OSÉIAS
Autor
Oséias cujo nome significa ―salvação ou ―libertação, era filho de Beeri, foi escolhido por Deus pra levar sua mensagem a seu povo através do seu casamento com uma mulher que seria infiel a ele, experimentando assim a dor da traição.
Data
Acredita-se que Oséias profetizou em meados do século VIII a.C. (cerca de 750 a.C.) e que seu ministério começou durante o de Amós ou pouco depois, e deve ter profetizado por aproximadamente 38 anos.
Pano de Fundo
O livro de Oséias diz respeito primariamente ao reino setentrional de Israel, de dez tribos (também chamado de Efraim, segundo o nome de sua tribo dominante, nomes estes que são usados de forma intercambiável no livro). Quando Oséias começou a profetizar, durante o reinado do Rei Jeroboão, Israel gozava de prosperidade material. Mas o povo rejeitara o conhecimento sobre Deus. (Os 4:6) Suas práticas iníquas incluíam derramamento de sangue, roubo, fornicação, adultério e a veneração de Baal e dos ídolos-bezerros. (2:8,13; e 4:2,13,14; e 10:5) Depois da morte do Rei Jeroboão a prosperidade cessou, e passaram a prevalecer condições assustadoras, marcadas por inquietação e assassinatos políticos. (2 Rs 14:29 15:30) O fiel Oséias também profetizou em meio a tais circunstâncias. Por fim, em 740 a.C., Samaria caiu diante dos assírios, trazendo o fim ao reino de dez tribos. 2 Rs 17:6.
VOCÊ SABIA?
- Oséias, Josué e Jesus, se originam da mesma raiz hebraica que
significa ―salvação ou ―Javé é salvação.
- Oséias é conhecido como o profeta do amor divino.
- ―Efraim, a maior tribo do norte, muitas vezes significa ―Israel no texto (5.3,5,11,13).
Conteúdo
O Livro de Oséias é a respeito de um povo que tinha necessidade de ouvir sobre o amor de Deus, de um Deus que queria falar com eles e da maneira singular que Deus escolher para demonstrar seu amor a seu povo.
Deus usa a mensagem do profeta através de sua trágica história familiar:
Oséias casa-se com Gômer. Ele a ama intensamente, mas ela o trai, foge, prostitui-se e se torna escrava (Oséias 1 e 2). Oséias, contudo, continua a amá-la e a perdoa e a compra (Os 3).
Todo este quadro representa o casamento de Deus com Israel e sua traição. Oséias revela ao povo a sua infidelidade para com o Senhor, e o juízo que adviria disto (Os 4-10). Oséias também aponta para o reino de Israel, ao final de sua mensagem, um caminho de arrependimento, graça e salvação (Os 11.14).
O profeta Oséias mostra que o amor de Deus para com Israel era um amor antigo (Os 11.1). Promete cura e restauração (Os 14.4,5). Israel, contudo, não ouviu esta mensagem e foi destruído no ano 722 a.C. pelos assírios.
Conclusão
Nada pode anular o amor de Deus por seu povo. Como um cônjuge no casamento, Deus está profundamente envolvido na vida de seu povo, afligido por sua rebeldia e infidelidade. Deus exige amor e lealdade dos seus. Muitas vezes, o povo de Deus do passado e do presente falhou e tem falhado na demonstração de um amor sincero para com ele. Mas Deus continua disposto a perdoar e a restaurar aqueles que se voltam para ele arrependidos. Ao comprar a liberdade de Gômer, Oséias aponta para o futuro, para o amor de Deus expresso de maneira perfeita em Cristo, que compra a liberdade de sua noiva, a igreja, com a própria vida.
PARA MAIS ESTUDO
- 1.2 significa que Gômer era uma prostituta antes do casamento?
- De que maneira os cristãos de hoje são infiéis a Deus?
- Como Deus tem mostrado seu amor persistente por nós?
- Quais as aplicações do casamento de Oséias e Gômer para o casamento (e divórcio) de hoje?
JOEL
Data
Não há como datar o livro com absoluta certeza, e os estudiosos variam em suas opiniões. Contudo, muitos sustentam que Joel profetizou durante os primeiros trinta anos do reinado de Joás (835-796 a.C.), quando Joiada era o conselheiro do rei. Isso colocaria o ministério de Joel por volta de 835-805 a.C.
VOCÊ SABIA?
- A praga de gafanhotos é uma das piores calamidades que pode sobrevir a um povo agrícola. Nessa ocasião foi seguida por uma seca desastrosa.
- Joel é um dos primeiros livros proféticos.
- O Dia do Senhor: Is 2.12, 17-20; 3.7-18; 4.1,2; 13.6-9; Jr 46.10; Ez 13.5; 30.3; Am 5.18; Sf 1.7,14; Ml 4.5; 1 Co 5.5; 1 Ts 3.2; 2 Ts 2.2; 2 Pe 3.10.
Conteúdo
A terra acabara de ser assolada por uma praga de gafanhotos que devorara toda a plantação, promovendo fome, seca e desemprego. Morriam o povo e os animais. O desespero era incomparável. Esta é a ocasião em que o profeta se levanta em nome do Senhor anunciando-lhes que a praga era juízo imediato ao estado de pecado e indiferença do povo para com Deus. Era também símbolo do juízo final, do "Dia do Senhor".
Há aqui, também, uma visão completa e complexa, pois o ―Dia do Senhor é profeticamente um dia escatológico, mas naquela hora é o dia da praga de gafanhotos e o dia da invasão babilônica, dias este em que o Senhor, em escala menor, manifestaria o Seu juízo.
Conclusão
Deus pode valer-se das crises para dar a seu povo consciência de sua máxima dependência de Deus e de sua necessidade de renovação espiritual. O pecado é sério e merece julgamento divino. O julgamento pode ser evitado por meio de orações e arrependimento sinceros. Deus é bom e misericordioso. Seu desejo é perdoar seu povo e derramar seu Espírito sobre ele.
AMÓS E OBADIAS
AMÓS
Autor
Amós, cujo nome significa ―Aquele eu suporta o jugo‖, era originário de Tecoa (1.1), cidadezinha a quase 10 km ao sul de Belém, distante quase 18 km de Jerusalém. Não era um homem da corte, como Isaías, nem sacerdote, como Jeremias. Ganhava a vida cuidando do rebanho e das figueiras bravas (1.1; 7.14,15). Não se sabe se era dono dos rebanhos e das figueirais ou se trabalhava como empregado. Sua perícia com as palavras e o alcance notadamente amplo de seus conhecimentos históricos e cosmológicos, em geral, excluem a hipótese de ser um camponês iletrado. Embora morasse em Judá, foi enviado para proclamar o juízo divino contra o Reino do Norte (Israel). É provável que tenha ministrado a maior parte do tempo em Betel (7.10-13), principal santuário religioso de Israel, onde as camadas sociais superiores do Reino do Norte adoravam.
Data
Amós profetizou durante os reinados de Uzias, de Judá (792-740 a.C.), e Jeroboão II de Israel (793-753 a.C.). Seu ministério foi realizado entre 760 e 750 a.C. e parece ter ocorrido em menos de dois anos.
VOCÊ SABIA?
- Repare no uso de ilustrações referentes ao campo: 3.4,5,12; 5.8,19;
9.9.
- Citações no Novo Testamento: 4.11 (Rm 9.29); 5.25-27 (At 7.42-43); 8.9 (Mt 24.29); 9.11-12 (At 5.16-18).
Pano de Fundo
Fazia cerca de 200 anos que as dez tribos haviam se separado do Reino de Davi (931 a.C.) e estabelecido o reino independente do Norte. Durante parte desse tempo o culto a Baal fora adotado, e muitas das práticas abomináveis da idolatria ainda predominavam. Deus enviara Elias, depois Eliseu, mas sem nenhum efeito sobre o povo que, endurecido pela idolatria e perversidade, descambava veloz para a ruína. Foi, então, que Deus levantou Amós, num último esforço de frear a nação. Esta profecia foi proferida uns 30 anos antes da queda de Israel.
Conteúdo
O tempo de Jeroboão II é um tempo áureo no campo político e expansionista. Israel está em paz, próspero, com seus pequenos inimigos vizinhos subjugados e sem ameaças de qualquer grande império mundial.
O contrário se dá em sua vida moral, espiritual e social. Ainda adoravam ao bezerro de ouro dedicado a Baal, seus sacerdotes eram escolhidos politicamente e eles eram corruptos, ladrões e hipócritas. Os cultos eram mecânicos e vazios. Os juízes eram subornáveis. Os pobres eram oprimidos pelos ricos, havia adultério e promiscuidade, tudo realizado por um povo que se chamava povo de Deus. Como havia paz e prosperidade econômica, eles se achavam protegidos do Senhor e isentos de qualquer juízo condenatório. Deus, então levanta um profeta de Judá, Amós, e o envia a Israel. Amós vai parar no centro religioso do reino do Norte, Betel, e ali começa a pregar as suas mensagens.
Amós prega e diz que Israel é realmente uma nação escolhida. Mas não para prevalecer-se disto e exercer idolatria, impiedade e justiça. Pelo contrário. Deus os responsabiliza ante o mundo para serem modelo e exemplo. O juízo de Deus virá (e veio pelos assírios cerca de 40 anos depois). Em sua mensagem profética Amós diz que Deus estava enjoado de cultos hipócritas de um povo que era idólatra e opressor do pobre. ðConclusão Deus não tolera o pecado de injustiça social; antes, pune os malfeitores teimosos. Deus não se agrada do culto exterior dos que oprimem o próximo. Os atos divinos de bondade e a revelação de sua vontade no passado tornam seu povo particularmente responsável pela vida que levam.
PARA MAIS ESTUDOS
- O que de fato agrada a Deus? Nossas prioridades religiosas são as prioridades de Deus?
- O que ensina Amós sobre as responsabilidades das nações diante de Deus? Em que pontos nossa nação é injusta? Como agimos para transformá-la?
- Até que ponto somos justos no tratamento que dispensamos aos outros no dia a dia?
OBADIAS
Autor
O profeta é conhecido somente como Obadias, ―Servo/adorador de Jeová. Nome muito comum. Não é mencionado o nome de seu pai nem o local do seu nascimento.
Data
O fundo histórico da destruição de Jerusalém coloca a data da profecia de Obadias logo após 586 a.C., o ano no qual a cidade sagrada foi derrotada pelos babilônios. A mensagem foi, provavelmente, dada durante o período do exílio de Judá, quando Obadias alerta Edom sobre a vingança de Deus, que estava se aproximando, e assegura a Judá quanto ao contínuo cuidado do Senhor. Mesmo assim, há quem acredite que essa profecia tenha sido no reinado do rei Jorão (853 – 841 a.C.).
VOCÊ SABIA?
- Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento, e talvez o primeiro
livro profético.
- A nação de Edom ficou no meio de pedras e montanhas quase invencíveis.
Mas a soberba do povo terminou na sua queda.
- Não há referência de Obadias no Novo Testamento.
Contexto
As relações entre Israel e Edom foram marcadas pela inimizade, inveja e ciúmes. O rancor começou quando os dois irmãos gêmeos Esaú e Jacó se dividiram em disputa (ver Gn 27.32–33). Os descendentes de Esaú, consequentemente, se estabeleceram numa área chamada Edom, situada ao sul do mar Morto, enquanto os descendentes de Jacó continuaram em direção à Terra Prometida, habitaram em Canaã e se tornaram o povo de Israel. Com o passar dos anos numerosos conflitos se desenvolveram entre os edomitas e os israelitas. Essa amarga rivalidade forma o fundo histórico da profecia de Obadias.
Ao longo do período de cerca de 20 anos (605-586 a.C.), os babilônios invadiram a terra de Israel e fizeram repetidos ataques à Jerusalém, a qual foi finalmente devastada em 586 a.C. Os edomitas viram essas incursões como uma oportunidade para extinguir sua amarga sede contra Israel. Então, os edomitas juntaram-se aos babilônios contra seus parentes e ajudaram a profanar a terra de Israel.
Conteúdo
Estamos no ano 586 a.C. Jerusalém é invadida, queimada, destruída e assolada pelos babilônicos.
Nesta invasão os babilônicos contam com a inesperada ajuda do pequeno vizinho de Judá, o inimigo reino de Edom. Edom presenciou o cerco e ajudou a invasão (v.11), alegrando-se com isso (v.12), colaborando na pilhagem (v.13 e 14) e na entrega dos fugitivos (Sl 137.7 e Lm 4.21). Judá, desolado, angustiado, triste e arruinado. Enquanto isto, em Edom, havia alegria, júbilo, orgulho, festa e sensação de vitória.
Neste contexto Deus levanta Obadias com uma visão sobre o juízo de Deus vindo contra Edom, que se orgulhava da sua privilegiada posição geográfica: estava localizado em uma cadeia de montanhas e sua capital era inacessível. Orgulhava-se também de seus homens valentes e sábios
E em sua mensagem profética Obadias anuncia o juízo de Deus sobre este arrogante reino, dizendo a eles que o juízo viria através dos seus próprios aliados E isto ocorreu através dos babilônicos (cerca de cinco anos depois desta profecia) e mais tarde pelos árabes (ano 70 a.D.).
Conclusão
Deus é justo e considera culpados aqueles que tiram vantagem dos que atravessam tempos de aflição. Ao esquecer que eles e os judeus tinham Abraão por ancestral em comum, os edomitas acabaram vítimas da promessa de Deus a Abraão:
“Abençoarei os que te abençoarem... e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn 12.3)
A mensagem de Obadias mostra também que o nosso Deus reinará soberanamente sobre todas as nações da terra e todos os povos verão o seu reino eterno. ―Aconteça o que acontecer, Jesus Cristo, o Senhor, há de restaurar todas as coisas, para a glória do Pai. (Dionísio Pape).
PARA MAIS ESTUDOS
- Qual a nossa reação quando os outros aproveitam de nosso infortúnio? Confiamos que Deus será justo ou resolvemos as coisas do nosso jeito?
- Procure estudar sobre Edom:
- Origens;
- História;
- Destino;
- Profecias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário