiro no capítulo 25 (Dn. 9:2,6,11).
Com
base nisso é razoável supor que os resumos dos escritos proféticos tenha tomado
a forma dos livros dos Reis. Desta forma, a continuidade profética a partir de
Moisés, Josué e Samuel se completaria com as obras de Jeremias.
Durante
o exílio, Daniel e Ezequiel continuaram o ministério profético. Ezequiel
reconheceu um registro oficial de profetas nos arquivos do templo (Ez. 13:9).
Ezequiel se referiu a Daniel como um “notável servo de Deus”(Ez. 14:14-20).
Visto que Daniel possuía cópia dos livros de Moisés e dos profetas, dos quais o
livro de Jeremias, podemos presumir razoavelmente que a comunidade judaica no
exílio babilônico possuía os livros de Gênesis a Daniel.Depois do exílio,
Esdras volto da Babilônia levando consigo os livros de Moisés e dos profetas
(Ed.
6:18 – Ne. 9:14,26-30). Nos livros de Crônicas sem dúvida ele registrou seu
relato sacerdotal da história de Judá e do templo (Ne. 12:23). Crônicas está
ligado a Esdras-Neemias pela repetição do último versículo de um, como o
primeiro versículo do outro.
Com
Neemias completa-se a cronologia profética. Cada profeta, desde Moisés até
Neemias contribuiu para a crescente coleção de livros, que foi preservada pela
comunidade dos profetas a partir de Samuel.
Até
agora não existem evidências de que outros livros, houvessem alcançado
canonização depois dessa época (c. 400 a.C.)
A
evidência de que o cânon do Velho Testamento se concluiu com os profetas
Vimos
que toda Escritura hebraica havia sido colecionada ao longo dos anos pelos
profetas que Deus havia levantado.
Vimos
também que houve continuidade nestes escritos. Cada novo profeta se apoiava na
autoridade dos escritos do profeta anterior e juntava seus escritos aos
escritos anteriores.
Na
época de Neemias (c. 400 a.C.), os profetas já haviam produzido todo cânon
hebraico, ou seja, os 24 livros que compõem a Bíblia hebraica.
O
Novo Testamento cita praticamente todos os livros do cânon hebraico sem fazer
menção a nenhum livro posterior a Malaquias.
Jesus
parece colocar parâmetros no cânon do Velho Testamento, quando em Mt. 23:35 faz
menção ao sangue de Abel, citando o livro de Gênesis, e mencionando o sangue de
Zacarias (filho do sacerdote Joiada), citando o livro de 2 Crônicas (24:20-22),
último livro do cânon hebraico.
O
PERÍODO INTER-BÍBLICO
INTRODUÇÃO
O
Antigo e o Novo Testamentos, em algumas Bíblias, são separados por uma folha em
branco, cuja finalidade é representar o silêncio do Senhor. Do profeta
Malaquias, o último livro do Antigo Testamento, ao evangelho de Mateus, o
primeiro do Novo Testamento, o tempo é de quatrocentos anos.
Esse
período, conhecido como período interbíblico, ficou caracterizado como a
cessação da revelação bíblica. Nessa fase, as vozes dos profetas bíblicos do
Antigo Testamento não se ouviam mais, era como se Deus deixasse o homem
resolver seus problemas sozinho (principalmente no âmbito espiritual). Nesse
tempo, foram evidentes as ondas de crescentes filosofias, imoralidades
religiosas, quando os judeus, novamente, tiveram de amargar sucessivas derrotas
e hostilidade de seus inimigos.
História
de Israel
O
berço da civilização primitiva, segundo a Bíblia e hoje comprovado por estudos,
foi o Vale da Mesopotâmia, sendo o mais antigo dos povos dos quais recebemos
influência os Sumérios. Eles dominavam a matemática, agricultura, inventaram
canais de irrigação, carros de guerra, entre muitas outras coisas. Dominavam a
cultura. Também existiam nesse Vale os Acadianos, que tinham grande poder
bélico. Então surgiu uma nova civilização, denominada
Acádio-sumeriana. Uma parte deles deram origem à Caldéia, cuja capital era
Babilônia. E ao sul da Babilônia ficava Ur dos Caldeus, cidade de educação
adiantadíssima e berço natal do Patriarca Abraão. Dali, Abraão partiu para
Harã, depois à Canaã, desce ao Egito e volta para Canaã.
Outra
civilização importante é a Egípcia. Antes dos Faraós, não há nenhum dado sobre
a história do Egito. José entrou no Egito na vigência dos Hiksos. Após a
expulsão dos Hiksos, os Hebreus foram muito maltratados e só se tornaram livres
com Moisés. Os Egípcios eram politeístas. Era uma civilização muito adiantada e
desenvolvida.
Sucessos
Bíblicos: De Abraão à Moisés, Período da Conquista (da Queda dos muros de
Jericó até a morte do filho de Num), Período dos Juízes (de Otniel à Samuel),
Reino Unido (de Saul à Salomão), Reino Dividido (do Norte, Israel, e do Sul,
Judá), Cativeiro Assírio (os filhos de Israel foram levados durante o reinado
de Oséias), Cativeiro Babilônico, Restauração (sob Ciro, os Judeus voltaram à
Jerusalém). Jesus nasceu durante o domínio dos Romanos. Com a destruição de
Jerusalém no ano 70 a.C., o Estado termina.
Período
Interbíblico: Ambiente e Literatura Apócrifa
É
um período de 400 anos que se deu entre o Antigo e o Novo Testamento, no qual
Deus se calou e não houveram Revelações Bíblicas. Foi um período proposital
onde Deus deixou que o homem vivesse por seus próprios esforços e fracassasse.
Os
judeus foram transformados nesse período. As tribos desapareceram e os novos
judeus, despertados e curados de sua idolatria, venceram os velhos. Ao fim do
Antigo Testamento, os judeus eram dominados pelos Persas e no início do Novo
Testamento, estão sob domínio Romano e sob influência da filosofia grega. Antes
eles falavam hebraico e no NT, passaram a falar o aramaico.
As
fontes de informações sobre esse Período são a Bíblia, que pouco informa,
Flávio Josefo, grande historiador e os Livros Apócrifos, livros não canônicos
rejeitados pelos judeus e Protestantes.
Colocam
grande parte dos Apócrifos entre 100 a.C. e 130 a.C e para cada livro são
apontados dezenas de locais onde foram escritos. Seu autores também são
supostos e não verdadeiros. Eles foram escritos em um período onde a profecia
emudeceu.
São
vários os Livros Apócrifos. No AT, eles se dividem em três grupos: Históricos,
Didáticos e Apocalípticos. A Igreja Romana aceita somente Judite, Tobias,
Acréscimos a Ester, Livro de Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Acréscimos a
Daniel, 1 e 2 Macabeus. No NT são 22 livros Apócrifos, mas que são rejeitados
até pela Igreja Romana. Para os protestantes, servem apenas como auxílio no
estudo.
Período
Babilônico
Após
o Reinado de Salomão, o Reio de Israel se dividiu entre Norte e Sul. O Reio do
Norte se afastou de Deus para seguir sua idolatria. Com isso, em 722 a.C. foram
dispersados pelos assírios por terras estranhas. Os Assírios ficaram em
Samaria, dando em resultado um povo estranho aos judeus. O povo do Sul se
manteve fiel a Deus.
Em
resultado do desatino dos judeus, veio Nabucodonosor e os levou cativos para a
Babilônia e estes ficaram longe de sua terra. Mas eles tinham ainda a liberdade
para adorar ao seu Deus e para praticarem seus costumes. Quando foram libertos
pelos medo-persas, alguns preferiram ficar, pois estavam estabilizados, com
propriedades, industria, comércio, etc. Esses são os judeus da Diáspora. A finalidade
desse Exílio foi educar e punir povo de Deus, por causa do pecado e da rebelião
dos judeus. Eles foram alertados pelos profetas a esse respeito. Os profetas
desse período foram Daniel, Ezequiel e Jeremias. Judá não ficou totalmente
deserta nesse período.
Nesse
mesmo período, outras nações se desenvolveram. A Assíria estava abatida e sua
capital completamente destruída. Média foi o mais notável, dominavam os Persas,
depois se fundiram e reserva grandes surpresas para o mundo. Egito, que em 568
a.C. se tornou colônia Persa. Grécia tem uma das histórias mais fascinantes que
conhecemos. Roma não teve ligação direta com o Oriente, mantendo-se isolada.
Lídia, em seu apogeu, disputava glória com Média. Em 587, Babilônia,
embelezada, tinha confusão religiosa, inquietação e Belsazar Regente.
Período
Medo-Persa
A
Média fica no majestoso Planalto do Irã e a Pérsia a oeste do Golfo Pérsico, ao
sul de Média. Ciro guerreou contra Média, Lídia e Babilônia e as conquistou.
Deus havia predito alguns feitos de Ciro e a sua ascensão foi cumprimento da
vontade de Deus, para libertar o restante de Judá.
Seus
sucessores foram Cambises, Dario Histaspis, Xerxes, Artaxerxes Longimanus. No
governo de Artaxerxes I o Egito revoltou-se contra Pérsia, houve um tratado de
paz pelo qual Chipre retornou à Pérsia, a divisão do Mediterrâneo entre Pérsia
e Grécia e a rebelião da Síria, acalmada por Longimanus.
Os
principais acontecimentos sob os persas foram: Dedicação do Templo em
Jerusalém, a Dispersão dos Judeus, judeus em Babilônia, alguns judeus desceram
para o Egito, Esdras e Neemias, que restaurou, construiu e governou. Após isso
veio o Declínio Persa. Ai o centro passa do Oriente para o Ocidente.
Este
período abrangeu os anos 430—331 a.C. Ao finalizar o Antigo Testamento (400
a.C), a Pérsia havia anexado a Judéia em seu domínio, tornando-a sua província.
Os judeus não tiveram problemas com o domínio pérsico por ser este um governo
brando e alheio aos interesses de Judá. A conquista da Babilônia deu-se com
Ciro no ano 536 a.C, e este fez da Pérsia uma potência mundial. Quando a obra
do templo em Judá foi suspensa por ordem do rei, alguns estudiosos julgam
tratar-se de Cambises (530-522 a.C), identificado também como Artaxerxes (Ed
4.7,11,23).
A
retomada da construção do templo foi ordenada por Dario (522-486 a.C). Foi
nesse tempo que Ester tornou-se esposa de Xerxes (Assuero; 486-465 a.C). O rei
que autorizou o retorno de Neemias a Jerusalém foi provavelmente Artaxerxes I
(Longimanus; 464-426). Este exerceu domínio quando o cânon do Antigo Testamento
estava para ser encerrado. Os reis persas do período conhecido como “Silêncio
Profético” foram : Xerxes II (Sogdiano; 423 a.C), Dario II (Notus; 404 a.C),
Artaxerxes II (Mnemon; 359 a.C), Artaxerxes III (Ocus; 338 a.C), Arses (335
a.C) e Dario III (Condomano; 336 a.C), que foi derrotado por Alexandre, o
Grande, em 331 a.C.
Com
a queda do Império persa, o império grego entra em eminência.
Deus
conseguiu no período do Cativeiro vitórias sobre seu povo: Idolatria destruída
(hoje um judeu faz tudo, menos dobrar seus joelhos a um ídolo), a Lei de Moisés
respeitada (os judeus perceberam o quanto estavam longe de Deus), Inauguração
do Culto Público (em todo lugar que existe um núcleo de judeus, haviam as
Sinagogas. Foi preparação para a vinda de Cristo), Reverdecimento da Esperança
Messiânica (passaram a esperar o Messias, antes como Libertador e Redentor de
Israel e hoje como Restaurador), Pronunciado Nacionalismo (doutrinas, costumes
e língua que, após o exílio, passou a ser o aramaico).
Os
sucessos principais do mundo Ocidental foram Grécia e Roma.
Período
Greco-Macedônio
Esse
período começa em 331 e vai até 167 a.C.
A
Grécia divide-se em duas partes: ao norte a Hélade, com a capital em Atenas e
ao sul o Peloponeso, com a capital em Esparta. A leste as ilhas Cécladas a
punham em comunicação com a Ásia, a oeste, em comunicação com a Itália, ao Sul
em rota para a África e ao norte ficava a célebre Macedônia. Os gregos tinham
centenas de deuses e a religião ocupava lugar central em suas vidas. Primeiro a
supremacia era de Atenas, mas por causa da epidemia e da morte de Péricles,
perdeu para Esparta. Com as lutas entre Atenas e Esparta, elas ficaram
enfraquecidas.
Até
então, Macedônia era um apenas pequeno Estado. Filipe foi o primeiro rei que
deu brilho a ela. Ele foi sucedido por Alexandre, que foi educado por
Aristóteles e se tornou generalíssimo dos gregos. Em 336 a.C, Alexandre Magno,
com apenas vinte anos de idade, assume o comando do exército grego e investe
contra o Oriente. Alexandre invade a Palestina em 332 a.C. e, um ano antes, já
havia dominado o mundo inteiro. Ele era talentoso e preparado.Nos seus dias
tudo prosperou e continuou a prosperar. Implantou a língua e a cultura gregas
em muitas cidades sob seu domínio, além de fundar cidades gregas por onde
passava. Na ciência houve progresso, destacando-se Hipócrates, pai da medicina.
Macedônia, incluindo Grécia, era o maior, o mais conceituado centro de cultura
de então. O mundo todo foi helenizado. Mas Alexandre não impôs com arma a
cultura grega. O povo queria essa cultura. Após a morte de Alexandre, os povos
falavam duas línguas, sendo uma delas, a grega. Seu Império ficou reduzido e
dividido.
Com
a morte de Alexandre, as nações da Síria e do Egito passaram a ser controladas
por dois generais de seu exército : Ptolomeu governou no Egito e Selêuco, na
Síria. A Palestina permaneceu sob o controle do Egito por cem anos, até 198
a.C. Antes, estava sob o domínio da Síria.
Quando
o Egito dominou a Palestina, não havia qualquer imposição quanto à construção
de sinagogas por parte do governo. Nessa época, Alexandria era o centro
cultural do mundo e influenciou tanto os judeus que eles, a pedido de Ptolomeu,
fizeram a tradução da Bíblia hebraica para a língua grega, versão chamada
Septuaginta. Os reis do Egito, na época, ficaram conhecidos como “Ptolomeus”.
Antíoco
Epifânio (Síria) reconquista a Palestina em 198 a.C, voltando o domínio para a
Síria, cujos governadores eram conhecidos como "Seleucidas". Antíoco
Epifânio tinha profunda aversão aos judeus e fez um esforço gigantesco para
exterminá-los e acabar com sua religião. Arruinou a cidade de Jerusalém no ano
168 a.C e tratou com irreverência o templo judaico, chegando ao ápice de
sacrificar uma porca — animal imundo segundo as Escrituras hebraicas — em seu
altar. As leis judaicas, como, por exemplo, a circuncisão, foram quase
suprimidas. Ele proibiu a adoração no templo, destruiu as cópias das Escrituras
existentes na época e decretou morte a todos os que as possuíssem. Foi nesse
tempo que ocorreu a revolta dos Macabeus.
Período
Macabeu
Esse
período, que se estende de 167 a 63 a.C., É também conhecido como hasmoniano.
Se caracteriza por lutas, perseguições, sacrifícios e, finalmente por um longo
período de independência e paz.
Nesse
período o Sumo-Sacerdócio declinou e passou a ser uma força política.
Os
egípcios dominavam a Judéia e os sírios não perdiam a esperança de possuírem a
Terra Santa. Triunfou na Judéia o Partido Grego.
Antíoco
ataca Jerusalém e toma-a por assalto, matando muitas pessoas e leva para o
cativeiro milhares de judeus. O Templo foi profanado e despojado. Era uma prova
de fogo para os judeus, para que buscassem a Deus.
Após
isso houve bárbaras perseguições Sírias. Então houve a Guerra Macabéia. A
revolta começou com Matatias, sacerdote em Modim; Um sacerdote amante de sua
pátria, demonstrou forte coragem e resolveu enfrentar as atitudes ímpias de
Antíoco Epifânio. Para tanto, contou com o apoio de alguns fiéis que abraçaram
sua intenção.
Após
sua morte em 166 a.C, entre os cinco filhos de Matatias (Judas, Jônatas, Simão,
João e Eleazar), a responsabilidade de continuar lutando pelos ideais
objetivados por ele depois de sua morte recaiu sobre Judas, por ser um
guerreiro e estrategista militar. Judas colecionou vitórias batalhas após
batalhas, mesmo estando em grandes desvantagens, se comparando com os exércitos
que enfrentou, até reconquistar Jerusalém, em 165 a.C.
Judas
(166-161), continuou a luta com 6.000 homens. Quando Antíoco mandou 60.000
homens para subjugá-lo, Judas mandou os temerosos voltarem para casa. Com
apenas 3.000 derrotaram os sírios. Em seguida Judas entrou em Jerusalém e
reedificou e purificou o templo, em 166 a.C. Há, em João 10.22, uma festa
chamada “Dedicação”, cuja origem se deu devido à esta atitude de Judas Macabeu.
A festa de Dedicação foi instituída no ano 164.
Significância
da opressão síria e revolta dos macabeus:
1.
Restaurou a nação da decadência política e religiosa;
2.
Criou um espírito nacionalista, uniu a nação e suscitou virilidade.
3.
Deu novo impulso ao judaísmo. Percebe-se isto na purificação moral e
espiritual; Percebe-se isto numa onda de literatura apocalíptica; Percebe-se
isto numa nova e intensa esperança messiânica.
4.
Intensificou o desenvolvimento dos dois movimentos que se tornaram os Fariseus
e os Saduceus. Os Fariseus surgiram do grupo purista e nacionalista. Os
Saduceus surgiram do grupo que se aliou com os helenistas.
5.
Deu maior ímpeto ao movimento da dispersão com muitos judeus querendo se
ausentar durante as terríveis perseguições de Antíoco.
Houve
ainda muita guerra. Jônatas, filho de Macabeus, foi morto por Trifon e Simão, o
último sobrevivente dos Macabeus, teve um governo próspero e abençoado, mas foi
morto por seu genro Ptolomeu.
Os
filhos de Hasmon ganharam a batalha final. A dinastina Hasmoneana começa dom
João Hircano, que travou batalhas contra Samaria, contra Edom e depois houve
paz, reconstrução e lutas internas. Porém ele inaugurou na Palestina uma era de
intolerância e opressão. O sucessor dele foi Aristóbulo, que teve reinado
curto, no qual subjulgou a Huréia, algumas regiões ao oriente do Jordão e
outras. Morreu em 105 a.C. Após ele veio Alexandre Janeu, outro filo de
Hircano. Seu primeiro ato foi mandar matar um de seus irmãos. Morreu e passou a
coroa à sua esposa Alexandra, que governou até 78 a.C., e o sumo sacerdócio ao
seu filho Hircano II, que recebeu a coroa após a morte de Alexandra, mas teve
que entregar à força as coroas ao irmão Aristóbulo II. Este não teve um governo
de paz e, após ser levado com sua família cativos para Roma, Hircano II
recuperou a coroa. Mas Hircano II era um mero instrumento de Antípater. Esse
governo foi marcado por revoluções.
Nesse
período foram escritos I e II Macabeus, Judite, Livro de Enoque, Oráculos
Sibilinos e o Testamento dos Doze Patriarcas.
Enquanto
os Hasmoneanos, Matatias e seus filhos empenhavam-se na libertação do seu país
do julgo de Antíoco Epifanes, muitas coisas aconteceram no mundo, como a
Terceira Guerra Púnica, as Conquistas Romanas e a divisão do mundo em
províncias.
Com
Judas, foi estabelecida a linhagem dos sacerdotes-hasmonianos, que governaram a
Judéia por cerca de cem anos.
Período
romano
Em
63 a.C, a Palestina foi submetida ao domínio de Roma, sob as ordens de Pompeu.
Na ocasião, foi nomeado governador da Judéia um descendente de Esaú (edomita)
chamado Antípater. Herodes, filho de Antípater e Mariana, foi o sucessor ao
governo. Foi justamente este Herodes, o Grande, que reinou na Judéia entre 37
a.C e 4 a.C. Jesus nasceu durante o seu reinado.
Este
Herodes, inclusive, procurou agradar os judeus ao construir um templo muito
pomposo, no entanto, não deixava de ser cruel, pois a matança dos meninos em
Belém fora ordenada por ele (Mt 2.13-23).
A
primeira intervenção romana na Ásia foi em 190 a.C., na famosa batalha de
Magnésia. Então os Romanos dominaram a Ásia e a dividiram entre seus aliados,
os Eumenes e os Ródios. Judas Macabeu pereceu na batalha contra Báquides. Simão
Conselheiro cultivou a amizade com romanos.
Primeiro
Triunvirato: assim ficou conhecida a união entre Crasso, Pompeu e César em uma
aliança oculta. Depois de Júlio César, veio Otávio, seu sobrinho.
Depois,
muitas foram as guerras sustentadas por Augusto. Morreu coberto de tristeza, em
14 d.C.
Herodes,
o Grande, filho de Antípater, aos 15 anos foi governador da Galiléia e desde
cedo mostrou crueldade. Ele subiu ao trono da Judéia e trouxe para Jerusalém
muitos mercenários. Mas ele não teve coragem de exercer o sumo-sacerdócio. A
sua corte era helenizada e culta. Ele tinha grandes domínios, mas não respeitou
a consciência dos judeus. Molestou os filhos de Israel. Seu reino prosperou,
mas foi manchado por tragédias familiares. Para encobrir seus crimes, construiu
cidades, reconstruiu templos a fim de ganhar a simpatia dos súditos. Morreu em
4 a.C. Foi um homem feroz, cheio de vícios, pagão, inconstante, maleável e
perverso. Mas foi usado por Deus ao matar os Hasmoneanos, preparando o caminho
para Cristo.
E
Jesus nasceu num período de paz na Palestina. Antes de morrer Herodes, também
nasceu João Batista.
Somente
três apócrifos foram escritos nesse período : Salmos de Salomão, Livro de
Jubileus e Segundo Esdras.
Estudos
Suplementares
Nesses
400 anos os judeus viveram tempos áureos e também terríveis tempestades. E
nesses anos surgiram Seitas Político-Religiosas, sendo as principais :
-
Escribas:
O
escriba, como o tempos no Novo Testamento, apareceu após o exílio Babilônico.
Eles deram origem às Sinagogas. Eles preservaram a Lei, eram mestres da Lei e
Doutores da Lei. Alguns pertenciam aos saduceus. Jesus lhes condenou o
formalismo. Eles perseguiram a Pedro e a João. Alguns deles creram em Cristo.
-
Fariseus:
Viviam
separados do povo, por causa da imundice, e gostavam de ser chamados de santos.
Suas
principais doutrinas são : Os homens tinham livre arbítrio, a alma é imortal, a
ressurreição do corpo, a existência de anjos, todas as coisas são dirigidas
pela providência divina, no mundo os justos são galardoados e os maus
castigados, os justos gozarão vida eterna e os maus cadeia eterna, além da alma
humana existem espíritos bons e maus.
A
luta mais terrível de Jesus foi com os fariseus.
-
Saduceus:
É
a designação da segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus.
Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus
escritos. A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado
enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Com muita
probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuíram uma
doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei Bíblica.
-
Essênios:
Constituíam
um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o
ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Em doutrinas, seguiam fielmente o Velho Testamento.
-
Herodianos:
O
termo Herodiano é relacionado ao rei dos judeus, Herodes, o Grande, e designa
todos os personagens históricos que tinham laços consagüíneos com ele.
Partidário de Herodes, o grande. Formava uma seita para sustentar que o rei
Herodes seria o Messias.
-
Zelotes:
Significa
literalmente alguém que é ciumento em nome de Deus, ou seja, alguém que
demonstra excesso de zelo. Apesar de a palavra designar em nossos dias alguém
com excesso de entusiasmo, a sua origem prende-se ao movimento político judaico
do século I que procurava incitar o povo da Judéia a rebelar-se contra o
Império Romano e expulsar os romanos pela força das armas, que conduziu à
Primeira Rebelião Judaica (66-70).
-
Publicanos:
Coletores
de impostos nas províncias do Império Romano. João Batista, quando foi indagado
pelos publicanos sobre como deveriam proceder, recomendou-lhes que não tomassem
das pessoas além do que lhes estava ordenado recolher (Lc 3:12-13).
-
Samaritanos:
Não
é uma seita, mas sim uma classe odiada pelos judeus. A religião dos Samaritanos
baseia-se no Pentateuco, tal como o judaísmo. Contudo, ao contrário deste, o
samaritanismo rejeita a importância religiosa de Jerusalém. Os samaritanos não
possuem rabinos e não aceitam o Talmud dos judeus ortodoxos.
As
principais instituições judaicas, nos dias de Jesus, eram: O Templo, que era
motivo de orgulho para os judeus, as sinagogas, que existiam em qualquer lugar
onde havia concentração de judeus e é o local de culto da religião judaica,
sendo desprovido de imagens religiosas ou de peças de altar e tendo como o seu
objeto central a Arca da Torá, e o sinédrio, que é é o nome dado à assembléia
de 23 juízes que a Lei judaica ordena existir em cada cidade.
A
Filosofia Judaico-Alexandria era a tentativa de fusão da filosofia de Platão
com Moisés. Desenvolveram-se pontos doutrinários interessantes, alguns certos e
outros errados e perigosos. Também surgiu a Teologia Rabínica, que incluía a
Torá. Desenvolveram-se também nesses 400 anos idéias nacionalistas, sendo as
principais o Escribismo, o Saduceismo, o Essenismo e o Apocalipticismo.
Nesses
400 anos Deus preparou o mundo para o advento de Cristo.
Contribuições
do Mundo Assírio: Preservação de Judá.
Contribuições
do Mundo Babilônico: Os filhos de Deus foram
corrigidos, abandonaram a idolatria, trocaram o hebraico pelo aramaico,
aprenderam a viver sem o templo, deram-se à arte do comércio, surgiram as
sinagogas, as seitas e começa a Diáspora.
Contribuições
do Mundo Medo-Persa: Os judeus voltaram para seu país,
reconstruíram sua metrópole, seu templo e voltaram à vida livre.
Contribuições
do Mundo Grego: Unir os dois mundos (Oriente e
Ocidente), disseminar a cultura e a língua gregas pelo mundo, fundar nas
grandes cidades centro de cultura helênica e as reações causadas pela divisão
de seu império. Língua, Democracia e Filosofia foram importantes. Platão e
Sócrates pregavam a existência de um só Deus. A educação era elevadíssima. Os
gregos eram vaidosos e ociosos.
Contribuições
do Mundo Romano: Sociedade, que era a mais imoral
possível, Governo Provinciano, pois Roma era a capital e tinha facilidade de
contato com as cidades do Império. Religião, que foi importada da Grécia e o
culto aos imperadores. As portas do Comércio se abriram para todo o mundo.
Contribuição
dos judeus: As profecias apontavam Judá como
berço do nascimento do Messias (Belém). Herodes acabou com os Hasmoneanos. O
escribismo foi resistência contra as inovações de saduceus e helenistas. As
sinagogas foram criadas. A Setuaginta ajudou aos judeus da Diáspora a ficarem
firmes em Deus. O nacionalismo dos judeus também contribuiu para que eles
ficassem unidos na esperança.
O
mundo em que Jesus nasceu era o melhor de toda sua história, mas estava
desiludido e em meio a imoralidade, constantes lutas. Nesse ambiente nasceu
Jesus.
REVISÃO DA HISTÓRIA POSTERIOR
VETEROTESTAMENTÁRIA
Século
- Poder Dominante - Eventos Importantes
A.C.
VIII (700 s) - Assíria - Cativeiro do reino nortista de Israel, com destruição
da capital, Samaria, em722
A.C.
VII (600s) VI (500s) - Babilônia - Cativeiro do reino sulista de Judá, com
destruição de Jerusalém em 586
A.C.
VI (500s) - Pérsia - Retorno de alguns judeus à Palestina, para reconstruir a
nação, o templo e Jerusalém, nos começos de 537
A.C.
V (400s) IV (300s) – Grécia-Macedônia - Conquista por Alexandre o Grande e
helenização intensa do Oriente Médio
IV
(300s) - Morte de Alexandre o Grande, em 323 A.C. e divisão do seu império.
IV
(300s) - Egito - Hegemonia dos Ptolomeus sobre a Palestina, 320-198
AC.
III (200s) - Primórdios da Setuaginta, com tradução do Pentateuco do hebraico
para o grego
II
(100s) - Síria - Hegemonia dos Selêucidas sobre a Palestina, 198 - 167
A.C.
II (100s) - Desenvolvimento dos partidos helenista e hasidim, dentro do
judaísmo
II
(100s) - Antíoco Epifânio fracassa em anexar o Egito.
II
(100s) - Tentativa violento de Antíoco Epifânio por forçar a completa
helenização ou paganização dos judeus, em 168
A.C.
II (100s) - Irrompimento da revolta dos Macabeus, em 167 A.C., e obtenção da independência
judaica, sob a liderança sucessiva de Matatias, Judas Macabeu, Jônatas e Simão.
I
(100s) - Independência judaica - Dinastia Hasmoneana, 142 - 17 A.C.
I
(99-1) - Inquietações intestinas I
(99-1)
- Desenvolvimento das seitas judaicas Saduceus, Fariseus e Essênios. I
(99-1)
- Roma - Subjugação da Palestina pelo general romano Pompeu, em 63 A.C. I
(99-1)
- Antipater e seu filho, Herodes o Grande, ascendem ao poder na Palestina,
I
(99-1) – Roma - Assassinato de Júlio César
I (99-1) – Roma - Augusto torna-se imperador romano (27 A.C. - 14 D.C.), às expensas de Marco Antônio e Cleópatra
Nenhum comentário:
Postar um comentário