quinta-feira, 25 de junho de 2020

CRISTOLOGIA - A HUMANIDADE DE CRISTO - O MINISTÉRIO DE CRISTO

A HUMANIDADE DE CRISTO - O MINISTÉRIO DE CRISTO

Assim como Deus revelou um pouco de sua natureza através dos títulos que recebeu, Jesus também recebe outras denominações na Bíblia:

Emanuel (Mt 1.23) 

Filho De Davi (Lc 20.41) 

Filho De Deus (Jo 1.34) 

Filho Do Homem (Mt 25.31) 

Salvador (Mt. 1:18-25); 

Príncipe Da Paz (Is 9:7). 

Senhor (At 2.36) 

Verbo (Jo 1.1-14);

Servo (Fp 2.7); 

Servo Do Senhor (Is 53); 

Cordeiro De Deus (Jo 1.29);

Sumo-Sacerdote. (Hb 7.26; Hb. 8.6); 

Mediador (1 Tm 2.5);

O Pão da Vida (Jo:6:35; Jo. 6:41; Jo. 6:48; Jo. 6:51); 

A Luz (Jo. 8:12; Jo. 12:46);

A Porta (Jo. 10:7; Jo. 10:9); 

O Bom Pastor (Jo. 10:11; Jo. 10:14);

A Ressurreição e a Vida (Jo. 11:25); 

O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA (Jo. 14:6);

A VIDEIRA VERDADEIRA (Jo. 15:1; Jo. 15:5) 

REI (Jo. 18:37); 

SENHOR (At. 9:5; At. 22:8; At. 26:15); 

SANTO (1 Pe. 1:16); 

ALFA E ÔMEGA (ETERNO) (Ap. 1:8,11,17,18; Ap. 21:6; Ap. 22:13);

RAIZ E GERAÇÃO DE DAVI 

ESTRELA DA MANHà(Ap. 22:16)

Esses títulos dizem respeito tanto a sua natureza divina quanto humana. Essa é uma questão tão importante que uma das heresias mais danosas do primeiro século chamava-se docetismo. Ela afirmava que Jesus não era homem. Essa era uma questão tão séria que quando João escreveu sua primeira epístola, afirmou que se tratava de uma doutrina do anticristo (1 Jo 4.2-3).

Entendendo que Jesus necessariamente era plenamente humano

Para possibilitar uma obediência representativa. Jesus era nosso representante e obedeceu em nosso lugar naquilo que Adão falhou e desobedeceu. Existem paralelos claros entre a tentação de Jesus (Lc 4.1-13) e a prova de Adão e Eva no jardim (Gn 2.15-3.7). Paulo aborda os paralelos entre a desobediência de Adão e a obediência de Cristo em Romanos 5.18-19.

Para ser um sacrifício substitutivo. Se Jesus não fosse homem, não poderia ter morrido em nosso lugar e pago a penalidade que nos cabia. O autor de Hebreus diz:

"convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2.16-17; cf. v. 14).

Para ser o único mediador entre Deus e os homens. Estávamos longes de Deus por causa do pecado, por isso necessitávamos de alguém que se colocasse entre Deus e nós e nos levasse de volta a Ele. Esse mediador precisaria nos representa diante de Deus e representar Deus para nós. Jesus que preencheu esse requisito:

"Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1 Tm 2.5).

Essa função de mediador reforça o conceito que Jesus tinha de ser plenamente homem e plenamente Deus.

Para compadecer-se como sumo sacerdote. O autor de Hebreus lembra que se Jesus não tivesse existido na condição de homem, não teria sido capaz de conhecer por experiência o que sofremos em nossas tentações e lutas nesta vida (Hb 2.18; cf. 4.15-16). A imagem do sumo-sacerdote é uma figura clara de mediador no Antigo Testamento.

Para ser nosso exemplo e padrão na vida. João mostra isso em 1 Jo 2.6 e 1 Jo 3.2-3. Paulo nos diz que somos "transformados [...] na sua própria imagem" (2 Co 3.18), e que devemos ser "conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8.29). Pedro afirma que Cristo nos dá o exemplo contínuo (1 Pe 2.21).

Para ser o padrão de nosso corpo redimido. Jesus ressuscitou num novo corpo "na incorrupção [...] em glória [...] em poder [...] corpo espiritual" (1 Co 15.42-44). Esse novo corpo ressurreto de Jesus aponta como será nosso corpo quando formos ressuscitados dos mortos, porque Cristo é "as primícias" (1 Co 15.23).

Jesus será um homem para sempre

Cristo não abandonou a natureza terrena após sua morte e ressurreição. Ele apareceu aos discípulos como homem após a ressurreição, preservando as cicatrizes dos cravos nas mãos (Jo 20.25-27). O NT afirma que ele possuía carne e ossos (Lc 24.39) e comia (Lc 24.41-42).

O JESUS-HOMEM

Estabelecido o entendimento de sua humanidade, vamos aprofundar a questão do Jesus "homem". Existem mais de 200 profecias sobre o Messias no Antigo Testamento, durante seus anos de vida na terra, Jesus cumpriu muitas delas. Existem várias que ainda cumprirá na segunda vinda, especialmente as que dizem respeito ao Messias governando o mundo,

O nome Jesus significa "Jeová é salvação", sendo a forma grega de "Josué" (Mt 1.21). O termo Cristo foi incorporado quando houve o reconhecimento de que ele era o "Ungido", pois é a forma grega do termo hebraico MESSIAS (At 17.3).

A HUMANIDADE DE CRISTO

O nascimento virginal é uma questão dogmática, que não pode ser "provado" a não ser pelo testemunho das Escrituras. O Novo Testamento afirma claramente que Jesus foi concebido no ventre de sua mãe, Maria, por obra miraculosa do Espírito Santo e sem um pai humano. José apenas o criou como pai.

As genealogias mostram sua linhagem humana. Mateus apresenta 41 nomes (até Abraão) da linhagem materna, enquanto Lucas aponta 77 (até Adão) da linhagem paterna.

Características da humanidade

a. Jesus possuía um corpo humano.

O fato de que Jesus possuía um corpo humano exatamente como o nosso. Ele nasceu assim como nascem todos os bebês humanos (Lc 2.7). Ele viveu assim como crescem todas as outras crianças judias de sua época (Lc 2.40).

b. Jesus possuía uma mente humana.

O fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 2.52) significa que ele passou por um processo de aprendizado assim como acontece com todas as outras crianças; ele aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever, e a ser obediente a seus pais (veja Hb 5.8).

c. Jesus possuía alma/espírito humano emoções humanas

Existem várias indicações de que Jesus possuía alma humana (ou espírito). Logo antes de sua crucificação disse que sua alma estava angustiada (Jo 12.27). João também escreve que Jesus "angustiou-se em espírito" (Jo 13.21).

Sentia emoções (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34), mais especificamente tristeza e angústia (Mt 26:37) alegria (Jo 15:11; 17:13; Hb 12:2) indignação (Mc 3:5; 10:14) ira (Mt 21: 12,13) Se comove e chora (Jo 11:33,35,38) As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano.

Provavelmente por isso foi rejeitado na sua própria cidade de Nazaré, onde o povo que o conhecia havia muitos anos não o recebeu (Mt 13.53-58)

O título "Filho do Homem"

Esse é um termo que causa amplo debate. Primeiramente deve-se entender que o termo não era utilizado em seus dias como é hoje. Chegando ao Novo Testamento, "filho do homem" é usado quase exclusivamente para falar sobre Jesus.

O próprio Cristo utilizou esta expressão para se identificar (Mt 8:6; 9:20; 11.18, entre outros). O título aparece mais de 80 vezes nos evangelhos e também em At 7,56, em Hb 2,6 e em Ap 1,13 e 14,14

Fazendo isso, enfatiza sua própria humanidade, que se fez carne e habitou entre homens

(Jo 1:14). Mas esta descrição jamais é usada para sugerir que Jesus era mero homem.

Para os judeus, o termo fora usado profeticamente Daniel e Ezequiel.

Em Jo 6:62 ele diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Estevão disse que viu "o Filho do Homem, em pé à destra de Deus" (At 7:56). Ou seja, ele usava esse título como uma maneira de enfatizar que era humano, mas não o separava de Deus.

O Ministério de Cristo

Na teologia, uma grande ênfase é dada aos chamados "ofícios de Cristo". Como veio como Messias dos judeus e para os judeus, os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo Testamento eram: o profeta, o sacerdote e o rei.

Esses três ofícios eram distintos.

O profeta falava as palavras de Deus ao povo;

o sacerdote oferecia sacrifícios, orações e louvores a Deus em favor do povo;

e o rei governava o povo como representante de Deus.

1 - CRISTO COMO PROFETA

O AT previa a atuação de Jesus como um profeta (Dt 18.15) e é identificado no NT como tal (At 3.22-24). O próprio Jesus afirmou ser um profeta (Mt 13.57; Mc 6.4; Lc 4.24 e 13.33; Jo 4.44) e entregava aos homens a mensagem de Deus assim como faziam os profetas (Jo 8.26; 12.49-50; 15.15; 17.8)

A atuação de Cristo como profeta -

Jesus proclamou a mensagem de Deus pela pregação e pelo ensino (Mt 4.17; 7.29).

Para isso Jesus usava as sinagogas (Mc 1.21) ou ambientes ao ar livre quando não tinha um espaço fechado disponível (Mc 4.1).

Sua pregação era repleta de ilustrações (Mt 24.40-41; Lc 15.4,8) e cheia de perguntas (Mt 22). Diferente da dos escribas e fariseus, sua pregação possuía autoridade (Mc 1.22);

A autenticação de Cristo como profeta -

A confirmação das profecias de Cristo mostra que de fato ele falava palavras verdadeiras que vinham de Deus, como ao prever que seria traído por alguém próximo (Mt 26.21), que seria entregue à morte pelos líderes dos judeus (Mt 16.21) e que morreria crucificado e ressuscitaria no terceiro dia (Mt 20.19).

2 - CRISTO COMO SACERDOTE

Jesus foi sacerdote da ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 6.20 cf. Sl 110.4). Isso não quer dizer que Melquisedeque era Jesus (Hb 7.3), mas que o sacerdócio de Jesus é superior ao sacerdócio levítico (Hb 7.4-19)

A atuação de um sacerdote -

No Antigo Testamento, os sacerdotes eram designados por Deus "santificar" as pessoas, ou tornavam-nas aceitáveis à presença de Deus, se bem que de forma limitada durante o período do Antigo Testamento. No Novo Testamento, Jesus tornou-se nosso grande sumo sacerdote. Esse tema é bem desenvolvido na carta aos Hebreus, na qual vemos que Jesus atua como sacerdote de duas maneiras.

1. Jesus ofereceu um sacrifício perfeito pelo pecado.

Não foi o sangue de animais como touros ou bodes: (Hb 10.4). Em vez disso, Jesus ofereceu a si mesmo como sacrifício perfeito: (Hb 9.26).

2. Jesus nos aproxima continuamente de Deus.

Os sacerdotes do Antigo Testamento além de fazer sacrifícios, compareciam de modo representativo na presença de Deus, de tempos em tempos, em favor do povo. Como nosso perfeito sumo sacerdote, ele continuamente nos conduz à presença de Deus, de forma que não temos mais a necessidade de um templo nem de um sacerdócio especial em Jerusalém. Por isso nas orações o fazemos "em nome de Jesus".

3. Como sacerdote, Jesus ora continuamente por nós.

Outra função dos sacerdotes era orar a favor das pessoas. O autor de Hebreus nos diz que Jesus também cumpre essa função de intercessor (Hb 7.25). Paulo afirma a mesma coisa quando diz que Cristo Jesus é aquele que intercede por nós (Rm 8.34).

3 - CRISTO COMO REI

A profecia - Isaías profetizou o nascimento de uma criança que se estabeleceria no trono de Davi e reinaria sobre ele (Is 9.7);

O anúncio - Gabriel anunciou a Maria o que Isaías tinha profetizado (Lc 1.32-33);

A aclamação - Jesus foi aclamado pelo povo como rei (Jo 12.13-15);A declaração - Jesus declarou ser rei (Mt 27.11). 47

No Antigo Testamento o rei tinha autoridade para governar a nação de Israel. No Novo Testamento, Jesus nasceu para ser o Rei dos judeus (Mt 2.2), mas recusou o poder militar e político terreno (Jo 6.15). Ele disse a Pilatos :

"O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui" (Jo 18.36).

No céu ele é chamado de "Rei dos reis e Senhor dos Senhores" (Ap 17:4 e 19.16) Esse ofício se revelará em sua totalidade na segunda vinda e reino milenar.

CRISTOLOGIA - JESUS: PROFETA, SACERDOTE E REI

OS OFÍCIOS DE CRISTO

Na época do Antigo Testamento havia três classes de mediadores entre Deus e seu povo: o profeta, o sacerdote, e o rei. Como perfeito Mediador (1 Tm 2:5), Cristo reúne em si mesmo os três ofícios. Jesus é o Cristo-Profeta que ilumina as nações; o Cristo-Sacerdote que se ofereceu como sacrifício pelas nações; o Cristo-Rei que reinará sobre as nações.

1. Profeta.

O profeta do Antigo Testamento era o representante ou agente de Deus na terra, que revelava sua vontade com relação ao presente e ao futuro.

O testemunho dos profetas dizia que o Messias seria um profeta para iluminar Israel e as nações (Is 42:1; vide Rm 15:8). Os Evangelhos também apresentam Jesus da mesma forma, como profeta. (Mc 6:15; Jo 4:19; 6:14; 9:17; Mc 6:4; 1:27)

(a) Como profeta Jesus pregou a salvação.

Os profetas de Israel exerciam seu ministério mais importante em tempos de crises, quando os governadores e demais estadistas e sacerdotes estavam confusos e impotentes para atuar. Era essa a hora em que o profeta entrava em ação e, com autoridade divina, mostrava o caminho para sair das dificuldades, dizendo: "Este é o caminho, andai nele." O Senhor Jesus apareceu em um tempo quando a nação judaica se encontrava em um estado de inquietação causado pelo anelo de libertação nacional.

A pregação de Cristo obrigou a nação a escolher, quanto à espécie de libertação — ou guerra com Roma ou paz com Deus.

Eles escolheram mal e sofreram a desastrosa conseqüência, a destruição nacional. (Lc 19:41-44; vide Mt 26:52) Tal qual seus desobedientes e rebeldes antepassados que certa vez tentaram em vão forçar seu caminho para Canaã (Nm 14:40- 45), assim também os judeus, em 68 A. D., tentaram pela força conquistar sua libertação de Roma. Sua rebelião foi apagada com sangue; Jerusalém e o Templo foram destruídos, e o judeu errante começou sua dolorosa viagem através dos séculos.

O Senhor Jesus mostrou o caminho de escape do poder e da culpa do pecado, não somente à nação, mas também ao indivíduo. Aqueles que vieram com a pergunta : Que farei para ser salvo?, receberam instruções precisas, e essas sempre incluíam uma ordem de segui-lo.

Ele não somente mostrou, mas também abriu o caminho da salvação por sua morte na cruz.

(b) Como profeta Jesus anunciou o reino.

Todos os profetas falaram de um tempo quando toda a humanidade estaria sob o domínio da lei de Deus — uma condição descrita como "o reino de Deus". Esse era um dos temas principais da pregação de nosso Senhor: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus (ou de Deus)" (Mt 4:17). E ele ampliou esse tema descrevendo a natureza do reino, o estado e a qualidade de seus membros, as condições de ingresso nele, a sua história espiritual apos a sua ascensão (Mt 13), e a maneira de seu estabelecimento na terra.

(c) Como profeta Jesus predisse o futuro.

A profecia baseia-se no princípio de que a história não prossegue descontroladamente, porém é controlada por Deus, que conhece o fim desde o princípio.

Ele revelou o curso da história a seus profetas, capacitando-os, dessa maneira, a predizerem o futuro. Como Profeta, Cristo previu o triunfo de sua causa e de seu reino mediante as mudanças da história humana. (Mt cap. 24 e 25)

O Cristo glorificado continua o seu ministério profético por meio de seu corpo, a igreja, à qual prometeu inspiração (Jo 14:26; 16:13), e concedeu o dom de profecia (1 Co 12:10). Isso não significa que os cristãos devam acrescentar algo às Escrituras, que são urna revelação "de uma vez para sempre" (Jd 3); mas, pela inspiração do Espírito, trarão mensagens de edificação, exortação e consolação (1 Co 14:3), baseadas na Palavra.

2. Sacerdote.

Sacerdote, no sentido bíblico, é uma pessoa divinamente consagrada para representar o homem diante de Deus e para oferecer sacrifícios que assegurarão o favor divino. "Porque todo o sumo sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; pelo qual era necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer" (Hb 8:3).

No Calvário, Cristo, o Sacerdote, ofereceu-se a si mesmo em sacrifício, para assegurar o perdão do homem e sua aceitação diante de Deus. Sua vida anterior a este acontecimento foi uma preparação para sua obra sacerdotal.

O Filho Eterno participou de nossa natureza (Hb 2:14-16) e de nossas experiências, porque de outra maneira não podia representar o homem diante de Deus nem oferecer sacrifícios. Não podia socorrer a humanidade tentada sem saber por experiência o que era a tentação. Um sacerdote, portanto, devia ser de natureza humana. Um anjo, por exemplo, não podia ser sacerdote dos homens. Vide o cap. 16 de Lv e os cap. 8 a 10 de Hb.

O sumo sacerdote de Israel era consagrado para representar o homem diante de Deus e para oferecer sacrifícios que assegurariam o perdão e a aceitação de Israel. Uma vez por ano, o sumo sacerdote fazia expiação por Israel; em um sentido típico, ele era o salvador deles, aquele que aparecia ante a presença de Deus para obter o perdão.

As vitimas dos sacrifícios daquele dia eram imoladas no pátio exterior; da mesma maneira Cristo foi crucificado aqui na terra.

Depois o sangue era levado ao lugar santíssimo e aspergido na presença de Deus; da mesma maneira. Jesus ascendeu ao céu "para apresentar-se em nosso lugar na presença de Deus".

A aceitação por Deus, de seu sangue, nos dá a certeza da aceitação de todos os que confiam no seu sacrifício.

Apesar de Cristo haver oferecido um sacrifício perfeito uma vez por todas, sua obra sacerdotal ainda continua. Ele vive sempre para aplicar os méritos e o poder de sua obra expiatória perante Deus, a favor dos pecadores.

O mesmo que morreu pelos homens agora vive para eles, para salvá-los e para interceder por eles. E quando oramos: "Em nome de Jesus", estamos pleiteando a obra expiatória de Cristo como a base da nossa aceitação, porque somente por ela temos a certeza de sermos "aceitos no Amado" (Ef 1:6}

3. Rei.

PROFETIZADO (II Sm 7.12 –16)

- "Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele, como a retirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre."

CUMPRIDO (Lc 1.30–33)

- "Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.".

ESTABELECIDO - Dn 2.44; Ap 11.15; 12.10; 19.16; 20. 1-4; Sl 2. 4-9

O Cristo-Sacerdote é também o Cristo-Rei. O plano de Deus para o Governante perfeito foi o de que ambos os ofícios fossem investidos na mesma pessoa. Por isso, Melquisedeque, por ser tanto rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo, veio a ser um tipo do Rei perfeito de Deus, o Messias (Gn 14:18,19; Hb 7:1-3).

Houve um período na história do povo hebreu quando esse ideal quase se realizou. Mais ou menos um século e meio antes do nascimento de Cristo, o pais foi governado por uma sucessão de sumo-sacerdotes que também eram governantes civis; o governante do pais era tanto sacerdote como rei. Também, durante a Idade Média, o Papa reivindicou e tentou exercer um poder, tanto espiritual como temporal sobre a Europa. Ele pretendia governar como representante de Cristo, segundo afirmava, tanto sobre a igreja como sobre as nações.

O Dr. H. B. Swete, escreveu: "As duas experiências, a judaica e a cristã, fracassaram; e até onde se pode julgar por esses exemplos, nem os interesses temporais nem os espirituais dos homens serão promovidos quando confiados ao mesmo representante. A dupla tarefa é grande demais para ser desempenhada por um só homem."

Mas os escritores inspirados falaram da vinda de Um que era digno de exercer o duplo cargo. Esse era o Messias esperado, um Governante e Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110:1-4), e um "sacerdote no seu trono" (Zc 6:13). Tal é o Cristo glorificado. (Vide Sl 110:1 e Hb 10:13)

De acordo com as profecias do Antigo Testamento, o Messias seria um grande Rei da casa de Davi que governaria Israel e as nações, por meio do seu reino áureo de justiça, paz e prosperidade (Is 11:1-9; Sl 72).

Jesus afirmou ser ele esse Rei. Na presença de Pilatos ele testificou que nasceu para ser Rei; explicou que o seu reino não era deste mundo, isto é, não seria um reino fundado por força humana, nem seria governado de acordo com os ideais humanos (Jo 18:36). Antes de sua morte, Jesus predisse sua vinda com poder e majestade para julgar as nações (Mt 25:31). Mesmo pendurado na cruz ele parecia Rei e como Rei falava, de modo que o ladrão moribundo percebeu esse fato e exclamou: "Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino" (Lc 23:42). Compreendeu que a morte introduziria Jesus no seu reino celestial.

Depois de sua ressurreição, Jesus declarou: "é-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mt 28:18).

Depois de sua ascensão foi coroado e entronizado com o Pai. (Ap 3:21; vide Ef 1:20-22.)

Isso significa que, diante de Deus, Jesus é Rei; ele não é somente Cabeça da Igreja, mas também Senhor de todo o mundo e Mestre dos homens. A terra é dele e tudo o que nela há. Somente dele são o poder e a glória desses resplandecentes reinos que Satanás, o tentador, há muito tempo, mostrou-lhe do cume da montanha.

Ele é Cristo o Rei, Senhor do mundo, Possuidor de suas riquezas, e Mestre dos homens.

Do ponto de vista divino, tudo isso é fato consumado; mas nem todos os homens reconhecem o governo de Cristo. Apesar de Cristo ter sido ungido Rei de Israel (At 2:30), "os seus" (Jo 1:11) recusaram-lhe a soberania (Jo 19:15) e as nações seguem seu próprio caminho sem tomarem conhecimento de seu governo. Essa situação foi prevista e predita por Cristo na parábola das minas (Lc 19:12-25).

Naqueles dias, quando um governante nacional herdava um reino, o costume determinava que ele primeiramente fosse a Roma a fim de recebê-lo do imperador. Depois disto estava livre para regressar e assumir o governo. Assim Cristo compara a si mesmo a um certo nobre que foi a um pais longínquo a receber para si um reino e depois regressou. Jesus veio do céu à terra, ganhou exaltação e soberania por sua morte expiatória pelos homens, e depois ascendeu ao trono do Pai para receber a coroa e o seu governo. "Mas os seus concidadãos aborreciam-se, mandaram após ele embaixadores, dizendo: não queremos que este reine sobre nos."

Israel, igualmente, rejeitou a Jesus como Rei. Sabendo que estaria ausente por algum tempo, o nobre da parábola confiou a seus servos certas tarefas; da mesma maneira, Cristo, prevendo que haveria de transcorrer um período de tempo entre seu primeiro e segundo adventos, repartiu a seus servos a tarefa de proclamar o seu reino e ganhar membros para ele, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Finalmente, o nobre, tendo recebido o reino, regressou à sua terra, recompensou a seus servos, afirmou a sua soberania e puniu os inimigos. Da mesma forma, Cristo regressará ao mundo e recompensará a seus servos, afirmará a sua soberania sobre o mundo e punirá os ímpios.

Esse é o tema central do livro de Apocalipse. (Ap 11:15; 12:10; 19:16) Nessa ocasião, sentar-se-á ele sobre o trono de Davi, e ali continuará o Reino do Filho de Davi, um período de mil anos quando a terra toda desfrutará de um reino áureo de paz e abundância.

Toda esfera de atividade humana estará sob o domínio de Cristo; a impiedade será suprimida com vara de ferro; Satanás será preso, e a terra ficará cheia do conhecimento e da gloria de Deus, "como as águas cobrem o mar".

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