Autoridade Versus Autoritarismo
Algumas pessoas podem pensar que discutir a questão da
autoridade e do autoritarismo seja um tema já ultrapassado. No entanto, não o
é. O professor Regis de Morais, no livro sob sua coordenação intitulado Sala de
aula - Que espaço é este? mostra que este é um tema bem atual. Vejamos o que
ele diz, para em seguida fazermos algumas reflexões sobre o assunto: "Um
tempo que confunde coisas tão radicalmente distintas como 'autoridade' e
'autoritarismo', é um tempo enfermo. (...) Levando isto em conta, quero propor
uma rediscussão do problema da autoridade na sala de aula. Segundo o meu modo
de perceber e avaliar as chamadas 'relações pedagógicas', não consigo conceber
tema mais contemporâneo e de vanguarda como a questão que acabo de propor. Está
na hora de perdermos o medo perante certos problemas, superando inócuos
trejeitos falsamente pedagógicos e modismos, saindo à procura de um equilíbrio
até hoje raramente alcançado (...). Urge, no entanto, lembrarmos que a retomada
do tema da autoridade é a retomada do próprio tema do amor - coisa atemporal que
alimenta os sonhos de todo ser humano".
Hoje em dia, é comum encontrarmos pessoas que contestam a
autoridade do professor em sala de aula não em nome do bom senso, mas sim em
nome de um falso humanismo e de um modismo chamado laissez-faire ou não-diretividade,
que geram um voluntarismo espontaneísta e confundem erroneamente autoridade com
autoritarismo. Ora, o bom senso pedagógico nos mostra que a autoridade do
professor é um fato, pois ela é inerente a sua própria função docente.
Diz ainda Regis de Morais na obra citada: "Os
professores como que passam a ter vergonha de exercer uma autoridade para a
qual estã o designados, uma autoridade que nada tem que ver com traços
autoritários desta ou daquela personalidade, mas que emerge do próprio processo
educacional e de ensino. (...) Hoje está posto um desafio que precisa começar a
ser enfrentado no exato espaço da sala de aula: o de se recuperar o sentido da
autoridade nas relações pedagógicas, sem qualquer concessão a autoritarismos,
que destes já estamos fartos. (...) Sabe-se que o autoritarismo é a doença da
autoridade. Toda autoridade é um valor, pois que é garantia da liberdade. Mas
qualquer valor, por mais puro que seja, quando se hipertrofia, faz-se num
anti-valor. Eis por que fica muito necessário, ao pensarmos especificamente na
realidade da sala de aula, estabelecer certa divisão de águas entre os
mencionados antípodas. (...) Na verdade, o autoritarismo é o tapume atrás do
qual alguma incompetência se esconde. (...) Autoridade, por sua vez, é homeostase,
é equilíbrio (...). Ora, a autoridade do professor nada tem a ver com
policialismo; tem sim a ver com a conquista de uma disciplina de vida que não
se aprende em manuais, mas na própria escalada dos obstáculos naturais".
No item anterior deste mesmo capítulo, abordamos a
importância da atitude dialógica na prática pedagógica. Vimos que a postura
dialógica supõe diálogo, intercâmbio de informações e experiências, troca de
idéias e opiniões. Por isso é frontalmente contrária à postura autoritária, que
pensa tudo saber e nada mais quer aprender, quer tudo falar e nada ouvir.
Mas o fato de adotar uma atitude que valoriza o diálogo e
parte dos conhecimentos anteriores dos alunos, não significa de forma algum a
assumir uma atitude de laissez-faire, de não-diretividade irresponsável e
descompromissada, pois deixa os alunos ao léu, sem rumo, desorientados, cada um
por si, sem saber o que fazer e onde chegar. A atitude dialógica supõe uma
certa diretividade, pois o professor sabe onde quer chegar com o seu ensino e
ajuda o aluno a atingir esses objetivos, incentivando a sua atividade e
orientando a sua aprendizagem no sentido da construção do conhecimento.
Assim, no exercício de sua prática docente, o professor tem
duas funções básicas, como já abordamos anteriormente: a função incentiva dora
e a função orientadora. Ora, a autoridade que ele exerce na sala de aula
decorre dessas duas funções inerentes à sua atividade docente. Trata-se,
portanto, de uma autoridade incentivadora e orientadora: é a autoridade de quem
incentiva o aluno a continuar estudando e fazendo progressos na aprendizagem, e
a autoridade de quem orienta o esforço do aluno no sentido de alcançar os
objetivos por ambos desejados, visando a construção do conhecimento.
Falando sobre a questão da autoridade do educador e da
atitude dialógica, o professor Olivier Reboul assim se expressa : "O
verdadeiro educador compreende que a autoridade por ele exercida não é a sua;
mostra, por toda a sua conduta, que não é o detentor da autoridade, mas o
testemunho. Essa autoridade é a da humanidade sobre todos os homens, a da
razão, da ciência, da arte, da consciência; o papel do educador não é
confiscá-la, mas atestá-l a; (...); se lhes corrige as faltas (dos alunos),
admite ser também corrigido; se exige que deem razão de seus atos, admite que
lhe peçam a razão dos seus. Não está acima deles, está com eles".
Logo, se o ensino é a orientação da aprendizagem visando a
construção do conhecimento, a autoridade do professor é a autoridade amiga, de
quem estimula, incentiva, orienta, reforça os acertos, mostra as falhas e ajuda
a corrigi-Ias. É a autoridade de quem auxilia a descobrir alternativas, mostra
caminhos e abre perspectivas.
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A Questão Da Disciplina Na Sala De Aula
De acordo com Leif, em sua obra Vocabulário técnico e
crítico da Pedagogia e das Ciências da Educação (p. 121), o termo disciplina é
usado, basicamente, em duas acepções diversas, que resumimos a seguir:
a) Em relação ao ensino, disciplina é um conjunto ou corpo
específico de conhecimentos com suas características próprias e métodos
particulares de trabalho. Nesse sentido, corresponde à matéria de ensino,
conteúdo ou componente curricular.
b) Em relação ao indivíduo, disciplina é uma regra de
conduta ou um conjunto de normas de comportamento que podem ser impostas do
exterior (heterodisciplina), ou que podem ser aceitas livremente pelo
indivíduo, regulando o seu comportamento (auto disciplina).
Sheviakove Redl afirmam que, no que se refere ao comportamento,
disciplina é "a organização de nossos impulsos para a obtenção de um
objetivo. Do ponto de vista do grupo, a disciplina é a subordinação dos
impulsos dos indivíduos que o integram, com o fim de se alcançar um objetivo
comum".
A professora Therezinha Fram, em artigo de sua autoria, de
leitura interessante e agradável, afirma que disciplina é a "formação
interior de comportamento inteligente, que sabe se dirigir, que sabe definir os
seus objetivos e que sabe encontrar os melhores meios para atingir esses
objetivos".
Para essa educadora brasileira, a pessoa disciplinada é
aquela que dá ao seu comportamento uma direção inteligente, isto é, uma direção
que supõe um autocontrole, um controle interno e consciente dos impulsos da
vida e das motivações. "Disciplina no que diz respeito à vida do indivíduo
é aquela capacidade que ele tem de orientar inteligentemente o seu
comportamento, sabendo manipular as forças do ambiente" com o qual
interage, seja este o universo físico, seja o mundo cultural e das instituições,
ou seja o mundo das pessoas. É disciplinado do ponto de vista da interação com
o universo físico quem conhece as suas leis e as utiliza para o bem comum. É
disciplinado do ponto de vista da interação com o mundo cultural e das
instituições quem conhece as leis sociais e consegue "entender o que a
sociedade está exigindo dele", atuando para aprimorar essa cultura e essas
instituições. É disciplinado do ponto de vista da interação com os seres
humanos quem consegue desenvolver um conjunto de atitudes no sentido de
entender os outros e adaptar o seu comportamento às diferentes situações em que
vai atuar.
Portanto, a professora Therezinha Fram nos apresenta uma
concepção bem ampla de disciplina, que equivale ao conjunto das condições nas
quais a aprendizagem global se realiza, e a insere na perspectiva de uma
autodisciplina.
O mais interessante é que essa educadora considera a
disciplina como uma construção. Não é uma prevenção, nem tampouco trata mento
de problemas. Trata-se de uma construção porque o aluno vai conduzindo e
dirigindo o seu comportamento de forma a construir a sua vida e a vida da sua
cultura.
Também o professor Walter Garcia define disciplina como
sendo a "ordenação de condições que possibilitem a aprendizagem".
Como podemos verificar, o conceito de disciplina está
passando por uma modificação gradual: de um conjunto de proibições e punições
caminha-se em direção à prevenção e correção; de uma disciplina rígida e severa
baseada no temor e visando unicamente a obediência às normas impostas de fora
pela coerção (heterodisciplina), caminha-se gradativamente em direção a uma
autodisciplina.
A autodisciplina é um conjunto de princípios e regras
elaborado livremente pela pessoa, através do contato com a realidade e da interação
com os outros, e interiorizados pela aprendizagem, pela tomada de consciência
das exigências da vida pessoal e social, e pela busca da autonomia através da
atividade livre.
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