"HOMILÉTICA: A ARTE DE PREGAR"
A HOMILÉTICA E SUAS FONTES
A NECESSIDADE E O VALOR DA HOMILÉTICA
Homilética
é a arte de pregar ou de falar bem em público. O termo "homilética"
tem suas raízes etimológicas em 3 palavras da cultura grega:
1.
Homilos, que significa "multidão", "turma",
"assembléia do povo" (cf. At 18:17);
2.
Homilia, que significa "associação", "companhia" (cf. i Co
15:33);
3.
Homileo, que significa "falar", "conversar" (cf. Lc
24:14s.; At 20).
NOTA - O termo ( homilética ) firmou-se e foi
mundialmente aceito para referir-se à disciplina teológica que estuda a ciência,
a arte e a técnica de analisar , estruturar e entregar a MENSAGEM do evangelho
.
NOTA : É uma falta de muitos pregadores que não
estão usando a homilética .
A
Homilética, como disciplina teológica, pertence à Teologia Pragmática, também
chamada de Teologia Prática ou Teologia Pastoral. As disciplinas que mais se
aproximam da Homilética são a Hermenêutica e a Exegese.
A
hermenêutica é a ciência da interpretação textual , grego hermenêutica :
Significa interpretação.
A
exegese é a arte de EXPOR uma idéia.
A
finalidade da exegese é dispor os elementos, a serem expostos, de maneira
clara, lógica, seqüencial, progressiva e estética, de sorte a formar um
conjunto convincente.
Entenda:
Enquanto a hermenêutica é a ciência, arte e técnica de interpretar corretamente
a Palavra de Deus, e a exegese a ciência, arte e técnica de expor as idéias
bíblicas, a homilética é a ciência, arte e técnica de comunicar o evangelho.
Entenda
a diferença: A hermenêutica interpreta um texto bíblico à luz de seu contexto;
a exegese expõe um texto bíblico à luz da teologia bíblica; e a homilética
comunica um texto bíblico à luz da pregação bíblica. A homilética depende
amplamente da hermenêutica e da exegese. Homilética sem hermenêutica bíblica é
trombeta de som incerto (I Co 14.8) e homilética sem exegese bíblica é a mera
comunicação de uma mensagem humanista e morta. 1 Cor 4:18; I Co 14.8
A
IMPORTÂNCIA DA HOMILÉTICA
A
igreja viva de nosso Senhor Jesus Cristo origina-se, vive e é perpetuada pela
Palavra de Deus (Rm 10.17). Pregar o evangelho significa despertar, confirmar,
estimular, consolidar e aperfeiçoar a fé (Ef 4.11ss.). Por essa razão, a
prédica é a característica marcante do cristianismo. "Nenhuma outra
religião jamais tornara a reunião freqüente e regular de massas humanas para
ouvir instrução religiosa e exortação uma parte integrante do culto
divino". Para o seminarista e futuro pregador do evangelho, "a
homilética constitui a coroa da preparação ministerial" porque para ela
convergem todas as matérias teológicas, a fim de originar, vivificar,
caracterizar, renovar e perpetuar o cristianismo autêntico. Rm 10.17; Ef 4.11
A
NATUREZA DA HOMILÉTICA
Os
termos pregação e pregar vêm do latim praedicare, que significa (proclamar). O
Novo Testamento emprega quatro verbos para exemplificar a natureza da pregação.
Vejamos:
Kerysso:
A palavra grega Kerysso significa proclamar, anunciar, tornar conhecido. Há 61 ocorrências
no Novo Testamento concernente a este termo, e está relacionado com o arauto
(keryx), "que é comissionado pelo seu soberano... para anunciar em alta
voz alguma notícia, para assim torná-la conhecida".
Estas
referências bíblicas mostram que a natureza da pregação consiste em quatro
características principais:
1.
Um arauto fala e age em nome do seu senhor. O arauto é o porta-voz de seu
mestre. É isto que dá à sua palavra legitimidade, credibilidade e
autenticidade.
2.
A proclamação do arauto já é determinada. Ele deve tornar conhecidas a vontade
e a palavra de seu senhor. O não-cumprimento desta missão desclassifica-o de
sua função e responsabilidade.
3.
O teor principal da mensagem do arauto bíblico é o anúncio do reino de Deus
(cf. Mt 4:17-23; 9:35; 10:7; 24:14; Lc 8:1; 9:2).
4.
O receptor da mensagem do arauto bíblico é o mundo inteiro (cf. Mt 24:14;
26:13; Mc 16:15; Lc 24:47; Cl 1:23; I Tm 3:16).
Evangelizomai:
A palavra Euangelizomai significa evangelizar. Quem evangeliza transmite boas
novas, uma mensagem de alegria, uma boa noticia. Assim se caracteriza a
natureza da prédica evangélica. O pregador do evangelho é o portador de boas
novas, de uma mensagem de salvação e alegria.
Martyrein:
A palavra grega Martyrein significa testemunhar, testificar, ser testemunha. O
testemunho de Jesus Cristo é outra característica autêntica da pregação
evangélica. Jesus convidou seus discípulos para serem Suas testemunhas do poder
do Espírito Santo (Lc 24:48; At 1:8). Por isso, a testemunha do Novo Testamento
testifica para outras pessoas aquilo que apropriou pela fé. A isto Paulo
afirma: “E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso
mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”. (II Tm
2:2).
Didaskein:
Sermão do monte: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as
multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem
autoridade, e não como os escribas” (Mt 7:28, 29).
Nas
sinagogas: “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas
sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e
enfermidades” (Mt 9:35); “E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga...”
(Mt 13:54); “Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga...” (Mc 6:2).
No
templo: “Jesus, ensinando no templo, perguntou: Como dizem os escribas que o
Cristo é filho de Davi?” (Mc 12:35); “Jesus ensinava todos os dias no
templo...” (Lc 21:37); “Declarou-lhe Jesus: Eu tenho falado francamente ao
mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os
judeus se reúnem, e nada disse em oculto” (Jo 18:20).
Ao
ar livre: “Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles,
porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas
coisas.” (Mc 6.34); “Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe
que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as
multidões.” (Lc 5:3).
Os
apóstolos também reconheceram a importância do ensino para as igrejas recém-fundadas
(At 2:42; 5:28). O alvo do ensino apostólico era firmar os cristãos em sua fé,
prepará-los para o serviço e aperfeiçoá-los para a vinda do Senhor Jesus Cristo
(Ef 4:11). Portanto, a natureza da mensagem evangélica é explicar a história da
salvação, transparecer a revelação e o plano de Deus para o mundo, a igreja e o
incrédulo (At 2:42; 20:20; I Tm 3:2b, 4:13; II Tm 2:24).
O
QUE É PREGAÇÃO?
Pregar
significa anunciar, divulgar, proclamar em alta voz uma determinada
mensagem.
Qual
é a mensagem que o pregador deve proclamar?
A
mensagem da Bíblia. A Bíblia e somente a Bíblia que o pregador deve
anunciar.
A
função profética, ou a pregação, é um serviço oferecido a Deus e revelado na
prática de anunciar a vontade, o amor e o zelo de Deus pelo seu povo. Dentre as
tarefas que caracterizam o ministério pastoral, na perspectiva e realidade
brasileira, a função de proclamar a palavra de Deus é prioritária.
A
pregação devia ser considerada a mais nobre tarefa que existe na terra. Aquele
que é chamado por Deus para proclamar o Evangelho deveria destacar-se como o
homem mais importante na sua comunidade. No púlpito ele poderá fazer muito do
seu melhor trabalho para o tempo e para a Eternidade.
Este
maravilhoso Livro apresenta variado material para o abastecimento perene do
obreiro: poesia, história, biografia, doutrina, profecia... A Bíblia tem uma
palavra adequada para cada ouvinte, em todo o tempo e em qualquer
circunstância: é pão para o faminto, água para o sedento, alívio para o
amargurado, conforto para o perseguido e luz para o duvidoso.
O
apóstolo Paulo reconheceu o valor das Escrituras Sagradas, quando disse :
"Toda
Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito
e perfeitamente preparado para toda boa obra" (II Tm 3:16-17).
Jeremias,
o profeta do Antigo Testamento, também reconheceu o valor da Palavra do Senhor,
quando ouviu de Deus as seguintes palavras:
"Não
é a minha Palavra como fogo, diz o Senhor; e como martelo que esmiúça a pedra
?" (Jr 23:29).
O
famoso rei Davi disse:
"Os
preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é
puro, e alumia os olhos" (Sl 19:8).
É
muito importante que o pregador examine a sua Bíblia de diferentes modos,
evitando assim o enfado ou monotonia e tornando o estudo mais atraente e
proveitoso. Deve considerá-la como um todo, procurando vê-la de maneira ampla
ou geral, como alguém que, de avião, contempla panoramicamente determinada
cidade. A seguir, procure estudar livro por livro, a fim de compreender os
ensinos principais, os fatos salientes de cada um deles, inclusive o autor, a
data, as circunstâncias históricas, a quem foi dirigida a sua mensagem e com
que intento. Depois estude os seus capítulos mais notáveis, os quais apresenta
verdades profundas e essenciais. Então procure os textos que se destacam pelo
seu valor e profundeza, buscando sempre entender o seu verdadeiro sentido.
A
HISTÓRIA DA PREGAÇÃO
Um
estudo de pregação no Novo Testamento começa com João Batista, que só foi
superado pelo Senhor. A lista dos pregadores inclui Pedro, Paulo e o autor da
Epístola aos Hebreus. Estes homens figuram na História principalmente como
pregadores do Evangelho. Nosso Senhor gastou muito tempo do seu ministério
ativo na “preparação dos doze”, porque Ele queria que a Igreja desde os seus
primórdios exaltasse a obra do pregador.
Durante
a Reforma, a obra do pregador salientou-se ainda mais. Martinho Lutero, João
Calvino, João Knox e outros líderes da Reforma, afirmaria com certeza, ser a
pregação a coisa mais importante de suas vidas. Lutero traduziu a Bíblia para o
alemão, realizou uma obra imensa para o inicio da Igreja Protestante, Calvino foi
um excelente comentador e teólogo, mas acima de tudo distinguiram-se como
pregadores.
Na
contra-reforma a Igreja Romana começou, de novo, a exaltar a obra do pregador.
Desde o tempo de Crisóstomo, nunca a Igreja Cristã ouviu a oratória sagrada com
tanto valor como a de Bossuet e Bourdalouce, Massillon e Fénelon.
Pouco
depois na Inglaterra, João Wesley e George Whitefield foram os mentores de um
avivamento na Igreja Cristã. Embora Wesley possuísse muitos outros dons,
considerava-se acima de tudo, pregador e promovedor do Reino por intermédio de
outros pregadores. Igualmente Whitefield se sobressaiu como arauto do
Evangelho.
A
PREGAÇÃO E SEUS OBJETIVO
O
objetivo de Deus em usar um pregador e a sua Palavra e trazer de volta o homem
que está afastado dele por causa dos seus pecados e da desobediência.
Paulo
defende que a pregação tem por objetivo comunicar aos homens “todo o
desígnio de Deus” (At 20:27), em todos os níveis de maturidade e
entendimento.
Cada
pregador então deve saber que é apenas um instrumento que Deus usa para que a
sua vontade seja conhecida aos seus contemporâneos.
Objetivo
Evangelístico
Neste
tipo de sermão o pregador compartilha os diversos textos da Palavra de Deus que
anunciam a salvação do homem perdido através da pessoa maravilhosa de Cristo
Jesus. Coloque o máximo de
esforço na pregação de sermões evangelísticos, pois eles devem ser os melhores
sermões que pregamos. Estes sermões não devem ser muito longos.
Há,
igualmente, um vocabulário utilizado pelo pregador e que tem como fonte a
Teologia cristã e a Doutrina bíblica. São ricas e plenas de significado as
palavras que o constituem e que são empregadas na comunicação do evangelho. Os
conceitos mais destacados são : Graça, Fé, Salvação, Justificação,
Santificação, Glorificação.
Graça –
Graça é o amor de Deus que por força do pecado é imerecido pelo ser humano. É a
mais expressiva das palavras do vocabulário da pregação. Efésios 2:8 declara
que "Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus".
Fé – A fé é instrumental, básica e essencial,
pois sem ela "é impossível agradar a Deus", como ensina Hebreus 6:11.
A fé nos conduz à justificação, outro excelente vocábulo da fé cristã.
Salvação –
A obra de restauração do ser humano pela graça divina mediante a fé pessoal é
chamada de salvação, e compreende três fases : a justificação, a santificação e
a glorificação. A primeira
ocorre num momento crítico do kairos, ponto de retorno de caminhada, e se
estende na busca da semelhança a Jesus Cristo naquilo que é denominado
santificação. A glorificação, ápice da obra salvadora, ocorre tão somente na
Glória Eterna.
Paz – O resultado de toda a obra de salvação é
trazer qualidade de vida ao convertido. Paz é a conseqüência da
justificação É preciso pregar sermões
evangelísticos com espírito de urgência, amor, compaixão e sempre na
dependência do Espírito Santo. Lembre-se a conversão é obra do Espírito Santo,
mas a pregação e tarefa que todo pregador devem levar a sério. O que o Senhor
espera é que o sermão seja proclamado com fidelidade e equilíbrio, em acordo
com a sua Santa Palavra.
II
– O Objetivo Doutrinário
Os
sermões doutrinários são úteis para preparar os crentes em relação ao surgimento
de heresias e as possíveis entradas delas em nosso meio. Auxiliam os crentes a
serem mais interessados e ativos na vida cristã contribuindo assim para o
crescimento e o fortalecimento da igreja.
III
– O Objetivo Ético
Os
sermões com objetivos éticos são aqueles que tratam do relacionamento
horizontal, ou do relacionamento entre os seres humanos. Tratam de como viver a
vida cristã em relação à sociedade que nos cerca. O cristianismo é uma religião
altamente ética. Vivemos numa nação terrivelmente afetada por ausência de uma
postura ética correta. Há problemas de valores, de alvos, de
princípios. Eis alguns dos problemas
morais e éticos que devem fazer parte do sermonário, a ser exposto nos
púlpitos: a corrupção, a gula, a pornografia, as drogas, a honestidade, o
preconceito, a inveja, a cobiça, o amor, as inimizades, os pensamentos impuros,
a televisão, a pobreza, a tentação, a violência, a língua, a
ecologia, a paz mundial, as guerras, o desemprego, e muitos
outros. É importante que o pregador da
Palavra de Deus seja sensível aos problemas sociais e éticos e aplicar a
Palavra de Deus de modo que ofereça uma alternativa eficaz, e seja muito bem
informado, pois precisamos conhecer muito bem das situações, pois somos
formadores de opinião.
O
Objetivo Consagratório
É
importante dar atenção para a pregação de sermões que despertem o povo para uma
maior consagração de suas vidas ao Senhor Jesus e a sua obra, e através destes
sermões, ajudar os crentes na descoberta e uso dos dons espirituais além do que
também auxiliamos os irmãos a enfrentarem, devidamente capacitados pela
palavra, a sua batalha contra o pecado.
O
Objetivo Devocional
Neste
tipo de objetivo o sermão enfatiza a relação do crente com Deus. Também
chamamos esta ênfase de relacionamento vertical. Como pregadores da Palavra de
Deus temos a possibilidade de conduzir nossos irmãos e ouvintes à presença do
Pai celeste e de estabelecer confrontação com os hábitos devocionais que
conduzem o cristão à maturidade.
Assim
podemos explorar nos sermões devocionais os diversos temas ligados à adoração,
à comunhão, à oração, ao estudo da Bíblia, à contribuição, ao serviço de amor.
Precisamos ensinar o nosso povo a recarregar as baterias espirituais e firmar
um compromisso pessoal de devoção ao Senhor.
Precisamos
a exemplo de Samuel manter sempre acesa a chama da devoção (I Sm 7:17) como
também ajudar os irmãos nesta área. Um dos grandes riscos do ministério e dos
afazeres da vida cotidiana é perdermos o senso e a prática devocional
O
PROPÓSITO DA PREGAÇÃO
O
propósito da pregação é o de informar, convencer, estimular e motivar os
ouvintes a praticar a mensagem. Para isso, o pregador precisa falar bem e de
forma atraente, para que o público entenda seu sermão e queira ouvi-lo até o
seu final.
O
PREGADOR
O
pregador do Evangelho é um proclamador dos céus na terra. Existem muitos
chamados neste mundo. Há pessoas que são chamadas para ser empresários,
executivos, governantes, reis e rainhas, mas o chamado para ser um pregador
está além destes chamados. É uma determinação soberana do próprio Deus,
escolhendo alguns para tão grande tarefa.
Ser
um pregador não é uma missão qualquer. O pregador da Palavra tem uma tarefa
grandiosa, que é proclamar principalmente o amor de Deus aos pecadores. A principal
função do pregador é levar ao mundo a mensagem que Deus quer salvar e abençoar,
através de Cristo.
A
finalidade essencial deste curso é a de resgatar valores perdidos nos púlpitos
brasileiros, pois, um pregador é um apaixonado pelo evangelho, pois, por ele
foi transformado e por ele dá a vida. A vida do pregador deve ser o Evangelho
de Cristo. Como nos ensina o apóstolo Paulo :
“Sou
grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me
considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim que noutro tempo era
blasfemo, perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na
ignorância, na incredulidade.Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a
fé e o amor que há em Cristo Jesus" (I Tm 1:12-14).
O
PREPARO INDIVIDUAL DO PREGADOR
Antes
mesmo de preocupar-se com a mensagem, deve o pregador cuidar de si. É princípio
inegável que aquilo que ele faz depende do que ele é. Daí as recomendações de
Paulo a Timóteo:
"Tem
cuidado de ti mesmo (a pessoa) e da doutrina" (o trabalho) (I Tm 3:16);
E
mais adiante:
"Procura
apresentar-te aprovado perante Deus, como obreiro que não tem de que se
envergonhar (o indivíduo) e que maneja bem a palavra da verdade", (a ação)
(II Tm 2:15).
Para
que o pregador seja bem sucedido em seu trabalho, é indispensável uma
preparação completa, a qual abrange três aspectos: físico, intelectual e
espiritual.
ENTREGANDO
O SERMÃO
São
três os tipos de sermões mais usados:
-
Sermão Temático
-
Sermão Textual
-
Sermão Expositivo
DESENVOLVENDO
O SERMÃO TEMÁTICO
Sermão
Temático é aquele cuja divisão das idéias é extraída do tema. Ou aquele cuja
forma ou estrutura resulta das palavras ou idéias contidas no assunto. É o tipo
de sermão mais usado por ser o de mais fácil divisão e mais fácil de ser
preparado. É muito apropriado para a evangelização, o ensino das doutrinas, o
estudo bíblico, discussão de temas éticos, etc.
Exemplificação:
Imagine que lendo o texto de João 20:28, no qual encontramos Tomé adorando ao
Senhor Jesus, você tenha o desejo de pregar sobre o seguinte tema : “Jesus,
Digno de Adoração!”. O texto base do seu sermão será João 20:28, pois é dele
que você extraiu o tema. Porém, as DIVISÕES PRINCIPAIS da sua mensagem, serão
extraídas de outras passagens das Escrituras.
Título:
“Jesus, Digno de Adoração!”
Texto
base do tema: João 20:28.
Algumas
verdades sobre Jesus, as quais devemos nos conduzir a adorá-lo:
I
– JESUS É DEUS MANIFESTADO NA CARNE... (Mt 1:23)
II
– JESUS É O SALVADOR DOS HOMENS... (I Tm 1:15)
III
– JESUS É O REI ETERNO... (Ap 11:15)
Repare
que o texto de João é apenas de onde o pregador extraiu o seu tema, mas o
restante da mensagem se baseia em passagens bíblicas relacionadas ao tema, e
não diretamente ao texto
Outros
exemplos de sermões temáticos.
Título:
“Promessas Para Momentos de Adversidade”
Texto
base do tema: Isaías 43:12.
Quando
a adversidade chega, é hora de nos lembrarmos de maravilhosas promessas...
I
– DEUS ESTÁ PRESENTE... (Sl 46:5; 46:7).
II
– DEUS É A FORTALEZA DOS QUE CONFIAM... (Na 1:7).
III
– DEUS É O CONSOLO PARA OS AFLITOS... (Is 49:13; II Co 1:5)
IV
– DEUS É SOCORRO INFALÍVEL... (Sl 34:4; 34:19).
Perigos
e vantagens do Sermão Temático
O
maior perigo que reside no uso da pregação temática, é que o pregador
desenvolve sua mensagem em cima de um tema que escolheu, e não em cima de um
texto bíblico; portanto tem uma maior liberdade de manipular as Escrituras a
seu bel prazer. Neste tipo de sermão, todo cuidado é pouco.
–
DESENVOLVENDO O SERMÃO TEXTUAL
O
sermão textual é aquele cuja divisão (idéias principais) é tirada do texto
bíblico, mas as idéias secundárias podem ser buscadas em outros textos
bíblicos. Este gênero de trabalho para o púlpito faz fixar a atenção numa parte
das Escrituras. É profundamente bíblico e ajuda a levar o ouvinte mais perto do
coração da Bíblia.
Para
desenvolvermos um sermão textual devemos observar o seguinte processo :
a)
Escolher o texto que desejamos pregar;
b)
Descobrir o tema central do texto;
c)
Extrair as DIVISÕES PRINCIPAS do próprio texto
d)
Extrair as SUBDIVISÕES, se houverem, de outros textos bíblicos.
Exemplificação:
lendo o texto de Salmos 23:1 podemos ser motivados a pregar no seguinte tema:
“O Relacionamento Entre Cristo e a Igreja”. Chegamos a este texto depois de um
estudo correto do texto, por meio do qual descobrimos a intenção do autor.. Por
isso, é denominado: sermão textual. Ou seja, as divisões centrais seguem o
texto.
Título:
“O Relacionamento Entre Cristo e a Igreja”
Algumas
características de tal relacionamento:
I
– TRATA-SE DE UM RELACIONAMENTO CONFIÁVEL: “O SENHOR é meu pastor”.
II
– TRATA-SE DE UM RELACIONAMENTO PESSOAL; “O Senhor é MEU pastor”.
III
– TRATA-SE DE UM RELACIONAMENTO CONSTANTE: “O Senhor É meu pastor”.
IV
– TRATA-SE DE UM RELACIONAMENTO EM AMOR: “O Senhor é meu PASTOR!”
Neste
exemplo o pregador extraiu cada uma de suas divisões principais de uma palavra
que aparece no texto. Em cada uma destas palavras, o pregador encontrou uma
qualidade especial do relacionamento que existe em Cristo e Sua Igreja.
Vejamos
mais alguns exemplos de sermões textuais :
Título:
“Credenciais de um Obreiro” (I Co 1:1)
Paulo
apresenta algumas de suas credenciais; delas podemos aprender quais devem ser
as credenciais de um obreiro...
I
– O OBREIRO PRECISA TER UM CHAMADO... “Paulo, chamado...”
(v.1).
Ninguém faz a si mesmo um obreiro na casa de Deus.
II
– O OBREIRO PRECISA TER UMA MISSÃO... “Paulo, chamado apóstolo”.
O
apostolado era a missão de Paulo. Genericamente o termo significa ‘enviado’,
‘mensageiro’. Todo obreiro tem uma missão no Corpo. Ser obreiro não é deter um
título eclesiástico.
III
– O OBREIRO PRECISA TER UM CORAÇÃO EVANGELIZADOR... “Paulo, chamado apóstolo de
Jesus Cristo”.
A
mensagem anunciada por Paulo era Cristo, e nada mais.
IV
– O OBREIRO TER UM COMPROMISSO COM DEUS... “Paulo, chamado apóstolo de Jesus
Cristo, pela vontade de Deus”.
Alguns
em Corinto estavam questionando a autoridade de Paulo; mas ele não se cala: seu
compromisso é primeiramente com o Senhor !
– DESENVOLVENDO O SERMÃO EXPOSITIVO
O
sermão expositivo é aquele que surge de uma passagem bíblica com mais de dois
ou três versículos É o que se ocupa principalmente da exegese ou exposição
completa de um texto, frases ou palavra das Escrituras. A palavra chave é
“exposição”, que dá uma idéia de “explicar”, “por diante de”. O pensamento
bíblico ou do escritor bíblico que determina a essência da pregação
expositiva.
A
pregação expositiva seria a forma mais autêntica da pregação e segue a prática
dos grandes pregadores do passado, como : Santo Agostinho, Lutero, Calvino,etc.
A mensagem expositiva faz mais das Escrituras, contribuindo para um maior
conhecimento bíblico, criando maior interesse na Bíblia e não nos assuntos.
Isto honra as Escrituras e alimente os ouvintes.
Nos
quatro Evangelhos quase todos os parágrafos contêm material para um sermão
expositivo, que pode não ser difícil de preparar. Especialmente as parábolas se
prestam a isso, pois todas elas evidenciam a imaginação inspirada operando como
os fatos da vida.”
Exemplos
de sermões expositivos:
Tema:
A morte de Jesus Cristo.
Texto:
Romanos 5:6-11,
Título:
Uma Morte Que Dá Vida
Introdução:
O lugar deste versículo no ensinamento de Paulo.
Corpo:
1.
Alguém morreu.
a)
É um fato ordinário pois todos um dia haveremos de morrer.
b)
Mas é alguma coisa extraordinária, quando nós nos lembrarmos :
1)
Aquele que morreu era alguém muito particular.
2)
Ele poderia evitar a morte.
3)
Tudo o que pode ser pleiteado através de sua morte.
Corpo:
2.
Aqueles por quem Cristo morreu?
a)
Os pecadores, os que não têm Deus, os fracos, os inimigos.
b)
O sentido destas palavras: "Ele morreu por eles".
3.
O objetivo da morte de Cristo.
a)
Negativamente: não para induzir Deus à amar os homens.
b)
Positivamente: a fim de transformar o homem:
1)
Justificado
2)
Reconciliado
3)
Salvo da ira de Deus
4)
Salvo por Sua morte.
Conclusão:
Nós reconhecemos o significado da cruz? Não representa nada para nós? Oh!
Quanto nós deveríamos amá-lo por causa da Sua morte por nós!
Tema:
A Cruz de Cristo Texto: Isaías 53:4 -12
Contexto:
A cruz era um instrumento usado para humilhar, torturar e matar; feita por duas
vigas de madeira em forma de um grande T, algumas vezes em forma de X; onde
eram colocados os : marginais, criminosos e malfeitores.
I
- Foi Um Lugar de Cura. (v. 4).
Introdução:
A cruz de Cristo foi um fato insignificante para uns, ou seja, sem significado,
mas para outros foi um ato de muita relevância. E para nós o que foi a cruz de
Cristo ?
I
- Foi Um Lugar de Cura. (v. 4).
As
doenças da alma do seu povo estavam sobre ele, a saber :
Promiscuidade
Desobediência
Idolatria
II
- Foi um Lugar de Justificação. (vv. 5, 6)
Uma
injustiça estava acontecendo com Ele, porém Ele esta fazendo justiça por
nós.
O
que é justificação? É o ato pelo qual nos tornamos justos perante Deus,
mediante a justiça de Cristo que tomou para si a nossa culpa e recebeu o
castigo em nosso lugar (cf. II Co 5:21)
Ilustração:
‘’ o homem que feriu a pátria, mas foi absolvido no tribunal ’’.
III
- Foi um lugar de Redenção. (v. 10)
Jesus
nos libertou da escravidão do pecado pagando um alto preço, a sua própria vida.
Você precisa ser liberto :
Do
medo de sua vida não ter mais valor.
Do
medo de ser feliz.
Do
medo de não receber o perdão de Deus.
1-
A cruz de Cristo tem significado para você?
Aplicação:
1-
A cruz de Cristo tem significado para você?
2-
Qual significado ela têm
Conclusão
: Amados, a Cruz de Cristo tem um grande significado para nós, pois foi nela
que Jesus Cristo foi cravado, e nela jorrou o sangue que nos lavou, curou,
justificou e redimiu. O apóstolo Paulo escrevendo as igrejas da Galácia disse:
‘‘Mas
longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.” (Gl 6:14).
A
pregação expositiva praticamente obriga o ministro do Evangelho a se manter
fiel ao texto. Além disso, a congregação que o ouve tem excelente oportunidade
de expandir sua cultura bíblica. Você almeja por uma Igreja mais saudável, mais
firme e consagrada ao Evangelho? Deseja uma reforma no seu ministério pessoal?
Você sonha com uma Igreja que ama as Escrituras? Então, dedique o máximo a
pregação expositiva das Escrituras.
MÉTODOS
DE PREPARAÇÃO E ENTREGA DE SERMÕES
Existem
três métodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar:
Escrever
e ler o sermão:
Traz
habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e
atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança.
Conserva
melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito
nervoso e preocupado com vai falar.
Pode
citar os textos bíblicos com bastante precisão, e gasta menos tempo em dizer o
que tem a transmitir.
O
pregador deve ter cuidado, pois este método traz alguma desvantagem tais como:
Muito
tempo para escrever, fica preso a leitura e pode perder o contato com os
ouvintes, não é simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que
impressione.
Escrever,
decorar e recitar o sermão
Possui
muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque
exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular,
parece mais natural.
Cuidado
deve ser tomado, pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo
assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito.
Preparar
um esboço e pregar
O
pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o
pensamento e fica-se livre para gesticular. O pregador fica livre para usar sua
imaginação, criatividade e usar ilustrações que se lembrar no momento, também
pode expandir seu temperamento emocional.
Escrever,
decorar e recitar o sermão
Este é o método mais utilizado na oratória. Cuidados também devem ser tomados, pois o pregador perde o hábito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo não é tão apurado e elegante como os escrito.
HOMILÉTICA -RELAÇÃO ENTRE A HERMENÊUTICA, CONCEITO GERAL, A HISTÓRIA DA
PREGAÇÃO
Enquanto
a hermenêutica é a ciência e a arte de interpretar, a Homilética é a ciência e
a técnica de comunicar ou expor a mensagem bíblica. A palavra Homilética vem do
grego HOMILIA, que significa persuasão, falar, etc. Assim sendo, muitos definem
a Homilética como “A Arte de Pregar”.
As
primeiras teorias acerca da Homilética surgiram entre 345 e 405 d.C. nos escritos
de Crisóstomo, pregador da igreja primitiva e também por Agostinho.
CONCEITO
GERAL
Uma
grande realidade no ministério cristão é que a pregação da palavra de Deus não
é um privilégio somente concedido a pastores com formação acadêmica, mas, de
leigos também. Seria fatal para expansão do Evangelho, que precisa atingir até
os quatros cantos da terra, se a ajuda da pregação do leigo fosse
negligenciada. Porém, sem desdobrar o aspecto da pregação simples, sem preparo
acadêmico, afirmamos que, quanto maior for o preparo do obreiro com ou sem
curso teológico, melhor condições terá de se r usado pelo Espírito de Deus para
entregar a mensagem do reino dos céus, que visa à transformação do coração do
pecador, transformando-o em filho de Deus.
O
pregador precisa saber de sua importância indiscutível na grande seara;
corrigir detalhes da sua apresentação quando está diante do público; dar maior
ênfase à oração, a igreja e a Palavra. O pregador também precisa saber que o
aspecto intelectual é algo que não deve ser rejeitado, pois muita contribuição
poderá ser fornecida pela história, ciência, filosofia, etc. Àquele que foi
incumbida à responsabilidade de transmitir o recado divino, este terá que ter
consciência da objetividade do sermão, e não se deixar levar por variações de
tantas ideias tais, que não deixam o público seguir uma linha de pensamento.
O
pregador tem que saber usar corretamente o texto de onde irá extrair a sua
mensagem; ter a criatividade para dar um tema interessante ao assunto que irá
expor; saber começar com uma boa introdução e terminar bem, com uma conclusão
que venha a desafiar o público a tomar uma posição ao final da pregação.
O
pregador deve aprender a fazer o esboço de sua mensagem dentro de uma lógica
com relação ao tema e o texto, sabendo distinguir o que é um sermão temático,
um sermão textual e um sermão expositivo. Aquele que tem a responsabilidade de
pregar deve dar o devido valor ao tesouro que são as ilustrações, e o momento
certo de usá-las no púlpito.
A
homilética, como arte de pregar, não deve ser algo a se aprender somente por
pastores, existe uma grande necessidade do leigo ter conhecimento desta arte,
já que é possível também àqueles que não tiveram a oportunidade de estudar numa
instituição teológica. Todos aqueles que pregam a Palavra de Deus tem condições
de melhorar ainda mais suas mensagens.
OS
PROBLEMAS DA HOMILÉTICA
Com
certeza, a pregação hoje sofre nas várias igrejas um problema que é notado
pelos cristãos:
a)
Falta de preparo do pregador. (Pouca espiritualidade e falta de conhecimento da
Palavra)
b)
Falta de unidade no assunto. (Começar pregando uma coisa e terminar pregando
outra)
c)
Falta de vivência real do pregador na fé cristã em relação ao que ele prega.
d)
Falta de aplicação prática às necessidades da Igreja. (Pregar assuntos que não
tem nada a ver com os problemas pelos quais a igreja passa)
RELAÇÃO DIVINO-HUMANA NA HOMILÉTICA
Deus
é o autor e inspirador da mensagem; o pregado é o veículo usado para transmitir
o recado divino, e o ouvinte é o alvo a ser alcançado. Sendo assim, podemos
expressar este relacionamento na seguinte ordem :
ORAÇÃO
- > TEXTO - > MEDITAÇÃO - > INTERPRETAÇÃO - > ESBOÇO - >
COMUNICAÇÃO
O
QUE O PREGADOR DEVE CONSIDERAR SOBRE A MENSAGEM
a)
É o Espírito Santo que convence o pecador e não a lógica do pregador.
b)
As ilustrações são importantes, mas nunca substituirão a Palavra de Deus.
c)
A arte e a técnica não substituem a inspiração divina.
A
HISTÓRIA DA PREGAÇÃO
Após
o exílio na Babilônia foi que a homilia primitiva começou a desenvolver-se, por
ocasião de um novo aspecto na vida judaica: A pregação feita em público com a
leitura das Escrituras e explanação da mesma, por volta de 445- 425 a.C. (Ne
13:1-3).
Os
gregos entre 500-300 a.C. desenvolveram a arte da palavra com os grandes
filósofos: Platão, Sócrates e Aristóteles. Os romanos influenciados pelos
gregos aperfeiçoaram a arte da palavra em forma de oratória. Jesus foi o maior
exemplo de pregação pública nos dias dos tempos romanos.
ASPECTOS
DA PREGAÇÃO DE JESUS
a)
Falou por parábolas (Mt 13:34)
b)
Explicou as Escrituras (Lc 4:1 6-21)
c)
Repreendeu o sistema pecaminoso da época (Jo 8:43-47)
d)
Transformou a palavra em ação, com poder (Mc 2:9 -12)
e)
Profetizou sobre si mesmo (Jo 2:19)
f)
Profetizou sobre os fins dos tempos (Mt 24:4-13)
DETALHES
QUE DEVEM SER CORRIGIDOS QUANDO SE ESTÁ NO PÚLPITO
a)
Não se deve gesticular demasiadamente o tempo todo;
b)
Evitar coçar-se (Faça-o de modo discreto a não chamar a atenção);
c)
Não ficar de boca aberta;
d)
Os botões da roupa devem estar todos abotoados ( a não ser o blazer com botões
no meio, que pode ser usado aberto);
e)
Não passar as mãos nos cabelos o tempo todo;
f)
Não esfregar as mãos na roupa;
g)
Evitar repetições o tempo todo de palavras tais como: “Né”, “Realmente”, “Hã”,
“Aleluia”, etc;
h)
Parar a mensagem para se dirigir a alguém no auditório fora do aspecto da
mensagem;
i)
Evitar as “gracinhas” no púlpito;
j)
Não falar além do tempo normal (Geralmente 30 minutos, é um tempo ideal em uma
reunião normal de 1 hora e meia de duração, para se poder ficar a vontade para
usar o restante do tempo com relação ao apelo ou convite às pessoas para virem
à frente, orar por elas e finalizar o culto, porém, pode haver exceções com
relação ao tempo – não se pode ser taxativo quanto a este aspecto da
homilética).
QUANTO
AO PREGADOR
É
muito importante que o pregador conquiste o público com a sua mensagem, e as
pessoas vibrem com a sua experiência e autoridade. Qual o motivo do fracasso de
certos pregadores em nossas igrejas? Por que pregam mensagens tão cansativas e
desinteressantes? Isto é algo simples de responder: Pregam ao pé da letra que
não devemos nos preocupar com o quê havemos de pregar, pois o Espírito Santo
será com a nossa boca, e ao chegarem ao púlpito entregam “qualquer coisa” . O
pregador tem que ter em mente que o público que se prontifica em ir a igreja
ouvir a mensagem de Deus, não merece ouvir coisa cansativa e desinteressante. O
pregador é o veículo chave do anúncio da Palavra de Deus, portanto, para ser
eficiente no ministério da Palavra, precisa estar envolvido com os seguintes
fatores:
A)
Consagrado À Oração
O
pregador precisa ter uma vida de oração para que possa transmitir o recado
divino inspiradamente. O sucesso da pregação depende da intensidade da
inspiração e das palavras do pregador. O fracasso de uma mensagem pode, entre
muitos motivos, ser atribuído a falta de uma vida de oração por parte do
pregador. Se tiver uma vida vazia de oração, sua mensagem também será vazia de
vida. O requisito ORAÇÃO é o primeiro dos fatores importantes que o pregador
vai precisar para o êxito da sua mensagem.
B)
Consagrado À Igreja
Jamais
se deve dar oportunidade para usar da palavra àqueles Irmãos que quase nunca
vão a Igreja. Se tais irmãos se acham no direito de não ir sempre à igreja, a
igreja também tem o direito de não permiti-los ter o privilégio de pregar no
templo de Deus. O altar é santo e é necessário que todos os que vão usar da
Palavra estejam conscientes disto e tenham grande amor pela Igreja de Deus.
Para a segurança emocional do pregador é necessário que ele esteja bem
familiarizado com o tipo de ambiente que irá ouvi-lo.
Um
pregador consagrado às atividades da igreja tem melhor condição emocional e
psicológica para estar diante do público sem transparecer medo, nervosismo,
insegurança, etc. Todo pregador consciente de sua função não ignora este
importante fator.
C)
Consagrado À Palavra
O
pregador da Palavra de Deus tem por finalidade anunciar as verdades divinas, e
somente o poderá fazê-lo se tiver conhecimento destas verdades. Quanto maior o
conhecimento bíblico, mais autoridade terá ao falar das coisas dos céus. O conhecimento
profundo da Palavra de Deus é uma segurança indispensável para se construir um
excelente sermão. O pregador tem que ter em mente que o público precisa ficar
encantado com o conteúdo da mensagem da Bíblia, e para isto, nada melhor do que
exposições profundas das Escrituras. Temos que anunciar a Cristo como único
salvador do mundo, temos por obrigação de conhecer sua vida, o que fez, o que
ainda faz, o que ele quer, quais são suas promessas, e a sua relação com a vida
e a morte. A Bíblia tem muitas promessas para o homem, e, conhecer tais fatos é
dever obrigatório de todo àquele que se dedica a falar do plano de Deus para a
salvação do pecador.
QUANTO AO CONHECIMENTO INTELECTUAL DO
PREGADOR
“Quem
lê mais tem sempre algo a falar a quem lê menos”, diz um ditado popular. Na
igreja encontramos pessoas de diversos níveis de cultura. Algumas com uma
grande capacidade intelectual, outras com um conhecimento médio e outras com um
nível intelectual pequeno. Portanto, eis a razão pela qual todo prega dor tem que
estar à altura do nível intelectual daqueles que irão ouvi-lo. Todo pregado r
precisa que seu público lhe dê crédito como orador, e, quando o pregador
demonstra ter uma excelente cultura, ele obtém o respeito de seus ouvintes, e
suas mensagens sempre serão interessantes. Nunca é demais possuir conhecimento
geral daquilo que vai pela ciência, história, filosofia, etc. Um sermão para
ser rico em conteúdo depende da intelectualidade do pregador. Um pregador culto
terá mais autoridade ao falar em público. Isto não deve ser privilégio somente
de alguns pastores, mas, de qualquer pregador interessado em melhorar a
qualidade de suas mensagens. Quanto maior o conhecimento do pregador, maior
será a bagagem para o Espírito Santo usar. A segurança intelectual do pregador
é evidenciada das seguintes fontes de conhecimento:
1.
Conhecimento Bíblico
2.
Conhecimento Histórico
3.
Conhecimento Científico
4.
Conhecimento Filosófico
5.
Experiências Pessoais
Conhecimento
Bíblico
Já
vimos anteriormente a importância do conhecimento bíblico quando estudamos a
importância do pregador ser consagrado a Palavra.
Conhecimento
Histórico
É
importante que o pregador saiba em que data fora m escritos os livros bíblicos,
e para quem eram destinados, situando-se também nos panoramas históricos,
social, econômico e religioso da época dos seus autores. É muito importante que
o pregador conheça o desenvolvimento da história através dos séculos e a sua
relação com o cristianismo. Mil e uma ilustrações podem ser adquiridas com os
fatos relacionados com a igreja e com os grandes cristãos da antiguidade. A
história está cheia de curiosidades que poderão ser contadas pelo pregador. Com
tais fatos, a mensagem cristã torna-se mais rica em conteúdo, despertando o
interesse e a admiração do público. Um fato incontestável é que um público
admirado com a pregação tende a ceder mais facilmente aos apelos d o pregador.
Conhecimento
Cientifico
Conhecer
algo da ciência, comparando sempre com as verdades bíblicas, é algo muito bom,
pois muitas das vezes, as descobertas científicas vêm sustentar aquilo que a
Bíblia vem afirmando há milênios. Expor algo da ciência também torna uma
mensagem bem interessante e atrai muito, a atenção do público. Muitas pessoas
têm chegado a conversão através das verdades da Bíblia confrontadas com a
ciência. Um bom pregador não ignora este fato.
Conhecimento
Filosófico
O
público vibra e considera interessante quando o pregador sustenta uma verdade
bíblica com uma citação de algum importante Filósofo. Conhecer o pensamento dos
muitos pensadores acerca da vida e da morte; do bem e do mal, é algo
fascinante. Muitas das vezes os absurdos e as verdades da Filosofia ajudam a
ilustrar de forma maravilhosa um sermão.
Experiências
Pessoais
A
vida cristã é cheia de experiências maravilhosas com Deus. Tais experiências
ocorrem tanto conosco, como também com algum outro irmão verdadeiramente servo
de Deus. Assim, o testemunho destes fatos faz com que sempre se tenha algo de
edificante para uma boa mensagem. O sentimento do público é ativado quando o
pregador expõe suas vivências pessoais ou de outrem. É multo importante tocar o
instinto emocional dos ouvintes. Quando isto ocorre, a mensagem será sempre
lembrada. O pregador deve usar desta arma poderosa para as mensagens
principalmente evangelísticas. Entretanto, se a mensagem é doutrinária, e o
pregador tem algo de sua vida para ilustrar com relação à fé cristã, deverá
fazê-lo com toda a autoridade. Este recurso produz um maior número de
conversões ou de conserto de vida cristã ao final da mensagem.
OBS: Mesmo que o pregador tem todo o recurso técnico e intelectual, jamais poderá deixar de lado o fator mais importante de todos: A inspiração do Espírito Santo. Nunca se deve esquecer que, a obra é de Deus, a Palavra é a Palavra de Deus, o interesse em salvar o público é de Deus, portanto, seja qual for o recurso que o pregador irá usar, sua mensagem e seus argumentos são sempre para levar o ouvinte a crer n a Palavra de Deus e em suas maravilhosas promessas.
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