DIRETRIZES - ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO - CRESCIMENTO NUMÉRICO -
CRESCIMENTO ESPIRITUAL
DIRETRIZES - POR QUE PRECISAMOS?
As diretrizes são o arcabouço moral e ético dentro do qual uma organização procurará cumprir os seus alvos. As diretrizes nos conservam no trilho certo, fiéis aos nossos compromissos originais. Algumas diretrizes que ilustram o que elas são e como elas afetam uma organização (igreja) cristã.
- Coisa alguma será feita, que viole algum princípio da palavra de Deus.
- A ênfase deve recair sobre as pessoas, e não sobre as tarefas a serem cumpridas. É mais importante edificar espiritualmente uma pessoa do que usar uma pessoa para realizar uma tarefa.
- Todas as atividades devem ser avaliadas à luz dos nossos objetivos.
- O método de treinamento deve partir de poucos (grupos pequenos) para atingir a muitos.
- Todas as posições de liderança e serviço devem estar baseadas sobre um estilo de vida piedosa.
- Dons, habilidades ou talentos devem ser confirmados por outras pessoas do corpo de crentes, (igreja local) antes de uma pessoa ser posta em posição de liderança.
A pessoa deve ser recomendável (At 6).
UMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO
Uma estratégia de crescimento precisa avaliar o que significa crescer, e então decidir quais tipos de crescimento devem ser incluídos no planejamento daquela estratégia. Crescimento sugere aumento e produtividade, e isso também envolve números. O fator básico do crescimento de uma igreja é a soberania de Deus (1 Co 3.6-8)
CRESCIMENTO NUMÉRICO
O Novo Testamento menciona números, não obstante, não fale de relatórios ou estatísticas. Uma boa estratégia, com base no ensino bíblico, haverá de considerar o crescimento numérico como parte dessa estratégia. (At 2.41,47; 5.14; 6.1; 9.31; 11.24; 16.5). Em todos esses textos encontram-se as expressões: agregaram-se, acrescentava, crescia cada vez mais, crescendo o número, se multiplicavam, muita gente se uniu ao Senhor, e a cada dia cresciam em número.
CRESCIMENTO ESPIRITUAL
É difícil aquilatar o crescimento espiritual. 2 Pedro 3.18 exorta-nos a crescer na graça e no conhecimento.
Elementos do crescimento espiritual (Cl 1.9-12):
- “transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade”;
- “viverdes de modo digno do Senhor”;
- “para Seu inteiro agrado”;
- “frutificando em toda a boa obra”;
- “crescendo no pleno conhecimento de Deus”;
- “Fortalecidos com poder”;
- “em toda perseverança e longanimidade”;
- “com alegria, dando graças”.
* Os dons de crescimento espiritual (Ef 4.11-16).
A ESTRATÉGIA E A GRANDE COMISSÃO
Autoridade: “Assim como o pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21).
Habilidade: “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo” (At 1.8).
Propósito: “Fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19,20).
Ação: “Ide por todo o mundo” (Mc 16.15,16).
Abordagem: “Pregai o evangelho” e “sereis minhas testemunhas” (Lc 24.47-49).
Área: “Todas as nações”, “todo o mundo” e até os confins da terra”.
Garantia: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”
O crescimento numérico se dá através da proclamação do evangelho, que resulta nas decisões para Cristo, batismo em águas e membros responsáveis. O crescimento espiritual, por meio de líderes espiritualmente dotados que equipem as igrejas mediante a pregação e o ensino bíblico, membros que usem os seus dons espirituais para edificação mútuas.
CONCLUSÃO
O ministério cristão é uma função, que para ser exercida, necessitará de uma vocação celestial tal como a abordado nesta apostila. Seja qual for a atividade que Deus tenha colocado você, se para exercer um Dom ministerial, ou se para trabalhar numa das mais humildes funções existentes na obra de Deus. Você dependerá destes elementos fundamentais: de que Deus te chamou, de que você é detentor das virtudes necessárias para o ministério cristão, da aprovação da Igreja que você pertence, pois você trabalha com esse povo, de aprimoramento, de instrução, para melhor exercer seu ministério. Você tem um sonho, uma visão, como o lavrador que começa trabalhar a terra bruta; mas sabe o que vai colher, por que sabe o que vai plantar. Se preenchemos esses requisitos, seremos considerados bons despenseiros dos mistérios de Cristo, e receberemos do Senhor o louvor naquele grande dia.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA IGREJA DE
CRISTO
"Chamou Jesus os doze e passou a enviá-los de dois a dois,
dando-lhes autoridade sobre os espíritos imundos". (Mc 6.7)
Objetivos:
1.Situar os desafios ambientais na
formulação de estratégias eclesiásticas.
2. Analisar a dinâmica do planejamento
estratégico na Igreja de Cristo.
Se você acompanhar e assimilar o
conteúdo, estará em melhores condições de:
a) identificar as pressões,
necessidades e expectativas em relação à igreja local.
b) empregar o planejamento estratégico
como instrumento de eficiência geral nas decisões eclesiásticas.
1. INTRODUÇÃO A ATIVIDADE DO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM GERAL
Um dos fenômenos mais intrigantes de
administração tem sido a continuidade do conceito e prática do planejamento estratégico
(PE), desde o final da década de 70 até os dias de hoje. Com exceção da chamada
"revolução do computador", no final do século passado, e agora com a
"internet", poucas técnicas de gestão têm marcado sua presença nas
organizações privadas e governamentais de modo tão rápido e completo quanto o
PE. Antes de continuarmos analisando a função de PE propriamente dita,
abordaremos a importância e o alcance de seus dois componentes básicos:
planejamento e estratégia.
1.1- Planejamento, O que
Vem a Ser?
Na sua obra clássica "Princípios
de Administração", Koontz e O'Donnell definem a atividade de planejamento
como sendo "a função administrativa que compreende a seleção de objetivos,
diretrizes, processos e programas, a partir de uma série de alternativas. É uma
tomada de decisões que afeta o curso futuro de uma organização ou
departamento"
Billy E. Goetz, professor de
administração e consultor para assuntos de planejamento nos EUA afirma, com
razão: "o planejamento consiste fundamentalmente numa escolha, e um
problema de planejamento surge quando se descobre um curso de ação
diverso"
Planejamento é função que envolve todos
os dirigentes, em qualquer nível da organização. De fato, a menos que um
administrador execute algum tipo de planejamento, mesmo numa área de atuação
bastante limitada, não pode ser considerado um gerente. Planejar é,
essencialmente, um processo intelectual, onde o dirigente de uma organização ou
de uma unidade dessa mesma organização, determina, de forma consciente, o curso
de ação, a tomada de decisões com base em objetivos, fatos e estimativas
submetidas a análise.
De uma forma ou de outra, todos nós
planejamos nossas atividades, mesmo que o façamos de modo inconsciente, como
por exemplo:
Planejando e administrando as
atividades na Igreja
P: programar uma viagem:
disponibilidade financeira e de tempo; roteiro a seguir; meios de transporte
(carro próprio ou alugado; ônibus; trem; avião; navio etc.);
P: dar uma palestra: definir o assunto;
duração; ilustrações; número e nível dos participantes etc.
P: escrever um livro: escolher o tema;
título e subtítulos; n= de páginas previstas; ilustrações; tempo previsto para
elaborar originais etc.
Antes de ser uma função administrativa,
o planejamento, na verdade, constitui-se numa atitude, num estado de espírito !
Planejar é, pois, dar corpo às idéias e aos propósitos, de maneira a localizar,
identificar e estruturar as atividades que nos levarão à consecução das metas a
que o planejamento se propôs a atingir num determinado prazo, como um processo
dinâmico, identificando os acontecimentos e transformando-os em decisões.
1.2 - Estratégia: Conceituação e
Dinâmica
O termo "estratégia" vem do
grego strategia, "comando do exército", e é tão antigo quanto a
guerra. Contudo, o vocábulo só entrou em uso no século 13, quando se aplicou
apenas à condução das operações militares. Pouco a pouco, a política, os
recursos demográficos e econômicos dos Estados foram também considerados como
elementos da estratégia.
No contexto da arte militar, a
estratégia consiste no distribuir e aplicar sensatamente meios de ação
disponíveis, no conjunto dos cenários de combate, de maneira que impeçam ou
dificultem ao máximo as possíveis iniciativas do adversário e garantam a
realização mais eficaz dos objetivos da campanha.
As principais qualidades exigidas para
a concepção estratégica são:
P: Clareza e largueza de idéias.
P: Realismo combinado com imaginação.
P: Espírito de previsão e de síntese.
P: Senso de pesquisa e de interpretação
de informações.
P: Apreciação espaço-temporal correta.
Os princípios tradicionais da
estratégia dependem do simples bom-senso. Baseiam-se habitualmente em três
preceitos gerais, os quais, aliás, nada têm de particularmente bélico e são
aplicáveis a qualquer atividade humana:
a) adaptação dos meios aos fins ou dos
fins aos meios;
b) a liberdade de ação;
c) a economia das forças.
Só a partir do início dos anos 70, o
termo "estratégia" entrou no vocabulário corrente do mundo dos
negócios. A estratégia de uma organização consiste em um conjunto de objetivos
e de orientações de como atingir os objetivos estabelecidos. O alvo da
estratégia de um organismo qualquer é garantir seu êxito em determinado prazo,
no quadro de sua finalidade natural estabelecida por seus dirigentes.
A estratégia é uma regra geral de
tomada de decisões; é um eixo de orientação. Uma decisão estratégica dependerá
da relação entre a organização e seu ambiente. A estratégia é a resposta
coerente dada pelos dirigentes da organização à pergunta:
"COMO QUEREMOS QUE SEJA NOSSA ORGANIZAÇÃO?".
As características essenciais de uma
estratégia são:
P: A dialética da empresa com seu
ambiente econômico, político, tecnológico e social.
P: A escolha de opções que empenhem o
futuro, até o futuro remoto; trata -se de estratégia a longo prazo.
1.3 - Planejamento Estratégico: Um
Pouco de História
A origem do planejamento estratégico
(PE) como atividade administrativa deve-se ao professor H. Igor Ansoff, do
Carnegie Institute of Techonology, EUA, com a publicação de sua obra de
referência "Corporate Strategy", traduzido há alguns anos para o
português sob título "Estratégia Empresarial".
Basicamente, Ansoff adotou um modelo de
tomada de decisões estratégicas' conforme mostra a figura 1.1, no qual a
definição de objetivos e a escolha de metas levam à avaliação interna da
empresa paralelamente à avaliação ambiental (oportunidades externas).
Conforme o esquema acima, somente após
a dupla análise administrativa (avaliação interna da empresa e avaliação de
oportunidades externas) é que vem a decisão de diversificar ou não as
atividades da organização face aos desafios impostos pelo ambiente, fator
gerador de mudanças. O passo seguinte no modelo proposto por Ansoff desenvolve
a concepção, montagem e acompanhamento das estratégias de expansão e de
diversificação das atividades da organização.
Um pouco mais tarde, outro pesquisador
americano, Russell L. Ackoff, escreveu um artigo em que identificava o PE como
uma técnica administrativa. Para Ackoff: " ... quanto mais as atividades
de uma organização forem afetadas por um plano, mais estratégico ele será, ou
seja, planejamento estratégico amplo"
Embora as contribuições de Ansoff e
Ackoff tenham sido extremamente úteis para a aceitação e expansão do PE, nenhum
deles apresentou sugestões de como formular planos estratégicos específicos.
Foi somente com Richard F. Vancil e Peter Lorange, em 1975, que o PE se
apresentou como uma metodologia para a formulação de planejamento sistemático,
formulação essa voltada para as organizações com estruturas bastante
diversificadas e desdobradas em várias divisões".
1.4 - Afinal, O que é Planejamento
Estratégico?
O Prof. Paulo Vasconcellos Filho, da
Fundação Pinheiro Netto, de Belo Horizonte, ao conceituar o PE, começa dizendo
o que ele NÃO É:
P: "PE não é planificação.
Planificar é fazer planos para cumprir objetivos já estabelecidos.
P: PE não é planejamento a longo prazo.
Como ninguém pode prever o que vai acontecer daqui a cinco ou dez anos, o
planejamento à longo prazo ameaça levar ao descrédito todo o processo de
planejamento.
P: PE não é administração por objetivos
(APO), a qual é um instrumento administrativo e não diretivo. Uma organização
pode ter PE sem ter APO, mas não pode ter APO sem PE.
P: PE não é planejamento tático, sendo
o objetivo deste otimizar uma área de resultado da organização e não a
organização como um todo e, com isto, trabalhar com os objetivos e metas pelo
PE".
Após listar o que não é PE,
Vasconcellos Filho identifica-o como sendo uma "(... ) metodologia de
pensamento participativo, utilizada para definir a direção que a organização
deve seguir, por meio da descoberta de objetivos válidos. O produto final desta
metodologia é um documento escrito chamado Plano Estratégico".
1.5 - Vantagens do Planejamento
Estratégico
Entre as vantagens proporcionadas por
um bem estruturado PE, merecem citação:
P: "Redução acentuada dos riscos
da incerteza à tomada de decisões estratégicas.
P: A organização passa a identificar e
a usufruir com maior segurança as oportunidades que lhe são oferecidas pelo
ambiente.
P: Melhor adaptação da organização ao
processo de mudança contínua do ambiente.
P: O PE integrado permite que o
conhecimento dos objetivos globais e setoriais seja um fator de aglutinação de
esforços, visando a integração dos processos organizacionais.
P: Possibilita aos dirigentes de todos
os níveis ter uma visão da direção certa para onde a organização deve caminhar.
P: Permite uma melhor seleção de
recursos humanos, materiais e financeiros para as áreas de maiores resultados.
P: O PE integrado pode ser empregado
como parâmetro para a elaboração dos demais planos táticos e operacionais da
organização"
2. Planejamento estratégico na Igreja
de Cristo
O PE tem alguma utilidade para nossas
igrejas? Em caso positivo, qual? É possível desenvolver um programa de PE nas
comunidades cristãs? Como? Essas e outras questões afins estão presentes no dia
-a -dia das decisões eclesiásticas. Abordaremos a seguir alguns pontos tidos
como essenciais para compreendermos o papel e a atuação do PE nas igrejas
cristãs.
O texto de apoio central para a
implantação e acompanhamento de um PE na igreja está, como não poderia deixar
de ser, nas Escrituras Sagradas. Elas têm tudo a nos dizer e a ensinar sobre a
viabilidade ou não de um PE em nossa comunidade de fé.
Abrindo sua Bíblia nos dois primeiros
capítulos do livro de Gênesis, você perceberá que, nas duas narrativas sobre a
Criação (Gn 1.1-2.4 e Gn 2.4b- 25), embora elaboradas em épocas bem distantes
uma da outra, há, em ambas, uma seqüência das ações de Deus que evidenciam um
plano estratégico do Criador em relação à criatura, o homem. Por que será que o
Todo-Poderoso agiu dessa forma, quando poderia ter criado o mundo de uma só
vez? Pode-se inferir da leitura de Gn 1.27-31, que o Senhor fez o que fez com
um determinado objetivo: criar o homem, à sua imagem e semelhança, para viver
no Paraíso.
Temos aí a primeira fase de um PE:
Determinação de objetivo e/ou objetivos.
Os textos bíblicos mostram a segunda
etapa do PE divino: Os procedimentos (como) empregados por Deus para atingir seu
objetivo:
10) criação dos céus e da terra;
20 ) criação do mundo vegetal;
30 ) criação dos períodos de tempo (dia
e noite) com seus marcos;
40 ) criação de animais marinhos,
terrestres e aves;
50) finalmente, criação do homem e da
mulher.
A terceira fase do PE do Senhor é a
atividade de controle, verificando se o objetivo (criação do homem e da mulher)
está conforme previsto pelo Criador. De modo simbólico, Gn 3.8-13 descreve o
Criador exercendo um tipo de controle no diálogo com os primeiros pais. A
narrativa de Gn 3 descreve como o pecado instalou -se no coração do primeiro
casal.
2.1 A Necessidade de Planejar na Igreja
Primitiva
Quando Jesus caminhava pelas estradas,
cidades e aldeias da Palestina, um grupo de seguidores, a começar pelos doze
apóstolos (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20; Lc 5.1-11), o acompanhava para onde quer que
fosse. Nascia, assim, a comunidade cristã. Já nessa época, Jesus Cristo
estabeleceu para si mesmo e para seus discípulos, três grandes objetivos
interdependentes, ou seja:
1) Preparar os apóstolos e discípulos
para a missão que iriam desempenhar (Mt 5 -7; Lc 6.20-23; Mt 8.18-22; 10.5-42;
Mc 6.7-11; Lc 9.1-5 etc.).
2) Proclamar a todo o povo a chegada do
Reino de Deus entre os homens (Mt 10.7).
3)Ensinar as verdades a respeito de
Cristo a todas as pessoas que atendessem ao seu convite (At 5.42).
2.2 Preparar + Anunciar + Ensinar
Com rápida expansão da comunidade
cristã, surge a necessidade de Cristo dividir tarefas e responsabilidades com
seus discípulos, conforme registro em Lc 10.1-20. Desse modo, Jesus promoveu
uma estratégia de trabalho de evangelização. Primeiro, estabeleceu um objetivo
claro:
Visitação preparatória às cidades e
casas por onde Ele iria passar. Lc 10.1 registra:
"Depois disto, o Senhor designou
outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada
cidade e lugar aonde estava para ir".
Logo em seguida, Jesus disse como os
discípulos deveriam agir (atribuição de procedimentos) durante a missão
evangelística que iriam fazer, conforme Lc 10.4-12. O texto de Lc 10.17-20
descreve a alegria dos discípulos pelos resultados alcançados.
2.3 O que se Busca com o Planejamento
Estratégico na Igreja?
É preciso pensar o PE na igreja como um
estado de espírito, uma filosofia gerencial visando:
P: Criar uma percepção clara em todos
os níveis da comunidade com relação às condições, objetivos e questões
estratégicas da igreja.
P: Permitir às lideranças das
comunidades cristãs entenderem a natureza das estratégias.
P: Desenvolver planos em função das
estratégias eclesiásticas selecionadas.
P: Criar um estado de prontidão e
alerta para reexaminar a direção estratégica da igreja, à medida que as
condições ambientais se alterem.
Para que uma igreja tenha sucesso na
consecução de seus objetivos é preciso, primeiramente, que ela permaneça em
espírito de oração e dependência do Espírito Santo inspirando a prática dos
dons pelos membros da comunidade. Nesse sentido espiritual, torna-se
imprescindível que toda a igreja esteja alinhada numa mesma direção. Para
tanto, em termos de PE, é necessário que:
a) as estratégias sejam consistentes
com a realidade da igreja, e traduzidas em planos e programas de ação;
b) as conseqüências operacionais e
financeiras destes planos e programas possam ser detalhadas para toda a
comunidade;
c) as ações operacionais sejam
congruentes com as estratégias e planos selecionados; e d)finalmente, que os
resultados possam ser monitorados pela liderança da igreja, e avaliados
continuamente.
3. Etapas do planejamento estratégico
na Igreja
3.1 Primeira Etapa: Determinação dos Objetivos
O estabelecimento de objetivos (metas,
propósitos) é fator essencial a todo esforço grupal dotado de verdadeiro
sentido. No PE, o estabelecimento de objetivos tem a máxima importância em
virtude dessas metas serem reflexos de esperanças e decisões de planejamento
futuro.
Para uma igreja, possuir objetivos para
todos os níveis de sua estrutura significa planejar estrategicamente, tendo em
vista sua natureza e alcance. É indispensável que, desde os dirigentes eclesiásticos
até o funcionário que ocupa o posto mais modesto na escala hierárquica da
igreja, todos tenham objetivos claros e atingíveis, de modo a poderem
contribuir efetivamente para a obtenção dos resultados previstos.
Cada membro da comunidade deve ter
perfeito conhecimento do que a igreja espera dele ou de qual deve ser a sua
contribuição, segundo os dons que recebe do Espírito de Deus. A melhor prática
para esse fim é uma correta descrição de cargo para cada função eclesiástica.
Resumindo, a tarefa mais difícil e
importante é a formulação correta dos objetivos, pois, se estes forem
incompletos, imprecisos ou inatingíveis, pouca utilidade terão os demais
recursos estratégicos para a garantia de êxito da igreja.
3.2 As Grandes Metas Estratégicas da
Igreja de Cristo
O objetivo central de qualquer empresa
que atua no mercado capitalista é o lucro. Já as metas essenciais da Igreja
foram claramente determinadas por Jesus, conforme Mt 28.18-20; Mc 16.15-18 e Lc
22.44-49, ou seja:
P: Pregar o evangelho a toda criatura =
evangelizar.
P: Ensinar a mensagem e os mandamentos
de Cristo aos novos convertidos.
Esses dois propósitos centrais -
ANUNCIAR E ENSINAR - devem ser os parâmetros de qualquer igreja viva do Senhor
Jesus. Assim é que todos os ministérios (serviços), departamentos e atividades
de uma comunidade local contribuem, também, com suas metas setoriais, para a
consecução dos dois objetivos determinados por Jesus Cristo para o seu povo de
ontem, de hoje e de sempre (Hb 13.8).
Na elaboração de um plano estratégico
de trabalho eclesiástico, não se pode perder de vista o fato de que a igreja
local, com seus pastores, oficiais, líderes e membros constituem meios,
instrumentos de que Deus dispõe para anunciar e ensinar a sua Palavra. Quando
você lê, em sua Bíblia, o episódio da maior conversão da história, Deus fala a
Ananias a respeito de Paulo:
" ... este é para mim um
instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como
perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer
pelo meu nome" (At 9.15- 16).
O estabelecimento de metas claras,
definidas e coerentes tem importância vital em virtude de serem reflexos da fé,
criando decisões e objetivos de planejamento estratégico na comunidade cristã.
Por outro lado, a igreja que, na
atualidade, permanecer fechada em si mesma, alheia ao ambiente à sua volta e
presa à tradição, à rotina e aos seus dogmas, está condenada à estagnação e ao
desvirtuamento de suas finalidades principais: pregar e ensinar as verdades da
mensagem de Jesus Cristo.
Dessa forma, a consecução dos objetivos
centrais da Igreja de Cristo, - pregar e ensinar - só é possível numa
comunidade viva, presidida pelo Espírito Santo. Por comunidade viva pode-se
entender uma igreja que é mantida por iniciativa do Espírito, mantendo-se
pronta a responder aos desafios que lhe são impostos pelo meio onde vive e
atua. Esse, em resumo, é o sentido e o fim de sua estrutura.
3.3 Segunda Etapa: Escolha de Procedimentos
Definidos os objetivos da igreja, a
etapa seguinte na elaboração do planejamento estratégico eclesiástico é indicar
como a comunidade deve proceder para atingir suas metas centrais de proclamar e
ensinar o Evangelho de Cristo. A esse respeito, é bastante instrutivo o ensino
de Jesus contido nas instruções aos doze apóstolos (Mt 10.5-15; Me 6.7-13; Lc
9.1-6). São bem claros os procedimentos dados por Cristo, a saber:
a) dar preferência às cidades de
Israel;
b) pregar a proximidade do Reino de
Deus;
c) exercer o ministério da cura;
d) evitar o recebimento de dinheiro e
posses materiais;
e) saudar as casas onde moram pessoas
de bem;
f) sacudir o pó dos pés ao sair de uma
casa ou cidade onde há pessoas ímpias.
Os procedimentos adotados pela Igreja
mostram um caminho ou caminhos em direção aos objetivos. Envolvem, entre outros
aspectos:
P: Distribuição de tarefas e atribuição
de responsabilidades.
P: Metodologia operacional (como fazer
isso?).
Os procedimentos especificam a maneira
correta pela qual uma determinada atividade pode ser realizada.
3.4 Terceira Etapa: Alocação de Recursos Financeiros
Este é o terceiro passo a ser
considerado no PE da igreja. Um orçamento é essencialmente um plano, uma
declaração de resultados esperados, expresso em termos numéricos. As previsões
orçamentárias são concebidas como meios de controle administrativo de qualquer
organização, inclusive da igreja. Não se deve aceitar um relatório financeiro
baseado apenas em números. É preciso insistir na sua avaliação crítica,
acompanhada de prognósticos.
A fonte primeira de arrecadação de
fundos de uma igreja provém da contribuição espontânea de seus membros,
conforme ensina Paulo em 2 Co 9.7: "Cada um contribua segundo tiver
proposto o coração, não com tristeza ou necessidade; porque Deus ama a quem dá
com alegria". Quando for possível, deve haver outras formas de obter
recursos financeiros - aluguel de imóveis doados à igreja, aplicações
financeiras etc. - mas é no dia-a-dia da contribuição espontânea individual que
a obra de Deus é sustentada e se expande.
Obviamente, a tesouraria de qualquer
igreja deve trabalhar com variáveis importantes na alocação de recursos
financeiros, tais como:
a) poder aquisitivo dos membros da
comunidade que, como é sabido, vem caindo assustadoramente no mercado de
trabalho;
b) motivação para a contribuição;
c) conjuntura econômico-social.
Contudo, sendo um dom espiritual (Rm
12.8), o princípio da contribuição ou do dízimo deve permear toda a igreja como
um fator de aferição de sua saúde espiritual. Com essa visão em mente, a
alocação de recursos financeiros é uma fase extremamente importante e decisiva
para que os planos estratégicos da comunidade se tornem realidade em função das
metas principais do povo de Deus: proclamar a Palavra e instruir os novos
crentes no Senhor Jesus.
3.5 Quarta Etapa: Estabelecimento de Controles
É na fase do PE que devem ser definidos
os vários tipos de controles administrativos da igreja. O controle constitui
uma atividade administrativa eclesiástica voltada para verificar e corrigir o
desempenho da comunidade, assegurando que suas metas sejam plenamente
alcançadas. Assim, o controle é a função pela qual a liderança da comunidade
certifica-se de que a ação da igreja está de acordo com seus fundamentos
doutrinários, bíblicos, teológicos e éticos.
Henri Fayol (1841-1925), engenheiro
francês e um dos fundadores da Administração Científica, dizia: "Em um
empreendimento, o controle consiste em verificar se tudo ocorre de conformidade
com o plano adotado, as instruções emitidas e os princípios estabelecidos. Tem
por objetivo apontar as fraquezas e erros para retificá-los e evitar sua
ocorrência. Funciona para tudo: coisas, pessoas e atos".
Assim, o controle implica a existência
de metas e planos. Nenhum dirigente eclesiástico pode controlar a não ser que
haja planos. Koontz e O'Donnell elaboraram uma lista de requisitos para a
estruturação de um sistema adequado de controles. Fizemos a aplicação desses
requisitos para a igreja, a saber:
P: "O controle deve refletir a
natureza e as necessidades da atividade. Exemplos de controles eclesiásticos:
orçamentos, relatórios setoriais das atividades da igreja, gráficos etc.
P: O controle deve revelar rapidamente
os desvios dos planos. Como o dirigente eclesiástico não pode fazer nada com o
passado, o melhor sistema de controle é o que mostra de imediato os desvios dos
planos.
P: O controle precisa ser flexível,
face às modificações de planos, circunstâncias imprevistas ou puros fracassos.
P: O controle deve refletir o padrão da
organização eclesiástica. Como os acontecimentos devem ser controlados através
de pessoas, é necessário que o controle reflita a organização da igreja.
P: O controle deve ser econômico, isto
é, deve valer e compensar o seu custo. Uma igreja pequena não pode ter o mesmo
sistema extenso de controle que uma comunidade de grande porte.
P: O controle deve ser perfeitamente
compreendido por todos os que dele fizeram uso.
P: O controle deve apresentar como
resultado uma ação corretiva para manter o plano e seus objetivos no rumo
certo".
A figura a seguir procura dar ao leitor
uma visão esquematizada do processo de planejamento estratégico eclesiástico:
4. Planejamento estratégico e gestão participativa nas Igreja
A gestão compartilhada na igreja pode
ser identificada como um processo que visa obter, espontaneamente, de seus
membros, a máxima eficiência no esforço em conjunto com vistas à consecução das
metas propostas pela Palavra de Deus em Mt 28.18-20.
Trabalhando com outras pessoas, e por
intermédio delas, é como o gerente eclesiástico realiza seu trabalho, buscando:
a) a correta e inteligente utilização
dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis da igreja;
b) a direção efetiva de equipes de
trabalho eclesiástico - integradas e motivadas;
c) a consecução de objetivos previamente
determinados.
Face às características básicas da
gestão compartilhada de membros da comunidade, o PE encontra nesse processo o
ambiente ideal para se desenvolver de forma contínua. A plena utilização dos
instrumentos de apoio ao processo de administração participativa na igreja só é
possível através de uma atuação consciente e decisiva que deve ser exercida
plenamente pela liderança eclesiástica. Daí a importância do PE no
desenvolvimento contínuo de técnicas e métodos de gestão compartilhada.
O conceito dinâmico de administração
participativa eclesiástica pode ser assim esquematizado:
Dessa forma, o PE elaborado com a
participação do maior número possível de membros da igreja local é o ideal para
termos um instrumento criativo e funcional, trabalhando com cenários
alternativos em função dos desafios do ambiente. Por outro lado, nem sempre é
possível termos um PE adequado às necessidades da comunidade local, já que na
maioria das igrejas as decisões são centralizadas em instâncias eclesiásticas
superiores (concílios, convenções etc.). Parece-nos que a Igreja Batista é uma
exceção, pois as comunidades locais têm totais autonomias administrativa,
doutrinária e estratégica.
Não podemos perder de vista a realidade
de que o PE volta-se para o exterior da igreja local, onde algumas questões
básicas se impõem:
P: "Qual é, de fato, nossa
missão?"
P: "Estamos empregando nossos recursos humanos, materiais e financeiros de maneira eficaz?" P: "Poderíamos melhorar nosso desempenho eclesiástico por meio de mudanças profundas nas normas existentes, ou de uma redistribuição de nossos recursos?"
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