sexta-feira, 29 de maio de 2020

ANTROPOLOGIA - A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM

ANTROPOLOGIA - A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM

A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM

"Façamos o homem … nossa imagem, conforme a nossa semelhança." (Vide Gn 5:1; 9:6; Ec 7:29; At 17:26,28,29; 1 Co 11:7; 2 Co 3:18; 4:4; Ef 4:24; Cl 1:15; 3:10; Tg 3:9; Is 43:7; Ef 2:10)


O homem foi criado à semelhança de Deus, foi feito como Deus em caráter e personalidade. E em todas as Escrituras o ideal e alvo exposto diante do homem é o de ser semelhante a Deus. (Lv 19:2; Mt 5:45-48; Ef 5:1) E ser como Deus significa ser como Cristo, que é a imagem do Deus invisível.

Consideremos alguns dos elementos que constituem a imagem divina no homem:

1. Parentesco com Deus.

A relação de Deus com as primeiras criaturas viventes consistia em essas, de maneira inflexível, obedecerem aos instintos implantados pelo Criador; mas a vida que inspirou ao homem foi resultado verdadeiro da personalidade de Deus.

O homem, na verdade, tem um corpo feito do pó da terra, mas Deus soprou nas narinas o sopro da vida (Gn 2:7); dessa maneira dotou-o de uma natureza capaz de conhecer, amar e servir a Deus.

Por causa dessa imagem divina todos os homens são, por criação, filhos de Deus.

Mas, desde que essa imagem foi manchada pelo pecado, os homens devem ser recriados ou nascidos de novo (Ef 4:24) para que sejam em realidade filhos de Deus.

Um erudito da língua grega aponta o fato de uma das palavras gregas traduzidas por "homem" (anthropos) ser uma combinação de palavras significando literalmente "aquele que olha para cima".

O homem é criatura de oração, e há ocasião na vida dos mais perversos quando eles invocam a algum Poder Supremo para socorrê-los.

O homem pode não entender a grandeza da sua dignidade, e assim se tornar semelhante aos irracionais que perecem (Sl 49:20), mas ele não é irracional.

Mesmo na sua degradação, o homem é testemunha da sua origem nobre, pois o animal não pode degradar-se.

Por exemplo, ninguém pensaria em ordenar a um tigre dizendo: "Sê tigre !" Ele sempre foi e sempre será tigre! Mas a ordem, "Sê homem", leva um verdadeiro significado àquele que se degradou.

Por mais que se tenha o homem degradado, ainda ele reconhece que deveria estar em plano mais elevado.

2. Caráter moral.

O reconhecimento do bem e do mal pertence somente ao homem.

A um animal pode-se ensinar a não fazer certas coisas, mas é porque essas coisas são contrárias à vontade do dono e não porque o animal saiba que estas coisas são sempre corretas e outras sempre erradas. Em outras palavras, os animais não possuem natureza religiosa ou moral; não são capazes de ser instruídos nas verdades concernentes a Deus e à moralidade.

Assim escreve um grande naturalista: Concordo plenamente com a opinião dos escritores que asseguram ser o sentido moral, ou seja, a consciência, a mais importante de todas as diferenças entre o homem e os animais inferiores. Esse sentido está resumido naquele curto mas imperioso "deve", tão cheio de significação. É o mais nobre de todos os atributos do homem.

3. Razão.

O animal é meramente uma criatura da natureza; o homem é senhor da natureza. Ele é capaz de refletir sobre si próprio e arrazoar a respeito das causas das coisas.

Pensem nas invenções maravilhosas que surgiram da mente do homem — o relógio, o microscópio, o vapor, o telégrafo, o rádio, a máquina de somar, e outras numerosas demais para se mencionar.


Olhem a civilização construída pelas diversas artes.

Considerem os livros que foram escritos, a poesia e a música que foram compostas. E então adorem ao Criador por esse dom maravilhoso da razão!

A tragédia da história é esta: Que o homem tem usado esse dom para propósitos destrutivos, até mesmo para negar o Criador que o fez uma criatura pensante.

4. Capacidade para a imortalidade.

A existência da árvore da vida no Jardim do Éden indica que o homem nunca teria morrido se não tivesse desobedecido a Deus.

Cristo veio ao mundo para colocar a Alimento da Vida ao nosso alcance, para que não pereçamos, mas vivamos para sempre.

5. Domínio sobre a terra.

O homem foi designado para ser a imagem de Deus com respeito à soberania; e como ninguém pode ser monarca sem súditos e sem reino, Deus deu-lhe tanto um "império" como um "povo".

Deus os abençoou, e lhes disse: "Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra" (Gn 2:28.Vide Sl 8:5-8)

Em virtude dos poderes implícitos em ser o homem formado à imagem de Deus, todos os seres viventes sobre a terra estavam entregues na sua mão. Ele devia ser o representante visível de Deus em relação às criaturas que o rodeavam.

O homem tem enchido a terra com as suas produções.


É um privilégio especial do homem subjugar o poder da  natureza à sua própria vontade.

Ele, o homem, obrigou o relâmpago a ser o seu mensageiro, tem circundado o globo, subido até às nuvens e penetrado as profundezas do mar. Ele tem jogado as forças da natureza umas contra as outras, mandando os ventos ajudá-lo em enfrentar o mar.

Se é tão maravilhoso o domínio do homem sobre a natureza externa e inanimada, mais maravilhoso ainda é o seu domínio sobre a natureza animada.

Vejam o falcão treinado derribar a presa aos pés do seu dono e voltar quando os grandes espaços o convidam à liberdade; vejam o cão usar a sua velocidade a serviço do dono, tomar a presa que não será sua; vejam o camelo transportar o homem através do deserto, sua própria habitação. Todos eles mostram a capacidade criadora do homem e a sua semelhança com Deus o Criador.

A queda do homem resultou na perda e no desfiguramento da imagem divina. Isto não quer dizer que os poderes mentais e psíquicos (a alma) foram perdidos; mas que a inocência original e a integridade moral, nas quais foi criado, foram perdidas por sua desobediência.

Portanto, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e está sem esperança, a não ser por um ato de graça que lhe restaure a imagem divina.

ALIANÇAS ENTRE DEUS E O HOMEM

Como Deus se relaciona com o homem?

Desde a criação do mundo o relacionamento entre Deus e o homem tem sido definido por promessas e requisitos específicos.

Deus revela às pessoas como ele deseja que ajam e também faz promessas de como agirá com eles em várias circunstâncias.

A Bíblia contém vários tratados a respeito das provisões que definem as diferentes formas de relacionamento entre Deus e o homem que ocorrem nas Escrituras, e frequentemente chama esses tratados de alianças.

Podemos apresentar a seguinte definição das alianças entre Deus e o homem nas Escrituras :

“Uma aliança é um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições no relacionamento entre as partes.”

OUTRAS DEFINIÇÕES:

AURÉLIO: “Do francês alliance”. Ato ou efeitos de aliar(-se). Ajuste, acordo, pacto. União por casamento. Cada um dos pactos que, segundo as Escrituras, Deus fez com os homens.

ENCICLOPÉDIA HISTÓRICO-TEOLÓGICA: “Um pacto ou contrato entre duas partes, que as obriga mutuamente a assumir compromissos de cada uma em prol da outra. Teologicamente (usado a respeito dos relacionamentos entre Deus e o homem) denota um compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de beneficiar e abençoar o homem, e especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprir os deveres envolvidos neste compromisso”.

DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA: No grego é “ditheke” (dia + tithemi, “por, colocar, expor, dispor” = “Expor mediante um testamento”). Significa, portanto, uma decisão irrevogável, que não pode ser cancelada por pessoa alguma. Uma condição prévia da sua Eficácia diante da lei é a morte do testador (“Porque onde há testamento é necessário que intervenha a morte do testador” – Hb 9:16).

AS ALIANÇAS DE DEUS


POR QUE DEUS FAZ ALIANÇA COM O HOMEM?

Porque através das alianças Deus expressa seu pensamento, seus propósitos.

Porque mediante alianças com o homem Deus lhe aumenta a fé.

Para dar-lhe garantia. “Ao fazer uma aliança, Ele informa claramente ao homem qual o intento do coração divino.” (WatchmanNee).

AS PRINCIPAIS ALIANÇAS ENTRE DEUS E O HOMEM

Adão: Gn 2:15 – 17.

Noé: Gn 6:18.

Abraão: Gn 17:1 – 8.

Moisés: Êx 19:5 – 6.

Davi: Sl 89:20 – 37 (2 Sm 7:12 – 17).

OUTRA FORMA DE DIVIDIR AS ALIANÇAS

Aliança das Obras

Aliança da Redenção

Aliança da Graça

Um elemento muito importante nas alianças que Deus tinha em Israel achava-se no duplo aspecto da condicionalidade e da incondicionalidade.

As Suas promessas solenes, que tinham a natureza de um juramento obrigatório, deviam ser consideradas passíveis do não cumprimento, caso os homens deixassem de viver à altura das suas obrigações para com Deus? Ou havia um sentido em que os compromissos que Deus assumiu segundo a aliança tinham absoluta certeza de cumprimento, sem levar em conta a infidelidade do homem? A resposta a esta pergunta tão debatida parece ser:

(1) Que as promessas feitas por Jeová na aliança da graça representam decretos que Ele certamente realizará, quando as condições forem propícias ao seu cumprimento.

(2) Que o benefício pessoal – e especialmente o benefício espiritual e eterno – da promessa de Deus será creditado somente àqueles indivíduos do povo, da aliança divina que manifestarem uma fé verdadeira e viva (demonstrada por uma vida piedosa).

Sendo assim, o primeiro aspecto é ressaltado pela forma inicial da aliança com Abraão, em Gn 12:1 – 3.

Não há sombra de dúvida de que Deus não deixará de fazer Abraão uma grande nação, de tornar grande o seu nome e de abençoar todas as nações da terra através dele e da sua posteridade. É assim que o plano de Deus é exposto desde o início; nada o frustrará. Por outro lado, os filhos de Abraão devem receber os benefícios pessoais somente na medida em que manifestarem a fé e a obediência de Abraão; Assim diz Êx 19:5. Ou seja, Deus cuidará para que o Seu plano de redenção seja levado a efeitos na história, mas também fará com que nenhum transgressor das exigências de santidade participe dos benefícios eternos da aliança.

Nenhum filho da aliança que Lhe apresente um coração infiel será incluído nas bênçãos da Aliança. (Enciclopédia Histórico-Teológica)

NOVA ALIANÇA

É digno de nota que, embora “aliança” ocorra quase 300 vezes no AT, ocorre somente 33 vezes no NT.

Quase metade destas ocorrências se acham em citações do AT, e outras 5 claramente se aludem a declarações no ATOS

A NOVA ALIANÇA É SUPERIOR PORQUE O MEDIADOR É SUPERIOR

Hb 8:6. “Posto que uma aliança envolve duas partes contratantes, o mediador é intermediário cuja tarefa é manter as partes em comunhão uma com a outra.

Num caso em que Deus é uma das partes e o homem é a outra, a ideia da aliança é inevitavelmente unilateral.

A apostasia é sempre do lado do homem, e, portanto, a tarefa do mediador é principalmente agir em prol do homem diante de Deus, embora também deva agir em prol de Deus diante dos homens” (Donald Guthrie).

A NOVA ALIANÇA É SUPERIOR PORQUE É INSTITUÍDA COM BASE EM SUPERIORES PROMESSAS:

Regeneração

Purificação

Justificação

Vida e Poder

O que significa “receber” a Jesus?

Podemos afirmar que “receber” a Jesus é fazer uma aliança com Ele, o que implica em fidelidade até o fim.

“Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça” (Cl 2:6-7).

ANTROPOLOGIA

O USO DA PALAVRA HOMEM COMO REFERÊNCIA À RAÇA HUMANA

Antes de discutir o assunto mesmo deste capítulo, é preciso ponderar brevemente se é correto usar a palavra homem para referir-se a toda a raça humana (como no título deste capítulo). Algumas pessoas hoje contestam veementemente o uso da palavra "homem" para representar a raça humana em geral (incluindo homens e mulheres), pois alegam que tal costume desrespeita as mulheres. Os que fazem essa objeção preferem que, para nos referir à raça humana, usemos exclusivamente termos "neutros" como "humanidade", "seres humanos" ou "pessoas".

POR QUE O HOMEM FOI CRIADO?

Deus não precisava criar o homem, mas nos criou para a sua própria glória.

Deus nos criou para a sua própria glória. Na análise da independência divina, observamos que Deus se refere aos seus filhos e filhas das extremidades da terra como aqueles "que criei para minha glória" (Is 43.7; cf. Ef 1.11-12). Portanto, devemos fazer "tudo para a glória de Deus" (1 Co 10.31).

Esse fato garante a relevância da nossa vida. Percebendo que Deus não precisava nos criar, e que não precisa de nós para nada, poderíamos concluir que nossa vida não tem a menor importância. Mas as Escrituras nos dizem que fomos criados para glorificar a Deus, indicando que somos importantes para o próprio Deus.

Qual o nosso propósito na vida?

O fato de Deus nos ter criado para a sua própria glória determina a resposta correta à pergunta: "Qual o nosso propósito na vida?" Nosso propósito deve ser cumprir a meta para que Deus nos criou : glorificá-lo. Quando falamos com respeito ao próprio Deus, eis aí um bom resumo do nosso propósito. Mas quando pensamos nos nossos próprios interesses, fazemos a feliz descoberta de que devemos nos alegrar em Deus e encontrar prazer no nosso relacionamento com ele. Diz Jesus: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10.10). Davi diz a Deus: "Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente" (Sl 16.11).

Ao se abordar a questão da criação, inevitavelmente surge a questão da "teoria da evolução". Dentro da teologia existam diferentes maneiras de se ver as origens

A) Evolução ateísta

Envolve a origem com base em um processo natural, tanto no surgimento da primeira substância viva como no de novas espécies. Essa teoria afirma que, bilhões de anos atrás, substâncias químicas existentes no mar, influenciadas pelo Sol e pela energia cósmica, acabaram unindo-se por obra do acaso dando origem a organismos unicelulares. Desde então, vêm se desenvolvendo por intermédio de mutações benéficas e de seleção natural, formando todas as plantas, animais e pessoas.

B) Evolução teísta

A evolução teísta afirma que Deus direcionou, usou e controlou o processo da evolução natural para "criar" o mundo e tudo que nele existe.

Normalmente, essa visão inclui as seguintes ideias:

Os dias da criação de Gênesis 1, na verdade, foram eras; O processo evolutivo estava envolvido na criação de Adão; A Terra e as formas pré-humanas são extremamente antigas.

C) Criação 

Tem a Bíblia como sua única base e entende que a ciência pode contribuir para nosso entendimento, mas nunca pode mudar nossa interpretação das Escrituras para acomodar suas descobertas.

A Criação ensina que o homem foi criado por Deus, à sua imagem, a partir do pó da terra, soprando-lhe nas narinas fôlego de vida (Gn 1.27; 2.7). Nunca existiu uma criação subumana ou um processo de evolução.

Os criacionistas, apesar de discordarem em detalhes secundários, se unem na crença de que Gênesis 1 é um relato literal e que Adão foi o primeiro homem.

2 - A TEORIA DA EVOLUÇÃO

A) Os princípios da evolução

As estrelas e os planetas são resultado do "Big Bang", uma explosão de prótons e de nêutrons comprimidos e em alta rotação;

A vida começou completamente ao acaso, quando uma célula única surgiu da matéria inanimada;

Todos os organismos vivos evoluíram dessas formas elementares, ganhando complexidade durante o processo, o qual também produziu o ser humano.

B) O processo da evolução 

As mutações constituem o fator principal da evolução e são pequenas e repentinas mudanças no DNA dos genes, os quais são transmitidos aos descendentes.

A seleção natural entra em seguida, fazendo a filtragem dos resultados mais fracos das mutações e gerando assim um estágio mais forte e evoluído que o anterior.

Em terceiro lugar está o tempo, visto que alterações e perpetuações desse porte nunca poderiam ocorrer em poucos milhões de anos. Desse modo, a evolução segue a seguinte fórmula matemática: MUTAÇÕES X SELEÇÃO NATURAL X TEMPO = EVOLUÇÃO.

3 - OS PROBLEMAS DA EVOLUÇÃO

A) Problemas nas mutações

a) Mutações são raras e quase sempre são prejudiciais;

b) Nunca foi observada uma mutação que produzisse uma nova espécie mais avançada.

B) Problemas na seleção natural

a) A seleção natural acontece na natureza como acontece nos laboratórios em que são impostas circunstâncias próprias para a seleção natural

b) Mutações únicas aguardariam outras mutações necessárias para sua perpetuação (Exemplo: olho e ducto lacrimal).

c) A seleção natural perpetua o ser mutante

C) Problemas com a quantidade de tempo necessária

Toda a teoria da evolução depende do acaso. O acaso está contido em inúmeras possibilidades. O tempo exigido para que todos os "acasos" ocorressem de forma a produzir a primeira célula é incrivelmente grande, porque as chances de ocorrerem os tais acasos são muito pequenas.

Do ponto de vista da teologia bíblica, a criação do homem baseia-se no testemunho bíblico (Gn 1-2; Ex 20.9-11; Mt 19.4-6) e na necessidade de fé (Hb 11.3);

2) AS CARACTERÍSTICAS DA CRIAÇÃO DO HOMEM

Foi planejada (Gn 1.26);

Ocorreu de forma direta, especial e imediata (Gn 1.27; 2.7);

O homem foi formado do pó da terra (Gn 2.7) de um modo maravilhoso (Sl 139.14);

Foi dada ao homem uma alma (Gn 2.7). Essa alma é imortal, o que dá ao homem um valor incomparável (Mt 16.26; Fp 1.22-23);

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27; 5.1; 9.6; 1 Co 11.7).

3) SIGNIFICADO DO CONCEITO DA IMAGEM DE DEUS

Quando a Bíblia diz que o homem foi criado à imagem de Deus significa que Deus comunicou ao homem algumas qualidades que não compartilhou com os outros seres terrestres:

a) Inteligência (Sl 139.14);

b) Emoções (Mt 26.38);

c) Vontade (Pv 21.10).

Aspectos específicos da nossa semelhança a Deus.

Embora tenhamos argumentado acima que seria difícil definir todos os aspectos em que somos semelhantes a Deus, podemos assim mesmo mencionar vários aspectos que nos revelam mais parecidos com Deus do que todo o restante da criação.

ASPECTOS MORAIS

(1) Somos criaturas moralmente responsáveis pelos nossos atos perante Deus. Correspondente a essa responsabilidade, temos

(2) um senso íntimo de certo e errado que nos separa dos animais (que têm pouco ou nenhum senso inato de moralidade ou justiça, mas simplesmente reagem ao medo do castigo ou à esperança da recompensa). Quando agimos segundo os parâmetros morais divinos, nossa semelhança a Deus se espelha numa

(3) conduta santa e justa perante ele, mas, por outro lado, nossa dessemelhança a Deus se revela sempre que pecamos.

ASPECTOS ESPIRITUAIS

(4) Não temos somente corpos físicos, mas também espíritos imateriais, e podemos portanto agir de modos significativos no plano de existência imaterial, espiritual. Isso significa que temos

(5) uma vida espiritual que possibilita que nos relacionemos pessoalmente com Deus, que oremos a ele e o louvemos, e ouçamos as palavras que ele nos diz. Animal nenhum jamais passou uma hora absorto em oração intercessória pela salvação de um parente ou de um amigo! Vinculado a essa vida espiritual está o fato de possuirmos

(6) imortalidade; não cessaremos de existir, mas viveremos para sempre.

ASPECTOS MENTAIS.

(7) Temos a capacidade de raciocinar e pensar logicamente e de conhecer o que nos distingue do mundo animal. Os animais às vezes exibem conduta admirável na solução de complicações e problemas no mundo físico, mas certamente não se ocupam do raciocínio abstrato? não há algo como a "história da filosofia canina", por exemplo, nem nenhum animal desde a criação evoluiu na compreensão de problemas éticos ou no uso de conceitos filosóficos, etc.

(8) O uso que fazemos da linguagem complexa, abstrata, nos distingue dos animais. Pude pedir ao meu filho de quatro anos de idade que fosse pegar a chave de fenda grande e vermelha lá na caixa de ferramentas no porão. Mesmo que jamais a tivesse visto antes, poderia facilmente executar a tarefa, pois já conhecia os significados de "ir", "pegar", "grande", "vermelha", "chave de fenda", "caixa de ferramentas" e "porão".

(9) Outra diferença intelectual entre seres humanos e animais é que temos uma noção de futuro distante, até um senso íntimo de que sobreviveremos à nossa morte física, senso que a muitos proporciona o desejo de tentar mostrar-se retos diante de Deus antes de morrer (Deus "pôs a eternidade no coração do homem", Ec 3.11).

(10) Nossa semelhança a Deus também se percebe na criatividade humana em áreas como a arte, a música e a literatura, e na engenhosidade científica e tecnológica. Não devemos pensar que essa criatividade se restringe aos músicos ou artistas mundialmente famosos; também se reflete de maneira muito bela nas peças ou brincadeiras inventadas pelas crianças, na destreza que há no preparo de uma refeição, na decoração de um lar ou no cultivo de um jardim, e na criatividade exibida por todo ser humano que conserta algo que simplesmente não funcionava bem.

(11) No aspecto das emoções, nossa semelhança a Deus se percebe numa grande diferença de grau e complexidade. É claro que os animais também exibem algumas emoções (qualquer pessoa que já tenha tido um cachorro certamente se lembra de evidentes expressões de alegria, tristeza, medo de castigo diante do erro, raiva se outro animal invade seu "território", contentamento e afeto, por exemplo). Mas na complexidade das emoções que vivenciamos, novamente somos bem diferentes do resto da criação.

ASPECTOS RELACIONAIS

Além da capacidade única de nos relacionarmos com Deus, há outros aspectos relacionais ligados à imagem de Deus.

(12) Embora os animais sem sombra de dúvida tenham alguma noção de comunidade, a profundeza de harmonia interpessoal que se vivencia no casamento humano, numa família humana que funcione segundo os princípios divinos, e numa igreja em que a comunidade de crentes ande em comunhão com o Senhor e uns com os outros, é muito maior do que a harmonia interpessoal vivenciada pelos animais. Nas nossas relações familiares e na igreja também somos superiores aos anjos, que não se casam nem geram filhos nem vivem na companhia dos filhos e filhas remidos de Deus.

(13) No próprio casamento, espelhamos a natureza de Deus no fato de os homens e as mulheres gozarem de igualdade de importância mas diversidade de papéis, desde que Deus nos criou.

(14) O homem é como Deus no seu relacionamento com o restante da criação. Especificamente, o homem recebeu o direito de reger a criação, e quando Cristo voltar receberá até autoridade para julgar os anjos (1Co 6.3; Gn 1.26, 28; Sl 8.6-8).

4) A NATUREZA DO HOMEM

O homem é formado por uma parte física e uma parte espiritual (Gn 2.7). Esse conceito é chamado de "dicotomia". O conceito que crê que o homem é formado por corpo, alma e espírito, sendo que o espírito é algo distinto e superior à alma, é conhecido como "tricotomia". Para muitos teólogos, alma e espírito são duas palavras que se referem à mesma coisa no homem. São termos intercambiáveis.

Há certa dificuldade nessa posição devido ao texto que se refere ao "corpo, alma e espírito" (1Ts 5.23). Entretanto, a grande ocorrência dos termos "alma" e "espírito" no mesmo texto está em textos poéticos ou em textos que lançam mão de um recurso retórico a fim de enfatizar uma ideia (Jó 7.11; Jó 12.10; Is 26.9; 1Co 15.45; Hb 4.12).

A "alma" pode pecar, ou o "espírito" pode pecar.

Aqueles que defendem a tricotomia geralmente concordam que a "alma" pode pecar, pois crêem que a alma inclui o intelecto, as emoções e a vontade. (Vemos que nossa alma pode pecar em versículos como 1Pe 1.22; Ap 18.14)

O tricotomista, porém, geralmente considera que o "espírito" é mais puro do que a alma e, quando renovado, livre do pecado e sensível ao chamado do Espírito Santo. Essa concepção (que às vezes se insinua na pregação e nos escritos cristãos populares) não encontra realmente apoio no texto bíblico. Quando Paulo encoraja os coríntios a se purificar "de toda impureza, tanto da carne como do espírito" (2Co 7.1), ele sugere nitidamente que pode haver impureza (ou pecado) no espírito. Do mesmo modo, fala da mulher solteira que se preocupa em ser santa "assim no corpo como no espírito" (1Co 7.34).

5) CONDIÇÃO ORIGINAL DO HOMEM

Além dos aspectos da criação do homem que já vimos, ele foi criado com uma natureza moral santa (Ec 7.29)

A Queda do Homem

Alguns dizem que o relato da queda é apenas uma lenda. Outros aceitam a "verdade" da história sem aceitar sua credibilidade histórica. O relato da queda é visto como um mito verdadeiro; Muitos veem o relato da queda como verdade factual e história. Assim como se crê que o relato da criação é literal, também o da queda do homem. Outros textos bíblicos apoiam a historicidade da queda (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21-22; 1 Tm 2.14).

2) OS QUE FORAM TENTADOS

a) Adão tinha capacidade de pensamento e razão, pois era capaz de dar nomes aos animais e pensar sobre seu relacionamento com Eva (Gn 2.19-23). Também possuía uma linguagem com a qual podia se comunicar (Gn 2.16,20,23).

b) Não tinha pecado e sua santidade o capacitava a se relacionar com Deus. Era, entretanto, uma santidade não confirmada por não ter sido posta à prova. O homem tinha liberdade para escolher e avaliar suas escolhas.

c) Tinha a responsabilidade de exercer domínio sobre a terra (Gn 1.26-28; 2.15) e de desfrutar dos resultados do seu trabalho (Gn 2.16-17).

3) O TESTE

O teste supremo era se Adão e Eva obedeceriam a Deus ou não. Para isso, não podiam comer o fruto de uma árvore do jardim: a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao estabelecer o teste, Deus demonstrou querer que o homem o servisse e obedecesse voluntariamente.

4) O TENTADOR

Satanás usou um ser que Eva conhecia a fim de tentá-la. Ele se dirigiu a Eva provavelmente porque ela não recebeu a proibição diretamente de Deus como aconteceu com Adão.

5) A TENTAÇÃO

a) Satanás, que já havia desejado ser como Deus (Is 14.14), sugeriu a Eva que seria bom para ela ser "como Deus". Ele transmitiu a ideia de que a ordem de Deus era baseada em um egoísmo pessoal e que as restrições impostas por Deus não são boas.

b) Eva racionalizou o que estava prestes a fazer. Em primeiro lugar, o fruto era bom para se comer.

Em segundo, restrições seriam, sob a óptica de Satanás, ruins. Assim, o fruto era gostoso, daria sustento e traria conhecimento. Diante disso, a mulher tomou, comeu o fruto e o deu ao seu marido para que também comesse.

A Penalidade da Queda

O pecado de Adão e Eva teve consequências enormes sobre as mais diversas áreas da criação de Deus.

Vejamos quais são:

1. Sobre a raça humana (Gn 3.7-13)

a) Sentimento de culpa que ficou evidente na tentativa de encobrir o seu ato de pecado (v.7);

b) Perda de comunhão que ficou evidente na tentativa de se esconder de Deus (v.8).

2. Sobre Satanás (Gn 3.15)

a) Inimizade entre os descendentes de Satanás (Jo 8.44; Ef 2.2) e a descendência da mulher;

b) Morte para Satanás e ferimento para Cristo, o que aconteceu na cruz do Calvário (Hb 2.14; 1Jo 3.8).

3. Sobre Eva e as mulheres (Gn 3.16)

a) Dor na concepção;

b) O desejo da mulher seria para o marido;

c) Submissão ao marido.

4. Sobre Adão e os homens (Gn 3.17-24)

a) Maldição sobre a terra, o que tornou a obtenção do sustento um ato penoso;

b) A humanidade voltaria ao pó quando morresse;

c) Expulsão do Éden.

Sobre as consequências do pecado temos ainda que atentar para alguns aspectos :

a) O pecado de Eva afetou Adão e o pecado de Adão afetou toda a raça humana (Rm 5.12);

b) O pecado nunca foi desfeito. É possível experimentar o perdão de Deus, mas não é possível desfazer o pecado e o fato de os homens serem pecadores. Apenas no céu o efeito do pecado não atingirá mais os salvos.

AS ALIANÇAS ENTRE DEUS E O HOMEM

Como Deus se relaciona com o homem ? Desde a criação do mundo, o relacionamento entre Deus e o homem tem sido definido por promessas e requisitos específicos. Deus revela às pessoas como ele deseja que ajam e também faz promessas de como agirá com eles em várias circunstâncias. A Bíblia contém vários tratados a respeito das provisões que definem as diferentes formas de relacionamento entre Deus e o homem que ocorrem nas Escrituras, e freqüentemente chama esses tratados de "alianças". Podemos apresentar a seguinte definição das alianças entre Deus e o homem nas Escrituras: "Uma aliança é um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições do relacionamento entre as partes".

Apesar de esta definição incluir a palavra acordo para indicar que há duas partes, Deus e o homem, que precisam ingressar nas provisões do relacionamento, a frase "divinamente imposto" também é incluída para mostrar que o homem jamais pode negociar com Deus ou alterar os termos desse acordo: ele apenas pode aceitar as obrigações da aliança ou rejeitá-las.

A. A ALIANÇA DAS OBRAS

Alguns têm questionado se é apropriado falar de uma aliança de obras entre Deus e Adão e Eva no jardim do Éden. A própria palavra aliança não é utilizada no relato de Gênesis. Todavia, as partes essenciais da aliança estão todas lá ? uma definição clara das partes envolvidas, um conjunto de provisões que compromete legalmente e estabelece as condições do relacionamento, a promessa de bênçãos pela obediência e a condição para obter aquelas bênçãos.

B. A ALIANÇA DA REDENÇÃO

Teólogos falam de outro tipo de aliança, uma aliança que não é entre Deus e o homem, mas entre os membros da Trindade. A essa aliança chamam "a aliança da redenção". É um acordo entre Pai, Filho e Espírito Santo, no qual o Filho concordou em tornar-se homem, ser nosso representante, obedecer às exigências da aliança das obras em nosso favor e pagar o preço do pecado, que merecemos. As Escrituras ensinam de fato sua existência? Sim, pois falam de um plano específico e do propósito de Deus como um acordo entre Pai, Filho e Espírito Santo para obter nossa redenção.

C. A ALIANÇA DA GRAÇA

1. Elementos essenciais.

Quando o homem falhou e não conseguiu obter as bênçãos oferecidas pela aliança das obras, foi necessário que Deus criasse um novo caminho, caminho este pelo qual o homem pudesse ser salvo. O restante das Escrituras após o relato da queda em Gênesis 3 narra como Deus operou na história um surpreendente plano de redenção por meio do qual pessoas pecaminosas poderiam chegar a ter um relacionamento consigo.

2. Várias formas de aliança.

Apesar de os elementos essenciais da aliança da graça permanecerem os mesmos por toda a história do povo de Deus, os termos específicos da aliança variam conforme a ocasião. Na época de Adão e Eva havia apenas uma singela sugestão da possibilidade de um relacionamento com Deus na promessa da semente da mulher em Gn 3.15 e na provisão graciosa, da parte de Deus, de vestir Adão e Eva (Gn 3.21).

sábado, 23 de maio de 2020

ANTROPOLOGIA - A ORIGEM DO HOMEM / A ESTRUTURA DO HOMEM - ESPÍRITO, ALMA E CORPO

ANTROPOLOGIA - A ORIGEM DO HOMEM

ANTROPOLOGIA

Esse termo é usado tanto na Teologia (homem em relação a Deus), como na Ciência (História Natural da Raça, Psicologia, Sociologia, Ética, Anatomia, Fisiologia e História Natural).

Somente Deus pode verdadeiramente revelar Deus. Esta revelação de si mesmo, tão necessária à salvação, encontra-se nas Escrituras. Da mesma fonte deriva a opinião de Deus sobre o homem, que é a opinião verdadeira, pois quem melhor pode conhecer o homem do que o seu Criador?

Nestes dias, quando as falsas filosofias representam de modo errado a natureza humana, é de grande importância que conheçamos a verdade. Assim melhor poderemos compreender também as doutrinas sobre o pecado, o juízo e a salvação, as quais se baseiam no ponto de vista bíblico da natureza do homem.

A ORIGEM DO HOMEM

CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO

Hoje em dia, provavelmente nenhuma questão é mais debatida em diferentes esferas da sociedade do que a origem do homem. O debate sobre a inerrância das Escrituras acertadamente tem incluído uma discussão sobre a historicidade da narrativa que Gênesis faz da criação. Muitos pontos de vista diferentes procuram ser aceitos, alguns defendidos inclusive por evangélicos.


Evolução significa simplesmente uma mudança em qualquer direção. Mas quando essa palavra é usada para se referir às origens do homem, seu significado envolve a origem com base em um processo natural, tanto no surgimento da primeira substância viva quanto no de novas espécies.

Essa teoria afirma que, bilhões de anos atrás, substâncias químicas existentes no mar, influenciadas pelo Sol e pela energia cósmica, acabaram unindo-se por obra do acaso e dando origem a organismo unicelulares. Desde então, vêm se desenvolvendo por intermédio de mutações benéficas e de seleção natural, formando todas as plantas, animais e pessoas.

EVOLUÇÃO TEÍSTA

Afirma que Deus direcionou, usou e controlou o processo da evolução natural para “criar” o mundo e tudo o que nele existe. Normalmente, essa visão inclui as seguintes ideia:

Os dias da criação de Gênesis 1, na verdade, foram eras; o processo evolutivo estava envolvido na criação de Adão; a Terra e as formas pré-humanas são extremamente antigas.

 

CRIAÇÃO ESPECIAL

Ainda que existam variantes no conceito de criacionismo, a principal característica desse ponto de vista é que ele tem a Bíblia como sua única base. A ciência pode contribuir para nosso entendimento, mas jamais deve controlar ou mudar nossa interpretação das Escrituras para acomodar suas descobertas.

A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, que significa que Deus fez cada criatura "segundo a sua espécie". Ele criou as várias espécies e então as deixou para que se desenvolvessem e progredissem segundo as leis do seu ser. A distinção entre o homem e as criaturas inferiores implica a declaração de que "Deus criou o homem à sua imagem".

A Bíblia claramente nos ensina que o homem foi uma criação especial de Deus. Nunca existiu uma criatura subumana ou um processo de evolução. Gn 1:26-27: “...Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”

Os criacionistas possuem diferentes pontos de vista em relação aos dias da criação, mas para alguém ser um criacionista é preciso acreditar que o registro bíblico é historicamente factual e que Adão foi o primeiro homem.

Embora a Bíblia não seja um livro exclusivo de Ciência, isso não significa que ela não seja precisa quando revela verdades científicas. Com certeza, tudo o que ela revela sobre qualquer área do conhecimento é verídico, preciso e confiável. A Bíblia responde a todas as perguntas que desejamos fazer a respeito das origens, o que ela revela deve ser reconhecido como verdade.

Somente o registro bíblico nos dá informações precisas sobre a origem da humanidade. Duas características principais do ato da criação do homem destacam-se no texto.

Foi planejada por Deus (Gn 1:26); Ocorreu de forma direta, especial e imediata (Gn 1:27; 2:7) Imago dei (A Imagem de Deus no Homem).

Da mesma forma que se discute a origem do homem, discute-se também o propósito da criação do mesmo, de todas as criaturas que Deus fez só de uma delas, o homem diz-se ter sido feita “à imagem de Deus”. O que isso significa?

Podemos usar a seguinte definição: O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que ele é semelhante a Deus e o representa.

Quando Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”, isso significa que ele pretende fazer uma criatura semelhante a si. As palavras hebraicas que exprimem “imagem” e “semelhança” se referem a algo similar, mas não idêntico, à coisa que representa ou de que é uma “imagem”. A palavra imagem também pode ser usada para exprimir algo que representa outra coisa.

Os teólogos gastam muito tempo tentando especificar uma característica do homem ou bem poucas delas, em que se vê primordialmente a imagem de Deus. Alguns já cogitam que a imagem de Deus consiste na capacidade intelectual do homem, ou no seu poder de tomar decisões morais e fazer escolhas voluntárias.

Outros conceberam que a imagem de Deus era uma referência à pureza moral original do homem, ou ao fato de termos sido criados homem e mulher, ou ao domínio humano sobre a terra.

Dentro dessa discussão, melhor seria concentrar a atenção primeiramente nos significados das palavras “imagem” e “semelhança”. Esses termos tinham significados bastante claros para os primeiros leitores:

IMAGEM - (no Hebraico = Tselem; no Grego = Eikon; no Latim = Imago) significa: molde, modelo, imagem, representação. Uma representação formada, concreta.

SEMELHANÇA - (no Hebraico = Damuth; no Grego = Homoiosis; no Latim = Similitudo) significa: similitude, semelhança. Uma similaridade abstrata, imaterial, ideal.

Embora alguns venham tentando fazer uma distinção entre as duas palavras para ensinar que existem dois aspectos na imagem de Deus, nenhum contraste grande entre eles tem apoio na linguística. Os termos são sinônimos potenciais/facultativos.

O uso ocasional dos dois termos juntos sugere um reforço de um termo por sua associação com outro. Ao usar as duas palavras juntas, o autor bíblico parece estar tentando expressar uma ideia muito difícil, na qual deseja deixar claro que o homem, de alguma maneira, é o reflexo concreto de Deus, mas, ao mesmo tempo, deseja espiritualizar isso, em direção à abstração. Para os primeiros leitores, Gn 1:26 significava simplesmente: “Façamos o homem como nós, para que nos represente”.

Como “imagem” e “semelhança” já carregavam esses significados, as Escrituras não precisam dizer algo como: “O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que o homem é como Deus nos seguintes aspectos: capacidade intelectual, pureza moral, natureza espiritual, domínio sobre a terra, criatividade, capacidade de tomar decisões éticas, capacidade relacional e imortalidade.

Tal explicação é desnecessária, não só porque os termos tinham significados claros, mas também porque nenhuma lista desse tipo faria justiça ao tema: o texto precisa afirmar que o homem é como Deus, e o restante das Escrituras fornece mais detalhes que explicam esse ponto. De fato, na leitura do restante da Bíblia, percebemos que uma compreensão da plena semelhança do homem a Deus exigiria uma plena compreensão de quem é Deus no seu ser e nos seus atos, e uma plena compreensão de quem é o homem e o que faz.

Quanto mais sabemos sobre Deus e o homem, mais semelhanças reconhecemos, e mais plenamente compreendemos o que as Escrituras querem dizer ao afirmar que o homem existe à semelhança de Deus. A expressão se refere a todo aspecto em que o homem é como Deus. Na verdade, em toda a Escritura, o alvo do homem é o de ser semelhante a Deus.

HOMEM X MULHER


Um dos aspectos da criação do ser humano à imagem de Deus foi sua feitura como homem e mulher (Gn 1:27). O mesmo elo entre criação à imagem de Deus e criação como homem e mulher se faz em Gn 5:1-2. Embora a criação do ser humano como homem e mulher não seja o único aspecto da nossa criação à imagem de Deus, ele é tão significativo que as Escrituras o mencionam logo no mesmo versículo em que descrevem a criação do homem por Deus.

Podemos resumir da seguinte maneira os aspectos segundo os quais a criação dos dois sexos representa algo da nossa criação à imagem de Deus: A criação do ser humano como homem e mulher revela a imagem de Deus em:

(1) relações interpessoais harmoniosas

(2) igualdade em termos de pessoalidade e de importância e

(3) diferença de papéis e autoridade.

EVOLUÇÃO

Em oposição à criação especial, surgiu e teoria da evolução que ensina que todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só forma e que as espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferior.

Por exemplo, o que outrora era caramujo transformou-se em peixe; o que era peixe chegou a ser réptil; o que outrora era réptil tomou-se pássaro, e (para encurtar a história) o que outrora era macaco evoluiu e tornou-se ser humano.

A teoria é a seguinte: em tempos muito remotos apareceram a matéria e a força — mas como e quando, a ciência não o sabe. Dentro da matéria e da força surgiu uma célula viva — mas de onde ela surgiu também ninguém sabe. Nessa célula havia uma centelha de vida, da qual se originaram todas as coisas vivas, desde o vegetal até ao homem, sendo este desenvolvimento controlado por leis inerentes.

Essas leis, em conexão com o meio ambiente, explicam a origem das diversas espécies que têm existido e que existem, incluindo o homem. De maneira que, segundo essa teoria, houve uma ascensão gradual e constante desde as formas inferiores de vida às formas mais elevadas até chegar ao homem.

Que constitui uma espécie? Uma classe de plantas ou animais que tenham propriedades e características comuns, e que se possam propagar indefinidamente sem mudarem essas características, constitui espécie.

Uma espécie pode produzir uma variedade, isto é, uma ou mais plantas ou animais isolados possuindo uma peculiaridade acentuada que não seja comum à espécie em geral.

Por exemplo, um tipo especial de cavalo de corrida pode ser produzido por processo especial; mas é sempre cavalo. Quando se produz uma variedade e essa se perpetua por muitas gerações temos uma raça. De maneira que na espécie canina (cão) temos muitas raças que diferem consideravelmente uma das outras; porém, todas retêm certas características que as marcam como pertencentes à família dos cães.

Ao lermos que Deus fez cada criatura segundo a sua espécie, não dizemos que Deus as fez incapazes de se desenvolverem em variedades novas; queremos dizer que ele criou cada espécie distinta e separada e colocou uma barreira entre elas, de maneira que, por exemplo, um cavalo não se deveria desenvolver de maneira que se transformasse em animal que não seja cavalo.

Qual é a prova pela qual se conhece a distinção entre as espécies?

A prova é esta: Se os animais podem cruzar-se, e podem produzir uma descendência fértil por tempo indefinido, então são da mesma espécie; de outra maneira, não o são.

Por exemplo, sabe-se que os cavalos e os jumentos são de diferentes espécies, e, embora do cruzamento da égua com o jumento resulte a mula, esta não tem a capacidade de gerar outra mula, ou seja, a espécie mula. Este fato constitui argumento contra a teoria da evolução, pois mostra claramente que Deus colocou uma barreira entre as espécies para que uma espécie não se transforme em outra.

Define-se a ciência da seguinte maneira: "conhecimentos comprovados".

Será a evolução um fato comprovado?

A teoria mais propagada da evolução é a de Darwin. Entretanto, poderíamos citar os nomes de muitos cientistas eminentes que declaram que a teoria de Darwin já caiu por faltas de provas.

O Dr. Coppens escreve: Embora os cientistas hajam trabalhado muitos anos pesquisando a terra e os mares, examinando os restos de fósseis de um sem número de espécies de plantas e animais, e tenham aplicado todo o gênio inventivo do homem para obter e perpetuar novas raças e variedades, nunca conseguiram exibir uma prova decisiva de que a transformação das espécies, pelo menos uma vez, tenha sucedido.

Os animais de hoje são como os que se vêem desenhados nas pirâmides ou mumificados nos túmulos do Egito. São iguais àqueles que deixaram sua forma fóssil nas rochas.

Muitas espécies já foram extintas, outras foram achadas das quais não se descobriu nenhum espécime muito antigo; mas não se pode provar que qualquer espécie tenha evoluído de outra.

Há um abismo intransponível entre os irracionais e o homem — entre a forma mais elevada de animal e a forma inferior da vida humana.

Nenhum animal usa ferramentas, acende fogo, emprega linguagem articulada, ou tem capacidade de conhecer as coisas espirituais. Mas todas essas coisas encontram-se na forma inferior de vida humana.

O macaco mais inteligente não passa de um irracional; mas o espécime mais degradado do homem continua sempre um ser humano.

Os evolucionistas inventaram um tipo de criatura pelo qual o macaco passou para o estágio humano. Esse é o tal "elo perdido" que se chama "Pithecanthropus erectus". Onde está a evidência?

Há anos alguns ossos — dois dentes, um fêmur e uma parte de um crânio — foram descobertos na ilha de Java. Com um pouco de gesso reconstruíram o que dizem ser o elo perdido que une os homens com a criação inferior! Outros "elos" também se fabricaram da mesma maneira.

Mas o Dr. Etheridge, examinador do Museu Britânico, disse: "Em todo este grande museu não há uma partícula de evidência da transmutação das espécies. Este museu está cheio de provas da falsidade dessas idéias."

Nathan G. Moore escreveu o que podemos chamar um "exame de advogado"sobre a teoria da evolução. Seu livro baseia-se numa avaliação dos fatos expostos em algumas das obras cientificas mais recentes escritas em favor dessa teoria. Sendo ele advogado e profissional nas leis da evidência, seu testemunho é de valor prático. O propósito desse escritor é "comparar os fatos principais e submeter ao juízo do leitor ponderado o seguinte”:

Primeiro, se os fatos provam ou não a hipótese (uma explicação suposta) de que o homem é produto da evolução em vez de ser criado.

E, segundo, se existe ou não uma lei ou conjunto de leis que possam explicar as evidências de modo natural.

Depois de um exame detalhado dos fatos, esse advogado chegou às seguintes conclusões:

A teoria da evolução não explica, nem ajuda a explicar, a origem do homem; nem apresenta provas de que o homem tivesse evoluído de uma forma inferior, mesmo fisicamente.

Essa teoria nem sequer sugere um método pelo qual o homem tenha adquirido essas qualidades mais elevadas que o distinguem das outras formas de vida.

Outro advogado, Filipe Mauro, faz da seguinte maneira um resumo das evidências apresentadas pelos proponentes da teoria da evolução:

Imaginem um litigante em juízo a quem cabe o ônus da prova. Ele insiste em que sua declaração está certa e exige sentença favorável; mas não apresenta provas que sustentem as suas alegações. Na verdade, toda a evidência apresentada em juízo depõe contra ele. Ele exige, todavia, que a decisão seja favorável por causa das seguintes suposições:

1) Que grande número de provas, que já existiram (os "elos perdidos" etc) foram totalmente destruídas.

2) Se essas provas pudessem ser reproduzidas agora, elas seriam a seu favor!

Tal é o estado absurdo de coisas em que a teoria da evolução se encontra atualmente.

Os evolucionistas procuram unir o homem ao irracional, mas Jesus Cristo veio ao mundo para unir o homem a Deus. Ele tomou sobre si a nossa natureza para poder glorificá-la no seu destino celestial.

"Mas a todos quantos o receberam,deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome" (Jo 1:12).

Aqueles que participam de sua vida Divina chegam a ser membros de uma nova e mais elevada raça — sim, filhos de Deus!

Porém, essa nova raça surgiu (o "homem novo" Ef 2:15), não porque a natureza humana evoluísse até à Divina, mas porque a Divina penetrou na natureza humana. E àqueles que são "participantes da natureza divina" (2 Pe 1:4), João, o apóstolo, diz: "Amados, agora somos filhos de Deus" (1 Jo 3:2).


ANTROPOLOGIA - A ESTRUTURA DO HOMEM - ESPÍRITO, ALMA E CORPO

A TRI-UNIDADE HUMANA

- Segundo Gn 2:7, o homem se compõe de duas substâncias — a substância material, chamada corpo, e a substância imaterial, chamada alma.

A alma é a vida do corpo e quando a alma se retira o corpo morre.

A ideia de que o homem é composto de duas partes chama-se dicotomia.

Mas, segundo 1 Ts 5:23 e Hb 4:12, o homem se compõe de três substâncias — espírito, alma e corpo.

Alguns estudantes da bíblia defendem essa opinião de três partes da constituição humana versus doutrina de duas partes apenas, adotada por outros. Ambas as opiniões são corretas quando bem compreendidas.

A concepção de que o homem é constituído de três partes chama-se tricotomia.

O espírito e a alma representam os dois lados da substância não-física do homem; ou, em outras palavras, o espírito e a alma representam os dois lados da natureza espiritual.

Embora distintos, o espírito e a alma são inseparáveis, são entrosados um no outro.

Por estarem tão interligados, as palavras "espírito" e "alma" muitas vezes se confundem (Ec 12:7; Ap 6:9); de maneira que em um trecho a substância espiritual do homem se descreve como a alma (Mt 10:28), e em outra passagem como espírito (Tg 2:26).

Embora muitas vezes os termos sejam usados alternativamente, têm significados distintos. Por exemplo:

"A alma" é o homem como o vemos em relação a esta vida atual. As pessoas falecidas descrevem-se como "almas" quando o escritor se refere à sua vida anterior. (Ap 6:9, 10; 20:4.)

"O espírito" é a descrição comum daqueles que passaram para a outra vida. (At 23:9; 7:59; Hb 12:23; Lc 23:46; 1 Pe 3:19.)

Quando alguém for "arrebatado" temporariamente fora do corpo (2 Co 12:2) se descreve como "estando no espírito".(Ap 4:2; 17:3)

Sendo o homem "espírito", é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo "alma", ele tem conhecimento de si próprio; sendo "corpo", tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo. — Scofield.

O ESPÍRITO HUMANO

Habitando a carne humana, existe o espírito dado por Deus em forma individual. (Nm 16:22; 27:16)

O Espírito foi formado pelo Criador na parte interna da natureza do homem, capaz de renovação e desenvolvimento. (Sl 51:10)

Esse espírito é o centro e a fonte da vida humana; A alma possui e usa essa vida e lhe dá  expressão por meio do corpo.

No princípio Deus soprou o espírito de vida no corpo inanimado e o homem "foi feito alma vivente". Assim a alma é um espírito encarnado, ou um espírito humano que recebe expressão mediante o corpo. A combinação desses dois elementos constitui o homem em "alma".

A alma sobrevive à morte porque o espírito a dota de energia; no entanto, a alma e o espírito são inseparáveis porque o espírito está entrosado e confunde-se com a substância da alma.

O espírito é aquilo que faz o homem diferente de todas as demais coisas criadas. é dotado de vida humana (e inteligência, Pv 20:27; Jo 32:8) que se distingue da vida dos irracionais.

O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito de Deus (Rm 8:16), é centro de adoração (Jo 4:23,24); de oração, cântico, bênção (1 Co 14:15), e de serviço (Rm 1:9; Fp 1:27).

O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter.

Aquilo que domina o espírito toma-se atributo de seu caráter.

Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo". (Pv 16:18)

Conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter um espírito:

Perverso (Is 19:14); Um espírito rebelde (Sl 106:33); Um espírito impaciente (Pv 14:29); Um espírito perturbado (Gn 41:18); Um espírito contrito e humilde (Is 57:15; Mt 5:3). Pode estar sob um espírito de servidão (Rm 8:15), ou ser impelido pelo espírito de inveja (Nm 5:14).

Assim é que o homem deve guardar o seu espírito (Ml 2:15), Dominar o seu espírito (Pv 16:32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito (Ez 18:31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito (Ez 11:19).

Quando as paixões vis exercerem o domínio e a pessoa manifestar um espírito perverso, significa que a alma (a vida egocêntrica ou vida natural) destronizou o espírito. O espírito lutou e perdeu. O homem é vitima de seus sentimentos e apetites naturais; e é "carnal". O espírito já não domina mais, e essa impotência se descreve como um estado de morte. Dessa maneira há necessidade de receber um espírito novo (Ez 18:31; Sl 51:10); e somente aquele que originalmente soprou no corpo do homem o fôlego da vida poder soprar na alma do homem uma nova vida espiritual — isto é, regenerá-lo. (Jo 3:8; 20:22; Gl 3:10.) Quando assim sucede, o espírito do homem novamente ocupa lugar de ascendência, e chega a ser homem "espiritual". Entretanto, o espírito não pode viver de si mesmo, mas deve buscar a renovação constante mediante o Espírito de Deus.

A ALMA DO HOMEM      

(a) A NATUREZA DA ALMA

A alma é aquele princípio inteligente e vivificante que anima o corpo humano, usando os sentidos físicos como seus agentes na exploração das coisas materiais e os órgãos do corpo para se expressar e comunicar-se com o mundo exterior.

Originalmente a alma veio a existir em resultado do sopro sobrenatural de Deus.

Podemos descrevê-la como espiritual e vivente, porque opera por meio do corpo. No entanto, não devemos crer que a alma seja parte de Deus, pois a alma peca. É mais correto dizer que é dom e obra de Deus. (Zc 12:1)

Devem-se notar quatro distinções:

1. A alma distingue a vida humana e a vida dos irracionais das coisas inanimadas e também da vida inconsciente como a vegetal.

Tanto os homens como os irracionais possuem almas (em Gn 1:20, a palavra "vida" é "alma" no original). Poderíamos dizer que as plantas têm alma (no sentido de um princípio de vida), mas não é uma alma consciente.

2. A alma do homem o distingue dos irracionais.

A alma do homem é de qualidade diferente sendo vivificada pelo espírito humano. Como "toda carne não é a mesma carne", assim sucede com a alma; existe alma humana e existe alma dos irracionais.

Evidentemente, os homens fazem o que os irracionais não podem fazer, por muito inteligentes que sejam; a sua inteligência é de instinto e não proveniente de razão.

Tanto os homens como os irracionais constroem casas. Mas o homem progrediu, vindo a construir catedrais, escolas e arranha-céus, enquanto os animais inferiores constroem suas casas hoje da mesma maneira como as construíam quando Deus os criou.

Os irracionais podem guinchar (como o macaco), cantar (como o pássaro), falar (como o papagaio); mas somente o homem produz a arte, a literatura, a música e as invenções cientificas.

O instinto dos animais pode manifestar a sabedoria do seu Criador, mas somente o homem pode conhecer e adorar a seu Criador.

Para melhor ainda ilustrar o lugar elevado que ocupa o homem na escala da vida, vamos observar os quatro degraus da vida, que se elevam em dignidade um sobre o outro, conforme a independência sobre a matéria.

Primeiro, a vida vegetal, que necessita de órgãos materiais para assimilar o alimento.

Segundo, a vida sensível, que usa os órgãos para perceber as coisas materiais e ter contato com elas.

Terceiro, a vida intelectual, que percebe o significado das coisas pela lógica, e não meramente pelos sentidos.

Quarto, a vida moral, que concerne à lei e à conduta.

Os animais são dotados de vida vegetativa e sensível; o homem é dotado de vida vegetativa, sensível, intelectual e moral.

3. A alma distingue um homem de outro e dessa maneira forma a base da individualidade - A palavra "alma" é, portanto, usada freqüentemente no sentido de "pessoa".

Em Êx 1:5 "setenta almas" significa "setenta pessoas". Em Rm 13:1 "cada alma" significa "cada pessoa". Atualmente dizemos, " não havia nem uma alma presente", referindo-nos às pessoas.

4. A alma distingue o homem não somente das ordens inferiores, mas também das ordens superiores dos anjos, porque estes não têm corpos semelhantes aos dos homens.

O homem tomou-se um "ser vivente", quer dizer, a alma enche um corpo terreno sujeito às condições terrenas. Os anjos se descrevem como espíritos (Hb 1:14), porque não estão sujeitos às condições ou limitações materiais. Por essa mesma razão se descreve Deus como "Espírito". Mas os anjos são espíritos criados e finitos, enquanto Deus é o Espírito eterno e infinito.

(b) A ORIGEM DA ALMA

Sabemos que a primeira alma veio a existir como resultado de Deus ter soprado no homem o sopro de vida. Mas como chegaram a existir as almas desde esse tempo?

Os estudantes da Bíblia se dividem em dois grupos de idéias diferentes :

(1) Um grupo afirma que cada alma individual não vem proveniente dos pais, mas sim pela criação Divina imediata. Citam as seguintes escrituras: Is 57:16; Ec 12:7; Hb 12:9; Zc 12:1

(2) Outros pensam que a alma é transmitida pelos pais. Apontam o fato de que a transmissão da natureza pecaminosa de Adão à posteridade milita contra a criação divina de cada alma; também o fato de que as características dos pais se transmitem à descendência. Citam as seguintes passagens: Jo 1:13; 3:6; Rm 5:12; 1 Co 15:22; Ef 2:3; Hb 7:10.

A origem da alma pode explicar-se pela cooperação tanto do Criador como dos pais.

No princípio duma nova vida, a Divina criação e o uso criativo de meios agem em cooperação.

O homem gera o homem em cooperação com "o Pai dos espíritos".

O poder de Deus domina e permeia o mundo (At 17:28; Hb 1:3). De maneira que todas as criaturas venham a ter existência segundo as leis que ele ordenou. Portanto, os processos normais da reprodução humana põem em execução as leis da vida fazendo com que a alma nasça no mundo.

A origem de todas as formas de vida está encoberta por um véu de mistérios (Ec 11:5; Sl 139:13-16; Jo 10:8-12), e esse fato deve servir de aviso contra a especulação sobre as coisas que estão além dos limites das declarações bíblicas.

(c) ALMA E CORPO

A relação da alma com o corpo pode ser descrita e ilustrada da seguinte maneira:

1. A alma é a depositária da vida; ela figura em tudo que pertence ao sustento, ao risco, e à perda da vida. É por isso que em muitos casos a palavra "alma" tem sido traduzida "vida". (Vide Gn 9:5; 1 Rs 19:3; 2:23; Pv 7:23; Êx 21:23,30; 30:12; At 15:26)

A vida é o entrosamento do corpo com a alma. Quando a alma e o corpo se separam, o corpo não existe mais; o que resta é apenas um grupo de partículas materiais num estado de rápida decomposição.

2. A alma permeia e habita todas as partes do corpo e afeta mais ou menos diretamente todos os seus membros. Este fato explica por que as Escrituras atribuem sentimentos ao coração e aos rins (Sl 73:21; Jo 16:13; Lm 3:13; Pv 23:16; Sl 16:7; Jr 12:2; Jo 38:36); às entranhas (Fm 12; Jr 4:19; Lm 1:20; 2:11; Ct 5:4; Is 16:11); e ao ventre (Hb 3:16; Jo 20:23; 15:35; Jo 7:38).

Esta mesma verdade, de que a alma permeia o corpo, explica porque em muitas passagens se descreve a alma executando atos corporais. (Pv 13:4; Is 32:6; Nm 21:4; Jr 16:16; Gn 44:30; Ez 23:17, 22, 28.)

"As partes internas" ou "entranhas" é a expressão que geralmente descreve o entrosamento da alma com o corpo. (Is 16:11; Sl 51:6; Zc 12:1; Is 26:9; 1 Rs 3:28)

Essas passagens descrevem as partes internas como o centro dos sentimentos, de experiência espiritual e de sabedoria. Mas notemos que não é o tecido material que pensa e sente, e, sim a alma operando por meio dos tecidos. Corretamente falando, não é o coração de carne, mas a alma, por meio do coração, que sente.

3. Por meio do corpo a alma recebe suas impressões do mundo exterior.

Essas impressões são percebidas por estes sentidos: vista, audição, paladar, olfato e tato, e são transmitidas ao cérebro por via do sistema nervoso. Por meio do cérebro a alma elabora essas impressões pelos processos do intelecto, da razão, da memória e da imaginação. A alma atua sobre essas impressões enviando ordens às várias partes do corpo por via do cérebro e do sistema nervoso.

4. A alma estabelece contato com o mundo por meio do corpo, que é o instrumento da alma. O sentir, o pensar, o exercer vontade e outros atos, são todos eles atividades da alma ou do "eu".

É o "eu" que vê e não somente os olhos; é o "eu" que pensa e não meramente o intelecto; é o "eu" que joga a bola e não meramente o meu braço; é o "eu" que pede e não simplesmente a língua ou os membros.

Quando um membro é ferido, a alma não pode funcionar bem por meio dele; em caso de lesão cerebral pode resultar a demência. A alma então passa a ser como um músico com um instrumento danificado ou quebrado.

(d) A ALMA E O PECADO

A alma vive a sua vida natural através dos instintos, termo que vamos empregar por falta de outro melhor. Esses instintos são forças motrizes da personalidade, com as quais o Criador dotou o homem para fazê-lo apto a uma existência terrena (assim como o dotou de faculdades espirituais para capacitá-lo a uma existência celestial). Chamamo-los instintos porque são impulsos inatos, implantados na criatura a fim de capacitá-la a fazer instintivamente o que é necessário para originar e preservar a vida natural.

Assim escreve o Dr. Leander Keyser: "Se no inicio de sua vida o infante humano não tivesse certos instintos, não poderia sobreviver, mesmo com o melhor cuidado paterno e médico." Vamos considerar os cinco instintos mais importantes.

O primeiro é o instinto da auto-preservação que nos avisa de perigo e nos capacita a cuidar de nós mesmos.

O segundo, é o instinto de aquisição (conseguir), que nos conduz a adquirir as provisões para o sustento próprio.

O terceiro, é o instinto da busca de alimento, o impulso que leva a satisfazer a fome natural.

O quarto é o instinto da reprodução que conduz à perpetuação da espécie.

O quinto, é o instinto de domínio que conduz a exercer certa iniciativa própria necessária para o desempenho da vocação e das responsabilidades.

O registro desses dotes (ou instintos) do homem concedidos pelo Criador acha-se nos primeiros dois capítulos de Gênesis.

O instinto de autopreservação implica a proibição e o aviso: "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás porque no dia em que dela comeres certamente morrerás."

O instinto de aquisição aparece no fato de ter Adão recebido da mão de Deus o lindo jardim do Éden.

O instinto da busca de alimento percebe-se nas palavras: "Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão sementes, as quais se acham sobre a face de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente ser-vos-á para alimento."

Ao instinto de reprodução referem-se estas declarações: "Homem e mulher os criou." "Deus os abençoou e lhes disse: frutificai, multiplicai-vos."

Ao quinto instinto, domínio, refere-se o mandamento: "Enchei a terra, e sujeitai-a; dominai.

"Deus ordenou que as criaturas inferiores fossem governadas primeiramente pelos instintos, mas o homem foi elevado à dignidade de possuir o dom de livre arbítrio e a razão, com os quais poderia disciplinar-se a si mesmo e tornar-se árbitro do seu próprio destino.

Como guia para o regulamento das faculdades do homem, Deus impôs uma lei. O entendimento do homem quanto a essa lei produziu uma consciência, que significa literalmente "com conhecimento".

Quando o homem deu ouvidos à lei, teve a consciência esclarecida; Quando desobedeceu a Deus, sofreu, pois a consciência o acusava.

No relato da tentação (Gn 3) lemos como o homem cedeu à concupiscência dos olhos, à cobiça da carne, e à vaidade da vida. (1 Jo 2:16), e usou os seus poderes de modo contrário à vontade de Deus.

A alma consciente e voluntariamente, usou o corpo para pecar contra Deus.

Essa combinação de alma pecaminosa e corpo humano constituem o que se conhece como "o corpo do pecado" (Rm 6:6), ou "a carne" (Gl 5:24).

A inclinação e desejo da alma para usar o corpo dessa maneira se descreve como a "mente carnal" (Rm 8:7).

Visto que o homem pecou com o corpo, será julgado segundo "o que fez por meio do corpo" (2 Co 5:10). Isso envolve uma ressurreição. (Jo 5:28, 29)

Quando a "carne" é condenada, a referência não é ao corpo material (o elemento material não pode pecar), mas ao corpo usado pela alma pecadora. É a alma que peca. Ainda que a língua do difamador fosse cortada o difamador seria o mesmo. Amputam-se as mãos do larápio, mas de coração ele ainda seria ladrão.

Os impulsos pecaminosos da alma devem ser extirpados; é essa a obra do Espírito Santo. (Vide Cl 3:5; Rm 8:13)

"A carne" pode ser definida como a soma total dos instintos do homem, não como vieram das mãos do Criador, e, sim, como são na realidade, pervertidos e feitos anormais pelo pecado. É a natureza humana na sua condição decaída, enfraquecida e desorganizada pela herança racial derivada de Adão e debilitada e pervertida por atos voluntários pecaminosos. Ela representa a natureza humana não regenerada cujas fraquezas freqüentemente se escusam com estas palavras: "Afinal de contas a natureza humana é assim mesmo." é a aberração desses instintos e faculdades dados por Deus que forma a base do pecado.

Por exemplo, o egoísmo, a irritabilidade, a inveja, e a ira são aberrações do instinto da autopreservação.

O roubo e a cobiça são perversões do instinto de aquisição. "não furtarás" e " não cobiçarás" querem dizer: "não perverterás o instinto de aquisição.

A glutonaria é a perversão do instinto de alimentação, portanto, é pecado.

A impureza é perversão do instinto de reprodução.

A tirania, a arrogância, a injustiça e a implicância representam abusos do instinto de domínio.

Assim vemos que o pecado, fundamentalmente, é o abuso ou a aberração das forças com que Deus nos dotou.

Notemos quais as conseqüências dessa perversão:

(1) A consciência culpada que diz ao homem que desonrou a seu Criador, e avisa-o da pena terrível.

(2) A perversão dos instintos reage sobre a alma, debilitando a vontade, incitando e fortalecendo hábitos maus, e criando deformações do caráter.

Paulo fez um catálogo dos sintomas desses "defeitos" da alma (uma palavra hebraica traduzida "pecado" significa literalmente "tortuosidade" em Gl 5:19-21).

"Ora as obras da carne são manifestas, as quais são: a fornicação, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e outras coisas semelhantes."

Paulo considerou tais coisas tão sérias que acrescenta as palavras :

"os que tais coisas praticam, não herdarão o reino de Deus".

Colocada sob o poder do pecado, a alma toma-se:

"morta em delitos e pecados" (Ef 2:1).

Colocada entre o corpo e o espírito, entre o mais elevado e o inferior, entre o terreno e o espiritual, a alma fez uma escolha má. Mas da escolha não surgiu proveito, e, sim, perda eterna (Mt 16:26). Foi feita a má "barganha" de Esaú — a troca da bênção espiritual por uma coisa terrena e perecível. (Hb 12:16) Ao morrer, a alma ter que passar para o outro mundo, "manchada pela carne". (Jd 23)

Felizmente existe um remédio — A cura dupla, tanto para a culpa como para o poder do pecado.

(1) Porque o pecado é uma ofensa a Deus, é exigida uma expiação para remover a culpa e purificar a consciência. A provisão do Evangelho é o sangue de Jesus Cristo.

(2) Visto que o pecado traz doença à alma e desordem no ser humano, requere-se um poder curativo e corretivo. Esse poder é justamente aquele provido pela operação interna do Espírito Santo que endireita as coisas tortas da nossa natureza e põe em movimento certo as forças da nossa vida. Os resultados (os frutos) são "amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança" (Gl 5:22, 23). Em outras palavras, O Espírito Santo faz-nos justos, palavra que no hebraico significa "reto".

O pecado é tortuosidade da alma; a justiça é sua retidão.

(e) A ALMA E O CORAÇÃO

Tanto nas Escrituras, como na linguagem comum, a palavra "coração" significa o centro mesmo duma coisa. (Dt 4:11; Mt 12:40 Êx 15:8; Sl 46:2; Ez 27:4,25,26,27)

O "coração" do homem é, portanto, o verdadeiro centro da sua personalidade. É o centro da vida física.

Nas palavras do Dr. Beck: "O coração é a primeira coisa a viver, e seu primeiro movimento é sinal seguro de vida; seu silêncio é sinal positivo de morte." é também a fonte e o lugar onde se encontram as correntes da vida espiritual e da alma.

Podemos descrevê-lo como a parte mais profunda do nosso ser, a "casa das máquinas", por assim dizer, da personalidade, donde procedem os impulsos que determinam o caráter e a conduta do homem.

1. O coração é centro da vida, do desejo, da vontade e do juízo.

O amor, o ódio, a determinação, a vontade e o gozo (Sl 105:3) unem-se com o coração.

O coração sabe, compreende (1 Rs 3:9), delibera, calcula; está disposto, é dirigido, presta atenção, e inclina-se para as coisas.

Tudo o que impressiona a alma se diz estar fixado, estabelecido, ou escrito no coração.

O coração é o depósito de tudo quanto se ouve ou se experimenta (Lc 2:51).

O coração é a "fábrica", por assim dizer, em que se formam pensamentos e propósitos, sejam bons ou maus. (Vide Sl 14:1; Mt 9:4; l Co 7:37; 1 Rs 8:17)

2. O coração é o centro da vida emocional.

Ao coração atribuem-se todos os graus de gozo, desde o prazer, (Is 65:14) até ao êxtase e exultação (At 2:46); todos os graus de dor, desde o descontentamento (Pv 25:20) e a tristeza (Jo 14:1) até ao "ai" lacerante e esmagador (Sl 109:22; At 21:13); todos os graus de má vontade desde a provocação e ira (Pv 23:17) até à cólera incontrolável (At 7:54) e o desejo vingativo ardente (Dt 19:6); todos os graus de temor desde o tremor reverente (Jr 32:40) até ao pavor (Dt 28:28). O coração derrete-se e se retorce em angústia (Js 5:1); torna-se fraco pela depressão (Lv 26:36); murcha sob o peso da tristeza (Sl 102:4); quebra-se e fica esmagado pela adversidade (Sl 147:3), é consumido por um ardor sagrado (Jr 20:9).

3. O coração é o centro da vida moral

Concentrado no coração pode haver o amor de Deus (Sl 73:26) ou o orgulho blasfemo (Ez 28:2, 5).

O coração é a"oficina" de tudo quanto é bom ou mau nos pensamentos, nas palavras ou nas ações. (Mt 15:19)

É onde se reúnem todos os impulsos bons ou as cobiças más; é a sede dum tesouro bom ou ruim.

Do que tiver em abundância ele fala e opera. (Mt 12:34, 35)

É o lugar onde originalmente foi escrita a lei de Deus (Rm 2:15), e onde a mesma lei é renovada pela operação do Espírito Santo. (Hb 8:10)

É sede da consciência (Hb 10:22) e a ele atribuem-se todos os testemunhos da consciência, (1 Jo 3:19-21)

Com o coração o homem crê (Rm 10:10) ou descrê (Hb 3:12).

É campo onde se semeia a Palavra divina (Mt 13:19).

Segundo as suas decisões, está sob a inspiração de Deus (2 Co 8:16) ou de Satanás (Jo 13:2).

É a morada de Cristo (Ef 3:17) e do Espírito (2 Co 1:22); da paz de Deus (Cl 3:15). é o receptáculo do amor de Deus (Rm 5:5), o lugar da aurora celestial (2 Co 4:6), a câmara da comunhão secreta com Deus (Ef 5:19).

É uma grande profundidade misteriosa que somente Deus pode sondar. (Jr 17:9)

Foi em vista das imensas possibilidades implícitas no coração do homem que Salomão proferiu esta admoestação: "Guarda com toda a diligência o teu coração, pois dele procedem as fontes da vida" (Pv 4:23).

(f) A ALMA E O SANGUE

"Porque a vida (literalmente "alma") da carne está no sangue" (Lv 17:11).

As Escrituras ensinam que, tanto no homem como no irracional, o sangue é a fonte e o depositário da vida física. (Lv 17:11; 3:17; Dt 12:23; Lm 2:12; Gn 4:10; Hb 12:24; Jo 24:12; Ap 6:9,10; Jr 2:34; Pv 28:17)

Vamos citar as palavras de Harvey, médico inglês, descobridor da circulação do sangue: "é o primeiro órgão a viver e o último a morrer; é a sede principal da alma. Ele vive e nutre-se de si mesmo, e por nenhuma outra parte do corpo."

Em At 17:26 e Jo 1:13 o sangue se apresenta como a matéria original de onde surge o organismo humano.

Usando o coração como bomba, e o sangue como meio da vida, a alma envia vitalidade e nutrição a todas as partes do corpo.

O lugar que a criatura ocupa na escala da vida determina o valor do seu respectivo sangue. Primeiro vem o sangue dos animais; porém de valor maior é o sangue do homem, porque o homem tem a imagem de Deus. (Gn 9:6). De estima especial é o sangue dos inocentes e dos mártires. (Gn 4:10; Mt 23:35.) O mais precioso de todos é o sangue de Cristo (1 Pe 1:19; Hb 9:12), de valor infinito por estar unido com a Divindade.

Pelo plano benigno de Deus, o sangue tomou-se o meio de expiação, quando aspergido sobre o altar de Deus. "Pelo que vô-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma" (Lv 17:11).

4. O CORPO HUMANO

Os seguintes nomes aplicam-se ao corpo:

(a) casa, ou tabernáculo. (2 Co 5:1.) - É a tenda na qual a alma do homem, qual peregrina, mora durante sua viagem do tempo para a eternidade. À morte, desarma-se a barraca e a alma parte. (Vide Is 38:12: 2 Pe 1:13, 14)

(b) Invólucro. (Dn 7:15) - O corpo é a "bainha"da alma. A morte é o desembainhar a espada.

(c) Templo - O templo é um lugar consagrado pela presença de Deus — um lugar onde a onipresença de Deus é localizada, (1 Rs 8:27, 28)

O corpo de Cristo foi um "templo" (Jo 2:21) porque Deus estava nele. (2 Co 5:19)

Quando Deus entra em relação espiritual com uma pessoa, o corpo dessa pessoa toma-se um templo do Espírito Santo. (1 Co 6:19)

Os filósofos pagãos falavam do corpo com desprezo; consideravam-no um estorvo à alma, e almejavam o dia quando a alma estaria livre das suas complicadas e enredosas roupagens. Mas as Escrituras em toda parte tratam o corpo como obra de Deus, a ser apresentado a Deus (Rm 12:1), usado para a gloria de Deus (1 Co 6:20).

Por que, por exemplo, contém o livro de Levítico tantas leis governando a vida física dos israelitas? Para ensiná-los que o corpo, como instrumento da alma, deve conservar-se forte e santo.

É verdade que este corpo é terreno (1 Co 15:47) e como tal um corpo de humilhação (Fp 3:21), sujeito às enfermidades e à morte (1 Co 15:53), de maneira que gememos por um corpo celestial (2 Co 5:2). Mas à vinda de Cristo, o mesmo poder que vivificou a alma transformará o corpo, assim completando a redenção do homem. E o penhor dessa mudança é o Espírito que nele habita. (2 Co 5:5; Rm 8:11)

SIGNIFICADO TEOLÓGICO DA CRIAÇÃO DO HOMEM

O fato de terem sido criados significa que eles não têm existência independente. Tudo o que temos e somos vem do Criador. Toda nossa vida é por direito dele.

Humanidade faz parte da criação; isto nos diz que deve haver harmonia entre nós e o restante da criação. A ecologia ganha um significado rico (Mandado Cultural)

Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Dos animais diz-se que foram feitos. Isso significa que os homens não alcançam a plenitude quando todas as suas necessidades animais são satisfeitas. Há um elemento transcendente

Há um vínculo comum entre todos os seres humanos.

Há limitações definidas sobre a humanidade. Somos criaturas, finitas. Nosso conhecimento é incompleto. Somos mortais. Só Deus é inerentemente eterno. Qualquer possibilidade de viver para sempre depende de Deus.

A limitação não é inerentemente má (Gn 1:31).

O homem é algo maravilhoso. Apesar de criaturas somos a mais elevada dentre elas. Fomos feitos pelo melhor e pelo mais sábio dos seres! Somos origem da Fonte, da vontade e das mãos de Deus.

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