INTRODUÇÃO
A
visão panorâmica atual é de um mundo que vive sem Deus, sem paz e sem salvação,
a espera da esperança libertadora e salvadora do Evangelho de Cristo Jesus. Não
podemos nos conformar, nem encarar tal fato de maneira natural, este fato é
inquietante, para os que amam a Cristo Jesus e querem ver cumprido o escrito em
Ap 7.9 “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão a qual ninguém
podia contar, de todas as nações e tribos, e povos, e línguas que estavam
diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas
nas suas mãos”.
MISSÃO
DIVINA
Enviado
Em Cumprimento À Promessa Divina
Após
a queda do homem Deus toma a iniciativa de ajudar o homem. Tendo infringido a
ordem divina que proibia o homem de comer do fruto da árvore do conhecimento do
bem e do mal. Apesar da gravidade desse ato de desobediência, Deus se inclinou
por ajudá-lo, prometendo um Redentor vindouro (Gn 3.15).
A
humanização de Jesus se constitui num grande milagre na Bíblia, Jesus, o
verdadeiro e eterno Deus (1 Jo 5.20). “Aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma
de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7). Era o verbo eterno
assumindo carne humana (Jo 1.14; 1 Tm 3.16). Este milagre foi possível devido à
ação soberana do Espírito Santo no ventre de Maria (Lc 3.15).
“Vindo
a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a
lei, para remir os que estavam debaixo da lei” (Gl 4.4,5)
A
vitória de Cristo sobre o Diabo na cruz do calvário, erroneamente ensinada como
derrota de Deus, foi o momento que Deus despojou Satanás (Cl 2.15) “maniatando
assim o valente”(Mt 12.29). “Visto que os filhos participam da carne e do
sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte,
aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é o diabo, e livrasse todos os
que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão” (Hb
2.14,15).
A
Obra Do Calvário É De Alcance Universal
Não
obstante “o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19). Apesar da inconteste
manifestação do diabo no mundo, a Bíblia registra, de forma inequívoca, o
interesse do Espírito Santo em aplicar a obra de Jesus realizada no Gólgota,
como remédio divino para os males espirituais dos homens em todas as nações. Na
cruz do Calvário, Deus estava reconciliando o mundo consigo mesmo (2 Co 5.19).
Apesar
da salvação ganha por Jesus ser de alcance universal, a maior parte do mundo,
ainda não conhece o benefício do qual tem direito de gozar. Lembremo-nos de que
a mesma Bíblia que diz que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo (Jo 1.29), também diz: “IDE por todo o MUNDO, pregai o evangelho a toda a
criatura”(Mc 16.15).
A
ORDEM MISSIONÁRIA DE JESUS
A Quem Foi Dada A Ordem Missionária?
A
Grande Comissão de Jesus não foi dada aos líderes religiosos de Israel,
tampouco aos membros do Sinédrio de Jerusalém, etc. A ordem missionária foi
dada aos discípulos. No momento da ascensão de Jesus, os discípulos com Ele
reunidos, representavam a Igreja na sua vocação e missão no mundo.
A
ordem missionária foi dada a Igreja hodierna. A Igreja de hoje está ligada à
Igreja primitiva, não apenas por suas raízes históricas. Esta se identifica com
aquela na responsabilidade de evangelizar os povos em todas as nações. Por
isto, os seus membros devem ser treinados para serem testemunhas de Jesus até
aos confins da terra (At 1.8).
Obediência
Inquestionável
A
primeira palavra da ordem missionária de Jesus é “ide”. Esta palavra é um verbo
no modo imperativo, exigindo uma ação decisiva. Apesar disto, muitas vezes o
trabalho de evangelização não vai além de projetos e de planejamento. Ainda se
repete em nossos dias aquilo que Débora, no seu cântico sobre os reis de Canaã,
falou sobre a tribo de Rubem. Ela disse: “Nas correntes de Rubem foram grandes
as resoluções do coração... Porque ficaste tu entre os currais?... Nas divisões
de Rubem tiveram grandes esquadrinhações do coração” (Jz 5.15,16). Rubem não
fez como a tribo de Zebulom, que “expôs a sua vida à morte” (Jz 5.18). Ela
ficou no meio dos currais com grandes planos e projetos. Jesus não convidou os
discípulos para somente fazerem planos e projetos. Ele os mandou ir ao campo,
que é o mundo.
“Ensinando
As Nações”
A
palavra “ensinando” vem da palavra grega “matheteuo” o que significa “fazer
discípulos”. Neste sentido ele só aparece, aqui e em Atos 14.21. Jesus disse,
conforme Marcos 16.15 – “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho”.
É
pelo poder do evangelho que os homens são transformados em discípulos de Jesus
(Rm 1.16). A Palavra da cruz tem poder (1 Co 1.23,24; 2.1-4).
“Batizando-As
Em Nome Do Pai, E Do Filho E Do Espírito Santo”
Como
se vê, o batismo em água fazia parte da ordem missionária de Jesus. Os salvos
devem, pelo batismo, unir-se à Igreja. Os apóstolos praticavam esta ordem.
Deste modo “foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e
naquele dia agregaram-se quase três mil almas” (At 2.41-47).
“Ensinando-As
A Guardar Todas As Coisas Que Eu Vos Tenho Mandado”
A
palavra “ensinando” aqui usada vem da palavra grega “didasko” e significa dar
instrução. Ensinar aos crentes é uma ordem de Jesus. Isto nos mostra a grande
importância do ensino (Ef 4.11), mas todos os que evangelizam devem dar também
a sua cooperação neste sentido, como o fez o casal Áquila e Priscila (At
18.26).
Estes
Sinais Seguirão Aos Que Crerem
O
evangelista Marcos na Ordem Missionária, (Mc 16.15-18), se refere aos maravilhosos
sinais que acompanhariam o batismo com o Espírito Santo, e acerca do qual Jesus
havia orientado os seus discípulos a buscarem (Lc 24:49; At 1.4,5,6). Podemos
então, observar que estes sinais realmente acompanharam a evangelização levada
a efeito pelos apóstolos. Vede At 3.7-16; 5.12-16; 9.32-35,37-42 etc.
Estes
sinais não se restringiam àqueles tempos, pois estão em vigor hoje também (At
2.39). Jesus disse: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo
20.21). Portanto, é desta maneira que Jesus, deseja enviar a cada um de nós
para a sua seara. Isto é, ele quer que os sinais sigam o nosso trabalho na
evangelização (Mc 16.20).
Missão
abrange três estágios:
Visto
que o significado da palavra missões é enviar, mandar, remeter, o enviado vai
com a finalidade de anunciar Cristo e o plano de Deus para a salvação de todos
os homens. Sendo assim missões abrange três estágios bem definidos que são :
A.
Missão local: Abrange a comunidade local e
circo-vizinhanças. Ex: bairros e cidades vizinhas.
B.
Missão nacional: Abrange todos os limites da nação
de origem do missionário (a).
C.
Missão transcultural: Abrange até os confins da terra.
ABRANGÊNCIA
DA ORDEM MISSIONÁRIA
Até
Aos Confins Da Terra
Jesus
disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc16.15).
Conforme Lucas, Ele também disse que eles pregassem a todas as nações,
começando por Jerusalém (Lc 24.47; At 1.8). Para Deus o mais importante é que
todos os homens venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4), estejam eles perto
ou longe. Se cada crente hoje obedecesse à ordem missionária de Jesus, e se
cada Igreja estivesse disposta a ouvir Deus falar e a obedecer-lhe (Mt 13.1-4),
enviando aqueles que Deus chamou para anunciar a sua Palavra, então o mundo
inteiro receberia a Palavra salvadora.
A
Nossa Própria Comunidade
De
acordo com Atos 1.8 a obediência à ordem missionária de testemunhar de Jesus,
deveria começar em Jerusalém, neste caso, onde estava a Igreja local. Isto não
quer dizer que os membros da Igreja local só devam começar a pregar o evangelho
noutras paragens quando já tiverem saturado a sua cidade da mensagem do
evangelho. Pelo contrário, diz que a Igreja deve ter uma visão global da
necessidade de toda a humanidade, pois segundo palavras de Jesus, “o campo é o
mundo” (Mt 13.38). Deste modo, o mundo, nosso campo de atividades
evangelísticas, começa onde habitamos.
Conceituação
De Evangelização E Missão
Estas
duas expressões são muito usadas entre nós e muitos gostariam de saber se
existe alguma diferença entre elas quanto ao significado. Vejamos.
Ambas
as expressões têm, conforme o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (Aurélio),
uma só significação;
É
uso generalizado nas nossas Igrejas falar de evangelização quando a pregação da
Palavra é feita dentro das fronteiras do país, e falar de missão quando é feita
fora delas. Desta maneira, evangelização não é mais importante que missão e
vice-versa. Se alguém pensa que missão é algo superior à evangelização deve
corrigir a sua ideia.
A
Duração Da Ordem Missionária
Quando
Jesus deu a ordem missionária Ele terminou dizendo: Eis que estou convosco
todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.20). Portanto a ordem
missionária continuaria até à consumação dos séculos. Por isso a ordem
missionária tem hoje a mesma atualidade e vigência como no dia em que Jesus
subiu ao céu.
Jesus
deu a ordem missionária para que todos os homens conheçam o seu convite à
salvação (1Tm 2.4). Fica portanto bem claro que enquanto existirem pessoas ou
nações que ainda não ouviram o evangelho da graça, esta ordem continua a ter
vital importância. A Bíblia diz: “Uma geração vai, e outra geração vem” (Ec
1.4). Está assim bem claro que ainda que a geração que foi tenha sido
evangelizada, a outra geração que vem também precisará do evangelho.
A
Ordem Missionária Deve Ser Obedecida
A
palavra de Deus nos ensina que devemos estar “sujeitos às potestades” (Rm
13.1), e isto “pela consciência” (Rm 13.5). Se é necessário obedecer a ordens
dadas pelas autoridades humanas, quanto mais necessário não é a obediência a
uma ordem dada pelo Salvador de todo o mundo que é o Senhor dos senhores e Rei
dos reis? (1 Tm 6.15).
A
não obediência a esta ordem significa que os homens que não foram alcançados
pelo evangelho, por causa da nossa desobediência, estão indo para as trevas,
sem saber que Jesus está esperando por eles, para lhes perdoar todos os seus
pecados.
A
Bíblia fala do crente como um atalaia e diz: “Não o avisando tu, não falando
para avisar ao ímpio acerca do seu caminho ímpio para salvar a sua vida, aquele
ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue de tua mão o requererei (Ez
3.18). Vemos assim que é importante obedecer.
Jesus
conta também com a SUA cooperação na evangelização. Assim como o pai, conforme
a parábola, disse ao seu filho: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha!” (Mt
21.28), assim também Jesus te convida para uma voluntária cooperação no maior
empreendimento do universo – levar a mensagem do perdão a todos !
Cronologia Histórica das Igrejas
Evangélicas no Brasil.
Veremos
agora, um panorama histórico simples das principais Igrejas no Brasil, somente
para percebermos o que é o fruto de missões estrangeiras e a dívida que temos
com as nações que outrora investiram em missões, em nossa pátria.
1855
- Roberto Kalley - médico escocês, chega ao Brasil e funda no Rio de Janeiro a
Igreja Evangélica Fluminense, segundo a ordem Congregacional. Roberto Kalley é
o exemplo do missionário "fabricante de tendas".
1859
- A. G. Simonton - chega ao Rio de Janeiro e inicia a Igreja Presbiteriana no
Brasil.
1881
- W. B. Bagby - chega em terra brasileira e inicia o trabalho Batista.
1876
- J. S. Newmam e Jonh J. Ranson - conseguiram estabelecer a Igreja Metodista em
nossa nação depois de muitas tentativas frustradas.
1911
- Funda-se a maior Igreja Pentecostal de todos os tempos, Assembléia de Deus,
pelos missionários Daniel Berg e Gunnan Vigren. Hoje a referida Igreja, já
passa de 16 milhões de membros, isso só no Brasil.
1946
- Harold Edwin - chega ao Brasil, funda a Igreja do Evangelho Quadrangular.
Poderíamos
citar muitas outras Igrejas aqui, porém foi dada prioridade às Igrejas que
foram fundadas através de missionários estrangeiros. Igrejas como: O Brasil
para Cristo, Igreja Pentecostal Deus é amor, Igreja Internacional da Graça de
Deus, etc. Foram Igrejas fundadas por missionários nacionais que,
inegavelmente, foram chamados para desenvolver o seu trabalho, movidos por uma
visão de missões nacionais e, posteriormente transculturais. Já temos notícia
do que essas Igrejas estão fazendo além das fronteiras.
O
nosso objetivo é conscientizar todos os cristãos brasileiros da dívida que
temos com missão transcultural. Por exemplo, se A. G. Simonton, não fosse
enviado para o Brasil, existiriam os presbiterianos em terras brasileiras? E se
Daniel Berg e seu companheiro Gunnan Vigren não fossem enviados a nossa nação,
existiria, hoje, este movimento pentecostal no Brasil, chamado Assembléia de
Deus? E assim vale também aos demais missionários enviados de lá para cá, e
fincaram aqui no Brasil, a bandeira do evangelho de Cristo e representaram suas
respectivas Igrejas. Fica isso para nossa reflexão.
O
que Eles Disseram Sobre Missões.
Willam
Carey - "Eu vou descer, mas vocês não se esqueçam de que devem segurar bem
as cordas".
Adoniran
Judson - "Muitos crentes consagrados jamais atingirão os campos
missionários com seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os
joelhos".
Dick
Hills - "Cada coração com Cristo é um missionário, e cada coração sem
Cristo, é um campo missionário".
Willam
Carey - "Na mente Divina não há distinção entre missões estrangeiras ou
missões nacionais. Onde houver uma alma perdida, ai está um campo
missionário".
Conde
Zinderdorf - "A região do mundo que mais precisa do evangelho passa a ser,
doravante, o meu país".
Johannes
Blaun - "Enquanto houver neste mundo homens em trevas, sem Deus e sem
misericórdia, há de prevalecer a tarefa missionária da Igreja Cristã".
Osvald
Smith - Oramos sempre; "Venha o teu Reino". Mas nunca dizemos:
"Envia-me a mim".
Hendrick
Kraemer - ”O momento do nascimento da Igreja, no pentecostes, foi também o
instante em que tarefa missionária nasceu. A descida do Espírito Santo fez dois
discípulos apóstolos, isto é missionários".
Adams
Brown – “O único, entre os doze apóstolos que não se tornou missionário, veio a
ser o traidor".
Walter
Knkght - "Quando Jesus disse: "Vinde", Ele vem nos encontrar.
Quando Ele diz: "Ide", Ele vai conosco".
Here
- "O melhor remédio para uma Igreja enferma, é colocá-la em uma dieta
missionária".
Hudson Taylor - "Se Deus o deseja trabalhando nos campos missionários, nem seu dinheiro, nem suas orações, jamais poderão ser substitutos aceitáveis".
MISSÕES NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO
Missões no Antigo Testamento.
Já
aprendemos no primeiro capítulo desta apostila que o Deus vivo, é um Deus
missionário. E o maior exemplo de missões no Antigo Testamento, começa com o chamado
de Abrão, cerca de quatro mil anos atrás.
Em
Gn 12, começa a grande promessa feita a Abraão: “Em ti serão benditas
todas as famílias da terra” (Gn 12. 1-4). A promessa de Deus, feita a Abraão se
divide em três aspectos principais:
-
A promessa de uma terra.
-
A promessa de uma benção.
-
A promessa de uma posteridade.
Após
Ló ter se separado de Abraão, Deus disse a esse: "Ergue os olhos e olha
desde onde estás para norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente,
porque toda essa terra que vês, Eu darei a ti, e a tua descendência, para
sempre" (Gn. 13. 14 - 15), ali foi confirmada a promessa de uma terra a
Abraão e sua descendência.
Em
Gn 12. 1 - 4, aparecem cinco vezes as palavras: bênçãos e abençoar. A
bênção que Deus prometeu a Abraão transbordaria sobre toda humanidade.
Um
pouco mais tarde, Deus confirma a Abraão a promessa de sua posteridade,
simbolizada como o pó da terra e como as estrelas do céu de tão inumerável que
seria.
Deus
cumpriu esta promessa, porque o pó da terra simbolizava a descendência natural
de Abraão, os filhos de Israel, que nasceram através de seu neto Jacó (Gn. 32.
12).
As
estrelas do céu simbolizavam a descendência espiritual, que são todos os que
aceitam a Jesus Cristo, que é descendente de Abraão na carne (Gl. 3. 29),
portanto a promessa de Deus feita a Abraão, dizendo : "Em ti serão bendita
todas as famílias da terra" (Gn. 12. 3), se cumpre perfeitamente porque o
Novo Testamento inicia-se dizendo :”Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho
de Davi, filho de Abraão" (Mt. 1. 1). Todas as famílias da terra que
aceitam Jesus se tornam também filhos de Abraão e herdeiros da mesma promessa
dada a ele (Gl. 3:7-29 / Rm. 4. 16 - 17).
Jesus
Cristo é esta promessa missionária, feita por Deus no Antigo Testamento, ao
afirmar : "Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão
lugar à mesa com Abraão, Isaac e Jacó no reino dos céus” (Mt. 8. 11-12).
O
chamado missionário de Israel.
Muitos
acham que a visão missionária não soa tanto no Antigo Testamento. Isso se dá
pelo fato de muitos não compreenderem que Deus estava preparando a nação de
Israel como luz do mundo em meio aquele mundo pagão. Notemos isso em Êx 19.
4 - 6 / Sl 67 e, principalmente em Gn 12. 1 - 3. Depois disso
percebemos a história de Jonas, que foi enviado por Deus à cidade de Nínive,
como autêntico missionário judeu, para pregar aos ninivitas. Ainda vemos a
história de Isaías (Is. 6. 8), de Jeremias (Jr. 1. 5) e outros profetas.
O
plano missionário de Deus para Israel, se dividia em três pontos:
-
Proclamar seu plano de abençoar as nações (Gn. 12.1 - 3).
-
Participar do seu sacerdócio como agente dessa bênção (Ex. 19. 4 - 6).
-
Provar seu propósito de abençoar todas as Nações (Sl. 67).
O
primeiro ponto mostrado acima contradiz as pessoas que defendem a teoria de
que, no Antigo Testamento, a visão Missionária era extremamente nacionalista,
pelo fato de Deus tratar de forma peculiar a nação de Israel.
Se
observarmos a Bíblia, descobriremos que em seu primeiro capítulo, antes mesmo
do homem pecar, a palavra dada a Adão e Eva foi esta: "E Deus os abençoou
e lhes disse : Sede fecundo, multiplicai-vos". Após o pecado essa benção
foi quebrada pela maldição (veja o contraste entre Gn 1. 28 e Gn 3.
17), mas em Gn. 12. 3, com a chamada Abraão, Deus promete abençoar novamente
todas as famílias da terra, através da descendência de Abraão (Israel):
"Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.
O
segundo ponto mostra o plano de Deus de usar Israel como intercessor das demais
nações diante de Deus.
O
terceiro ponto é o significado do Sl 67, aplicado a todos os povos, por
intermédio do que Deus havia dado a Israel, mostrado através dos sinais e das
maravilhas. Isso é percebido, principalmente, quando Deus abriu o Mar Vermelho
e o rio Jordão, estes fatos, fizeram com que todas as demais nações temessem ao
Deus de Israel, fato que é comprovado pelo testemunho de Raabe:
"...porque
temos ouvido que o Senhor secou as águas do Mar Vermelho diante de vós, quando
saístes do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seor e a Ogue
que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isso, desmaiou o
nosso coração e em ninguém há mais ânimo algum, por causa da vossa presença,
porque o Senhor vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo da terra".
Atividades
de Apoio:
Faça
uma redação sobre um personagem do Antigo Testamento, que tenha exercido
missões.
Na
pesquisa deve ter :
Tempo
em que ele viveu.
De
quem ele foi contemporâneo.
E
porque, você o considera como um missionário.
Missões
no Novo Testamento.
Já
aprendemos que o Antigo Testamento é uma base indispensável e insubstituível na
tarefa missionária da Igreja, entre as nações e povos deste mundo. O Deus que
no Antigo Testamento se identifica como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó,
e que revela a Moisés o seu nome pessoal Yahweh, é o Deus de todo o mundo. No
Novo Testamento, nos é apresentado Jesus, o Salvador do mundo. Do inicio ao
fim, o Novo Testamento é um livro de Missões.
Os
Evangelhos anunciam a chegada definitiva do reino dos céus, o livro de Atos dos
Apóstolos anuncia a propagação deste reino e as Epístolas são instrumentos
reais e autênticos do trabalho missionário dos apóstolos às Igrejas
recém-inauguradas. Com base na própria pregação de Jesus pode-se afirmar que a
obra missionária da Igreja, por todo o mundo, é a exata razão do intervalo
entre a ascensão de Jesus e seu retorno como o Filho do Homem.
O
mandado missionário do Evangelho de Mateus é a grande Comissão (Mt. 28. 19 -
20). O de Marcos é uma ordem imperativa: "Ide" (Mc. 16. 15). O de
João é de que, se alguém não nascer de novo, não poderá ver o reino do céu (Jo.
3. 3).
A
Grande Comissão.
Em
Mt. 28. 19 - 20, temos o registro da grande comissão dada por Jesus aos seus
discípulos.
Dentre
os vários aspectos dados por Jesus a essa Grande Comissão, queremos destacar
dois pontos principais:
Primeiro
- Uma Ordem.
Segundo
- Uma promessa.
Uma
ordem. "Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações” Este “Ide”,
ordenado por Jesus é uma confirmação de Mc 16. 15, “Ide e pregai o Evangelho
a toda criatura”. Isso é uma ordem imperativa. Jesus, após ressuscitar disse:
“É me dado todo o poder no Céu e na Terra” (Mt. 28. 18). Nesse momento, Ele,
como General vitorioso, não pediu aos seus discípulos para evangelizar, Ele deu
uma ordem expressa: “IDE”.
Uma
Promessa: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”
(Mt. 28. 20). Ao mesmo tempo em que Jesus nos deu uma ordem, Ele nos consolou,
dizendo que estaria conosco na execução de sua grande comissão. Não estamos
sozinhos nesta missão, por isso devemos realizar o mais rápido possível o que o
Senhor nos confiou, pois Ele está conosco em qualquer hora, em qualquer lugar e
em qualquer dia que sairmos para fazer a sua obra, cumprindo a suprema tarefa
da Igreja, que é a evangelização do mundo.
A
Igreja Primitiva Cumpriu a Grande Comissão?
No
livro de Atos dos Apóstolos, encontramos a resposta para a pergunta feita
acima. Milhões de cristãos julgam que o livro de Atos dos Apóstolos e o de
Lucas registram a obediência dos doze Apóstolos à grande comissão. Mas, na
verdade relatam a relutância dos mesmos em obedecê-la. Sabemos que os judeus
sempre foram exclusivistas e este foi o grande obstáculo para a realização da
grande comissão. Parece-nos que os doze apóstolos não entenderam a missão
outorgada por Jesus a eles. Percebemos isso quando Cornélio mandou mensageiros
buscarem a Pedro. Se não fosse a advertência que o Senhor havia feito a Pedro,
através da visão do lençol (Leia At. 10. 9 - 16), ele não teria aceitado ir
anunciar o evangelho, pela primeira vez, aos gentios.
O
próprio Espírito de Deus advertiu a Pedro, dizendo: “Levanta-te, pois e desce e
vai com eles, nada duvidando, porque eu os enviei” (At. 10. 20).
Quando
chegou ao conhecimento dos apóstolos, em Jerusalém, e dos crentes, na Judéia,
que Pedro havia pregado aos gentios, começaram a criticá-lo por sua atitude.
Agora pergunto: será que eles já haviam esquecido que Jesus disse: "Ide
até os confins da terra"? Na verdade queriam que o evangelho ficasse
restrito somente aos judeus. Vejamos o que diz Gl 3. 26 -28:
"Portanto os judeus e os gentios são unidos por Deus pelo sacrifício da
morte de Cristo na cruz do calvário".
O Primeiro Concílio Missionário, em
Jerusalém.
Nós
aprendemos pela história do Cristianismo que, a princípio, os apóstolos achavam
que esse seria apenas uma continuação do Judaísmo, só que de uma forma mais
ampliada. Mas não foi isso que o Senhor Jesus passou para eles. Quando a
notícia de que Pedro havia pregado para a casa de Cornélio chegou em Jerusalém,
os apóstolos se reuniram para dar o seguinte parecer: "Ou o cristianismo
ficaria restrito à região da Palestina, ou avançaria por ela até os confins da
Terra". Após haver grande debate entre os apóstolos, Pedro tomou a
palavra, fazendo uma exposição do que Deus havia feito por intermédio dele aos
gentios, na casa de Cornélio, e como Deus o havia escolhido para levar o
evangelho aos gentios.
Depois da exposição feita pelo apóstolo Pedro, a multidão silenciou para ouvir a exposição feita por Barnabé e Paulo, acerca do que Deus fizera por intermédio deles, na primeira viagem missionária. Ao terminarem, Tiago, que presidia a reunião, tomou a palavra e fez uma exposição, mostrando referências bíblicas em que os profetas prediziam que o nome de Jesus seria invocado entre os gentios. Com isso, o Concilio de Jerusalém, por volta do ano 50 d.C., registrado em At 15, deu seu parecer favorável à expansão do cristianismo entre os gentios e até os confins da terra.
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