INTRODUÇÃO A MISSÕES TRANSCULTURAIS
Missões
Transculturais.
Missões
transculturais; trata-se de um movimento cristão, que atualmente é de alcance
mundial.
O
lema principal das missões transculturais é este: A missão primária das Igrejas
é proclamar o evangelho de Cristo e implantar novas congregações no mundo
inteiro.
Perspectiva
Cultural.
O
que é cultura? O primeiro passo num estudo de cultura, é dominar a sua própria
cultura. Todo o mundo tem uma cultura. Ninguém consegue se elevar acima de sua
própria cultura ou de outras culturas de modo a ter uma perspectiva
verdadeiramente supracultural. Por esta razão o estudo da cultura é uma tarefa
difícil.
A
primeira coisa que um visitante recém chegado irá perceber é o
"comportamento do povo", suas crenças, valores e educação. Deus deu
ao homem um mandamento cultural, que impôs certo domínio, sobre o seu ambiente.
Quando criou o homem e o seu ambiente, Deus declarou que tudo era "muito
bom" (Gn 1. 26 -31). O mandamento evangélico (Mt 28. 18 - 20) requer dos
missionários que ensinem aos outros homens a observarem tudo o que Cristo
ordenou.
Ao
ensinarem sobre Cristo, os missionários afetam a cultura, pois todas as
culturas necessitam de transformação. Portanto, como Calvino já havia
insistido, os crentes devem trabalhar para tornar cristã a cultura (isto é,
colocá-la debaixo de Cristo).
Dentro
do conceito da vida não-cristã, os costumes e práticas servem como tendências
idólatras e afastam a pessoa de Deus. Quando o missionário chega com o
evangelho, a vida cristã recolhe esses costumes e práticas e lhes da um
conteúdo inteiramente diferente. Ainda que na forma exterior haja muito que
lembre práticas do passado, na verdade, tudo se fez novo. Na essência, o antigo
já passou e o novo chegou.
Cristo
toma em suas mãos a vida de um povo, renova e reconstrói o que estava
distorcido e deteriorado. Ele mexe em cada detalhe, cada palavra, e cada
prática, com um novo sentido, lhes dá uma nova direção.
Para
muitos, erroneamente, "cultura" refere-se ao comportamento dos ricos
e da elite, porém para os nossos propósitos, definiremos cultura como o sistema
integrado de padrões de comportamento aprendidos, idéias e maneiras de se
relacionar com o mundo. O missionário deve aprender a conviver essas diferenças
transculturais, não apenas na forma pelo qual os povos comem, vestem-se, falam
e agem, e nos seus valores e crenças, mas também nas presunções fundamentais
que fazem sobre o seu mundo, para tentar ganhá-los para Cristo.
O
apóstolo Paulo nos deu o maior exemplo transcultural, quando disse:
"Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar
alguns" (I Co. 9.22). Paulo se fazia romano, para ganhar os romanos, se
fazia grego, para ganhar os gregos, e assim sucessivamente.
Perspectiva
Bíblica.
O
cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as
culturas, sua mensagem, porém, é universal.
No
dia do triunfo de Cristo e da Igreja, cada povo ou etnia, se apresentará
louvando a Deus, na sua própria língua (Ap. 5. 9) "E cantavam um novo
cântico dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque
foste morto e com o teu sangue compraste para Deus, homens de toda tribo, e
língua, e povo e nação".
O
respeito pelas outras culturas.
Não
é preciso destruir a cultura de um povo, para levá-los a fé cristã, por que o
cristianismo é transcultural.
Os
missionários devem respeitar as culturas de um povo. Barnabé sabia que a
tradição judaica era mais uma forma de manter a identidade nacional, e que isto
em nada implicaria na salvação dos novos crentes, portanto, não seria
necessário observar o ritual da Lei de Moisés. "Pelo que jugo, que não se
deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas
escrevo-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do
que é sufocado, e do sangue" (At 15. 19-20).
Convêm
lembrar que a importação de inovações para as nossas Igrejas pode desrespeitar
a nossa herança espiritual. Muitas coisas não servem para a nossa cultura, pois
já temos a nossa identidade cultural, como igualmente, essa pode não servir
para outras etnias pelas mesmas razões. O missionário enviado para outro país,
precisa ser integrado a cultura daquele povo, e compete a Igreja do
missionário, fazer com que ele conheça as instruções necessárias sobre os
problemas transculturais, respeitando a cultura, a civilização de cada país. O
missionário precisa ser instruído a ir cautelosamente, e zelosamente, aplicando
a doutrina bíblica.
O
respeito às autoridades de cada país é essencial. Um missionário clandestino
está exposto a sofrer vergonha e envergonhar o nome da Igreja que o envia.
Um missionário é clandestino de duas
maneiras:
-
Imigrando por conta própria, desordenadamente e sem respaldo de uma Igreja e de
um ministério.
-
Sendo enviado por uma Igreja, mas sem a devida documentação imigratória e sem
as instruções transculturais.
Portanto,
a Igreja de origem do missionário precisa ficar atenta para não se comprometer
vergonhosamente, e prejudicar o missionário enviado.
O
Exemplo do Apóstolo Paulo.
O
apóstolo Paulo era um judeu rico e culto, que sacrificou as tradições de seus
antepassados, deixando tudo para a salvação do maior número possível de almas
(Fp 3. 5-8), pois considerava a salvação dos homens mais importante do que sua
identificação cultural como judeu.
Todos
os meios lícitos são válidos para conquistar os pecadores para o Reino de Deus.
Paulo conhecia o mundo e sua geração, e soube conquistá-lo para Jesus.
Nestes
últimos dias, vemos o Espírito Santo como grande estrategista de missões,
despertando e mobilizando a sua Igreja para evangelizar todos os povos não
alcançados. Podemos ver até mesmo pastores e líderes que não se importam muito
por missões transculturais, ampliando sua visão, no sentido de cumprir, em
caráter de urgência, a grande comissão dada por Jesus. Muitos desses pastores e
líderes, a exemplo dos discípulos, só tinham uma visão de missões nacionais.
Mas
graças a Deus, que pelo seu Espírito está mobilizando todo o mundo cristão,
para abraçar todos os povos não alcançados ainda pelo evangelho.
O
Desafio da Obra Missionária Atual.
"Convém
que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia, pois, a noite vem,
quando ninguém pode trabalhar" (Jo 9. 4).
Pessoas
dispostas a cumprir, o ide de Jesus.
A
evangelização mundial é uma tarefa urgente. Trata-se de um trabalho de prazo
limitado, que requer ação rápida, iminente e preciosa, temos que encher o mundo
com a Palavra da Fé, antes da "meia noite". Este é um trabalho que
não pode ser adiado, sob qualquer pretexto.
Evangelização
é o mais importante e requer urgência, mais que qualquer outra missão da
Igreja. Cada servo de Deus deve compenetrar-se de sua própria responsabilidade.
Hoje, pense no que você pode fazer, no que você pode realizar para contribuir
com a obra missionária.
O
desafio da obra missionária é urgente, por que as portas estão se fechando.
Cada dia mais os obstáculos estão surgindo, tentando impedir a divulgação do
evangelho, vejamos o que disse Jesus: "E por aumentar a iniqüidade, o amor
de muitos esfriará" (Mt. 24. 12). Enquanto o pecado aumenta, o amor de
muitos vai esfriando, o desinteresse em fazer a obra de Deus tem ganhado espaço
no meio do povo de Deus, a exemplo disso, estão os "cultos ao ar
livre" que estão desaparecendo, cultos que outrora foram instrumentos de
Deus, para que muitas almas se convertessem ao Senhor Jesus Cristo; vejamos
ainda a freqüência dos cristãos nas congregações, nos cultos de ensino, de
oração, etc.
Um
dos desafios da Igreja Atual para não parar de evangelizar, é não deixar o amor
de Deus esfriar. Glorificamos a Deus, porque Jesus disse que o amor de muitos
esfriaria, mas Ele não disse de todos, isso é sinal que haverá um grupo de
cristãos que permanecerá com a chama do amor de Deus acesa em seus corações.
Leiamos Ef 5.14 -17. "Qual é a vontade do Senhor?" é a pergunta, a
resposta está em II Pe 3. 9. O Senhor não quer que ninguém se perca, mas que todos
venham se arrepender
Paulo
pediu oração a várias Igrejas para que as portas se mantivessem abertas. A
Igreja do Senhor necessita possuir visão espiritual para desenvolver um
arrojado programa evangelístico, enquanto é possível.
Muitas
vezes nos deparamos com cristãos, criticando as TJs (testemunhas de Jeová), mas
eles não desistem, estão sempre de portão em portão, vendendo suas literaturas
e pregando aquilo que aprenderam, é bem verdade que ensinam a Palavra de Deus
distorcida, entretanto, nunca desistem. Temos também, os Mórmons, que gastam
seus sapatos, andando de um lado para o outro, pregando aquilo que entenderam
ser o evangelho de Cristo. De alguma forma, estão obedecendo algum
"IDE", e nós, qual "IDE" estamos obedecendo? Jesus disse:
"Se estes se calarem, até as pedras clamarão" (Lc. 19. 40). Quem são
estes? São os que vêem as obras de Deus, seus milagres, tem o conhecimento da
verdade, provaram as delicias da salvação, mas nada fazem para que outros se
juntem a esse banquete de bênçãos, estão de braços cruzados e vendo o tempo
passar, então se esses abençoados (nós), se calarem, as pedras (aqueles que
criticamos), irão clamar.
Uma
jumenta "missionária" por um dia - A frase parece assustadora, mas
quando lemos o texto de Nm 22. 28-33 não é tão assustadora assim, porque um
dia, na história bíblica, Deus já usou uma jumenta para salvar uma vida, a do
profeta mercenário Balaão.
Mas
é lamentável que nos nossos dias alguém de pouco entendimento, quer fazer disso
uma pregação, dando ênfase ao fato de que Deus "usa" até mesmo uma
jumenta, mas isso não é honroso para nós, pois Deus tem seus vasos escolhidos
para falar sua Palavra, e somos nós, pois já somos salvos, pescadores de homens
(Mc. 1.17). Deus já usou de vários meios para realizar sua obra, num momento de
urgência Deus usou:
Uma
jumenta para livrar Balaão da morte (Nu. 22. 28).
Uma
menina para salvar um grande general (II Rs. 5.2-3).
Um
grande peixe, para transportar o missionário fujão (Jn. 1. 17).
Um
tronco de uma árvore, para adoçar as águas (Ex. 15. 25).
Usou
o sal para purificar o manancial das águas (II Rs. 2. 19-22).
Deus
usa aquilo que estiver a mão, quando e como Ele quer. Hoje, porém, não é
honroso pregar que Deus usa uma jumenta, mas que possamos dizer como disse
Isaías o profeta: "Eis me aqui, envia-me a mim" (Is. 6. 8).
Pessoas dispostas a orar pela obra
Missionária.
"Rogai
ao Senhor da seara, que mande obreiros para sua seara" (Lc. 10. 2).
"Rogai",
nessa palavra está explícita a necessidade de oração, a obra da evangelização é
urgente e nos obriga a orar. Temos de ir aos pés do Senhor, a fim de clamar por
obreiros de valor.
Ninguém
pode destruir, a obra construída com jejum, lágrimas e oração. Na oração
sentimos qual a vontade de Deus para este mundo. Deixar de lado o compromisso
da oração, é abandonar um tesouro incomparável que Deus tem posto a nossa
disposição.
Devemos
orar para recebermos a capacitação de Deus necessária a fim de sairmos para o
campo missionário, e sem essa preparação prévia, ou seja, aqueles que saem de
qualquer maneira, correram um o risco de fracassarem em sua missão.
Foi
a oração que sustentou os obreiros da Igreja primitiva, ela deu força, coragem
e direção a eles. "E tendo eles orado, moveu-se o lugar onde eles estavam
reunidos e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a
Palavra de Deus" (At 4. 31).
A
Igreja orou e Pedro foi liberto milagrosamente da prisão (At 12. 5-12). Somente
através da oração, os obreiros são sustentados na "luta" ministerial
e missionário. O apóstolo Paulo conhecia o poder da oração quando disse à
Igreja de Colossos: "Perseverai em oração... orando também juntamente por
nós, para que Deus nos abra a porta da Palavra, a fim de falarmos do ministério
de Cristo, pelo que estou também preso" (Cl 4. 2-3).
Pessoas dispostas a contribuir para
obra Missionária.
"Vendiam
suas propriedades e fazendas e repartiram com todos, segundo cada um tinha
necessidade" (At 2. 45).
Muitos
cristãos primitivos venderam as suas propriedades e entregaram o valor
correspondente aos apóstolos, em beneficio da obra missionária. Como prova
disso lemos a passagem bíblica que registra: "Então José, cognominado
pelos apóstolos, Barnabé (que traduzido, é filhos da consolação), levita,
natural de Cripre, possuidor de uma herdade, vendeu-a e trouxe o preço e depositou
aos pés dos apóstolos" (At 4. 36-37).
Oswald
Smith, um dos maiores enviadores de missionário do século XX, conhecido por
muitos como "Sr. Missões", disse a célebre frase: "A Igreja que
não faz missões, breve deixará de ser evangélica". Atualmente, sua Igreja
em Toronto, no Canadá, sustenta quase mil missionários em todo mundo, com um
orçamento milionário de mais de dois milhões de dólares anuais. O trabalho
agora, é liderado pelo seu filho, que o sucedeu, após sua partida para estar
com o Senhor das missões.
Não
existe outro motivo para a Igreja ainda existir na terra, que não seja missões.
É responsabilidade da Igreja local, o ensino e o sustento do missionário no
campo.
Foi
o próprio Deus, quem estabeleceu que o crente contribuísse, para que o seu povo
tenha os recursos suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra
do Senhor.
O
Pastor Deiró de Andrade (Pr. de uma Igreja missionária, no Estado de São
Paulo), ao apresentar à Igreja as conquistas do campo missionário, tais como:
terrenos, prédios e o próprio envio de obreiros para missão, sempre faz a seguinte
pergunta: "Os irmão sabem como foi que conseguimos isso?" E em alto e
bom som, toda Igreja responde: "Com os nossos dízimos e ofertas".
Entretanto, se você não pode ir, pode contribuir para que o Reino do Mestre Jesus cresça e se fortaleça na face da terra, e para que outros possam ir em seu lugar.
MISSÕES
TRANSCULTURAIS
Tipos
de Missões
a.
Local – está relacionada às localidades adjacentes à
igreja local.
b.
Nacional – engloba o país inteiro. Envolve também os
aspectos culturais. Alguns estados brasileiros têm costumes diferentes (hábitos
alimentares, vestuários, palavras regionais, especialmente entre tribos
indígenas).
c.
Transcultural
Quando
falamos de missão transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em cruzar
qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo. Para se
engajar na missão transcultural, você não tem que, prioritariamente cruzar
barreiras político-geográficas. Porém, em nosso caso teremos que
necessariamente cruzar barreiras mais conhecidas como a da linguística, dos
costumes, das etnias, das religiões, além das sociais, morais e etc.
Missão
transcultural e/ou a evangelização transcultural deve ser a mais alta
prioridade no evangelismo, hoje. Precisamos alcançar estes 1,5 bilhões de
pessoas que estão distantes culturalmente de nós e que nunca ouviram as boas
novas de salvação em Cristo Jesus. Tornar a igreja acessível para cada um
desses povos e permitir que eles entendam claramente a mensagem e tenham
condição de respondê-la positivamente é nossa missão.
O
Deus da Bíblia é o Deus da História. Ele tem um propósito para ela. A Bíblia
toda é clara quanto a isso e descreve este propósito do inicio ao fim. Se
cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus devemos crer necessariamente que
missões transculturais é o programa de Deus, visto que de Gênesis ao Apocalipse
ela nos revela o amor de Deus pelas nações da terra. (Gn 12:3b; Is 49:6; Ap
5:9)
Para
fazer missão transcultural, necessitamos entender a natureza de uma cultura.
Segundo o Aurélio, cultura é “o complexo dos padrões de comportamento, das
crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais
transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade.”
Observemos
esta definição dada no século XIX por antropólogos da Alemanha. “Cultura é a
herança total do homem não transmitida biologicamente”. Cultura é o sistema
total de normas de conduta aprendidas que são comuns aos membros de uma
sociedade em particular, e que não são o resultado da natureza biológica do
homem.
Em
termo mais popular, pode ser definido como a totalidade do modo de vida de um
grupo étnico determinado, isto inclui, a forma que este povo vê a realidade
cósmica, os valores que lhe são comuns, e as normas de conduta que aceitam como
normais em seu meio. Inclui também a forma como considera a existência do mundo
e da humanidade, as coisas que lhe custam muito trabalho obter e manter, e a
forma em que se trata entre os parentes e os vizinhos.
Toda
pessoa tem uma maneira mental de ser, uma forma diferente de ver as coisas e de
reagir frente a elas, isto quer dizer, que vai sendo moldado pela cultura em
que vive, e isto o afeta desde a sua infância até a sua morte.
O
Que É Transculturação
Vamos
nos valer outra vez de Aurélio. Eis o que ele diz: Transculturação é o
“processo de transformação cultural caracterizado pela influência de elementos
de outra cultura, com a perda ou alteração dos já existentes”.
Aqui
fica bem claro, de início, que evangelização transcultural não é substituir
valores de uma cultura por outros de cultura diferente. O que importa, na
evangelização, são os princípios bíblicos. Estes, sim, podem exercer influência
a alterar situações contrárias à fé cristã.
O
Que É Missão Transcultural
O
prefixo trans deriva-se do latim e significa “movimento para além de”, “através
de”. Portanto, em linhas gerais, missão transcultural é um movimento que, pelo
caráter universal de sua mensagem, não se restringe a uma só cultura, mas tem
alcance abrangente, em todos os quadrantes da terra, onde quer que haja uma
etnia que ainda não tenha ouvido o evangelho.
Em
Mt 28.18-20 descobre-se que “toda” é a palavra chave. Isto implica na afirmação
de que o princípio da universalidade está implícito no Evangelho, que deve ser
pregado a todos os povos, para, igualmente, resultar na conversão aos milhões
de pessoas oriundas de todas as raças.
A
ideia de universalidade, globalidade ou totalidade transparece, ainda, quando o
número quatro salta diante dos nossos olhos na expressão aparentemente
repetitiva de Ap 5.9. “tribo, língua, povo e nação.” Aqui o mundo está dividido
em quatro áreas para reforçar a perspectiva do que será o resultado do alcance
globalizado da pregação em todo o mundo.
Outro
ponto no mesmo texto é que a palavra nação é a mesma usada em Mt 28.19, que se
traduz do grego “ethnos” de onde se deriva a expressão portuguesa “etnia”.
Etnia
tem a ver com grupo biológico e culturalmente homogêneo. No aspecto
antropológico, a definição da palavra “etnia” ultrapassa o nosso conceito
formal sobre fronteiras geográficas nas quais se assentam politicamente os
países do mundo. Cerca de 12 mil povos distintos estão distribuídos em pouco
mais de 250 países.
Em
suma, missão transcultural, no dizer de Larry Pate, autor do livro Missiologia,
é a proclamação do amor de Deus, que ultrapassa as fronteiras culturais,
raciais e linguísticas. “Ele deseja que todos, sejam os pigmeus da África ou os
homens de negócios da Ásia, tenham a oportunidade adequada de seguir a Cristo”.
Alguns
obstáculos a Missão Transcultural:
A
- GEOGRAFIA
Muitos
dos que necessitam de evangelização estão longe de nossa casa. O alvo então
deve ser duplicado. Deve-se enviar alguém disponível para ir a esse lugar e
também devemos nos esforçar para conquistar o nosso país, assim partiremos para
o mundo. Precisamos de uma estratégia definida de conquista da nação para
Cristo.
O
desafio geográfico só é vencido através de pessoas que saiam de seu lugar de
origem e se dirijam aos lugares remotos. Contudo, a permanência de alguém de
fora em um determinado país vai acarretar custos de transporte, sustento e
preparo para o retorno.
Quem
sai de sua casa para pregar o evangelho, deixa para trás todo um alicerce de
vida que é impossível levar consigo. Por isso, a igreja deve ter atitudes que
diminuam ao máximo essa separação.
Um
grande desafio para a evangelização é a JANELA 10/40. É a região onde habita
66% da população mundial, e ocupa 33% da área total do planeta, compreende 62
países. Essa região estende-se desde o oeste da África até ao leste da Ásia, e
é compara a uma janela retangular, encontrada entre os 10 e 40 graus ao norte
da linha do Equador. Todas as terras bíblicas encontram-se nessa janela, aqui
predomina os seguidores do Islamismo, induísmo e budismo. A janela 10/40 é
conhecida como o cinturão; nelas se encontram as fortalezas de Satanás, pois 37
dos 50 menos alcançados do mundo localizam-se nessa região.
No
Brasil, há lugares acessíveis apenas por barcos e após longas horas, ou dias,
de uma cidade. Isso implica em abandono de toda sorte de saneamento básico,
eletrificação, assistência hospitalar, meios de comunicação, etc... Mas lá há
vidas pelas quais, Jesus morreu.
B.
FINANÇAS
A
maior barreira é converter o bolso do crente. Hoje só se investe naquilo que é
palpável. Poucos querem investir em algo que não poderão mensurar, e nem que
seja a longo prazo.
A
melhor estratégia é sustentar o autóctone (nacional) para que ele evangelize.
Uma
igreja consciente de sua missão, estará preocupada em providenciar um sustento
digno para o missionário, para que ele não seja envergonhado diante daqueles a
quem pretende evangelizar. Além disso, deve-se preparar-se para emergências de
saúde, viagens e para o retorno definitivo do missionário (tipo aposentadoria
digna, uma casa, etc...)
C.
CULTURA
Muitos
vão ao campo missionário levando sua bagagem cultural como correta e vão
encontrar muitos obstáculos. O livro “Costumes e Culturas” de Bárbara Burns dá
alguns exemplos dessa barreira e o livro “Tochas de Júbilo” demonstra que esse
desafio não é exclusivo do homem branco.
O
grande desafio é identificar o que é pecado e o que é característica cultural.
Por ex.: o jeitinho brasileiro é característica cultural ou mentira disfarçada?
D.
AMARRAS
Muitas
coisas têm amarrado nossas vidas, nos impedindo de obedecer ao chamado de
Jesus:
CARNE –
que não quer sofrer, quer ter sempre mais benefícios e facilidades, quer ter
lazer e descanso, não quer passar fome, quer ter medicamentos a mão e
transporte fácil.
MUNDO – que nos atrai e nos enche de desejos
ambiciosos, nos fazendo crer que necessitamos de todas as novidades
tecnológicas. O mundo nos invade alterando nossa mente para justificar-se
diante da omissão missionária, por ex.: alguém irá em meu lugar; Deus me chamou
só para orar; eu já sou dizimista; quando meus filhos casarem eu vou; quando me
aposentar irei; hoje o evangelho está disponível a todos pela tv; etc... Rm
12:1-2 para eles
DIABO – que não quer ver uma igreja fora das 4
paredes. Precisamos ver que muitas das coisas que têm acontecido que julgamos
ser Deus dizendo que não é para irmos, na verdade são armadilhas do diabo para
nos impedir de ir (II Tm 2:26; Cl 4:3-5; Rm 1:13; 15:22; I Ts 2:18; Ef 6:11)
Destruindo
Os Mitos Da Missão Transcultural Na Igreja Local
Só
Igrejas Grandes Ou Ricas Podem Fazer Missão Transcultural
Esta
é uma falsa idéia que circula em muitas Igrejas de porte médio ou pequeno, como
justificativa para o seu não envolvimento. Segundo este conceito, Igrejas que
disponham de poucos recursos jamais poderão comprometer-se com o trabalho
missionário e nem mesmo enviar missionários. Mas a prática de países onde a tarefa
de fazer Missões já está consolidada revela que os maiores recursos saem
exatamente de Igrejas pequenas, que, somadas, conseguem superar muitas vezes os
alvos de Igrejas grandes ou ricas. A Igreja de Antioquia não esperou
enriquecer-se para enviar os seus primeiros missionários, Barnabé e Paulo (At
13.2).
Só
Pessoas De Bastantes Recursos Financeiros Têm Condições De Contribuir Para A
Missão Transcultural
A
visão bíblica sobre, contribuição é clara: deve ser proporcional à renda de
cada um, seja pobre ou rico. Este princípio transparece em diversos textos
bíblicos, como, por exemplo, em 1 Co 16.2.
Paulo
está tratando, neste texto, de contribuições destinadas aos irmãos de
Jerusalém, que enfrentavam circunstancialmente uma crise econômica. Na recomendação
do apóstolo está implícita a ideia de proporcionalidade, quando ele afirma:
“... ponha de parte o que puder ajuntar, segundo a sua prosperidade”. As
contribuições para missão transcultural se regem pelo mesmo princípio. Mesmo
que os recursos pessoais sejam menores, cada um poderá estabelecer o valor da
contribuição proporcionalmente à sua remuneração mensal.
A
história de missões mostra que, na maioria dos casos, não foram os ricos os
únicos responsáveis pelo envio de recursos para a evangelização transcultural.
Muitos missionários foram e têm sido sustentados pela oferta da viúva pobre, da
lavadeira do trabalhador braçal e de outros irmãos de menor poder aquisitivo.
A
Igreja Local Deve Primeiro Evangelizar Sua Cidade Para Depois Voltar-Se Para A
Evangelização Transcultural.
Este
é outro mito muito difundido por desconhecimento da interpretação correta de
Atos 1.8. Em alguns casos é, somente, uma justificativa pouca convincente para
a indiferença.
A
ideia de At 1.8 é de simultaneidade. “Tanto em... como em...” é a expressão que
aclara o sentido do texto. Não há aqui nenhuma alusão a um processo gradativo,
ou seja, à ideia de se evangelizar primeiro a área local para depois pensar-se
em terras de além-mar. A evangelização transcultural tem que ser vista sob
enfoque mundial, incluindo-se aí o trabalho local da Igreja. É ação simultânea.
É
Preciso Antes Levantar Recursos Suficientes Para Então Investir Em Missão
Transcultural. Esta É Também, Uma Premissa Falsa.
A Igreja que esperar ter recursos suficientes nunca vai investir na evangelização transcultural. É uma questão de lógica. Os recursos são rotativos, isto é, entram e saem. Sempre há despesas “prioritárias” para serem cobertas pelo caixa.
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