quinta-feira, 30 de abril de 2020

LIVROS DE ISAÍAS, JEREMIAS, LAMENTAÇÕES, EZEQUIEL E DANIEL


ISAÍAS

Autor

O primeiro versículo deste livro coloca Isaías, o filho de Amoz, como o seu autor. O nome ―Isaias significa ―O SENHOR é salvação. A visão e a profecia são reivindicadas quaro vezes por Isaías; seu nome é mencionado mais doze vezes no livro. Seu nome também aparece doze vezes em 2 Rs e quatro vezes em 2 Cr. O Livro de Isaías é citado diretamente no Novo Testamento vinte e uma vezes sendo atribuído em cada caso ao profeta Isaías. Embora haja semelhanças no vocabulário, muitos estudiosos dividem o livro em duas partes acreditando serem de autores diferentes.

Data

A maioria dos acontecimentos tratados nos capítulos de 1—39 ocorreu durante o ministério de Isaías (v. 6.1; 14.28; 36.1), sendo provável que esses capítulos foram concluídos não muito depois de 701 a.C., ano em que o exército assírio foi destruído. O profeta viveu pelo menos até 681 a.C. e pode ter escrito os capítulos de 40—66 em seus últimos anos. Na mensagem aos exilados do séc. VI a.C., Isaías foi projetado para o futuro, da mesma maneira que o apóstolo João em Ap de 4—22.87

VOCÊ SABIA?

- Seguindo a tradição Isaías sofreu uma morte violenta – cortado em dois pedaços no reino de Manassés (Hb 11.37).

- Este livro é citado no NT mais que qualquer outro profeta.

- É conhecido como Mini-Bíblia por conter 66 capítulos, o mesmo número de livros, sendo que 39 falam de ―condenação e 27 de ―consolação, à semelhança do AT e do NT.

Conteúdo

Isaías profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel. Ambos os reinos do Norte e do Sul haviam experimentado cerca de meio século de poder e prosperidade crescentes. Israel, governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, tinha sucumbido ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e Ezequias, caiu num sério declínio moral e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que queriam agradar os homens (5.7-12,18-23; 22.12-14).

Isaías começa o seu ministério sob os reinados de Uzias e Jotão, falando contra as alianças com povos pagãos e idólatras. Após estes reis subiu ao trono de Judá o mau rei Acaz. Este era um rei idólatra declarado e por isso sofreu castigos de Deus como invasões frequentes em seu reino. É tempo de profetizar juízo e anunciar a esperança messiânica. Depois dele sobe ao trono o rei Ezequias e maior parte das mensagens e profecias de Isaías estão relacionadas ao governo deste rei. Um rei piedoso, que começou bem o seu reinado, mas terminou mal. Durante o 6º ano do seu reinado, a Assíria invadiu o Norte e destruiu Israel, vindo após oito anos a invadir, também, o reino de Judá. Isaías, frequentemente, condena a idolatria e as alianças ilegítimas, tal como a que Ezequias fez com o Egito para livrar-se da Assíria.

Os capítulos 40 a 66 trazem principalmente uma mensagem de consolação e restauração, enfatizando a graça de Deus e a vinda do Messias - ―o servo sofredor. O capítulo 53 é o central, por causa do seu importante tema.

Conclusão

Para Isaías, Deus era "O Santo de Israel" e "O Criador dos fins da terra". Esse Deus exigia pureza moral e justiça de seu povo e de todas as nações. O povo de Deus, como as outras nações, não conseguiu atingir seus padrões de comportamento. O Santo de Israel era, pois, justo ao punir os pecados dos israelitas, enviando-os para o exílio.

Deus, porém, desejava desempenhar a função de Salvador, Redentor e Pai para os que se voltassem para ele, arrependidos. Isaías convidou Israel a manter a esperança em Deus, o Criador, que do caos produzira a ordem, e Redentor, que resgatara Israel do cativeiro egípcio.

Isaías desafia os cristãos a esperarem em Deus, que não cortou relações com a criação. O Israel do Antigo Testamento concretizou apenas parcialmente a salvação e a paz divina. Deus, que agiu para salvar os cristãos no passado por intermédio do Servo Sofredor Jesus, agirá novamente para conduzir a história ao fim por ele desejado: um novo céu e uma nova terra.


JEREMIAS

Autor

Jeremias, filho de Hilquias, foi um profeta da cidade leveita de Anatote e talvez tenha sido descendente de Abiatar. O significado do seu nome é incerto, mas ―O SENHOR exalta e ―O Senhor lança, são possibilidades. A vida pessoal desse profeta é mais conhecida do que a de qualquer outro profeta do AT porque ele nos deixou muitas marcas de seus pensamentos, preocupações e frustrações.

Jeremias recebeu a ordem de não se casar ou ter filhos para ilustrar a sua mensagem: o julgamento era iminente, e a próxima geração seria exterminada.

Data

Jeremias começou seu ministério (com cerca de 20 anos de idade) no reinado do bom rei Josias, com quem o profeta mantinha relações cordiais. Depois da morte de Josias a oposição ao profeta ganhou ímpeto. Ele escapou por pouco à prisão, foi proibido de ir ao templo, e teve de comissionar Baruque, seu secretário, para anunciar suas profecias. O rei Jeoaquim destruiu as profecias escritas de Jeremias (que foram depois, reescritas pelo profeta, 36.22ss.).

O seu chamado é datado de 626 a.C, e o seu ministério continuou até pouco tempo depois da queda de Jerusalém, em 586 a.C.

Você sabia?

- Jeremias e Lamentações são considerados como um só livro em algumas versões.

- Jeremias predisse a duração do cativeiro (70 anos). (25.9-11). Daniel, ao ler a profecia, buscou a Deus, e recebeu a resposta (Dn 9.2,3).

- É o segundo livro mais comprido da Bíblia - depois de Salmos.

- Jeremias menciona ―Babilônia 164 vezes, mais do que qualquer outro livro na bíblia.

Conteúdo

Jeremias era um jovem tímido e sensível e foi chamado por Deus para uma dura missão: anunciar o juízo de Deus contra Judá diante da severa oposição do povo, dos líderes políticos, reis e sacerdotes. E durante os 40 anos do seu ministério ninguém daria importância à sua mensagem.

O profeta Jeremias queria conduzir o povo ao arrependimento. Diante da dura cerviz do povo ele anuncia que o cativeiro era inevitável e a resistência era inútil. O povo e os líderes odiaram profundamente a Jeremias e ele foi acusado de antipatriota. Jeremias previra um cativeiro de 70 anos contra as profecias de rápida libertação anunciadas pelos falsos profetas do seu tempo.

Diante do avanço babilônico, o rei Zedequias é aconselhado a aliar-se com o Egito, porém Jeremias insistiu na inutilidade disto. Lançaram Jeremias numa cisterna lamacenta, mas o Senhor de lá o tirou com vida.

Nabucodonosor cerca a Jerusalém pela terceira vez, invade e destrói a cidade, levando cativo todo o povo que restava, deixando apenas os doentes, fracos e por respeito, o profeta Jeremias.

Gedalias é nomeado governador por Nabucodonosor, mas o restante do povo que ali ficara resolve fugir para o Egito, pensando lá encontrar abrigo e acolhida. Jeremias novamente se opõe a isto, mas é levado contra a sua vontade.

O livro de Jeremias se encerra com diversas profecias a respeito dos povos vizinhos a Judá, escritos em tempos variados.

Conclusão

Jeremias mostra a profecia em carne e osso. Ele queria identificar-se com seu povo e viver uma vida normal. Em vez disso, teve de pregar contra seu povo e enfrentar outros profetas e depois perguntar a Deus: "Por quê?" Por meio da humanidade do profeta, Deus falou a Judá e às nações durante a maior crise de Israel. Deus mostrou que a obediência, a justiça e a piedade o agradavam e garantiam o futuro da nação. Deus podia inverter posições políticas para disciplinar o povo de sua aliança e depois reconduzi-lo para si. Nabucodonosor foi bem-sucedido na conquista de Jerusalém porque era agente do juramento divino contra seu povo pecador. No final, porem, as nações em sua arrogância enfrentariam a ira de Deus, enquanto Israel seria o povo de uma aliança nova e sincera.

Jeremias afirmou que o plano maior de Deus era abençoar seu povo (29.11). Os planos de Deus, porém, são condicionados pela resposta humana (18.7-10). A rebeldia persistente pode gerar punição, mesmo quando Deus promete bênção. O arrependimento pode evitar a tragédia, mesmo quando Deus promete julgamento.

Jeremias afirma a infidelidade do povo de Deus e a necessidade de intervenção divina para salvá-lo. Jeremias antevê um tempo em que Deus escreveria uma nova aliança no coração do povo de Deus, quando Deus seria conhecido em comunhão íntima, quando ele já não se lembraria dos pecados do povo (31.31-34). As esperanças de Jeremias cumprem-se no novo relacionamento com Deus que se tornou possível pela morte de Cristo (Hb 11.12-22).

PARA MAIS ESTUDOS

- Quais os pecados listados por Jeremias?

- Como Jeremias retrata a Deus?

- Que funções e características o profeta atribuía a Deus?

- Por que Deus estava desgostoso com Judá? A igreja de hoje é semelhante a Judá em algum aspecto?

- De que maneira Jeremias serve de exemplo para o povo de Deus? Quais as suas qualidades e fraquezas?

LAMENTAÇÕES

Autor

O autor não é mencionado, mas tradições que vêm de muito antes de Cristo sustentam que Jeremias o tenha escrito. Existem muitas semelhanças entre os textos de Lamentações e Jeremias. O autor do livro a exemplo do profeta fora testemunha ocular da queda de Jerusalém e manifestava grande comoção em suas orações a Deus.

Data

Foi escrito entre a destruição da cidade em 586 a.C. e a reconstrução do templo setenta anos depois.

VOCÊ SABIA?

- Lido pelos Judeus no dia 9 do 4º mês (Julho) – O dia da destruição da cidade de Jerusalém (Jr 52.6,7).

- Quase todos os profetas contêm exemplos de Lamentações.

- Alguns eventos na destruição da cidade:

    - Massacre de reis (2.6,9; 4.20), príncipes (1.6; 2.2,9; 4.7,8; 5.12), profetas (2.9,20), e cidadãos comuns (2.10-12; 3.48; 4.6).

    - Canibalismo: as mães cozinhando os filhos (2.20; 4.10).

    - Deportação (1.3,18).

    - O fim do centro religioso do culto da nação (1.4,10).

Conteúdo

No ano 586 a.C. Nabucodonosor invade Jerusalém, leva cativo o povo e o rei Zedequias, arrasa a cidade, queima e destrói os palácios e edifícios importantes, inclusive o belo, imponente e majestoso templo de Jerusalém.

E Jeremias viveu todo este triste momento histórico de Judá, presenciando toda a destruição de Jerusalém. E ao ver todo este triste cenário Jeremias escreveu as suas lamentações. As Lamentações de Jeremias expressam a dor de quem vê tudo em cinza, de quem vê a glória de Deus afastar-se dali, de quem vê Deus cumprir Sua Palavra, castigando o pecado.

Conclusão

Lamentações diz que não há nenhum lugar como a nossa pátria, especialmente quando esta deixa de existir. O livro mostra a face honesta da oração no meio da tragédia. Lamentações dá ao povo de Deus a liberdade de questionar e, mesmo assim, de experimentar sua presença. Ele mostra que o caminho da esperança é pavimentado com honestidade e questionamentos misturados com louvor. A fé cresce no meio da crise, quando o povo de Deus leva seus problemas a ele.

EZEQUIEL E DANIEL

EZEQUIEL

Autor

O autor, cujo nome significa ―Deus fortalece. É identificado como ―Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote (1.3). Embora essa identificação tenha sido questionada, parece não haver razão válida para se duvidar disso. Ele era, provavelmente, um membro da família sacerdotal dos zadoqueus, que se tornaram importantes durante as reformas de Josias (621 a.C.). Ele foi treinado para o sacerdócio durante o reinado de Joaquim, foi deportado para a Babilônia (1.1; 33.21; 40.1) em 597 a.C. e estabeleceu-se em Tel–Abibe, situada no canal do rio Quebar, perto de Nipur (1.1). Seu ministério coincidiu brevemente ao de Jeremias.

Data

O chamado de Ezequiel veio a ele em 593 a.C., o quinto ano do reinado de Joaquim. A última data dada por oráculo (29.17) é, provavelmente, 571 a.C., fazendo de seu ministério cerca de vinte anos de duração. A morte de sua esposa ocorreu ao mesmo tempo da destruição de Jerusalém, em 587 a.C. (24.1,15-17).

VOCÊ SABIA?

- Provavelmente foi durante este período que a sinagoga surgiu. Também foi nesta época que o povo finalmente abandonou a idolatria.

- O livro contém mais datas do que qualquer outro livro profético.

- Jerusalém foi sitiada em 588 a.C. e caiu em Julho de 586. No dia 14 de agosto de 586 a.C. toda cidade e o templo foram queimados.

Conteúdo

Ezequiel era um sacerdote. Antes mesmo de iniciar seu ministério sacerdotal em Judá, foi levado aos 30 anos para a Babilônia, na segunda leva de exilados, em 597 a.C. Durante a 1º parte do seu ministério na Babilônia (592 a 586 a.C.) Ezequiel procurou mostrar aos exilados seus pecados como causa de estarem ali na Babilônia. Prepara-lhes para a breve destruição da cidade de Jerusalém e do templo, que viria como manifestação do juízo de Deus.

Quando Jerusalém é sitiada, Ezequiel passa à segunda etapa do seu ministério e anuncia o juízo de Deus, vindo também sobre os inimigos de Judá.

Sua terceira e última etapa ministerial têm ênfase sobre o futuro de Israel.

Conclusão

Ezequiel foi o profeta-sacerdote do julgamento e da esperança. Sua mensagem aos exilados na Babilônia ainda fala para pessoas feridas e abatidas que necessitam da segunda chance dada por Deus. A destruição de Jerusalém e a deportação de seu povo para a Babilônia fez com que alguns questionassem a capacidade de Deus para salvar e o compromisso dele com sua aliança. Ezequiel interpretou esses acontecimentos de acordo com o caráter de Deus.

A estranha visão introdutória de Ezequiel retrata Deus como alguém incomparável, perfeito em santidade e poder. Tal Deus não permaneceria com pessoas impenitentes. Jerusalém caiu, não porque Deus fosse incapaz de salvá-la, mas porque ele entregou seus habitantes ao destino que eles escolheram.

Mas o julgamento era só parte do retrato que Ezequiel fazia de Deus. Mesmo no exílio, longe da pátria, Deus era acessível para o profeta. A fidelidade de Deus era a esperança de Ezequiel. Deus é o Pastor cuidadoso de seu povo (Ez 34). Deus é a única esperança de vida nova para os ossos mortos da nação de Israel (Ez 37).

Os cristãos podem aprender a ser responsáveis com Ezequiel. Como ele, os fiéis devem identificar-se com a dor daqueles ao seu redor (3.15). Como Ezequiel, os cristãos são "atalaias", responsáveis por alertar o próximo sobre as consequências do pecado (3.16-21). Ezequiel 34 adverte os fiéis a não buscarem o interesse próprio em detrimento dos outros. Antes, os cristãos devem ser exemplos do amor e do cuidado de Deus em seus atos. Os fiéis devem compartilhar as boas novas de que Deus ainda é o Doador da vida renovada e da segunda oportunidade aos que se voltam para ele com arrependimento e fé.

PARA MAIS ESTUDOS

- De que maneira Ezequiel é exemplo de um servo obediente e leal ao Senhor?

- Por que os contemporâneos de Ezequiel desagradavam a Deus? A igreja de hoje é semelhante a eles em algum aspecto?

- Que ensinam as mensagens de salvação proferidas por Ezequiel sobre o relacionamento de Deus com seu povo?

- Como Ezequiel retrata Deus?

DANIEL

Autor

Daniel foi deportado, enquanto adolescente, no ano de 606 a.C., para a Babilônia, onde viveu mais de sessenta anos. Possivelmente fosse de uma família de classe alta de Jerusalém. Isaías e Ezequias (Is 39.7) haviam profetizado a deportação para a Babilônia dos descendentes da família real. Inicialmente, Daniel serviu como estagiário na corte de Nabucodonosor. Mais tarde, tornou-se conselheiro de reis estrangeiros.

A importância de Daniel como profeta foi confirmada por Jesus em Mt 24.15. O nome Daniel significa ―Deus é meu juiz Sua inabalável consagração a Jeová e sua lealdade ao povo de Deus comprovaram fortemente essa verdade na vida de Daniel.100

Data

Embora o cerco e a deportação de cativos para a Babilônia tenha durado vários anos, os homens fortes e corajosos, os habilitados e os instruídos foram retirados de Jerusalém logo no início da guerra (2 Rs 24.14). A data do cativeiro de Daniel costumeiramente aceita é de 605 a.C. Sua profecia abrange o espaço de tempo de sua vida.

Conteúdo

Daniel foi levado com alguns jovens importantes e nobres de Judá para a Babilônia, na ocasião do primeiro cerco de Nabucodonosor ao reino de Judá, no ano 606 a.C. Toda a sua vida praticamente é vivida lá na Babilônia, pois com aproximadamente 90 anos, ele assiste à volta dos judeus para Jerusalém, mas ele, já muito idoso, permanece por lá.

Nestes 70 anos de cativeiro para os judeus, e de vida profética para Daniel, ele assistiu a ascensão e a queda de grandes impérios, sendo este o tema de suas mensagens, as quais revelam a soberania de Deus sobre as nações e antecipam muito do calendário histórico de reinos gentios, que Deus lhe mostrou.

A história de Daniel começa aos 16 anos, quando ele chega cativo na Babilônia. No ano seguinte, Nabucodonosor tem um sonho e somente Daniel consegue interpretá-lo. Por causa da interpretação deste sonho Daniel é colocado como governador da Província da Babilônia. No capítulo 5 de Daniel já temos Belsazar no trono babilônico (Belsazar é neto de Nabucodonosor).

Há uma grande festa, onde os utensílios usados eram os do templo do Senhor, carregados quando Jerusalém foi invadida. Nesta festa, o Senhor escreve na parede, e Daniel com 82 anos é chamado para interpretar, anunciando o fim do império babilônico e sua derrota para os medos e persas.

Dario, o medo, é deixado no trono, enquanto Ciro, o persa, prossegue com suas conquistas. Por causa de um decreto, Dario foi obrigado a lançar Daniel, com 83 anos na cova dos leões. Daniel foi libertado e continuou a gozar de prestígio entre os reis medo-persas.

VOCÊ SABIA?

- Daniel viveu 90 anos, sendo que 72 foram como oficial nos reinos pagãos.

- Um dos poucos homens de quem não há registros de nenhuma imperfeição de sua parte.

- Daniel foi mencionado por Ezequiel por ser sábio e justo (Ez 14.14,20; 28.3).

- Dois idiomas:

- 2.4 – 7.28 - Aramaico para os gentios (História mundial).

- 1.1 – 2.3: 8.1 – 12.13 – Hebraico para os judeus (História nacional).

Conclusão

Daniel destaca a soberania de Deus sobre a história do mundo. A história desenvolve-se como parte dos planos de Deus e caminha em direção a alvos predeterminados por Deus. Os déspotas terrenos utilizam seu poder cruel só por um breve tempo. Deus está no controle de tudo e estabeleceu um fim para o tempo de sofrimento de seu povo. Entre os propósitos de Deus para a história humana estão o livramento de seu povo oprimido, a ressurreição, o julgamento e o estabelecimento de seu reino eterno. Daniel, portanto, conclama o povo de Deus de todos os tempos a perseverar e a manter a esperança. À semelhança de Daniel e seus amigos, os cristãos de hoje são tentados a fazer concessões em seus valores e cultuar aquilo que não é Deus. Daniel convoca os cristãos a viverem a sua fé a qualquer custo neste mundo hostil.

PARA MAIS ESTUDOS

- Que lições podemos aprender com Daniel e seus amigos?

- De que maneira Deus demonstra sua soberania nesse livro? Qual a importância da doutrina da soberania de Deus para o cristão e para a igreja de hoje?

- De que maneira esse livro oferece consolo e ânimo para os cristãos?

- Com que propósito o livro faz amplo uso do simbolismo? Como o simbolismo e as figuras vivas contribuem para a mensagem geral do livro?

quarta-feira, 29 de abril de 2020

INTRODUÇÃO AOS PROFETAS / O PERÍODO INTER-BÍBLICO


INTRODUÇÃO AOS PROFETAS

A MENSAGEM DOS PROFETAS 

Durante o período da monarquia e da divisão dos reinos, Israel tornou-se cada vez mais idolatra e desobediente a Deus. O Senhor, então, mandou profetas para que alertassem e exortassem o povo a guardar a aliança feita no monte Sinai. Ordenou que profetizassem consequências desastrosas se eles ignorassem os mandamentos divinos.

OS PROFETAS

O termo bíblico profeta tem sua origem em um vocábulo grego que significa ―aquele que fala por outro. Logo, os profetas eram indivíduos chamados por Deus para levar sua Palavra ao povo de Israel (“Assim diz o Senhor”). Eles não tomavam parte no sacerdócio, porém nutriam um sentimento especial por Israel. Sabiam que aquele era o povo escolhido por Deus para tomar parte na aliança. Os primeiros profetas viveram durante o período dos reis. Eram incumbidos de trazer conselhos e advertências divinas a seus monarcas. Todavia conheceram seu fim após o exílio, quando já não havia reis em Israel. De acordo com a tradição judaica, o Espírito de Deus abandonou seu povo após a morte de Malaquias em 440 a.C.84

FUNÇÃO

a. REPROVAR - o pecado (chamar o povo de volta para os termos das alianças).

b. ENSINAR - a Palavra de Deus ( suprir vácuo dos sacerdotes)

c. ESCREVER - a Palavra de Deus (Profetas da Palavra e Profetas da Escrita)

d. PREDIZER - o Futuro (Por que ?)

VOCÊ SABIA?

- Esses 17 livros correspondem a 1/4 (25%) da Bíblia. Muitas vezes ignorada por não colocarmos os livros dentro de seus respectivos contextos


OS LIVROS DOS PROFETAS

Nos tempos do Antigo Testamento, houve profetas como Nata, Elias e Eliseu, cuja vida e mensagem figuram em meio aos relatos históricos da Bíblia. Esses profetas são chamados de "orais" ou "narrativos". Já outros deles tiveram suas palavras registradas, provavelmente por seus discípulos, para que fossem preservadas e passadas adiante. Esses são os chamados profetas ―escriturísticos ou ―canônicos.

No Antigo Testamento da Bíblia cristã, os livros dos profetas são divididos em dois grupos: os profetas maiores, que são quatro, e os profetas menores, num total de doze. Essa terminologia está relacionada à extensão dos livros. Os doze profetas menores compõem um rolo, chamado de "o Livro dos Doze". Na Bíblia cristã, os profetas maiores aparecem primeiro, seguidos dos menores.




PROFETAS NO EXTERIOR

Jonas (790 a.C.). - Contra Nínive na Assíria

Naum (630 a.C). - Contra Nínive, na Assíria, mas não foi até a cidade.

Obadias (585 a.C.). - Contra Edom.

Daniel (590 a.C.). - Atuou na Babilônia

Ezequiel (590 a.C.). - Atuou na Babilônia

PROFETAS EM ISRAEL

Elias (870 a.C.).

Eliseu (850 a.C.).

Amós (760 a.C.). - Era de Judá, mas profetizou contra Israel.

Oséias (750 a.C.).

PROFETAS EM JUDÁ

Joel (830? 400? a.C.)

Isaías (740 a.C.).

Miqueias (735 a.C).

Sofonias (625 a.C.).

Jeremias (625 a.C).

Habacuque (610 a.C.).

Ageu (520 a.c.). - Após o exílio babilônico.

Zacarias (520 a.C.). - Após o exílio babilônico.

Malaquias (435 a.C.). - Após o exílio babilônico, na reconstrução dos muros.

O PERÍODO INTER-BÍBLICO

INTRODUÇÃO

O Antigo e o Novo Testamentos, em algumas Bíblias, são separados por uma folha em branco, cuja finalidade é representar o silêncio do Senhor. Do profeta Malaquias, o último livro do Antigo Testamento, ao evangelho de Mateus, o primeiro do Novo Testamento, o tempo é de quatrocentos anos.

Esse período, conhecido como período interbíblico, ficou caracterizado como a cessação da revelação bíblica. Nessa fase, as vozes dos profetas bíblicos do Antigo Testamento não se ouviam mais, era como se Deus deixasse o homem resolver seus problemas sozinho (principalmente no âmbito espiritual). Nesse tempo, foram evidentes as ondas de crescentes filosofias, imoralidades religiosas, quando os judeus, novamente, tiveram de amargar sucessivas derrotas e hostilidade de seus inimigos.

História de Israel

O berço da civilização primitiva, segundo a Bíblia e hoje comprovado por estudos, foi o Vale da Mesopotâmia, sendo o mais antigo dos povos dos quais recebemos influência os Sumérios. Eles dominavam a matemática, agricultura, inventaram canais de irrigação, carros de guerra, entre muitas outras coisas. Dominavam a cultura. Também existiam nesse Vale os Acadianos, que tinham grande poder bélico.  Então surgiu uma nova civilização, denominada Acádio-sumeriana. Uma parte deles deram origem à Caldéia, cuja capital era Babilônia. E ao sul da Babilônia ficava Ur dos Caldeus, cidade de educação adiantadíssima e berço natal do Patriarca Abraão. Dali, Abraão partiu para Harã, depois à Canaã, desce ao Egito e volta para Canaã.

Outra civilização importante é a Egípcia. Antes dos Faraós, não há nenhum dado sobre a história do Egito. José entrou no Egito na vigência dos Hiksos. Após a expulsão dos Hiksos, os Hebreus foram muito maltratados e só se tornaram livres com Moisés. Os Egípcios eram politeístas. Era uma civilização muito adiantada e desenvolvida.

Sucessos Bíblicos: De Abraão à Moisés, Período da Conquista (da Queda dos muros de Jericó até a morte do filho de Num), Período dos Juízes (de Otniel à Samuel), Reino Unido (de Saul à Salomão), Reino Dividido (do Norte, Israel, e do Sul, Judá), Cativeiro Assírio (os filhos de Israel foram levados durante o reinado de Oséias), Cativeiro Babilônico, Restauração (sob Ciro, os Judeus voltaram à Jerusalém). Jesus nasceu durante o domínio dos Romanos. Com a destruição de Jerusalém no ano 70 a.C., o Estado termina.

Período Interbíblico: Ambiente e Literatura Apócrifa

É um período de 400 anos que se deu entre o Antigo e o Novo Testamento, no qual Deus se calou e não houveram Revelações Bíblicas. Foi um período proposital onde Deus deixou que o homem vivesse por seus próprios esforços e fracassasse.

Os judeus foram transformados nesse período. As tribos desapareceram e os novos judeus, despertados e curados de sua idolatria, venceram os velhos. Ao fim do Antigo Testamento, os judeus eram dominados pelos Persas e no início do Novo Testamento, estão sob domínio Romano e sob influência da filosofia grega. Antes eles falavam hebraico e no NT, passaram a falar o aramaico.

As fontes de informações sobre esse Período são a Bíblia, que pouco informa, Flávio Josefo, grande historiador e os Livros Apócrifos, livros não canônicos rejeitados pelos judeus e Protestantes.

Colocam grande parte dos Apócrifos entre 100 a.C. e 130 a.C e para cada livro são apontados dezenas de locais onde foram escritos. Seu autores também são supostos e não verdadeiros. Eles foram escritos em um período onde a profecia emudeceu.

São vários os Livros Apócrifos. No AT, eles se dividem em três grupos: Históricos, Didáticos e Apocalípticos. A Igreja Romana aceita somente Judite, Tobias, Acréscimos a Ester, Livro de Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Acréscimos a Daniel, 1 e 2 Macabeus. No NT são 22 livros Apócrifos, mas que são rejeitados até pela Igreja Romana. Para os protestantes, servem apenas como auxílio no estudo.

Período Babilônico

Após o Reinado de Salomão, o Reio de Israel se dividiu entre Norte e Sul. O Reio do Norte se afastou de Deus para seguir sua idolatria. Com isso, em 722 a.C. foram dispersados pelos assírios por terras estranhas. Os Assírios ficaram em Samaria, dando em resultado um povo estranho aos judeus. O povo do Sul se manteve fiel a Deus.

Em resultado do desatino dos judeus, veio Nabucodonosor e os levou cativos para a Babilônia e estes ficaram longe de sua terra. Mas eles tinham ainda a liberdade para adorar ao seu Deus e para praticarem seus costumes. Quando foram libertos pelos medo-persas, alguns preferiram ficar, pois estavam estabilizados, com propriedades, industria, comércio, etc. Esses são os judeus da Diáspora. A finalidade desse Exílio foi educar e punir povo de Deus, por causa do pecado e da rebelião dos judeus. Eles foram alertados pelos profetas a esse respeito. Os profetas desse período foram Daniel, Ezequiel e Jeremias. Judá não ficou totalmente deserta nesse período.

Nesse mesmo período, outras nações se desenvolveram. A Assíria estava abatida e sua capital completamente destruída. Média foi o mais notável, dominavam os Persas, depois se fundiram e reserva grandes surpresas para o mundo. Egito, que em 568 a.C. se tornou colônia Persa. Grécia tem uma das histórias mais fascinantes que conhecemos. Roma não teve ligação direta com o Oriente, mantendo-se isolada. Lídia, em seu apogeu, disputava glória com Média. Em 587, Babilônia, embelezada, tinha confusão religiosa, inquietação e Belsazar Regente.

Período Medo-Persa

A Média fica no majestoso Planalto do Irã e a Pérsia a oeste do Golfo Pérsico, ao sul de Média. Ciro guerreou contra Média, Lídia e Babilônia e as conquistou. Deus havia predito alguns feitos de Ciro e a sua ascensão foi cumprimento da vontade de Deus, para libertar o restante de Judá.

Seus sucessores foram Cambises, Dario Histaspis, Xerxes, Artaxerxes Longimanus. No governo de Artaxerxes I o Egito revoltou-se contra Pérsia, houve um tratado de paz pelo qual Chipre retornou à Pérsia, a divisão do Mediterrâneo entre Pérsia e Grécia e a rebelião da Síria, acalmada por Longimanus.

Os principais acontecimentos sob os persas foram: Dedicação do Templo em Jerusalém, a Dispersão dos Judeus, judeus em Babilônia, alguns judeus desceram para o Egito, Esdras e Neemias, que restaurou, construiu e governou. Após isso veio o Declínio Persa. Ai o centro passa do Oriente para o Ocidente.

Este período abrangeu os anos 430—331 a.C. Ao finalizar o Antigo Testamento (400 a.C), a Pérsia havia anexado a Judéia em seu domínio, tornando-a sua província. Os judeus não tiveram problemas com o domínio pérsico por ser este um governo brando e alheio aos interesses de Judá. A conquista da Babilônia deu-se com Ciro no ano 536 a.C, e este fez da Pérsia uma potência mundial. Quando a obra do templo em Judá foi suspensa por ordem do rei, alguns estudiosos julgam tratar-se de Cambises (530-522 a.C), identificado também como Artaxerxes (Ed 4.7,11,23).

A retomada da construção do templo foi ordenada por Dario (522-486 a.C). Foi nesse tempo que Ester tornou-se esposa de Xerxes (Assuero; 486-465 a.C). O rei que autorizou o retorno de Neemias a Jerusalém foi provavelmente Artaxerxes I (Longimanus; 464-426). Este exerceu domínio quando o cânon do Antigo Testamento estava para ser encerrado. Os reis persas do período conhecido como “Silêncio Profético” foram : Xerxes II (Sogdiano; 423 a.C), Dario II (Notus; 404 a.C), Artaxerxes II (Mnemon; 359 a.C), Artaxerxes III (Ocus; 338 a.C), Arses (335 a.C) e Dario III (Condomano; 336 a.C), que foi derrotado por Alexandre, o Grande, em 331 a.C.

Com a queda do Império persa, o império grego entra em eminência.

Deus conseguiu no período do Cativeiro vitórias sobre seu povo: Idolatria destruída (hoje um judeu faz tudo, menos dobrar seus joelhos a um ídolo), a Lei de Moisés respeitada (os judeus perceberam o quanto estavam longe de Deus), Inauguração do Culto Público (em todo lugar que existe um núcleo de judeus, haviam as Sinagogas. Foi preparação para a vinda de Cristo), Reverdecimento da Esperança Messiânica (passaram a esperar o Messias, antes como Libertador e Redentor de Israel e hoje como Restaurador), Pronunciado Nacionalismo (doutrinas, costumes e língua que, após o exílio, passou a ser o aramaico).

Os sucessos principais do mundo Ocidental foram Grécia e Roma.

Período Greco-Macedônio

Esse período começa em 331 e vai até 167 a.C.

A Grécia divide-se em duas partes: ao norte a Hélade, com a capital em Atenas e ao sul o Peloponeso, com a capital em Esparta. A leste as ilhas Cécladas a punham em comunicação com a Ásia, a oeste, em comunicação com a Itália, ao Sul em rota para a África e ao norte ficava a célebre Macedônia. Os gregos tinham centenas de deuses e a religião ocupava lugar central em suas vidas. Primeiro a supremacia era de Atenas, mas por causa da epidemia e da morte de Péricles, perdeu para Esparta. Com as lutas entre Atenas e Esparta, elas ficaram enfraquecidas.

Até então, Macedônia era um apenas pequeno Estado. Filipe foi o primeiro rei que deu brilho a ela. Ele foi sucedido por Alexandre, que foi educado por Aristóteles e se tornou generalíssimo dos gregos. Em 336 a.C, Alexandre Magno, com apenas vinte anos de idade, assume o comando do exército grego e investe contra o Oriente. Alexandre invade a Palestina em 332 a.C. e, um ano antes, já havia dominado o mundo inteiro. Ele era talentoso e preparado.Nos seus dias tudo prosperou e continuou a prosperar. Implantou a língua e a cultura gregas em muitas cidades sob seu domínio, além de fundar cidades gregas por onde passava. Na ciência houve progresso, destacando-se Hipócrates, pai da medicina. Macedônia, incluindo Grécia, era o maior, o mais conceituado centro de cultura de então. O mundo todo foi helenizado. Mas Alexandre não impôs com arma a cultura grega. O povo queria essa cultura. Após a morte de Alexandre, os povos falavam duas línguas, sendo uma delas, a grega. Seu Império ficou reduzido e dividido.

Com a morte de Alexandre, as nações da Síria e do Egito passaram a ser controladas por dois generais de seu exército : Ptolomeu governou no Egito e Selêuco, na Síria. A Palestina permaneceu sob o controle do Egito por cem anos, até 198 a.C. Antes, estava sob o domínio da Síria.

Quando o Egito dominou a Palestina, não havia qualquer imposição quanto à construção de sinagogas por parte do governo. Nessa época, Alexandria era o centro cultural do mundo e influenciou tanto os judeus que eles, a pedido de Ptolomeu, fizeram a tradução da Bíblia hebraica para a língua grega, versão chamada Septuaginta. Os reis do Egito, na época, ficaram conhecidos como “Ptolomeus”.

Antíoco Epifânio (Síria) reconquista a Palestina em 198 a.C, voltando o domínio para a Síria, cujos governadores eram conhecidos como "Seleucidas". Antíoco Epifânio tinha profunda aversão aos judeus e fez um esforço gigantesco para exterminá-los e acabar com sua religião. Arruinou a cidade de Jerusalém no ano 168 a.C e tratou com irreverência o templo judaico, chegando ao ápice de sacrificar uma porca — animal imundo segundo as Escrituras hebraicas — em seu altar. As leis judaicas, como, por exemplo, a circuncisão, foram quase suprimidas. Ele proibiu a adoração no templo, destruiu as cópias das Escrituras existentes na época e decretou morte a todos os que as possuíssem. Foi nesse tempo que ocorreu a revolta dos Macabeus.

Período Macabeu

Esse período, que se estende de 167 a 63 a.C., É também conhecido como hasmoniano. Se caracteriza por lutas, perseguições, sacrifícios e, finalmente por um longo período de independência e paz.

Nesse período o Sumo-Sacerdócio declinou e passou a ser uma força política.

Os egípcios dominavam a Judéia e os sírios não perdiam a esperança de possuírem a Terra Santa. Triunfou na Judéia o Partido Grego.

Antíoco ataca Jerusalém e toma-a por assalto, matando muitas pessoas e leva para o cativeiro milhares de judeus. O Templo foi profanado e despojado. Era uma prova de fogo para os judeus, para que buscassem a Deus.

Após isso houve bárbaras perseguições Sírias. Então houve a Guerra Macabéia. A revolta começou com Matatias, sacerdote em Modim; Um sacerdote amante de sua pátria, demonstrou forte coragem e resolveu enfrentar as atitudes ímpias de Antíoco Epifânio. Para tanto, contou com o apoio de alguns fiéis que abraçaram sua intenção.

Após sua morte em 166 a.C, entre os cinco filhos de Matatias (Judas, Jônatas, Simão, João e Eleazar), a responsabilidade de continuar lutando pelos ideais objetivados por ele depois de sua morte recaiu sobre Judas, por ser um guerreiro e estrategista militar. Judas colecionou vitórias batalhas após batalhas, mesmo estando em grandes desvantagens, se comparando com os exércitos que enfrentou, até reconquistar Jerusalém, em 165 a.C.

Judas (166-161), continuou a luta com 6.000 homens. Quando Antíoco mandou 60.000 homens para subjugá-lo, Judas mandou os temerosos voltarem para casa. Com apenas 3.000 derrotaram os sírios. Em seguida Judas entrou em Jerusalém e reedificou e purificou o templo, em 166 a.C. Há, em João 10.22, uma festa chamada “Dedicação”, cuja origem se deu devido à esta atitude de Judas Macabeu. A festa de Dedicação foi instituída no ano 164.

Significância da opressão síria e revolta dos macabeus:

1. Restaurou a nação da decadência política e religiosa;

2. Criou um espírito nacionalista, uniu a nação e suscitou virilidade.

3. Deu novo impulso ao judaísmo. Percebe-se isto na purificação moral e espiritual; Percebe-se isto numa onda de literatura apocalíptica; Percebe-se isto numa nova e intensa esperança messiânica.

4. Intensificou o desenvolvimento dos dois movimentos que se tornaram os Fariseus e os Saduceus. Os Fariseus surgiram do grupo purista e nacionalista. Os Saduceus surgiram do grupo que se aliou com os helenistas.

5. Deu maior ímpeto ao movimento da dispersão com muitos judeus querendo se ausentar durante as terríveis perseguições de Antíoco.

Houve ainda muita guerra. Jônatas, filho de Macabeus, foi morto por Trifon e Simão, o último sobrevivente dos Macabeus, teve um governo próspero e abençoado, mas foi morto por seu genro Ptolomeu.

Os filhos de Hasmon ganharam a batalha final. A dinastina Hasmoneana começa dom João Hircano, que travou batalhas contra Samaria, contra Edom e depois houve paz, reconstrução e lutas internas. Porém ele inaugurou na Palestina uma era de intolerância e opressão. O sucessor dele foi Aristóbulo, que teve reinado curto, no qual subjulgou a Huréia, algumas regiões ao oriente do Jordão e outras. Morreu em 105 a.C. Após ele veio Alexandre Janeu, outro filo de Hircano. Seu primeiro ato foi mandar matar um de seus irmãos. Morreu e passou a coroa à sua esposa Alexandra, que governou até 78 a.C., e o sumo sacerdócio ao seu filho Hircano II, que recebeu a coroa após a morte de Alexandra, mas teve que entregar à força as coroas ao irmão Aristóbulo II. Este não teve um governo de paz e, após ser levado com sua família cativos para Roma, Hircano II recuperou a coroa. Mas Hircano II era um mero instrumento de Antípater. Esse governo foi marcado por revoluções.

Nesse período foram escritos I e II Macabeus, Judite, Livro de Enoque, Oráculos Sibilinos e o Testamento dos Doze Patriarcas.

Enquanto os Hasmoneanos, Matatias e seus filhos empenhavam-se na libertação do seu país do julgo de Antíoco Epifanes, muitas coisas aconteceram no mundo, como a Terceira Guerra Púnica, as Conquistas Romanas e a divisão do mundo em províncias.

Com Judas, foi estabelecida a linhagem dos sacerdotes-hasmonianos, que governaram a Judéia por cerca de cem anos.

Período romano

Em 63 a.C, a Palestina foi submetida ao domínio de Roma, sob as ordens de Pompeu. Na ocasião, foi nomeado governador da Judéia um descendente de Esaú (edomita) chamado Antípater. Herodes, filho de Antípater e Mariana, foi o sucessor ao governo. Foi justamente este Herodes, o Grande, que reinou na Judéia entre 37 a.C e 4 a.C. Jesus nasceu durante o seu reinado.

Este Herodes, inclusive, procurou agradar os judeus ao construir um templo muito pomposo, no entanto, não deixava de ser cruel, pois a matança dos meninos em Belém fora ordenada por ele (Mt 2.13-23).

A primeira intervenção romana na Ásia foi em 190 a.C., na famosa batalha de Magnésia. Então os Romanos dominaram a Ásia e a dividiram entre seus aliados, os Eumenes e os Ródios. Judas Macabeu pereceu na batalha contra Báquides. Simão Conselheiro cultivou a amizade com romanos.

Primeiro Triunvirato: assim ficou conhecida a união entre Crasso, Pompeu e César em uma aliança oculta. Depois de Júlio César, veio Otávio, seu sobrinho.

Depois, muitas foram as guerras sustentadas por Augusto. Morreu coberto de tristeza, em 14 d.C.

Herodes, o Grande, filho de Antípater, aos 15 anos foi governador da Galiléia e desde cedo mostrou crueldade. Ele subiu ao trono da Judéia e trouxe para Jerusalém muitos mercenários. Mas ele não teve coragem de exercer o sumo-sacerdócio. A sua corte era helenizada e culta. Ele tinha grandes domínios, mas não respeitou a consciência dos judeus. Molestou os filhos de Israel. Seu reino prosperou, mas foi manchado por tragédias familiares. Para encobrir seus crimes, construiu cidades, reconstruiu templos a fim de ganhar a simpatia dos súditos. Morreu em 4 a.C. Foi um homem feroz, cheio de vícios, pagão, inconstante, maleável e perverso. Mas foi usado por Deus ao matar os Hasmoneanos, preparando o caminho para Cristo.

E Jesus nasceu num período de paz na Palestina. Antes de morrer Herodes, também nasceu João Batista.

Somente três apócrifos foram escritos nesse período : Salmos de Salomão, Livro de Jubileus e Segundo Esdras.

Estudos Suplementares

Nesses 400 anos os judeus viveram tempos áureos e também terríveis tempestades. E nesses anos surgiram Seitas Político-Religiosas, sendo as principais :

- Escribas:

O escriba, como o tempos no Novo Testamento, apareceu após o exílio Babilônico. Eles deram origem às Sinagogas. Eles preservaram a Lei, eram mestres da Lei e Doutores da Lei. Alguns pertenciam aos saduceus. Jesus lhes condenou o formalismo. Eles perseguiram a Pedro e a João. Alguns deles creram em Cristo.

- Fariseus:

Viviam separados do povo, por causa da imundice, e gostavam de ser chamados de santos.

Suas principais doutrinas são : Os homens tinham livre arbítrio, a alma é imortal, a ressurreição do corpo, a existência de anjos, todas as coisas são dirigidas pela providência divina, no mundo os justos são galardoados e os maus castigados, os justos gozarão vida eterna e os maus cadeia eterna, além da alma humana existem espíritos bons e maus.

A luta mais terrível de Jesus foi com os fariseus.

- Saduceus:

É a designação da segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus. Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuíram uma doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei Bíblica.

- Essênios:

Constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Em doutrinas, seguiam fielmente o Velho Testamento.

- Herodianos:

O termo Herodiano é relacionado ao rei dos judeus, Herodes, o Grande, e designa todos os personagens históricos que tinham laços consagüíneos com ele. Partidário de Herodes, o grande. Formava uma seita para sustentar que o rei Herodes seria o Messias.

- Zelotes:

Significa literalmente alguém que é ciumento em nome de Deus, ou seja, alguém que demonstra excesso de zelo. Apesar de a palavra designar em nossos dias alguém com excesso de entusiasmo, a sua origem prende-se ao movimento político judaico do século I que procurava incitar o povo da Judéia a rebelar-se contra o Império Romano e expulsar os romanos pela força das armas, que conduziu à Primeira Rebelião Judaica (66-70).

- Publicanos:

Coletores de impostos nas províncias do Império Romano. João Batista, quando foi indagado pelos publicanos sobre como deveriam proceder, recomendou-lhes que não tomassem das pessoas além do que lhes estava ordenado recolher (Lc 3:12-13).

- Samaritanos:

Não é uma seita, mas sim uma classe odiada pelos judeus. A religião dos Samaritanos baseia-se no Pentateuco, tal como o judaísmo. Contudo, ao contrário deste, o samaritanismo rejeita a importância religiosa de Jerusalém. Os samaritanos não possuem rabinos e não aceitam o Talmud dos judeus ortodoxos.

As principais instituições judaicas, nos dias de Jesus, eram: O Templo, que era motivo de orgulho para os judeus, as sinagogas, que existiam em qualquer lugar onde havia concentração de judeus e é o local de culto da religião judaica, sendo desprovido de imagens religiosas ou de peças de altar e tendo como o seu objeto central a Arca da Torá, e o sinédrio, que é é o nome dado à assembléia de 23 juízes que a Lei judaica ordena existir em cada cidade.

A Filosofia Judaico-Alexandria era a tentativa de fusão da filosofia de Platão com Moisés. Desenvolveram-se pontos doutrinários interessantes, alguns certos e outros errados e perigosos. Também surgiu a Teologia Rabínica, que incluía a Torá. Desenvolveram-se também nesses 400 anos idéias nacionalistas, sendo as principais o Escribismo, o Saduceismo, o Essenismo e o Apocalipticismo.

Nesses 400 anos Deus preparou o mundo para o advento de Cristo.

Contribuições do Mundo Assírio: Preservação de Judá.

Contribuições do Mundo Babilônico: Os filhos de Deus foram corrigidos, abandonaram a idolatria, trocaram o hebraico pelo aramaico, aprenderam a viver sem o templo, deram-se à arte do comércio, surgiram as sinagogas, as seitas e começa a Diáspora.

Contribuições do Mundo Medo-Persa: Os judeus voltaram para seu país, reconstruíram sua metrópole, seu templo e voltaram à vida livre.

Contribuições do Mundo Grego: Unir os dois mundos (Oriente e Ocidente), disseminar a cultura e a língua gregas pelo mundo, fundar nas grandes cidades centro de cultura helênica e as reações causadas pela divisão de seu império. Língua, Democracia e Filosofia foram importantes. Platão e Sócrates pregavam a existência de um só Deus. A educação era elevadíssima. Os gregos eram vaidosos e ociosos.

Contribuições do Mundo Romano: Sociedade, que era a mais imoral possível, Governo Provinciano, pois Roma era a capital e tinha facilidade de contato com as cidades do Império. Religião, que foi importada da Grécia e o culto aos imperadores. As portas do Comércio se abriram para todo o mundo.

Contribuição dos judeus: As profecias apontavam Judá como berço do nascimento do Messias (Belém). Herodes acabou com os Hasmoneanos. O escribismo foi resistência contra as inovações de saduceus e helenistas. As sinagogas foram criadas. A Setuaginta ajudou aos judeus da Diáspora a ficarem firmes em Deus. O nacionalismo dos judeus também contribuiu para que eles ficassem unidos na esperança.

O mundo em que Jesus nasceu era o melhor de toda sua história, mas estava desiludido e em meio a imoralidade, constantes lutas. Nesse ambiente nasceu Jesus.

REVISÃO DA HISTÓRIA POSTERIOR VETEROTESTAMENTÁRIA

Século - Poder Dominante - Eventos Importantes

A.C. VIII (700 s) - Assíria - Cativeiro do reino nortista de Israel, com destruição da capital, Samaria, em722

A.C. VII (600s) VI (500s) - Babilônia - Cativeiro do reino sulista de Judá, com destruição de Jerusalém em 586

A.C. VI (500s) - Pérsia - Retorno de alguns judeus à Palestina, para reconstruir a nação, o templo e Jerusalém, nos começos de 537

A.C. V (400s) IV (300s) – Grécia-Macedônia - Conquista por Alexandre o Grande e helenização intensa do Oriente Médio

IV (300s) - Morte de Alexandre o Grande, em 323 A.C. e divisão do seu império.

IV (300s) - Egito - Hegemonia dos Ptolomeus sobre a Palestina, 320-198

AC. III (200s) - Primórdios da Setuaginta, com tradução do Pentateuco do hebraico para o grego

II (100s) - Síria - Hegemonia dos Selêucidas sobre a Palestina, 198 - 167

A.C. II (100s) - Desenvolvimento dos partidos helenista e hasidim, dentro do judaísmo

II (100s) - Antíoco Epifânio fracassa em anexar o Egito.

II (100s) - Tentativa violento de Antíoco Epifânio por forçar a completa helenização ou paganização dos judeus, em 168

A.C. II (100s) - Irrompimento da revolta dos Macabeus, em 167 A.C., e obtenção da independência judaica, sob a liderança sucessiva de Matatias, Judas Macabeu, Jônatas e Simão.

I (100s) - Independência judaica - Dinastia Hasmoneana, 142 - 17 A.C.

I (99-1) - Inquietações intestinas I

(99-1) - Desenvolvimento das seitas judaicas Saduceus, Fariseus e Essênios. I

(99-1) - Roma - Subjugação da Palestina pelo general romano Pompeu, em 63 A.C. I

(99-1) - Antipater e seu filho, Herodes o Grande, ascendem ao poder na Palestina,

I (99-1) – Roma - Assassinato de Júlio César

I (99-1) – Roma - Augusto torna-se imperador romano (27 A.C. - 14 D.C.), às expensas de Marco Antônio e Cleópatra


POSTAGEM EM DESTAQUE

MISSIOLOGIA / INTRODUÇÃO

MISSIOLOGIA / INTRODUÇÃO A Missiologia estuda a teologia da missão baseada nos fundamentos bíblicos, abordando elementos de espiritual...

Postagens mais visitadas